Capítulo 249: Escolha do Destino (5/12)
— Seja bem-vindo. Tá bem quente hoje, não tá?
— Faz tempo, Princesa.
— Sim, entre.
Teresa saiu para receber Seol Jihu e o conduziu pessoalmente até a sala de recepção.
Ela não estava com seu uniforme militar de sempre, mas sim usando um avental. Por causa disso, exalava uma atmosfera acolhedora e graciosa, em vez de uma enérgica e animada.
— Ouvi dizer que você se tornou o novo líder da Carpe Diem.
— Ah, sim.
— Aposto que ainda não te ensinaram todas as funções e responsabilidades que vêm com esse cargo. É difícil, né?
— É um pouco desconfortável, mas tenho certeza de que vou me acostumar.
— Puxa, sinto muito por isso. Quer tomar um banho e descansar? Ou prefere comer alguma coisa antes?
Ao dizer isso, Teresa de repente cobriu a boca com a mão e abaixou a cabeça. Vendo os ombros trêmulos, ela parecia estar se esforçando bastante para segurar o riso.
“O que deu nela?”
— Não, eu já tomei banho hoje de manhã. E também…
— Entendi, então por que não come primeiro?
Teresa falou suavemente enquanto tirava pessoalmente o casaco de Seol Jihu.
— Ah, eu mesmo seguro.
Apesar da recusa de Seol Jihu, Teresa basicamente o ignorou e foi em direção ao salão de jantar. Como resultado, Seol Jihu teve o inesperado luxo de saborear uma refeição feita pela própria Princesa.
Fora o fato de Teresa ficar perguntando ‘Tá gostoso?’ e o encarar com o queixo apoiado nas mãos, a refeição não podia ter sido mais excelente.
Teresa falou enquanto observava Seol Jihu limpar a boca com o guardanapo.
— Mm, acho que por hoje já tá bom.
— Perdão?
— Nada, só falando comigo mesma. Enfim~ — Teresa tirou o avental e voltou à sua aparência habitual. — Ouvi dizer que você se tornou o novo líder da Carpe Diem.
— Você já não disse isso agora há pouco?
— Eii~ O significado é diferente, sabe~? — Teresa riu. — Então, como é a sensação de ser líder?
— Mm… — Seol Jihu pensou por um momento antes de responder.
— Tem muitas coisas que quero fazer, mas pouca coisa que realmente posso fazer? Acho que é isso por enquanto.
— Sério? Tem coisa que até nosso Herói de Haramark não consegue fazer?
Seol Jihu não sabia quando havia ganhado outro apelido estranho, mas ainda assim deu um sorriso torto.
— Tem coisas na vida que simplesmente não dá pra fazer sem dinheiro.
Ao ouvir o tom amargo de Seol Jihu, Teresa cruzou os braços.
— Você tem razão. Dinheiro não traz felicidade, mas garante tranquilidade.
Seol Jihu não pôde deixar de concordar, vendo como isso era realista.
— Não se preocupe tanto. Se tá faltando dinheiro, é só arrumar mais.
— Certo, tipo ‘como você vai comer bolo se nem tem pão’? — Seol Jihu assentiu em concordância.
— Aii, não foi isso que eu quis dizer. — Teresa balançou a mão. — Perguntei se você está interessado em ganhar dinheiro.
— ?
— Olha só. Não fomos nós que inventamos isso, mas nos propuseram algo interessante há alguns dias…
Enquanto Seol Jihu ouvia com atenção, sua expressão foi se distorcendo cada vez mais.
Teresa falava animadamente até perceber o semblante sombrio de Seol Jihu.
— O que foi?
Ela estremeceu por dentro, se perguntando se havia dito algo errado.
— Essa proposta foi feita pela Rosa Branca?
E ao ouvir isso, ela piscou os olhos.
— …Ah, então você já sabia?
— Princesa — O timbre de Seol Jihu de repente desceu um oitavo. — A Rosa Branca pediu para vocês nos sondarem?
Seu modo de falar também mudou.
Sentindo que havia algo errado, Teresa rapidamente corrigiu sua postura.
— Não. A Rosa Branca nos propôs uma colaboração, depois pediu que os apresentássemos a um bom grupo, se conhecêssemos algum.
— …
— A proposta parecia boa, e logo me veio à cabeça o grupo do Querid… digo, da Carpe Diem…
Teresa falava fluentemente, mas o fim da frase saiu meio enrolado.
