Capítulo 4 - Pista para Edric
“Os Lordes são todos irmãos?”, pergunta Jenny surpresa com a afirmação de Rubi.
“O que? Não. Quer dizer, não sei dos outros”, responde Liz, incerta de suas palavras. “Se eles forem as pessoas que eu acho que são, não tem como eles serem todos irmãos. Mas o último que falta é meu irmão. Só meu”, enfatiza.
“Entendi”, diz Jenny.
“E o Lorde Demônio vai ajudar a gente pra voltar pra casa e salvar o irmãozinho. Tocante”, diz Helga exalando ironia.
“É, acho que é isso mesmo”, Liz concorda.
“Até que é bonito. Talvez poético”, Arielle comenta.
Mesmo sem levar dano, aqueles cortes da Helga ainda doeram, Liz divaga, olhando para seu braço. Os arranhões já sumiram, sem deixar cicatriz, mas mesmo assim, me incomoda imaginar o Miguel levando isso….
“Temos que achar esse tal Edric logo”, diz Liz.
Jenny e Arielle acenam positivamente com a cabeça, enquanto Helga permanece parada com os braços cruzados, discordando da colaboração de Rubi.
“Isso vai dar problema”, Helga afirma.
“O que?”, pergunta a meia-elfa, desacreditada com a oposição da amiga.
“Não podemos fazer time com… ela”, Helga reforça.
Você também não seria a minha primeira opção num time, Liz pensa, descontente. Mas não temos muitas opções por aqui.
“Podemos ir alí conversar?”, pede Jenny a Helga.
“Claro”, responde Helga. “Se você conseguir andar.”
Gosto dessa Jenny também, pensa Liz. Ela sabe lidar com pessoas… e demônios.
As duas vão na direção do centro das ruínas. Jenny, ainda com dor, anda devagar, mas Helga a acompanha pacientemente ao seu lado. Quando chegam ao centro, Jenny pede, “Por favor. Da última vez, a gente não conseguiu nem passar da barreira. Talvez agora, com a ajuda dela, tenhamos chance de parar isso.”
“Isso não vai dar certo”, Helga reclama. “Ela é um demônio, vai acabar com a gente na primeira oportunidade.”
“Eu sei que pode acabar mal. Não é a situação que eu queria. Mas ela já teve a primeira oportunidade e não o fez.”
“Claro que não fez, ela só quase te matou”, ela ironiza. “Se você quer morrer com um tiro nas costas, vá em frente.”
“Eu prefiro arriscar morrer com um golpe nas costas do que ter que ficar impotente e ver invocarem mais um Lorde demônio bem na nossa frente”
O argumento bate bem na ferida de Helga. Ainda relutante, ela olha para a demônio e a vê de longe sorrindo e confiante. Nunca é um bom sinal ver um demônio assim. Aliás, nunca é um bom sinal ver um demônio, ela pensa. Logo, desvia o olhar para Ariele que acena positivamente com a cabeça, demonstrando seu voto de confiança. Aquela ali nem conta. Não precisa de muita coisa para enganar a Arielle. Ela volta o olhar para Jenny que está séria, aguardando sua decisão. Por fim, dá um longo suspiro.
“Tá, que seja. Mas se ela nos der de comer pro irmãozinho dela, a culpa é de vocês”, desabafa Helga concordando com Jenny.
“Ótimo!”, Jenny comemora. “Pode dar uma segurada nas ofensas?”
“Vou ter que abaixar a cabeça agora?”, ela questiona indignada
“Prefere que o tiro nas costas seja uma certeza e não uma possibilidade?”, Jenny retruca.
Helga, mais uma vez, suspira. “Eu vou tentar”, diz ela. “Mas ninguém pode saber que fizemos.”
Jenny concorda, acenando com a cabeça e as duas voltam juntas até a borda das ruínas onde estão Arielle e Rubi.
“Qual o plano?”, Helga pergunta bem resignada.
Contente com a decisão da amiga, a meia-elfa vai sorrindo até Helga e coloca a mão em seu ombro. “Não podemos fazer isso sem você”, ela diz.
“Bem, vamos nos organizar. Arielle tem como ir pegar minha mochila? A deixei no chão um pouco antes de chegarmos aqui,” diz Jenny, apontando na direção onde elas estavam quando Liz as viu pela primeira vez.
“Tá bom”, diz Arielle indo para o sul daquele local.
“Helga, pode ir ver como estão os cavalos que vimos? Se levaram todos”, diz Jenny.
“Eu vou, mas você tem certeza?”, diz Helga, preocupada em deixar sua amiga sozinha com Rubi.
