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    Como “colegas”, tanto o Mago Anthem quanto o Mago Edmond sabiam o quão poderoso Cliff era. Sabiam quantos equipamentos ele carregava. Sabiam o quanto ele podia ser aterrorizante em combate. Na verdade, mesmo se fosse uma luta dos dois contra ele sozinho, quase podiam garantir que perderiam.

    E, ainda assim, ali estava Cliff. Um homem morto, partido ao meio. Ele nunca teve um bom relacionamento com eles, era inevitável sentir tristeza ao ver alguém conhecido por tanto tempo encontrar um fim tão trágico.

    O Mago Anthem suspirou: “Vamos, uh… vamos só recolher o corpo dele por enquanto.”

    O Mago Edmond pegou sua bolsa espiritual e guardou o cadáver de Cliff dentro dela. Depois, começou a perguntar:

    “Por que Cliff deixou sua torre mágica?” Sim, por quê? Quando Edmond fez a pergunta, de repente se deu conta de algo. Anthem também. Os dois perceberam ao mesmo tempo, e se olharam imediatamente.

    “A agência de inteligência!” disseram em uníssono.

    Logo chegaram à colina baixa. Diferente de antes, todos os edifícios que havia ali haviam desaparecido. Parecia que um monstro gigantesco havia pisado sobre tudo. Ou estavam completamente destruídos, ou as áreas estavam simplesmente nuas.

    “O qu- cadê a torre mágica?!” gritou Anthem. Quando chegaram ao local onde costumava ficar a Torre Mágica de Cliff, tudo o que encontraram foi uma cratera imensa e profunda, sem fim visível.

    Não sabiam o que dizer. E, na verdade, nem o que pensar. Sempre sentiram inveja da forma como Cliff construiu sua própria torre mágica. Eles nunca tiveram gente suficiente do lado deles, então não podiam saquear as pedras de luto da mesma maneira que Cliff fez.

    Agora, tudo havia desaparecido. A torre mágica mais poderosa do Reino de St. Ellis simplesmente sumiu. Estava fora de vista, sem deixar sequer um rastro. Mas como? Uma torre não era um brinquedinho qualquer. A Torre tinha cinquenta metros de altura. Nem precisava dizer que não era algo que se movia com facilidade.

    Seria uma bolsa espiritual supergigante? Nunca ouviram falar de algo tão grande a ponto de caber uma torre inteira. Ok, talvez as lendárias, mas essas pertenciam às famílias reais mais poderosas do mundo. E, além disso, se o assassino era forte o suficiente para matar um mago avançado sozinho, por que se incomodaria com a torre?

    Ao examinarem os arredores, perceberam que toda a área havia sido meticulosamente escavada. Pelo que podiam deduzir, após matar Cliff, o assassino retornou para saquear tudo o que fosse de valor, inclusive, talvez, a própria torre mágica

    Era absolutamente ridículo. Parecia até que o assassino era um pobre coitado, e por isso precisava catar tudo que visse pela frente. As famílias reais jamais agiriam assim. Estavam muito acima de disputas por posses triviais de um mago, por mais poderoso que ele fosse..

    Depois de terminar de examinar o local, o Mago Anthem falou: “Vamos deixar que os especialistas do nosso clã cuidem disso.”

    “Que especialistas?” Edmond apontou para os escombros à sua frente. “Todos estão mortos, não percebeu? A agência de inteligência estava aqui antes. Todos morreram. Vamos ter que chamar gente de outras cidades.”

    Anthem disse com uma expressão abalada: “vamos chamar quem conseguirmos.. Podemos ir embora agora? Tenho uma sensação horrível sobre esse lugar.”

    “Ah, não. Você sentiu alguma coisa?” perguntou Edmond. Ele também começava a parecer apavorado. E, independente de haver ou não algo realmente errado ali, decidiram que o melhor era partir e relatar tudo que viram.

    Com dois flashes de luz branca, os dois magos avançados desapareceram do local. A Torre Mágica Cliff, ou o que antes era, estava em silêncio mais uma vez.

