Capítulo 251: Escolha do Destino (7/12)
Como diz o ditado, ‘o tempo cura todas as feridas’, as pessoas acabam se acostumando com o que é estranho. Afinal, os humanos são animais capazes de se adaptar às mudanças.
Assumindo e resolvendo os assuntos urgentes um a um como líder, Seol Jihu finalmente se acostumou com as roupas que não lhe serviam direito.
Quando abria os olhos pela manhã, não ficava mais pensando “Será que vou dar conta hoje?” Pelo menos, tinha o luxo de tomar um café com tranquilidade.
Enquanto estava sentado no sofá apreciando o aroma do café, o som de uma porta sendo escancarada ecoou.
— Oh?
Chohong apareceu com o corpo ainda pingando. A toalha molhada sobre os ombros indicava que havia tomado banho depois dos exercícios matinais.
Seol Jihu desviou o olhar por respeito. Não ficou nem um pouco surpreso. Ver Chohong e Hugo andando pelados já era cena comum. Seria um idiota se fizesse alarde por isso.
— Eu não te falei pra pelo menos vestir uma calcinha?
Claro, não deixou de comentar também.
— Tá, tá.
Chohong retrucou sem o menor entusiasmo. Em vez de colocar uma calcinha, ela pegou um short curto tipo Dolphin, mesmo sem estar completamente seca. Falou enquanto enfiava uma perna e puxava o short com naturalidade:
— Agora que parei pra pensar, você finalmente tá aparecendo de manhã.
— Você também me viu ontem.
— Tô falando de antes. Era difícil ver tua cara.
— É, tudo graças a duas pessoas que deixaram tudo nas minhas costas. Teria sido bom se ajudassem um pouquinho, pelo menos.
Quando Seol Jihu resmungou, Chohong deu uma risadinha.
— Quem mandou se meter a líder?
— Você chama isso de líder? Escravo seria mais adequado.
— Os membros da equipe têm o dever de não interferir nas funções e responsabilidades do líder. Em troca, estamos ouvindo suas ordens, não estamos?
— Beleza. Aqui vai uma ordem então: me ajude a trabalhar direito.
— Também temos o direito de recusar ordens absurdas — Chohong respondeu descaradamente, os ombros sacudindo de tanto rir. — Não faz essa cara. Pelo menos eu escuto quando é uma bobagem dessas, né?
Chohong deu um tapa no próprio short. Seol Jihu a encarou, incrédulo, antes de mudar de repente para um tom sério.
— Ei!
— ?
— É uma ordem. Senta.
— O quê?
— Vem sentar aqui.
Batendo na própria coxa, a atitude autoritária de Seol Jihu fez Chohong duvidar do que via.
— Filho da mãe, você enlouqueceu de vez…?
No entanto, ela fez uma expressão surpresa e logo deu um sorriso cheio de significado. Em seguida, caminhou até Seol Jihu em silêncio, virou-se de costas e sentou no colo dele como ordenado. Ainda se encostou um pouco nele.
Quando suas costas brancas e musculosas se aproximaram, Seol Jihu se assustou.
— Ch-Chohong? O que você tá fazendo?
— Ué? Tô fazendo o que você mandou.
— Não é isso.
— Só tô obedecendo sua ordem.
Como se dissesse ‘faz o que quiser’, Chohong depositou o peso do corpo sobre ele. E ainda veio com uma expressão que dizia ‘duvido que tenha coragem de fazer alguma coisa’.
Seol Jihu pousou a caneca de café e tentou empurrá-la, em vão.
Isso porque Chohong, de repente, virou-se de frente, segurou os ombros dele e enlaçou suas pernas ao redor da cintura dele.
— Oooh~ Que fofo. Aprendeu essa fala em que filme, hein?
— S-Sai de cima. Tá agindo esquisito.
— O que eu vou fazer com esse virjão? A comida tá na boca e ele não come. É retardado?
— O quê? Que virjão?
— Tô dizendo… você é um retardado. Oh? E esse olhar aí? Quer que eu te devore, é? Hã?
Quando Chohong levantou a mão como se fosse bater, Seol Jihu também se irritou.
— O líder é como o céu, e é assim que você me trata?
— Céu? Seu filho da mãe. Que tipo de lavagem cerebral te fizeram nesse cargo?
— Vou contar até três. Sai agora.
— E se eu não quiser?
Quando Chohong sorriu, Seol Jihu mordeu o lábio.
— Quer brigar?
— Quero. Vai em frente.
— Tem certeza?
— Tenho. Vai fazer o quê? Muito papo, mas na hora H…?
Kyak!
Chohong avançou. Seol Jihu também gritou, Wak! e se preparou.
Crash!
O som dos dois caindo no chão transformou o escritório da Carpe Diem em completo caos. Após uma longa luta cheia de risadas, Chohong foi a primeira a levantar a bandeira branca.