“Tá tudo bem”, diz Jenny.
Helga confirma com um movimento de cabeça e anda para o leste daquela região. Antes de sair do círculo de pedras, ela fixa um olhar intimidante em Rubi, pega uma das tochas no chão e continua seu caminho.
“Ela é muito desconfiada, ein”, comenta Liz, soltando uma risadinha ao final da frase.
Pelo menos ela não me ofendeu, pensa a demônio.
“Ela tem seus motivos”, diz Jenny.
Quando suas duas amigas saem do grande círculo de pedra que as cerca, Jenny vai para perto de uma das colunas de pedra. Ela se senta no chão, apoiando as costas e a cabeça na grande rocha. Em seguida, solta um grande suspiro, como se estivesse aliviando o corpo após um grande esforço.
Ela é uma boa líder, Liz pensa. No lugar dela, eu não acho que teria feito a mesma coisa depois de ser atacada.
“E você, Rubi? O que um lorde pode fazer para nos ajudar?”, questiona Jenny.
“Boa pergunta. Eu ainda preciso testar algo”, responde Liz, dirigindo-se ao local onde está seu arco.
“Tudo bem então, vou ficar aqui observando” diz Jenny, curiosa com a resposta de Rubi.”Só cuidado pra não me matar nesse teste”. Ela ri desconfortavelmente.
Liz deixa seu casaco dobrado no chão e pega seu arco. Ela o segura com firmeza, agora prestando mais atenção, ela percebe a textura da madeira sob seus dedos.
Até agora os itens funcionam, pensa Liz encarando o arco em sua mão. A coroa ativou quando eu pensei em usar ela e a Resistência Demoníaca funcionou contra Helga, então minhas habilidades de raça ainda existem. Liz vê o sangue no casaco dobrado ao lado de seus pés e se lembra da situação de Jenny. Olhando bem, a flecha ainda fez a Jenny sangrar um pouco e, mesmo com resistência, eu ainda senti dor nos golpes que levei. Tudo é mais real do que no jogo. Acho que só falta testar duas coisas.
Liz aponta seu arco para o norte, certa de que nessa direção não há ninguém que possa ser alvo de alguma flecha perdida, considerando que Arielle foi para o sul, Helga para o leste, Jenny está bem atrás dela e a sua esquerda, estão amarrados os três cultistas que restaram da batalha.
A demônio se prepara para atirar entre duas das colunas de pedra. Ela puxa a corda do seu arco e uma flecha de energia se forma junto ao movimento de seu braço. Dessa vez, diferente da primeira flecha, ela se concentra na magia específica que deseja utilizar. A flecha formada, ao contrário da anterior, que era vermelha, apresenta uma cor alaranjada e é muito mais espessa do que uma flecha comum. “Voleio Arcano!”, exclama Liz, disparando a flecha que se fragmenta em outras menores, espalhando-se em diferentes direções como se fosse um leque aberto.
As flechas seguem em alta velocidade. A maioria passa entre as rochas e avança por vários metros antes de desaparecer no ar. No entanto, devido ao espalhamento, algumas atingem as colunas, perfurando-as. O estrago não é muito grande, apenas buracos da espessura exata das flechas, que não chegam a atravessar a rocha.
A magia funciona como deveria, pensa Liz, abaixando seu arco. Até o tempo de conjuração é o mesmo, então as outras magias de classe devem funcionar.
“Nossa!” exclama Arielle, impressionada, dando um pequeno susto em Liz e Jenny, que estão concentradas e não percebem seu retorno. Ela está parada ao sul, entre outras rochas, com a rocha à sua esquerda sendo a mesma onde Jenny está escorada. Em sua mão esquerda ela segura uma mochila que não estava com ela antes
“Já achou a minha mochila?”, pergunta Jenny.
“Ela estava jogada no meio da grama, não foi difícil ver”, Arielle responde, erguendo a mochila e sem seguida entregando-a para Jenny.
“Na hora do perigo, não queria nada para atrapalhar”, Jenny explica.
“O que você está fazendo aí no chão? Você está bem?” pergunta Arielle, esboçando preocupação com a amiga.
“Estou bem, só estou… descansando”, responde Jenny.
“E a Rubi está fazendo o quê?”, indaga Arielle.
“Testando algo”, Jenny responde.
“Ata, eu nunca vi um Voleio Arcano com flechas mágicas, só com flechas normais”, comenta Arielle.
Liz ouve isso e sua curiosidade fica atiçada. Ela volta andando até onde estão Jenny e Arielle.
“Conhece essa magia?”, Liz questiona.
“Não, eu não uso arco, então nunca aprendi essa”, Arielle erguendo seu cajado por onde ela conjurar suas magias.
