Capítulo 51: Para o Paraíso (2/5)
【Avanço (tentativas restantes: 10/10)】
Rompa os ataques de um Sprite, atravesse uma ponte e garanta uma cabeça de ponte!
Dificuldade: Muito Difícil
Ao completar: +60.000 Pontos de Sobrevivência
Ao falhar: Morte
*Cooperação permitida (até seis pessoas)
Depois que Seol se juntou à equipe, Delphine e seus companheiros conseguiram limpar todas as missões que encontraram com facilidade. Eventualmente, decidiram enfrentar a missão mais desafiadora disponível na dificuldade Muito Difícil. E, pela primeira vez, quase perderam um de seus membros.
Um Sprite era uma criatura demoníaca parecida com uma fada humanoide, coberta por um vestido feito de grama. Tinha cerca da metade da altura de uma mulher adulta e possuía várias asas semelhantes às de uma libélula saindo de suas costas.
Sua aparência exterior era incrivelmente bela, mas, assim que a batalha começou, a equipe experimentou em primeira mão o quão cruel e sinistra essa criatura era.
Uma das coisas mais irritantes sobre esse monstro era que ele não revelava sua forma e lançava ataques à distância sem parar do outro lado da ponte.
Três, quatro desses ataques não teriam incomodado tanto a equipe. No entanto, projéteis semelhantes a virotes e flechas caíam sobre eles constantemente e, para piorar, o Sprite sabia lançar magia de vento quase idêntica ao feitiço de tornado que Delphine usava de vez em quando. Para completar, essa abominação ainda utilizava lanças como projéteis, disparando-as de várias balistas.
E para complicar ainda mais a situação, diversos obstáculos e barricadas foram posicionados em um padrão de zigue-zague no topo da ponte, tornando a travessia ainda mais frustrante.
Optaram por uma tática que consistia em avançar lentamente sob a proteção da Barreira do Sacerdote, removendo os obstáculos da ponte um a um.
No entanto, no meio da travessia, a Barreira se quebrou, criando uma situação perigosa para a equipe. Hao Win estava preparado para isso, então usou seu enorme escudo para proteger os outros, mas foi arrastado e caiu quando o Sprite lançou a magia de vento poderosa mencionada anteriormente.
Seol e Tong Chai avançaram para resgatar Hao Win, enquanto Leorda Salvatore veio logo atrás. O objetivo de Leorda era desviar a atenção do inimigo dos três que estavam à frente, mesmo que fosse apenas um pouco. Ele também pretendia encontrar uma brecha para atacar o inimigo à distância.
Leorda usou sua incrível agilidade para escalar os obstáculos, apenas para ser atingido por uma lança longa disparada de uma balista, que se cravou em seu estômago. Naquele momento, Seol já havia conseguido tirar Hao Win do perigo imediato e estava livre; ele correu rapidamente e arrastou o gravemente ferido Leorda para um local seguro.
O ferimento de Leorda era grave; o branco de seus olhos estava visível enquanto seu corpo tremia violentamente devido ao choque. Delphine derramou um frasco de uma poção de cura extremamente cara que comprou para emergências sobre os ferimentos dele. Se não fossem as duas camadas de armadura que absorveram parte do impacto, nem mesmo a magia de cura do Sacerdote teria sido suficiente para salvar sua vida.
Parecia que a batalha havia chegado a um impasse, mas então, inesperadamente, Seol encontrou um caminho para a vitória, ele usou as esferas mágicas que vinha guardando para emergências. A primeira que utilizou foi Névoa Venenosa; das seis esferas restantes, ele lançou três contra o acampamento inimigo, e, como esperado, o caos se instaurou do outro lado.
Aquela pequena brecha foi sua primeira e única oportunidade de agir. A equipe rapidamente verificou seus equipamentos e correu, conseguindo atravessar a ponte por um triz.
Foi uma vitória conquistada com sorte, pois ninguém havia considerado a possibilidade de que o Sprite fosse fraco contra ataques venenosos.
Leorda rangeu os dentes ao correr até o Sprite, que tossia e se contorcia ao lado de uma pequena balista.
Enquanto agarrava a criatura, pediu aos outros para atrasarem a conclusão da missão por um ou dois minutos, para que pudesse se vingar. Em seguida, amarrou o monstro firmemente à balista.
