Índice de Capítulo

    Por volta da hora em que o sol subiu até o meio do céu.

    Seol Jihu também acordou. Achava que despertaria pela manhã, mas talvez devido à fadiga da marcha forçada, acabou dormindo por muito tempo. No entanto, graças a isso, sentia-se leve e pronto para seguir em frente. Exceto pelo estômago vazio. Até sua cabeça pesada havia voltado ao normal.

    Quando abriu a janela, uma brisa suave soprou para dentro. Ele se acomodou no parapeito e, enquanto respirava o ar fresco, observava a cidade de Haramark com grande interesse.

    Scheherazade era repleta de incontáveis edifícios de cor terrosa, mas aqui em Haramark, a arquitetura era variada e colorida, para dizer o mínimo. Branco, cinza, marrom-avermelhado…

    “O que devo fazer agora?”

    Agora que estava ali, precisava fazer algo. Seol ponderou por um momento antes de fechar a janela. Colocou a mochila sobre a escrivaninha e se sentou na cadeira.

    Abriu a boca da mochila e viu algumas coisas diferentes dentro.

    “Este negócio… Ele disse que eu ganharia bastante dinheiro se vendesse isso, certo?”

    O arco longo feito para uso em guerras, era o item mais valioso entre o que fora saqueado dos corpos. Hugo queria ficar com ele, mas Alex o ofereceu a Seol como uma forma de consolá-lo, já que sua primeira viagem a Haramark tinha se tornado um desastre absoluto.

    Além disso, havia cinco adagas, uma jaqueta de couro que a Arqueira usava, e uma moeda de prata.

    Seol de repente se lembrou do rosto radiante de Hugo ao comentar que a aparentemente inútil Arqueira carregava três moedas de prata. O jovem colocou a moeda de prata que havia recebido secretamente do grandalhão junto com o restante de seu dinheiro.

    “Elixires e a Estigma Divina… Agora que penso nisso, também preciso passar no templo?”

    Não havia necessidade de ir ao templo agora apenas por causa da Estigma Divina. Era algo que ele poderia usar apenas quando atingisse um nível mais alto.

    A Estigma Divina marcava uma pessoa com um traço de divindade, permitindo que ela recebesse a bênção de um deus, o que levava ao desbloqueio de classes e conjuntos de habilidades especiais.

    No entanto, também seria necessário enfrentar as provações e tribulações enviadas pela divindade.

    De qualquer forma, não podia ficar parado por muito tempo. Kim Hannah havia lhe dito para encarar tudo isso como um jogo. Se o Paraíso era de fato um jogo, o que ele faria?

    “Reunir informações.”

    Pegando a mochila, Seol Jihu desceu para o térreo. Antes de sair, devolveu a chave e perguntou à velha senhora a direção para a praça. Ela simplesmente apontou para a esquerda.

    — Ao sair da estalagem, vá para a esquerda. Logo encontrará uma estrada grande. Siga por ela e chegará à praça principal.

    Ele seguiu as instruções. Assim que saiu da estalagem, virou à esquerda e encontrou a estrada grande.

    Se seu primeiro passo fora dado em Scheherazade, então era hora de dar mais um aqui.

    O jovem sentiu seu coração bater mais rápido ao pensar nas aventuras que o aguardavam em Haramark e nas pessoas que acabaria conhecendo.

    Por outro lado, estava plenamente ciente de que o mundo funcionava de determinada maneira e que as coisas não aconteceriam do jeito que ele esperava.


    A aparência de Haramark era exatamente o oposto de Scheherazade em certos aspectos. Se a Capital parecia animada e cheia de energia, então Haramark parecia caótica e tensa ao mesmo tempo. Se fosse explicar o motivo dessa atmosfera, talvez tivesse algo a ver com a liberdade irrestrita concedida aos residentes daqui.