“Não, não é isso. Já viu alguém usando essa magia?”, a demônio insiste, curiosa.
“Ah sim! Já vi, era um elfo, ele era de um grupo de Ébano”, a meia-elfa responde.
“Ébano?”, Liz questiona-se confusa com o termo.
“É como os elfos avaliam a força de aventureiros, com tipos madeiras”, Jenny responde, sabendo que se dependesse de Arielle a conversa terminaria com uma aula sobre diferentes tipos de madeiras.
“E isso é alto?” Liz pergunta.
“É muitão”, Arielle responde.
“É bom saber que tem mais gente por aí com magias como as minhas”, Liz comenta.
“Vai usar essa magia contra o Edric?” Jenny pergunta.
“Não, só estou testando umas magias”, Liz responde. “Por falar nisso, ainda falta um teste”, ela diz isso voltando até onde estava enquanto testava sua magia.
Só mais essa, e eu vou ter certeza das coisas que eu posso fazer, Liz pensa. Ela abaixa a mão que está segurando o arco, se concentra na magia que deseja usar e com a mão direita faz um movimento ascendente. A palma virada para cima e os dedos erguidos, como se ela estivesse levantando algo. Jenny e Arielle estão encarando esse movimento sem piscar, imaginando que tipo de magia Rubi usará agora. “Convocar Dragão!”, ela exclama.
“Ela não iria… iria?”, Jenny questiona, incrédula.
“Será que ela vai…”, comenta a esperançosa meia-elfa.
Rubi permanece quieta e imóvel por alguns instantes, até que ela se vira de volta para Jenny e Arielle e vem andando até elas.
“Falhou”, suspira Liz com frustração.
“Você iria invocar a porra de um dragão?”, questiona Jenny, indignada.
“Sim”, responde Liz.
“Impressionante”, comenta Arielle, admirada.
“Infelizmente, não deu certo”, completa Liz.
“Que pena”, lamenta Arielle.
“Teria sido útil”, reflete Liz.
“Concordo”, concorda Arielle.
“Podia ter nos avisado antes”, reclama Jenny.
“Não sabia se daria certo, e não deu. Então não tem problema”, ela explica.
Então, só posso contar com minhas habilidades de classe e raça, pensa Liz, frustrada. Que porcaria, metade do meu arsenal foi embora.
“Enfim, para onde foi o Edric?”, questiona Liz.
“Não temos como ter certeza, mas eu posso ter uma ideia”, diz Jenny, pegando de sua mochila um pedaço de papel enrolado. Em seguida, ela o desenrola e deixa-o aberto no chão entre Liz, Jenny e Arielle.
“Um mapa!”, diz Liz, animada em ver aquilo.
“Sim, é um mapa dessa região”, diz Jenny.
“Ganhamos de um amigo que nos deu a missão de verificar as ruínas”, completa Arielle.
Olhando para o mapa, Liz identifica que é uma escala regional. Há apenas duas cidades indicadas nele, uma ao centro e outra quase na borda, bem a leste. É possível ver várias estradas desenhadas saindo da cidade central e indo para todos os lados. Cada uma parece estar identificada por um nome escrito ao lado de cada respectiva estrada. Liz percebe que são nomes diferentes, pois cada um apresenta palavras diferentes. Ela não tem certeza se seriam nomes, pois não entende uma única palavra ou letra que está escrita ali.
Ela também nota que o mapa está circulado em quatro locais diferentes, porém todos ao sul da cidade que está no centro.
“Onde estamos?”, pergunta Liz.
“Bem aqui”, responde Jenny, indicando com o dedo bem em cima de uma das marcações no mapa.
“As outras marcações são os outros lugares onde o Eric pode ter ido?”, Liz pergunta.
“Sim, isso mesmo”, diz Jenny.
“O quão preciso é esse mapa?”, pergunta Liz.
“Como assim?”, Jenny pergunta
“Se eu sair daqui em linha reta, seguindo a direção do mapa, eu chego nesse lugar?”, ela pergunta.
“Entendi, é um mapa muito bom”, afirma Jenny.
“Jenny, quem fez o mapa foi o Silvana”, diz Arielle, avisando a amiga.
Ouvir isso faz Jenny repensar suas palavras. “É um bom mapa”, diz ela se corrigindo.
“Acho que já serve”, diz Liz.
Liz se orienta pelo mapa na direção de uma das marcações. Ergue a mão esquerda e uma magia começa a se formar na frente de seus dedos. A magia toma a forma de um corvo roxo translúcido. “Corvo Buscador!”, Liz exclama e o pássaro sai voando na direção indicada.