— Princesa — Seol Jihu abriu a boca lentamente. — Na verdade, visitamos a Rosa Branca alguns dias atrás e ouvimos a mesma proposta.
— Oh, é mesmo? Eu não sabia.
— Sim, e nós recusamos.
Seol Jihu achava que o assunto tinha se encerrado ao recusar. Mas a mesma proposta agora retornava a ele, através da Família Real de Haramark.
Isso era coincidência? Ou parte do esquema de Bok Jungsik?
Ou… era destino?
Os olhos de Seol Jihu se estreitaram.
— Vocês aceitaram?
— Não demos uma resposta definitiva — Teresa balançou a cabeça. — Mas demos uma resposta favorável. As provas que apresentaram eram impecáveis. Já que a vila era de um imperador antigo, até uma pedra jogada no chão poderia ser feita de ouro. Deu pra ver que a Rosa Branca se preparou bem pra essa expedição. Estavam nos oferecendo a chance de nos banquetear com algo que já estava pronto, então não queríamos recusar logo de cara… — Teresa murmurou antes de perguntar com cautela: — Por que vocês recusaram?
Seol Jihu ficou sem palavras. Do jeito que as coisas iam, havia uma grande chance de a Família Real de Haramark participar dessa expedição.
Ele queria dizer para não irem, mas não conseguia pensar em um motivo convincente.
Dizer ‘vocês vão morrer se forem’? Com sorte, não o chamariam de maluco.
“Talvez eu devesse revelar a existência dos Nove Olhos…”
Se fosse a Teresa, talvez ela acreditasse.
Mordeu levemente o lábio e afundou em contemplação. Enquanto isso, os olhos de Teresa cintilaram enquanto observava atentamente o jovem.
O Seol Jihu que ela conhecia não se acovardava diante de nenhuma tempestade. Ele não recuava, nem se encolhia.
Na verdade, quanto mais difícil era o problema, mais ele se esforçava para encontrar uma solução. E o resultado que ele trazia sempre a impressionava.
Mas agora ele demonstrava tanta relutância diante de uma expedição aparentemente bem planejada…
“Será que é isso?”
Depois de encará-lo por um tempo, ela puxou assunto.
— Sabe… eu na verdade estava pensando em não ir…
Seol Jihu levantou a cabeça de imediato.
— Bem… A proposta da Rosa Branca era boa e tal, mas fiquei insegura com a ideia de entrar no território dos Parasitas. Disseram que iriam pelo mar, e não por terra, mas… você lembra, né? Do que vivemos enquanto escapávamos do laboratório. — Teresa continuou com naturalidade. — Ainda acordo assustada só de pensar naquilo. Não quero voltar para aquela situação só por dinheiro.
— Então…
Vendo que a expressão de Seol Jihu havia se aliviado, Teresa deu o golpe final.
— Eii, não vou mais. A vida é mais importante que dinheiro, afinal.
— Princesa.
— Me entenda. Sou uma mulher de vontades instáveis, sabe?
— Concordo. Bem pensado, Princesa. Bem pensado mesmo.
Seol Jihu não ficou pegando no pé pelo fato de ela ter mudado completamente de ideia. Apenas assentiu, aliviado do fundo do coração.
Ao ver o jovem finalmente relaxar e soltar um suspiro de alívio, Teresa teve certeza:
“Essa foi por pouco.”
Ela não havia mudado de ideia à toa. Teresa já tinha notado havia muito tempo o segredo que Seol Jihu escondia.
Mais precisamente, foi quando eles escapavam do Laboratório Delphinion. Embora Teresa fosse quem guiava, era Seol Jihu quem dizia onde os inimigos estavam.
No começo, ela achou aquilo místico. Mas quando ele começou a acertar 100% das vezes, não dava mais para atribuir aquilo à intuição.
Não era como se ele fosse um Arqueiro. Não… mesmo que fosse um Arqueiro de Alta Classe, seria impossível acertar centenas de vezes consecutivas.
Ela não sabia os detalhes, mas parecia que essa habilidade misteriosa dele havia se ativado de novo dessa vez.
Em outras palavras, tinha um motivo.
Um motivo pelo qual o jovem conhecido como o ‘resolvedor de problemas’ estava tirando o pé desse assunto.
Além disso…
“Se o Marido diz pra não ir, então eu não vou.”
Teresa sorriu timidamente enquanto esfregava o avental que havia tirado.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.