A Capitã

Após a morte do rei, o reino de Évora se encontra em uma situação delicada. A herdeira legítima do trono é Catarina, viúva do antigo monarca. Mas os nobres, ricos e arrogantes, relutam em aceitar plenamente o comando de sua rainha. Conspirações surgem, e pretendentes clamam pelo direito ao trono, ofendidos pelo fato de que a coroa está sobre a cabeça de uma mulher, famosa por suas festas e não por suas habilidades políticas e estratégicas.

Em seu castelo, Catarina enfrenta um desafio não menos difícil. Sua guarda real, formada pelos melhores soldados do reino, encontra-se sem um líder. O capitão Augusto, querido e respeitado por todos, morreu em batalha. Enxergando uma oportunidade para retomar um pouco do controle do reino e já desgastada pela constante desconfiança dos homens, Catarina escolhe uma mulher para ser sua nova capitã. Trata-se de Maria, uma jovem soldada vinda de uma distante divisão da infantaria. É uma guerreira condecorada por sua coragem em batalha, mas uma completa desconhecida para aqueles soldados.

Um desses soldados é Martim. Atormentado pela culpa que sente pela morte de seu capitão Augusto, é constante alvo de ataques e agressões de seus colegas da guarda. Em meio à difícil convivência no pelotão, Martim acompanha a chegada de sua nova capitã com apreensão. Ele teme que a nova comandante, por ser uma mulher frágil e inexperiente, não será capaz de conquistar o respeito dos soldados, e que a desordem tornará sua vida insuportável.

Mas ao chegar, a capitã logo demonstra que Martim estava errado, e que sua vida está prestes a mudar drasticamente, de uma forma que ele jamais poderia adivinhar.