Capítulo 376 - Criando Runas
A base da runa começou a brilhar em dourado escuro, mas, naquele momento, Abel percebeu algo errado. A runa que ele acabou de desenhar começou a derreter, a base de runa com núcleo de cristal dourado era poderosa demais para a Tinta Rúnica Azul suportar.
O rosto de Abel se fechou. Ele havia falhado. Com um movimento da mão, a base da runa desapareceu.
Abel não desistiu; o fracasso já era esperado. Caso contrário, ele não teria preparado três tipos de tintas rúnicas para o experimento. Sem fazer nenhuma pausa, ele pegou outra base de runa com núcleo de cristal dourado escuro e direcionou sua força espiritual para o Pincel Akara em sua mão direita. Em um piscar de olhos, toda a Tinta Rúnica Azul restante foi expelida.
Em seguida, ele mergulhou o pincel na Tinta Rúnica Dourada e começou a desenhar cuidadosamente outra vez. Seu fracasso anterior não o abalou. A runa que ele traçou estava perfeita — não precisou nem mesmo que o Pincel de Akara a corrigisse.
Mas, após trinta segundos, a runa na base também começou a tremer violentamente. A base de cristal dourado e a Tinta Rúnica Dourada estavam trocando energia, e a intensidade só aumentava, até que quase perdeu o controle.
Assim como ele esperava, um feixe de luz dourada emergiu da base da runa e lentamente se dispersou no chão como pequenas estrelas. Logo depois, ela também desapareceu.
Abel ainda não desistiu. Restava uma última esperança: a Tinta Rúnica Dourada Escura. Sem perder tempo, ele desenhou mais uma runa perfeita. Agora, só precisava esperar trinta segundos.
Mas após trinta segundos… quarenta segundos… um minuto… até dez minutos… nada aconteceu com a base da runa. Com o seu poder da vontade, Abel podia sentir que havia troca de energia, mas toda vez que o núcleo de cristal tentava se mover, era contido pela Tinta Rúnica.
Embora não tivesse explodido, a runa era inútil. Os traços não se alinhavam com a energia da base de cristal, e o poder não podia ser ativado.
Ele falhou novamente! A decepção tomou conta de Abel. Ele quase sempre tinha sucesso — seja criando armas mágicas, sinais rúnicos ou até Poções. Já fazia muito tempo desde seu último fracasso, então isso o abalou profundamente.
No entanto, ele também havia aprendido algo com esse fracasso. Subitamente, voltou a parecer confiante. Apertou o cinto Ego da Serpente e retirou uma “Poção da Alma”.
De repente, uma bancada de alquimia apareceu em sua mente. Tudo era exatamente igual — com a diferença de que ele tinha recursos infinitos para realizar infinitos experimentos ali dentro.
Como sua mente funcionava como um computador, seus pensamentos eram rápidos, e incontáveis inspirações surgiram quando começou a experimentar novamente.
Na realidade, Abel permanecia imóvel diante da bancada de alquimia. Uma hora se passou. Subitamente, seus olhos se abriram, um brilho púrpura cintilando dentro deles. Sua mente ainda operava como um computador — o efeito da “Poção da Alma” ainda não havia se dissipado.
Com um gesto, uma capa apareceu em seu corpo. Era o manto invisível que ele havia tirado do Assassino Arvid. No entanto, Abel só estava utilizando o poder da Coroa de Expansão Espiritual por cima da capa. Não queria realmente desaparecer.
Apesar do corpo de Abel começar a desaparecer ao vestir a capa, sua força espiritual quase dobrou. O mundo inteiro parecia mais nítido para ele.
Então, ele pegou a última base de runa com núcleo de cristal. Com um brilho dourado escuro, toda a tinta rúnica foi expelida do Pincel Akara, e sua ponta voltou a ser completamente branca.
Abel mergulhou suavemente o pincel na Tinta Rúnica Dourada. Pausou por um instante antes que a ponta tocasse o cristal, e então o pincel começou a se mover com uma velocidade imensa. Era como se tivesse virado uma sombra.
Não havia como Abel desenhar uma runa tão rápido sem os efeitos combinados da “Poção da Alma” e da coroa misteriosa para amplificar sua força espiritual. Como cada traço precisava ter a espessura exata, um erro mínimo o faria começar do zero.
Normalmente, Abel levaria alguns minutos para desenhar uma runa, mas, desta vez, levou apenas vinte segundos. Antes que a base pudesse começar a se fundir com a tinta dourada, ele já havia expelido toda a Tinta Rúnica Dourada com o Pincel Akara.
Imediatamente, mergulhou o pincel na Tinta Rúnica Dourada Escura e começou a desenhar novamente. A base de runa já estava mudando, mas logo foi coberta por uma nova camada de tinta rúnica intermediária dourado escuro. A partir dali, qualquer coisa poderia acontecer.
Após mais vinte segundos, Abel parou. Estava completamente lúcido pelos efeitos da “Poção da Alma” e observou a runa em sua mão com expectativa.
A base continuou a se fundir com a runa do início ao fim, mas novamente foi contida pela Tinta Rúnica Dourada Escura.
Após cerca de trinta segundos, uma camada de brilho dourado escuro envolveu a runa. Justo quando Abel achou que tinha falhado de novo, o brilho desapareceu. A runa não se dispersou — permaneceu intacta em sua mão.
Abel se concentrou com sua força espiritual. Embora parecesse tranquila, havia uma quantidade massiva de energia saindo em seu interior, como a runa 3#tir. Ele havia conseguido.
Abel estava satisfeito. Agora entendia por que havia falhado tantas vezes. Na verdade, ele sequer atendia ao requisito básico de força espiritual.
Se fosse tentar criar outra runa real, ainda não conseguiria — pelo menos não sem a “Poção da Alma”.
Uma runa precisava ser desenhada em menos de vinte segundos. Isso representava uma mudança drástica, já que, normalmente, Abel levaria vários minutos. Só isso já mostrava o quão diferentes eram os conhecimentos sobre runas entre o Mundo Sombrio e o Continente Sagrado. Abel sempre se orgulhava de sua habilidade com runas, mas ainda tinha um longo caminho pela frente.
Agora que sabia qual era sua fraqueza, poderia superá-la. À medida que seu nível de mago aumentasse, sua força espiritual também cresceria. Enquanto continuasse tomando a “Poção da Alma”, um dia alcançaria o nível necessário. Quanto à velocidade, sua intuição dizia que só a conquistaria quando se tornasse um comandante-chefe.
A velocidade sempre foi o calcanhar de Aquiles dos cavaleiros, já que dependiam de suas montarias. Por isso, focavam em força e defesa. Esse também era o caso de Abel.
Abel empurrou a runa 8#al recém-criada para dentro do Cubo Horádrico para examiná-la.
Através do Cubo Horádrico, Abel podia verificar se a runa era aceita pelo Mundo Sombrio. Ele então concentrou sua força espiritual no Cubo, e algumas informações surgiram:
Runa: Al
Pode ser colocada em armas com soquete
Armas: adiciona 5-30 de dano de fogo
Armadura: resistência a fogo +30%
Elmo: resistência a fogo +30%
Escudo: resistência a fogo +30%
Essa runa que Abel criou com as próprias mãos foi aceita pelo Cubo Horádrico. Isso significava que ele agora possuía a habilidade de forjar as armas mais poderosas do Mundo Sombrio: as Palavras Rúnicas.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.