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    『 Tradutora: Maga | Revisor: Metal_Oppa 』


    Ao ouvir o sino de emergência, Abel se preparou enquanto pegava seu arco composto e a aljava. Então, correu para o portão da frente do castelo. Quando estava prestes a passar pela praça da cidade, todos pareciam em pânico ao vê-lo. Ninguém sabia o que estava acontecendo. Tendo subido uma escada ao lado do muro de contenção, a primeira coisa que Abel viu foi o Cavaleiro Marechal em sua armadura completa. Estava parado bem na beira do castelo com cerca de vinte de seus próprios guardas ao lado. Todos estavam segurando longas lanças em suas mãos. 

    O Cavaleiro Marechal ficou preocupado quando percebeu que Abel estava aqui. — O que você está fazendo aqui, Abel? Volte para dentro do castelo. É perigoso.

    Sem ouvir as palavras de seu pai adotivo, Abel enfiou a cabeça para fora do muro de contenção. Ele não foi capaz de obter uma boa visão, no entanto. Uma flecha foi disparada contra ele no momento em que tirou a cabeça. Felizmente, foi rápido o suficiente para desviar e conseguiu derrubar a coisa com o corpo de seu arco.

    Tão rápido quanto isso, Abel viu cerca de vinte orcs do lado de fora da muralha, alguns deles estavam montados em cima de lobos enquanto outros usavam orcs infernais.

    — Por que os orcs estão aqui? — Abel perguntou surpreso.

    — Há dois ou três esquadrões deles aqui. É a quantidade precisa para derrubar um forte. — O Cavaleiro Marechal respondeu, então disse com um sorriso de escárnio: 

    — Mas não este. Não apenas com isso. 

    — Onde estão os nossos arqueiros? — Abel perguntou frustrado pois estava sendo despachado há alguns segundos. — Vamos deixá-los ficar lá?

    — Há apenas cinco arqueiros no castelo. — O Cavaleiro Marechal apontou para um grupo de soldados feridos ao longe. — Dois deles já foram feridos. O resto… eles não são páreo para seus oponentes montados em lobos. Ordenei-lhes que não contra-atacassem.

    Por mais indesejável que isso soasse uma situação péssima, o Cavaleiro Marechal continuou a zombar dos invasores: 

    — Esses imbecis escolheram o lugar errado para atacar. Eles não são páreo para as paredes que nos prendem aqui. Espere, isso é um arco na sua mão? — Percebendo que havia um arco na mão de Abel, o Cavaleiro Marechal ficou com um olhar perplexo no rosto. 

    — Sim. —  Abel disse presunçosamente. — Este arco tem um poder de fogo muito eficiente. 

    Para ser honesto, Abel queria falar muito mais sobre seu arco composto. Queria mostrar como havia inventado uma arma rápida, fácil de usar e de longo alcance nesta linha do tempo atrasada. No entanto, como ele não conseguia explicar isso a ninguém, decidiu parar depois de uma frase.

    Com um rápido olhar, o Cavaleiro Marechal entendeu rapidamente o mecanismo por trás desse arco composto. Tirou uma flecha da aljava de Abel, colocou-a no bico de seu arco e começou a rir quando viu o formato do auxílio de liberação que Abel acabou de fazer.

    — É um bom design. — Comentou o Cavaleiro Marechal. — Em vez de usar apenas os dedos, permitindo usar toda a força do braço. — Ele então disse depois de ver a pequena alavanca no auxiliar de liberação: 

    — Não é de admirar que eles o chamem de Mestre Ferreiro. Com essa coisinha aqui, você pode atirar uma flecha com muita facilidade sem machucar os dedos. 

    Os arqueiros eram um dos soldados mais difíceis de treinar justamente por essa questão, sendo assim tinham que descansar depois de praticarem cerca de 30 a 40 tiros. Além disso, os dedos eram as partes mais delicadas do corpo humano. Se um arqueiro machucasse seus dedos, ele não poderia mais usar arco e flechas pelo resto de sua vida. Mesmo sem essas razões, já era muito difícil encontrar alguém com o talento certo. Foi por isso que, apesar do fato de haver tantos guardas dentro do Castelo Harry, apenas um punhado conseguiu aprender a atirar flechas. 

    O Cavaleiro Marechal começou a usar o auxílio de lançamento no arco. Puxando a corda, uma aura branca brilhou para fora de seu corpo antes que a flecha fosse lançada. Para sua surpresa, não conseguiu puxar a corda do arco completamente, mas só conseguiu segurá-la por um tempo depois de esticá-la um pouco. O arco era muito apertado. Depois de usar cerca de 80% de sua força, o Cavaleiro Marechal quase não conseguiu segurar o arco em seu lugar. Se não liberasse seu qi de combate a tempo, teria perdido tanto rosto na frente de Abel. O Cavaleiro Bennett teria rido tanto se soubesse o quão difícil era para um Cavaleiro Intermediário até mesmo puxar um arco. Curiosamente, depois de puxar o barbante e mantê-lo lá por um tempo, não foi muito difícil mantê-lo no lugar. O Cavaleiro Marechal arregalou os olhos quando percebeu isso.