Enquanto observava Leorda dar tapas nas bochechas do monstro e desferir vários chutes furiosos em sua barriga, Seol foi tomado por uma estranha sensação de déjà vu.
— Droga. Por pouco não fomos derrotados, né?
Hao Win caminhou mancando e se jogou ao lado de Seol.
— Fomos descuidados. Não nos preparamos direito.
O rosto de Odelette Delphine também estava carregado.
— Pois é. Achamos que estávamos prontos com o que tínhamos, já que não havia muitas informações disponíveis sobre a missão, mas a realidade quase provou ser bem diferente.
— Acho que seria melhor eu aprender alguns feitiços defensivos, só por precaução. Achei que investir apenas em magia ofensiva bastaria, já que temos um Sacerdote na equipe…
Os ombros de Delphine se encolheram. Ela ainda não conseguia esquecer a cena de suas chamas, conjuradas com tanto esforço, sendo dissipadas tão facilmente pela magia de vento do Sprite.
— Pode ser uma boa ideia. Lançar Barreiras poderia facilitar um pouco a nossa vida.
Hao Win concordou com a avaliação dela.
— Acho que vou trocar toda a minha armadura por uma de metal enquanto isso. Já que tenho pontos sobrando, também vou comprar alguns escudos maiores e mais resistentes.
— Você quer comprar dois escudos?
— Bem, não tem outro jeito. Afinal, o objetivo principal desta missão é atravessar essa ponte com segurança, não é?
O que Hao Win disse fazia sentido; o Sprite era extremamente forte em ataques à distância, mas a batalha em si se tornava bem mais gerenciável quando a equipe conseguia se aproximar da criatura.
— De fato. Atravessar a ponte foi um inferno, mas, na realidade, só precisamos garantir que Seol chegue ao outro lado são e salvo, certo?
— Mas talvez não seja tão simples assim. Acho que a razão pela qual o combate corpo a corpo foi mais fácil do que esperávamos pode ter sido o veneno.
Ao ouvir o que Tong Chai disse, Odelette Delphine levantou um contraponto.
— Hmm… Você ainda tem mais dessas esferas mágicas?
— Tenho três sobrando, mas nenhuma delas é Névoa Venenosa.
Seol balançou a cabeça, lamentando.
— Isso significa que tenho mais uma preocupação agora. E eu só posso aprender um feitiço do tipo veneno quando alcançar o nível 2, sabia…
Delphine falou com uma voz preocupada, antes de lamber os lábios.
— Por enquanto, vamos encerrar a missão de hoje. Vamos nos fortalecer o suficiente nas lojas e tentar novamente amanhã. Agora que sabemos o que nos espera, vai ser mais fácil decidir o que precisamos comprar, não acham?
No meio da discussão sobre mudanças na estratégia de batalha, um grito estridente explodiu atrás deles. O Sprite amarrado gritava desesperadamente e se debatia com força. Ao ver isso, Tong Chai levantou a mão para incentivar Leorda.
— Isso aí! Mostra pra essa coisa quem manda!
— Não se preocupe! Eu vou fazer essa desgraçada sofrer!!
Leorda gritou sem nem se dar ao trabalho de olhar para trás, antes de começar a arrancar as asas do Sprite de maneira brutal. Seol pensou que ele ainda devia estar furioso por quase ter morrido.
— Ok, legal. Ótimo. Bem, vamos encerrar nossa autorreflexão por aqui.
Hao Win pigarreou e começou a sorrir ligeiramente enquanto olhava para Seol.
— E o sua amiga, como ele está indo ultimamente?
Seol estava distraído, pensando no que deveria comprar a seguir, e foi pego desprevenido. Seus olhos se arregalaram em confusão.
— Oh, ora, ora. Por que esse teatrinho de inocente de repente? Leorda ainda vai levar um tempinho ali, então que tal nos contar o que rolou até agora? Até onde você foi?
— Até onde eu fui… aonde, exatamente?
— Agora tá fingindo que não entende? Olha aqui, meu amigo. Como alguém que te ajudou, eu tenho todo o direito de saber o progresso da sua situação amorosa.
— Minha situação amorosa… Por acaso, está falando da senhorita Yun Seora?