— F-Filho da puta! Fazer cócegas não vale!
— Sua cintura é seu ponto fraco.
— Para!
— Vai se comportar ou não?
— Vou! Vou! Então para!
Rindo descontroladamente e rolando pelo chão, Chohong acabou não vendo a porta e bateu a cabeça nela.
Thud!
— Uk.
— T-Tá tudo bem?
— Ah, seu…
Naquele momento, um envelope deslizou pela fresta sob a porta e cobriu o rosto franzido de Chohong.
Seol Jihu rapidamente pegou o envelope e se levantou.
Chohong bufava de raiva enquanto massageava as têmporas.
— Porra… o que é isso?
— Informação de uma organização de assassinos.
— Agora que você falou, tem recebido uma quase todo dia. É tipo um jornal?
— Algo assim.
Seol Jihu voltou ao sofá e rasgou o envelope. Chohong inclinou a cabeça, depois jogou a toalha de lado e procurou uma camiseta para vestir.
— Alguma notícia interessante?
— Vamos ver…
Seol Jihu retirou o conteúdo do envelope e começou a ler.
— Chung Chohong, da Carpe Diem, causa outra confusão no ‘Comer, Beber e Curtir’… O motivo foi uma discussão boba em estado de embriaguez. Ela deixa o local após destruí-lo…?
Seol Jihu levantou os olhos no meio da leitura do relatório.
— Aaah, lembrei que tenho uma reunião importante! Boa sorte aí! — Chohong se vestiu às pressas e desapareceu. Seol Jihu balançou a cabeça e voltou à leitura.
Boatos sobre o motivo da mudança da ‘Filha da Luxuria’, Seo Yuhui (Coreia), para Haramark continuam. Sacerdotes do Templo da Luxuria têm ido e voltado constantemente, carregando malas e pacotes com empenho.
Alguns dizem que ela está transferindo sua fortuna pessoal junto de sua base de operações. Mas aqueles que conhecem seu estilo de vida frugal e simples se perguntam o que há dentro da bagagem.
Há rumores infundados de que ela está recebendo subornos. Outro boato é que a Filha da Luxuria, como apóstola mais próxima da Deusa da Luxuria, está mergulhada em satisfazer seus desejos sexuais insaciáveis dia e noite.
— Bando de malucos.
Seol Jihu bufou. Na verdade, o último rumor não era completamente infundado, considerando que, ao subir de Rank Alto para Ranker Único, os Terrestres passavam a ser mais influenciados pelas características do deus que serviam. Mesmo assim, Seol Jihu descartou essa possibilidade como uma bobagem.
Marcel Ghionea (Romênia) está procurando por alguém.
Antigamente conhecido como o ‘Arqueiro de Aço’ e considerado uma estrela em ascensão de Haramark, destinado a seguir os passos de Ayase Kazuki, Marcel Ghionea havia desaparecido sem deixar rastros, mas reapareceu subitamente em Haramark há um mês e meio.
Segundo se sabe, ele foi emboscado por um grupo de ‘Tarneras’ a caminho de casa vindo da Colina Napal, levado de volta à aldeia deles e mantido como gado.
Milagrosamente, ele e outros quatro na mesma situação conseguiram escapar. No caminho de volta a Haramark, aparentemente encontraram o grupo de Tarneras massacrado.
Parece que um Terrestre desconhecido foi emboscado por eles e acabou matando todos.
Esses monstros se alimentam de carne humana e, com quinze agindo juntos, são capazes de sobrepujar até um Guerreiro de Rank Alto. Considerando que esse Terrestre misterioso massacrou todos eles, dá pra imaginar o quão forte essa pessoa é.
De todo modo, muitas organizações ofereceram ótimas condições para recrutar o Arqueiro de Aço, mas Marcel Ghionea, sendo direto como é, está determinado a encontrar seu benfeitor.
Ele está atualmente de volta ao local onde encontrou os Tarneras mortos, procurando pistas sobre seu salvador.
— Que notícia boa!
Seol Jihu assentiu com a cabeça. Fosse quem fosse esse Terrestre misterioso, ele achava que a pessoa tinha feito um bom trabalho.
— Mas será que não dava pra ter procurado melhor? Se tem um grupo de monstros, deve haver uma aldeia por perto… tsk. — Por outro lado, clicou a língua, achando que o Terrestre devia ter pensado em investigar a vila deles.
Slurp.
Em seguida, quando virou o café morno na boca e virou a página…
Notícia Importante de Scheherazade
Os olhos de Seol Jihu se estreitaram.
Rosa Branca em maus lençóis.
Lembrou-se do assunto que havia esquecido e examinou o relatório instintivamente.
A guilda de mercenários Rosa Branca, de Scheherazade, está envolvida em uma controvérsia. A figura número um de Caligo, PAX, registrou uma queixa oficial.
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