“É uma magia de rastreamento?”, pergunta Jenny.
“Mais ou menos. Esse corvo vai em linha reta e eu posso ver através dele. Se encontrar algo vivo no caminho, eu vou ser alertada”, explica Liz.
Liz repete o processo mais duas vezes, lançando um corvo para cada direção marcada no mapa.
“Qual é a distância entre aqui e essas marcações?”, pergunta Liz.
“A mais próxima, a leste daqui, fica a cerca de cinco horas de caminhada daqui, e a mais distante, bem ao sul, leva umas duas horas a mais”, responde Arielle.
Com essa informação, Liz observa novamente o mapa e compara a escala das distâncias.
“Então, a cidade mais próxima fica a mais de um dia daqui?”, exclama Liz, surpresa.
“Sim, é isso mesmo”, responde Jenny,
“Então a Arielle não conseguiria avisar alguém a tempo nem se ela quisesse muito”, deduz Liz.
“Não custava nada sonhar com o milagre”, explica-se a meia-elfa.
“Sabe ler esse tipo de mapa?”, questiona Jenny, intrigada.
“Sim, faz parte da minha especialidade, caçar e ler mapas”, responde Liz com confiança. “Eu sou uma patrulheira.”
“Seu irmão também?”, Arielle pergunta.
O semblante de Rubi some quando a meia-elfa menciona o irmão. “Não, ele era… como a Helga. Grande, armadurado e sempre fazendo a linha de frente”, afirma a demônio, com tristeza. “Um cavaleiro guardião… meu cavaleiro guardião…”
Por causa da minha classe, explorar, caçar e ler mapas eram atividades comuns para Miguel e eu dentro do jogo, ela divaga. Até mesmo essas coroas foram resultado da exploração de masmorras escondidas. Claro que a parte explorar era minha, mas eu não teria conseguido passar pelos monstros e os outros jogadores no caminho sem ele.
Jenny percebe o baixo-astral de Rubi e decide tentar mudar o assunto. “E aqueles três ali?”, pergunta se referindo aos homens que Arielle amarrou.
“Eles estão bem, quando eu fui ver eles, já haviam parado de sangrar. As feridas deles estão se fechando sozinhas, nem parecem humanos”, diz Arielle com repúdio.
“Acha que eles vão acordar agora?”, questiona Jenny.
“Eu duvido, eles apanharam muito. Vão ficar assim por algumas horas”, responde Arielle.
“Não vai dar pra tirar informação deles então”, diz Jenny
“Então não tem muito que possamos fazer por agora”, diz Liz, sentando-se ao chão próximo a Jenny. Arielle segue o mesmo exemplo e se senta próximo às duas.
Após algum tempo, Helga volta, ainda segurando a mesma tocha que levou.
“Que lugar merda. Quase não achei eles, estava muito escuro”, Helga reclama.
“Encontrou os cavalos?”, Jenny pergunta.
“Achei o que sobrou deles”, Helga responde.
“Estavam mortos?”, Arielle pergunta aflita.
“Eles levaram a maioria e os que não tinham dono pra montar, viraram peso morto, literalmente”, comenta Helga.
Arielle suspira triste com o comentário.
“Tem algum rastro?”, Liz pergunta.
“Tem. Eu segui um pouco e eles foram pro leste”, responde Helga.
Jenny e Liz se encaram, um olhar de dúvida paira sobre as duas.
“Você também acha isso estranho?”, Jenny questiona.
“Bastante”, responde a demônio.
“O que tem o leste?”, questiona Arielle, confusa
“leste é a ruína mais próxima daqui”, Jenny explica.
“Não faz sentido ele querer ir pro lugar mais próximo?”, Arielle pergunta.
“Faz, mas ele precisa estar na ruína só a noite, e ele matou os próprios cavalos para ninguém seguir ele”, responde Jenny.
“Mas ele acha que vocês estão mortas”, diz Liz.
“Você tem razão, é a nossa pista. Vamos começar por ai”, diz Jenny fazendo esforço para se levantar. É visível que ela sente muita dor ainda.
Arielle e Helga se encaram. A garota armadurada faz um aceno assertivo com a cabeça e a meia-elfa responde com o mesmo gesto parecendo concordar com algo.
“Não. É melhor a gente ficar e você descansar um pouco”, diz Helga, enfincando a tocha novamente no chão.
“Não, a gente não pode ficar parado por isso”, reclama Jenny.
“Você mesma disse que ele só precisa estar lá amanhã à noite, o mesmo vale pra gente”, diz Arielle, preocupada com a amiga.