— Exato! Aquela garota!
Hao Win sorriu de um jeito safado e suspeito enquanto fazia um biquinho.
— Então, no mínimo, você já fez um slurpppp… né?
— S-Slurp…?! Você quer dizer, um b-beijo?
— Aigoo, escutem só esse tapado.
Hao Win soltou um gemido de frustração e então…
— Isso é smooch… e eu tô falando de slurppp… Slurppp…!!
…Apontou para os peitos de Odelette Delphine antes de soltar um ‘Ohh!’.
— Ahh, será que você não curte colinas rolantes? Então, talvez, prefira um suculento ‘delta’? É mais do tipo chomp, chomp, glug, glug?
Quando Hao Win começou a girar a língua de um jeito descaradamente vulgar, Seol apressou-se em cobrir a boca do homem mais velho e lançou um olhar furtivo para Odelette Delphine. Era de se esperar que ela achasse aquela conversa toda desagradável.
— O que vocês estão falando? O que é? Me contem também!
No entanto, a garota séria de alguns momentos atrás tinha desaparecido, dando lugar a uma adolescente de olhos brilhantes e curiosos.
— S-Senhorita Delphine…
— Posso não parecer, mas sou bem rápida para entender as coisas, sabe? Então, anda logo com essa história!
Delphine arrastou-se para mais perto de Seol e Hao Win.
Seol lambeu os lábios. Na verdade, ele estava preocupado com algumas coisas e não se importaria de discuti-las com outras pessoas.
— O negócio é… A senhorita Yun Seora começou a agir meio estranha desde aquela tarde…
— Como assim?
— Uma vez, acordei de manhã e encontrei ela dormindo nos meus braços.
— Keuh!
Hao Win soltou um grito de admiração.
— E aí? O que aconteceu depois?
Odelette Delphine fungou animada.
— Achei que fosse só um hábito estranho de sono dela, então a levei de volta para a cama.
— Mas que diabos? Qual é o seu problema? Um homem tem que saber quando empurrar alguém para baixo!
— Ele tá certo, sabia? Também não gosto de caras muito ‘baunilha’.
— N-Não. Não é isso… Cof. De qualquer forma, na noite seguinte, dormi no sofá. Aí, quando acordei, encontrei ela dormindo profundamente em cima de mim…
— Sim, é isso. Tá acontecendo. Com certeza tá acontecendo.
— Não me diga que colocou ela de volta na cama de novo. Se fez isso, eu vou espalhar para todo mundo que você é gay.
“O que diabos há com esses dois?!”
Com eles interrompendo com incentivos desnecessários toda vez que tentava falar, Seol estava rapidamente perdendo a vontade de continuar. Ele até se sentiu um idiota por tentar discutir suas preocupações com essas pessoas.
— Parece até uma novel de romance!
Tong Chai explodiu em gargalhadas.
— É verdade, até que parece.
Seol sorriu levemente, pensando consigo que pelo menos encontrou alguém mais ou menos normal.
— E então? O que aconteceu depois?
— Hã?
— Por que tá tentando escapar dessa agora? Você começou a contar a história, então, naturalmente, tem que ir até o fim.
“Até esse cara também…”
Seol encarou Tong Chai com um olhar totalmente perplexo, o que fez o outro soltar um longo suspiro.
— Sério agora. Você sabe mesmo como criar expectativa, hein? Tá bom, entendi. Eu pago.
— ?
— Você devia se sentir honrado, porque eu nunca gastei meu próprio dinheiro com algo assim.
Antes que Seol pudesse perguntar do que ele estava falando, um alerta soou, informando que 100 Pontos de Sobrevivência haviam sido creditados em seu saldo.
— Isso deve ser suficiente, né? Agora, por favor. Estou ansioso para saber o que aconteceu depois, tá muito mais interessante do que eu imaginava.
— …Senhor Tong Chai. Preciso perguntar, por que você me deu seus pontos?
Ao ser questionado, Tong Chai tirou o turbante e respondeu de maneira despreocupada.
— Hm? Você não quis dizer agora há pouco que, se quiséssemos ouvir o resto da história, teríamos que comprar o próximo capítulo?
— …
Seol esqueceu completamente o que queria dizer.
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