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    Enquanto isso. Próximo ao cristal, Joshua se impressiona com a estratégia de seu líder. “Não sabia que esse tipo de magia poderia funcionar contra um diabo”, ele comenta.

    “As succubus não tem resistência a fogo”, Edric afirma.

    “Se o senhor continuar assim. Talvez…”, Joshua pondera, bastante otimista.

    “Não me superestime, Joshua”, Edric o interrompe, sem se virar, pois está focado na batalha contra a Lorde. 

    Joshua se abala com a afirmação de Edric. “Senhor?”, ele questiona. 

    “Não vamos conseguir manter isso por muito tempo, só estamos atrasando-a”, diz Edric, pessimista. “Eu detesto dizer isso, mas precisamos adiar o ritual e levar o cristal para outra ruína.”

    “Mas, como o senhor vai fazer isso? Só o senhor tem chances de segurar ela”, Joshua alerta. 

    “Eu não vou fazer isso, você vai”, diz Edric. “Você sabe o ritual. É o único por aqui que pode.”  

    Joshua fica assustado com o peso do pedido de Edric.

    “Não deixe que o nosso sacrifício seja em vão”, Edric continua seu pedido antes que Joshua possa recusar. “Por favor.”

    Joshua, sem dizer nada, apenas se vira e pega o cristal. Ele corre, na direção oposta à Rubi, o melhor que pode. Porém ele caminha devagar, suas feridas ainda estão abertas.

    De volta a borda das ruínas, Rubi está em uma situação difícil.  A conjuração daquela magia é muito rápida. Não tem como eu desviar desse cara na minha frente e do Edric ao mesmo tempo, ela analisa. E não tem como eu atacar sem virar um alvo fácil. Me distrair é tudo o que eles querem. 

    Furioso, Gram investe em mais um ataque, ele tenta mais uma estocada, tentando obrigá-la a esquivar para trás novamente. 

    Não tem como eu evitar ser acertada, Rubi pensa, cansada daquilo tudo. Então vou pelo menos pior.

    Ela se esquiva para a esquerda de Gram, direção oposta ao centro das Ruínas, se posicionando de forma que aquele manto vermelho fica entre ela e Edric. 

    Ela aguarda por um ataque, porém, dessa vez a rajada de fogo não vem. Edric não consegue acertar Rubi atrás de seu companheiro. Gram não se importa com isso e vai mais uma vez para o ataque. 

    Quando ele se aproxima, Rubi dispara outra flecha rubra à queima-roupa contra o peito de Gram. O impacto a essa distância arremessa-o longe. 

    No instante em que o cultista deixa de bloquear o caminho, Edric, pronto para disparar, não pensa duas vezes e lança sua magia. O demônio pega fogo mais uma vez.

    Quando a chama passa, mais fumaça começa a sair do corpo quente de Rubi. Por mais que seus equipamentos estejam intactos, sua pele está marcada com algumas queimaduras. Esse fogo dói, mas deve melhor do que levar um corte daquelas espadas, ela pensa. Minha resistência física é menor do que a mágica.

    Ela olha no centro das ruínas e não vê o cristal, apenas dois mantos vermelhos em pé, sendo o mais próximo Edric e ao fundo, quase saindo das ruínas, Joshua. Se o cristal não está ali no meio, imagino com quem está, ela pensa. 

    Edric dá um passo para o lado, se posicionado no meio do caminho entre Rubi e Joshua. 

    Rubi encara aquele homem, que exibe uma expressão de desprezo, criando uma flecha e se preparando para dispará-la. “Se você não sair do meio, vou fazer questão de acabar com você”, ela adverte com firmeza.

    Edric se mantém firme, sem dar para trás. “Não posso deixar que você me impeça. Muitos dos meus amigos já caíram, e muitos outros ainda contam comigo”, ele diz. Suas mãos mais uma vez juntando o fogo que sai delas no meio se preparando para atirar mais uma vez.

    Vou trocar de feitiço aqui mesmo. Nem me importo se vou levar outra daquelas, vou ferrar ele junto, Rubi decide. Essa vai doer bastante. Ela começa a se concentrar em uma magia. Sua flecha começa a mudar para um tom verde. 

    A esfera flamejante de Edric fica pronta e com um rápido movimento ele empurra a bola de fogo que está entre suas mãos. Ela é disparada em alta velocidade e deixa o formato esférico, assumindo a forma da mesma rajada que vem sendo disparada contra Rubi constantemente. E pela quinta vez, ele acerta a demônio, bem no peito e a envolve em uma pequena nuvem de chamas. 

    Por fora dessa nuvem, é possível ver o brilho verde da flecha de Rubi se tornando mais intenso. Antes da nuvem sumir, Rubi completa sua magia e dispara sua flecha. 

    A flecha sai da nuvem indo de Rubi até Edric em altíssima velocidade, de tal forma que ele nem a vê passando, apenas nota o rastro verde de magia que ela deixa e uma dor extremamente aguda no seu abdômen e na parte baixa das suas costas. 