    — O que há com esse arco, Abel? — Ele perguntou sem sequer ter uma ideia de qual deveria ser a pergunta. Até onde sabia, esta armanão era nada parecida com qualquer outro arco que já tinha visto antes. Na verdade, foda-se. Com tantos alvos vivos fora do forte, poderia testar a eficácia do arco imediatamente. O Cavaleiro Marechal levantou-se rapidamente. Tendo trancado sua flecha em um lobisomem, a soltou de suas mãos. Não acertou o alvo, no entanto. Em vez disso, voou muito rapidamente sobre a cabeça do lobisomem.

    Os orcs também viram o tiro. Quando eles estavam prestes a evitá-lo, a flecha já havia passado por eles e voou mais além. — Hargh Hargh! — Os orcs riram enquanto apontavam seus dedos para o Cavaleiro Marechal. Então, um dos taurens jogou um machado nele. Sem se incomodar com os ruídos ridículos de seus inimigos, o Cavaleiro Marechal o pegou com a mão nua. Harry perguntou enquanto jogava o machado no chão: 

    — Porque eu não posso atirar com este arco, Abel? — 

    Abel apontou para a marcação no arco. — É porque acabei de fazer, tio. O único teste que fiz com ele foi em um campo de tiro de 50 metros. Se você estiver atirando daqui, terá que atirar a flecha em linha reta.

    Isso era tudo o que o Cavaleiro Marechal queria ouvir. Durante sua experiência anterior com arco e flecha, sempre tinha que apontar diretamente acima do alvo que pretendia atirar. Em outras palavras, teve que atirar em linhas curvas. Agora, usaria uma técnica diferente por causa do “poder de fogo” que recebeu. O Cavaleiro  Marechal puxou o arco novamente. Desta vez, foi direcionado para o tauren1 que estava rindo mais. No clique do arco, seu crânio foi esmagado no momento em que soltou o dedo. Não parou por aí, no entanto. Depois de abrir um buraco com o tamanho de um punho, a flecha atravessou a cabeça dos taurens e mergulhou no coração de um lobisomem. Os orcs ficaram em pânico depois disso. Não esperavam que um arqueiro acertasse uma matança dupla. Não, não logo após uma falha completa. 

    — Flecha! — Harry estendeu a mão para Abel, ao qual respondeu enquanto tirava rapidamente uma flecha da aljava. Tendo recarregado, o Cavaleiro Marechal começou a procurar um novo alvo. A distância entre os orcs e a parede era de cerca de 50 a 60 metros. Com essa distância, um tiro era garantido desde que o arco estivesse diretamente alinhado ao seu alvo. 

    Mais um clique no gatilho, e dessa vez foi um orc que caiu no chão. Sem falar muito, Abel passou outra flecha na mão do Cavaleiro Marechal. Três tiros foram disparados depois disso, e seis dos orcs caíram no chão. Os sobreviventes viram isso e recuaram o mais rápido que puderam.

    O Cavaleiro Marechal não os poupou, no entanto. Ao contrário dos orcs, os taurens permaneceram na frente de batalha. Não era porque eles eram mais corajosos, era porque seus passos eram muito mais lentos do que os dos Cavaleiros Lobisomens. Tendo preparado sua flecha, o Cavaleiro Marechal apontou o arco para os taurens que eram os últimos da fila. Por mais lento que fosse, ainda percorria uma distância de dez metros em um curto período de tempo. Com isso em mente, havia cerca de 70 metros entre eles e o Cavaleiro Marechal. 

    Sem pensar muito nisso, Harry apontou seu arco horizontalmente para seu alvo. Se segurasse o arco um pouco mais baixo do que deveria, ainda poderia acertar o algo mesmo se errasse. Sem algo para montar, não havia como um tauren sair de seu alcance. Foi um tiro na cabeça a 70 metros de distância. Foi um tiro certeiro em direção ao tauren, e o coitado caiu no chão na hora. Outro a 80 metros de distância. Era outro tauren. Também caiu, depois que o gatilho foi puxado. 90 metros de distância. Mais um caído. 100 metros? Sem problemas. Outro beijou o chão. O último tauren estava a cerca de 110 metros do Cavaleiro Marechal. Mais uma vez, ele soltou a flecha e conseguiu acertar seu alvo. Foi no pescoço, porém, que estava um pouco longe de ser o tiro perfeito. Agora era a hora de usar a mira.

    Todos os taurens foram praticamente eliminados. Mesmo o lobisomens mais lento estava a cerca de 150 metros de distância do Cavaleiro Marechal ainda poderia acertar um tiro na cabeça enquanto usava a mira do arco. Na verdade, o golpe foi tão impactante que o lobisomem foi jogado para fora após ser atingido.

    Percebendo o quão assustador era o arqueiro, os lobisomens rapidamente cobriram suas cabeças com as mãos nuas. Os lobos em que estavam montados, cobriram seu mestre com todo o corpo. Como a ameaça de morte era iminente sobre eles, as feras decidiram proteger seus mestres como forma de demonstrar sua lealdade. O Cavaleiro Marechal decidiu parar depois disso. Para um cavaleiro como ele, eliminar toda tropa inimiga não era algo que deveria ser feito quando a vitória já estava conquistada. Por enquanto, ele estava mais do que satisfeito com o resultado dessa batalha.

    1. Um tipo de demi-humano touro.

    Nota