“Mas a gente não pode ficar sem fazer nada”, diz Jenny frustrada.
“Você tá toda quebrada, a gente vai demorar mais se você for assim”, diz Helga.
“Não temos certeza se o leste é o caminho, você mesma disse que é estranho ele ir pra lá”, diz Arielle.
“Eu sei, mas é a nossa pista, estamos tão perto”, diz Jenny.
“Não é uma boa pista”, Arielle
Liz vê o grupo discutir. Ela entende os motivos dos dois lados da briga. Se tivesse que escolher um lado, eu escolheria partir agora, ela pensa, sem conseguir propor. Mas essa situação é culpa minha. Não seria justo.
“A Arielle tem razão, é melhor esperarmos”, diz Liz se intrometendo no meio da discussão. Jenny e Helga se surpreendem com a posição de Liz.
“Achei que você fosse quem estivesse com mais pressa”, diz Helga, desconfiada.
“Eu também”, diz Jenny, surpresa.
“Acho que sou, mas eu gostaria de confirmar a pista primeiro”, diz Liz.
“E como você vai confirmar a pista?”, pergunta Arielle
“Podemos esperar a minha magia achar eles ou esperar as caras ali acordarem e os interrogamos. Deve demorar um tempo pra que alguma dessas coisas aconteça e nesse tempo vocês podem descansar”, propõe Liz.
“Gostei disso”, diz Arielle animada.
“Você usou uma magia?”, pergunta Helga.
“Usei, mas ela não encontrou eles ainda”, Liz explica.
Sei que elas tem razão, pensa Jenny. Não queria ser o peso, mas acho que não tenho como convencer aquelas três.
“Tá bom, que seja”, diz ela se conformando com a situação.
“É bom mesmo, estou meio cansada também”, diz Helga, relaxando os ombros.
“Podem descansar, eu fico de olho com a dona Rubi”, diz Arielle confiante.
Helga se lembra de que terá de dormir sob a presença de um demônio. “Vai ser uma longa noite”, ela desabafa desanimada.
É bom ver que a situação se resolveu, Liz pensa. Vai ser um pequeno atraso, mas é o melhor a se fazer por agora. E… talvez seja bom testar mais uma coisa.
Explicando um pouco os descritores dos feitiços e da conjuração:
Glossário de Feitiços
Ciclo: Feitiços são classificados em ciclos que variam de 1 a 9. O ciclo define a complexidade, o poder e o custo de mana do feitiço. O nível de um conjurador pode ser medido pelo ciclo máximo de feitiço que ele pode conjurar. Feitiços de ciclos inferiores podem ser conjurados como se fossem de ciclos superiores, o que aumenta seu tempo de conjuração, poder e custo de mana.
Tipo: Define a função primária do feitiço. Um feitiço pode possuir múltiplos tipos ao mesmo tempo. Os principais são:
- Ofensivo: Feitiços que causam dano direto.
- Utilidade: Feitiços que oferecem suporte ou efeitos protetivos.
- Bônus: Feitiços que aumentam temporariamente atributos ou concedem melhorias.
- Encanto: Feitiços de duração prolongada ou ativação não imediata.
Conjuração: Refere-se ao tempo necessário para lançar o feitiço. O tempo padrão é de aproximadamente 3 segundos para um feitiço de 1º ciclo, aumentando para ciclos superiores. No entanto, alguns feitiços possuem variações: feitiços de conjuração rápida podem ser lançados instantaneamente ou como reação a um gatilho, enquanto feitiços de conjuração estendida exigem mais tempo que o normal para serem completados. Se o conjurador for interrompido durante a conjuração, o feitiço pode ser cancelado.
Alcance: Determina a área afetada pelo feitiço. O efeito pode ser centrado no conjurador ou ter um raio de alcance específico.
Componentes: Elementos necessários para a execução do feitiço. Por exemplo, podendo ser verbal e requerer a entoação do nome do feitiço ou material e requerer um certo item para executar o efeito.
Duração: Define por quanto tempo o efeito do feitiço persiste. Pode ser instantânea, quando ocorre imediatamente e se encerra, ou prolongada, quando dura por um período definido e, em alguns casos, pode ser renovada.
Recarga: Tempo necessário para poder conjurar novamente o feitiço após seu efeito terminar. Não há um padrão fixo para esse tempo.
Descrição: Detalha as regras de funcionamento e os efeitos do feitiço, bem como a ordem de execução e os efeitos de conjuração.
Conforme os capítulos se desenrolam, irei postando alguns materiais extras no formato de cards como esse que se aprofunda nos feitiços. Esse modelo do bloco é o padrão para os feitiços.
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