    Ele olha para sua barriga e vê um furo na parte esquerda. Depois, leva sua mão até o local onde sente dor nas costas e nota outro furo naquela região. Ele finalmente percebe, Aquela coisa me atravessou? Quer dizer que… Se vira para trás e vê o rastro da flecha saindo dele. 

    Acompanhando aqueles traços verdes com o olhar, vê Joshua, com uma ferida nas costas, caído no final das ruínas. “Não…”, ele lamenta com uma expressão inicialmente abalada. “Não vai acabar assim!” Uma expressão de determinação instaura-se rapidamente em seu lugar. O fogo em suas mãos se torna mais intenso.

    Ele se vira novamente para Rubi, mas ela já tem mais uma flecha pronta para disparar. Quando Edric se volta para ela, é recebido com uma flecha em seu ombro e cambaleia para trás.

    Isso não impede a conjuração e Edric continua seu feitiço, até completá-lo e disparar contra Rubi. A demônio desvia do fogo dando um passo para o lado. 

    Ele mal se aguenta de pé, ela pontua.

    Edric está determinado a impedi-la. Mesmo sentindo muita dor, ele volta a conjurar outra rajada de fogo. Antes de terminá-la, recebe mais uma flecha de Rubi em seu peito. O impacto o faz recuar um passo para trás.

    Vendo que seus feitiços são ineficazes, ele corre em direção a Rubi com seus punhos em chamas, buscando tirar de Rubi a vantagem da distância. Mas também vê seu plano frustrado quando ela acerta uma flecha em sua perna, fazendo tropeçar e cair com um joelho dobrado ao chão. 

    Seu corpo está coberto de feridas que não cicatrizam. Ele está lutando para se levantar sem tombar. Ideias passam por sua mente sobre como virar a situação a seu favor, mas nenhuma parece realmente viável neste momento.

    Quando mais uma flecha acerta seu abdome, ele finalmente cede e tomba para o lado, mas se recusa a ficar caído. Logo começa a tentar se levantar com seus braços. No momento em que ele se ergue, mais uma flecha o acerta e ele tomba novamente com o peito ao chão. 

    Edric usa a pouca força que lhe resta para se erguer novamente, sua respiração pesada mostra o seu esforço para voltar a ficar de pé. Rubi, sem piedade, atira uma outra flecha em suas costas, derrubando-o de vez.

    A demônio olha para Edric por mais alguns segundos, sem se aproximar, aguardando que ele tente se levantar de novo. Mas vê que ele não consegue.

    Está acabado, ela pensa. É hora de concluir a Quest.

    Rubi se encaminha para onde Joshua está. Quando passa ao lado de Edric, sente algo agarrando sua canela. Ela se assusta e, instintivamente, mira seu arco com uma flecha apontada para a direção de onde está sendo puxada.

    O responsável pelo puxão é Edric, que, apesar de seus esforços, não tem força suficiente para causar mais algum estrago. Rubi o encara, pronta para se defender, mas percebe que ele está exausto e incapaz de atacar.

    “Por favor”, ele clama. “Não faça isso.”

    Rubi apenas continua o encarando, calada.

    “Os meus irmãos… Seus irmãos! Seus amigos!” ele diz com dificuldade e muito pesar. “Não vamos ter outra chance.” 

    Eu sei onde essa conversa vai terminar, ela pensa e suspira. Ele vai tentar me convencer de novo. 

    “Sei o que devo fazer”, ela diz.

    Ela volta a andar em direção a Joshua. Edric não tem forças para segurá-la e acaba a soltando. Esse lugar que ele estava segurando, é o mesmo que ele queimou primeiro, ela pensa. A ferida já quase se curou sozinha, mas ainda doeu quando ele apertou. Vou dar isso como um sinal. Tudo que esse homem fez comigo me machucou. Não tem porque o resto ser diferente. 

    “Espera! Você não pode fazer isso!.” 

    Quando Rubi chega a Joshua, ela vê o cristal verde caído próximo à mão esquerda dele. Com um movimento cuidadoso, ela arrasta o cristal para o lado com os pés.

    “Se fizer isso… Não vai estar só nos condenando, vai estar se condenando junto, sua criatura egoísta!”

    “Eu sei”

    Ela aponta seu arco para o cristal no chão, mas não atira, ainda está hesitante.

    Edric bate a mão com força no chão. “Você nunca vai voltar!”, ele declara como um juiz sentenciado um criminoso. 

    Eu… não posso deixar que ele venha. 

    “Não faça isso!”, ele clama por misericórdia uma última vez.

    Ela fecha os olhos. Pelo menos por agora… tchau mãe… tchau Miguel, ela diz para si.

    Rubi solta a flecha e com um simples disparo, o cristal se quebra. A magia dentro dele se desfaz ao redor dos cacos, assim como vapor no ar.

    Edric chora. “O que você fez?!”, ele pergunta.

    Ela se despede de uma última pessoa, Adeus Liz. 

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