Índice de Capítulo

    As palavras de Silvana, sobre como alguns demônios preferem morrer do que revelar seus nomes, ecoam pela mente de Rubi.

    Byron olha para o chão com pesar. “Você tem razão”, diz ele, com um sorriso melancólico. “Não tive coragem de impedir os meus irmãos de invocarem os Lordes Demônios. Então, fugi para essa região e comecei a chamar atenção. Eu gostaria de ter um último grande combate antes que meu nome caísse na boca do nosso príncipe.”

    Rubi também demonstra pesar. Isso é bem triste, ela pensa, compadecendo-se do sentimento do demônio à sua frente. 

    “Os diabos que vieram aqui me chamaram de tolo por jogar minha vida fora assim e não ajudá-los”, Byron continua falando com desgosto. Ele fecha seu punho direito com força. “Mas, na minha opinião, os verdadeiros tolos são eles, que aceitariam aquela situação de bom grado.”

    “Eu te entendo.”

    O demônio levanta suas sobrancelhas. “Entende?”, ele questiona, surpreso.

    “Ter escolhido parar a invocação foi difícil”, Rubi fala, se sentando novamente no toco próximo a Byron. “E viver com isso, não está sendo nada fácil. Mas… eu ainda faria a mesma coisa.”

    Byron olha para a demônio de cabelo rosa com um sorriso. “Eu também”, ele diz com orgulho, mas começa a repensar quanto a algo. “Apesar de que eu partiria deste mundo conhecido como Último do Oeste, essa parte eu faria o possível para mudar.”

    “Agora não vai ter nenhum Senhor do Abismo. Ainda pretende ficar por aqui?”

    “Não. Seria apenas uma morte sem sentido”, Byron responde, depois começa a ponderar internamente. “Também não sinto que eu possa voltar para nossa terra natal. Não depois de ter abandonado os nossos irmãos.”

    Ele está quase tão ferrado quanto eu, Rubi lamenta, suspirando. Mas até que ele é um cara legal.

    “Eu também não posso ir para lá. Aliás, nem ficar por aqui. Querem a minha cabeça em todos os lugares. Estou indo para o oeste. Se você não tiver nenhum lugar em mente… podia vir comigo.”

    Byron arregala os olhos diante daquela sugestão. “Eu… poderia?”, ele pergunta, demonstrando algum espanto.

    Rubi fica um pouco confusa com a reação do demônio. “Claro”, ela responde. “Seria bom não viajar sozinha, e…”

    Byron se levanta de seu assento, interrompendo a fala de Rubi, e se prostra diante a demônio de cabelo rosa, tal qual um cavaleiro diante de um rei. “Seria uma honra poder acompanhá-la”, ele fala com a cabeça curvada, sua voz carregada de honra.

    Rubi fica sem reação no primeiro momento, processando o que aquilo significa, depois se levanta envergonhada e dá um passo atrás. “Não precisa disso!”, ela pede, sem jeito, estendendo as mãos, fazendo um gesto para ele parar. “É só um convite, não precisa dessa formalidade toda.”

    “É claro que é necessário”, Byron impõe, ainda de cabeça abaixada. “Você salvou a minha honra como diabo, sem ela, eu escolheria a morte. Por isso, eu considero que devo a minha vida a você. E mesmo que não fosse por isso, estamos em hierarquias diferentes. Eu, como um simples Cavaleiro, estou muito abaixo de um Lorde.”

    “Mesmo assim. Eu… não sei ser um demônio ou um diabo”, ela diz com vergonha. “Foi esse um dos motivos de eu te procurar.”

    Byron ergue sua cabeça e olha a demônio constrangida. “Você é aquela que ostenta a coroa da ganância, não há como eu ignorar isso”, ele fala, com certeza, em sua voz. “E se me permitisse, eu poderia lhe ensinar a ser um diabo.”

    Perante a oferta do diabo prostrado que a olha, Rubi para de hesitar e abaixa as mãos. Era isso que eu queria, não era?, se pergunta. Eu preciso pelo menos entender que monstro as pessoas acham que eu sou.

    “Byron, primeiro há algumas coisas que eu queria saber”, ela diz séria, sem sinal da vergonha ou do constrangimento e olhando bem nos olhos do demônio. “Pela história que me contou, o propósito dos diabos ainda é o mesmo? Ainda temos que corromper as almas? E qual é o meu propósito nesse mundo?”

    O diabo percebe pelas feições resolutas de Rubi a importância que aquela pergunta representa. O silêncio na colina volta a reinar momentaneamente, enquanto Byron pensa. 

    “A resposta dessa pergunta não é algo tão simples como um sim ou um não”, ele responde, tão seriamente quanto a demônio de cabelo rosa. “O propósito dos diabos não mudou. Somos agentes de tentação e mudança. Oferecemos nossos poderes com acordos e nos beneficiamos com isso, porém a escolha de aceitar não é nossa, os mortais se corrompem.”