    Havia muitas construções na cidade, mas estavam organizadas de forma tão caótica e desordenada que quase o fizeram sentir tontura. Era a ponto de Seol Jihu achar difícil dizer onde estava. As estradas eram irregulares e esburacadas. Também eram sujas, com palhas molhadas espalhadas por toda parte e poças de lama por onde quer que se olhasse.

    “Provavelmente terei dificuldades para memorizar as direções neste lugar.”

    Acima de tudo, a atmosfera da cidade era diferente. Talvez por ter ouvido que era chamada de cidade do crime, todos os transeuntes pareciam carregar uma expressão suspeita.

    Pouco tempo depois, passou por uma parede rachada e danificada, adornada com pichações que ele não conseguia decifrar, e chegou a um espaço aberto.

    A ampla área circular estava cheia de pessoas, e os gritos barulhentos de uns para os outros apenas aumentavam o caos e a confusão.

    Os olhos de Seol brilharam ao descobrir o quadro de avisos no meio da praça.

    “Aqui também tem um.”

    Ele não entendia por que havia um quadro de avisos com missões na Zona Neutra, mas talvez fosse para preparar os sobreviventes para esse tipo de arranjo.

    Aproximou-se do quadro de avisos sentindo-se feliz sem motivo e, quase por reflexo, deu uma olhada no pergaminho de missão localizado bem no topo.

    Aparições de Toupeiras nas proximidades de Haramark confirmadas.

    Abaixo dessa única linha de texto, havia uma marca de identificação e um nome. Estava escrito: “Templo da Luxúria, por Sacerdote Investigador Alex”.

    E quando viu o pergaminho logo abaixo desse, Seol rapidamente olhou para ele de novo, sem acreditar no que via.

    Reconhecimento da Floresta da Negação

    Missão emitida pela Família Real

    Recompensa, detalhes a serem negociados por acordo mútuo

    Sicília, Cinzia

    “Então a senhorita Cinzia também está em Haramark.”

    Abaixou o olhar ainda mais. A partir daqui, não importava o que decidisse fazer, teria que fazer em equipe. Agir sozinho, como na Zona Neutra, seria o mesmo que cometer suicídio.

    Não foi difícil encontrar os anúncios de recrutamento de ajudantes, mas os olhos de Seol Jihu se estreitaram. Havia tantos pergaminhos que estavam praticamente sobrepostos uns aos outros, e alguns estavam completamente cobertos.

    “Solicitando Sacerdote de Nível 2 ou superior… Recrutando Guerreiros de Nível 3 ou superior… Então solicitam Sacerdotes, mas recrutam Guerreiros, hein. Contratando carregadores… Também havia serviço para carregadores?”

    — Hmm…

    Havia tantos anúncios que tentar lê-los só lhe causava dor de cabeça. Encontrar uma missão adequada para sua condição também seria um desafio.

    No fim, teve que ativar os Nove Olhos. Seria possível ler tudo manualmente, mas não havia razão para não usar uma habilidade que já possuía.

    O quadro de avisos se transformou em várias cores. Uma coisa que chamou sua atenção foi o fato de que a maior parte do quadro estava em tons relacionados a perigo. A cor amarela era a mais dominante, com alguns pontos laranja aqui e ali. Havia até um pergaminho em vermelho.

    “Este aqui está até me mandando fugir… Hm?”

    Seol Jihu lambeu os lábios e continuou a vasculhar os pergaminhos até que suas mãos pararam abruptamente.

    Suas mãos pararam sobre um dos papéis que estava escondido embaixo dos outros. Quase o ignorou, pensando que era da cor amarela, mas a luz ofuscante que vinha dele atraiu seu olhar.

    De fato, o papel brilhava de maneira atraente.

    “É dourado!”

    O Mandamento Dourado.

    Não esperava encontrar uma cor dourada aqui.

    Os olhos de Seol Jihu se arregalaram enquanto ele examinava o pergaminho mais de perto.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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