    Em um enorme castelo distante, um mago falava com um velho mago no centro de uma sala.

    “O sétimo morreu!” exclamou ele.

    O velho não parecia muito triste com a notícia: “Ótimo. Achei que aquele lixo ia morrer no campo de batalha depois que alcançasse o nível 17 ou 18, mas… veja só? Morto no Continente Sagrado! Patético, se quer saber.”

    O mago respondeu:“Ainda assim, ele fazia parte da nossa linhagem. Somos os únicos que podiam discipliná-lo. Agora que acabou assim, a responsabilidade é nossa. Por enquanto, vou mandar o Sexto e o Quinto voltarem.”

    O velho gesticulou para dispensá-lo: “É, é. Deixo tudo com você. Já estou velho, sabia? Se não continuar avançando de nível, vou morrer de causas naturais mesmo.”

    Naquele momento, Abel ainda não sabia que seus problemas estavam longe de acabar. Ele estava a caminho da Cidade de Liante, o ponto de encontro entre os Reinos de St. Ellis, St. Pierrt e St. Anwall.

    Não foi até lá para causar confusão. Na verdade, era o oposto. Mesmo após assumir o controle da Torre Mágica Cliff, ainda era um homem procurado. Como Liante era controlada pelos três reinos, mesmo que as autoridades o encontrassem, precisariam da permissão de todos os três governos para emitir um mandado oficial de prisão.

    Então, por que ele não foi para lá antes? Simples. Enquanto Cliff estava vivo, tudo o que queria era transformar Abel em seu prisioneiro. Depois de falhar, passou a tomar medidas cada vez mais desesperadas. Se soubesse que Abel estava indo para Liante, não teria dificuldade em segui-lo, nem mesmo precisaria de um círculo de teleporte.

    Agora que Cliff estava morto, Abel estava livre para procurar a propriedade que tinha na Cidade de Liante. Podia viver ali por um tempo, pelo menos até que a União dos Magos de St. Ellis desistisse de investigá-lo. Com a agência de inteligência fora de cena, não achava que haveria mais alguém louco o bastante para perseguir um mestre ferreiro.

    Abel decidiu não retornar imediatamente ao Ducado Camelot. Resolveu ficar em Liante principalmente para demonstrar boa vontade à União dos Magos de St. Ellis. Mais importante ainda, queria provar sua inocência ao não fugir. Bom, não que alguém realmente acreditasse que um mago de sexto nível poderia matar um de décimo sexto, mas quanto mais álibis tivesse, melhor.

    Agora, então. Como centro do mundo humano, Abel sempre teve curiosidade de conhecer a Cidade de Liante. Era um lugar que sempre o intrigou. Seu querido mestre Morton falava dela com admiração.

    Segundo Morton, as leis em Liante eram rígidas. Ainda assim, era a cidade dos sonhos para qualquer mago, pois lá se encontrava tudo o que eles desejavam. Agora que Abel “acidentalmente” se tornou proprietário de uma casa ali, já não estava mais sujeito à “regra dos dez dias de estadia temporária

    Enquanto voava nas costas da Nuvem Branca, começou a lembrar da luta que teve com o Mago Cliff. Por mais dominante que fosse, ele estava começando a encarar magos avançados com mais cautela. Se havia algo que aprendeu com aquela luta, era que magos avançados eram incrivelmente difíceis de matar.

    Embora não tenha levado muito tempo para encurralar Cliff, Abel dedicou bastante esforço à preparação da estratégia. Primeiro, teve que reunir criaturas invocadas fortes o suficiente para representarem uma ameaça, o que não foi fácil. Até mesmo o capitão dos cavaleiros espirituais quase foi destruído pelos ataques de raio de Cliff.

    Depois disso, Abel teve que atrair Cliff para a armadilha. Não bastava estudar a geografia do campo de batalha; ele também precisava prever por onde Cliff tentaria escapar. E nem tudo saiu conforme o planejado. Houve vários momentos em que a sorte foi absolutamente essencial.

    Simplificando: foi uma luta difícil do início ao fim. Um único erro teria sido o bastante para Cliff virar o jogo.

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