    Rubi sente algum alívio naquela resposta, como se um aperto em seu peito desaparecesse. Então, não preciso sair por aí como um monstro carniceiro atrás de pessoas, ela reflete, com o coração leve. 

    “Também há aqueles diabos que vão atrás de humanos por puro e bel prazer”, ele continua. “Não nego que há alguma diversão, mas mesmo com nosso livre-arbítrio, podemos no máximo influenciar, quem escolhe corromper a alma são os mortais. E eles nos pintam como monstros irracionais.” 

    Isso é bom de ouvir. a ideia de sair por aí arrancando a alma dos outros me incomodava. ela divaga. Não que eu fosse fazer isso antes.

    “E o propósito dos Lordes Demônios é governar e gerenciar a patente dos diabos que se submetem a eles.”

    Isso aí é simples. Não devo ter muito a quem governar, muito menos quem gerenciar, ela pontua, cética. Tenho certeza de que não sou a lorde mais popular por aí.

    “Essas são as respostas que queria?”, Byron pergunta.

    A demônio de cabelo rosa permanece quieta, ainda ponderando sobre o que fazer. Depois de algum tempo, ela se aproxima de Byron. “Eu aceito sua oferta”, ela fala, decidida, estendendo a mão ao diabo, sugerindo um aperto de mãos. “Me ajude a me tornar um diabo de verdade.”

    Eu posso viver com isso, ela pensa, segura de si. Principalmente porque, se a escolha de se corromper não é minha, não tem por que eu me preocupar. 

    Byron, com um sorriso e um olhar que inspiram admiração, segura a mão de Rubi, como se fosse uma flor frágil e delicada. “Eu juro, pela minha honra de behemoth e Cavaleiro de Mael, te acompanhar e servir enquanto me for permitido”, ele promete, ainda prostrado diante dela. 

    Rubi sente um arrepio com as palavras, cheias de peso, no juramento de Byron. Ele leva as coisas muito a sério, ela pensa, impressionada. 

    “Conto com a sua ajuda”, Rubi fala e reclina sua cabeça em uma rápida reverência. 

     O diabo se levanta e assume uma postura firme. “Vai ser um prazer”, ele afirma. “Minha lorde.”

    Além de sério, ele é meio… intenso, né?, Rubi pontua. Tenho muita coisa para perguntar pra ele depois. 

    “Já tem algum lugar no oeste em mente?”, Byron pergunta.

    “Sim. Nós vamos para as Terras-Livres”, Rubi responde cheia de entusiasmo e com um sorriso confiante.

    O diabo coloca a mão no queixo, demonstrando-se pensativo. “Que diferente”, ele ressalta, com curiosidade. “Lá é um lugar cheio de conflitos e criaturas agressivas, alguns alegam que é até amaldiçoado. Por que a escolha?”

    “Eu queria ficar em um lugar sem demônios ou anões querendo a minha cabeça. E tenho um palpite de como o Rei Orc dominou aquele lugar”, ela responde, com segurança. “Com um pouco de ajuda e sorte, acho que consigo fazer algo parecido.”

    Byron fica intrigado pelas palavras de Rubi. Um sorriso malicioso, digno de um diabo estampa seu rosto. “Isso… parece muito interessante”, diz ele, contagiado pelo entusiasmo da Lorde Demônio.


    Habilidade de Raça: [Dreno de Energia](Energy Drain)

    Requerimentos: Demônio, Succubus, Nível 1  

    Você pode drenar a energia vital de um alvo ao tocá-lo, desde que ele seja voluntário ou esteja sob o efeito do seu encanto. Durante o dreno, a cada segundo o alvo sofre de 1 a 10% da Vida Máxima Total como dano necrótico. Com a porcentagem de dano variando de acordo com o valor do seu Atributo Mágico. Além disso, a Vida Máxima Atual dele é reduzida pelo valor do dano sofrido, efeito que persiste por uma hora ou até ser removido por meios mágicos.

    Para cada ponto de dano infligido ao alvo, você absorve a mesma quantidade equivalente de energia vital. Metade dessa energia é convertida em Vida, enquanto a outra metade é convertida em Mana. Caso sua Vida ou Mana já estejam no valor máximo, toda a energia vital absorvida será utilizada para completar o outro recurso (Vida ou Mana). Se ambos os recursos estiverem no valor máximo, a energia vital absorvida é convertida diretamente em Mana temporária, que dura por uma hora.

    O dreno continua até que você decida interrompê-lo, até que o alvo resista ou até que o contato físico entre vocês seja interrompido.

    Tempo de Recarga: 5 segundos

    Usuários conhecidos: Rubi

    *Nota: A quantidade máxima de Mana Temporária que um indivíduo pode acumular é igual a 10% de sua Mana Máxima. Qualquer valor excedente é dispersado.

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