Índice de Capítulo

    Um guerreiro orc ofegante está parado no meio da floresta, banhado pela pálida luz da lua. Ao seu redor, as sombras das árvores, semelhantes a pinheiros, se estendem pelo chão regular, onde não há buracos ou relevos. 

    Os troncos grossos, de coloração marrom-clara, sustentam copas extensas formadas por galhos curtos, enquanto arbustos rasteiros se espalham entre as raízes.

    O guerreiro veste uma armadura de couro pintada de verde, com marcas de arranhões se destacando no peito e no ombro. Ele segura uma lança de madeira, cuja ponta de pedra afiada está manchada de sangue fresco. Em seu braço esquerdo estão três cortes horizontais expostos e escorrendo. 

    O orc se mostra cansado, inspirando profundamente. Aos seus ouvidos chegam os sons do ambiente, um caos cacofônico que mistura o urro de orcs, o rugido de animais e o barulho das outras lutas que aparentemente se desenrolam nas redondezas, mas o guerreiro ignora esses sinais, focando-se apenas no perigo à sua frente.

    Diante dele está um enorme urso de pé. Ele possui uma cobertura de pelos grossos por todo seu corpo, sendo a maioria marrom, a não ser por aqueles nas extremidades das patas e da face que são pretos como a noite. Seus membros dianteiros, além de grossos, ostentam nas pontas de cada dedo garras espessas manchadas de sangue. E na cintura, ele possui feridas abertas. 

    O urso o encara ferozmente. Seus olhos amarelos brilham na penumbra, refletindo a luz prateada da lua que se infiltra entre as copas das árvores, enquanto sua boca aberta respira de maneira ruidosa e descompassada, transmitindo a essência de uma besta agressiva e pronta para atacar.

    O orc aponta sua arma em prontidão. Ele segura a lança com as duas mãos o melhor que pode, mas a mão do braço machucado não consegue manter firmeza em sua pegada.

    Suor frio escorre por sua testa, enquanto ele olha para o urso com a cabeça inclinada para cima devido à altura dele. Se eu tentar correr, ele vai me atacar, ele pensa, sentindo o perigo que aquele animal transmite cercá-lo por todos os lados. Então… Decidido, ele ataca com a lança, tentando enfiá-la no peito do animal. 

    O urso parado volta a se mover no mesmo instante em que é atacado, como se algum gatilho interno estivesse sendo ativado. Como um movimento pesado de uma de suas patas, ele se defende desviando a ponta da lança, sem dificuldades. 

    Em seguida, a besta avança atacando com a outra pata. Seus cinco dedos grossos abertos, prontos para agarrar o ombro orc. 

    O guerreiro consegue reagir, se abaixando o bastante para evitar o agarrão. As pontas das garras ainda resvalam em seu traje de couro, e o arranham sem muita resistência, dando um breve vislumbre do que significa ser atingido por aquilo.

    Mas o alívio do orc dura pouco. Focado na pata vindo pela esquerda, ele não vê a boca feroz do urso se aproximando pela direita. Quando o guerreiro percebe o ataque, já está sentindo a respiração quente do animal no próprio braço direito.

    O urso fecha as mandíbulas com brutalidade, seus dentes rasgam o couro e perfuram a carne. O animal sente o gosto metálico do sangue escorrer em sua boca e pressiona mais sua mandíbula.

    O guerreiro sente uma dor agoniante, que aumenta a cada segundo. O braço está imobilizado pela pressão que o urso faz. A mão direita se solta da lança, e o orc agora só consegue segurar sua arma pela esquerda.

    Ele tenta se soltar, mas sua força é irrisória contra a do animal. Como a única alternativa restante, o guerreiro ataca tentando cravar a ponta de pedra no peito do urso. 

    A lança penetra em sua pele, mas, devido aos seus machucados e à falta de espaço, o orc não tem forças para causar um ferimento profundo o bastante para forçar o urso a se afastar.  

    A situação se torna mais desesperadora quando o guerreiro percebe que o urso está movendo seus braços ao seu redor, preparando-se para imobilizá-lo de vez usando todo o seu peso e força. Ele vai me destroçar!, ele pensa, sentindo o pânico crescer, paralisando seus sentidos.

    Quando a luta parece estar se encaminhando para o fim, uma machadinha irrompe dos arbustos da esquerda. A arma possui um cabo de madeira claro e uma cabeça metálica cuja lâmina está banhada em sangue. Ela rotaciona pelo ar em alta velocidade na direção do urso.

    A machadinha acerta a parte superior das costas do urso e lá se crava. O estalo dos ossos se quebrando se mistura quase instantaneamente com o urro do animal. O urso se assusta e cambaleia, atordoado pelo golpe inesperado.

    Naquele momento, o guerreiro nota a boca da besta se afrouxar e os braços relaxarem, e aproveita a brecha para se soltar. Ele se joga no chão e se arrasta para trás. 

    Enquanto toma distância, ele vê o cabo da machadinha exposto nas costas do animal. Os olhos se abrem, reconhecendo aquilo. O orc escuta o som do arbusto à esquerda se movendo, ele olha para o lado e vê alguém emergindo dele.

    “Estoratora!”, o guerreiro grita, com um sorriso aliviado estampado no rosto por ver o líder de sua tribo chegando. 

    Estoratora é colossal, quase tão alto quanto o urso erguido. Ele empunha outra machadinha em seu braço longo e musculoso. Sangue mancha as pinturas tribais em seu rosto e peitoral de couro, encobrindo parcialmente a tinta verde de seu traje.

    Quando o choque inicial passa e o urso recupera seus sentidos, ele fixa seu olhar furioso para o guerreiro ferido no chão e já ergue uma pata para atacá-lo.

    Estoratora reage de imediato, como um gatilho sendo acionado. Linhas verdes brilhantes se acendem em seu corpo, espalhando-se como raízes. Ele ergue o braço e dispara outra machadinha. A arma corta o espaço entre os dois em um instante e acerta o braço do animal. 

    A lâmina corta pele, carne e osso em um único golpe, decepando o braço do urso com facilidade. O membro cai ao chão e a arma se crava em uma árvore ao fundo, enquanto outro rugido rasga a floresta.

    Após o disparo, as luzes em Estoratora apagam-se. O guerreiro ferido usa a chance para se levantar e correr enquanto seu líder avança em direção à fera. 

    “Ajude os outros!”, ordena Estoratora.

    O orc acena rapidamente, enquanto adentra por outro arbusto, desaparecendo em meio à floresta.

    O líder orc agarra o urso pelo pescoço, envolvendo seu braço ao redor dele em uma chave. O animal ferido se debate, espalhando sangue pelo chão e pela armadura do orc, mas sua força não é páreo para Estoratora.

    As marcas brilhantes voltam a percorrer o corpo do orc. Com um puxão seco, ele aperta o pescoço da fera. Um estalo abafado ecoa. O urso arregala os olhos e, num último espasmo, fica inerte, tornando-se um peso morto em seus braços.

    Estoratora larga o corpo morto no chão e recolhe sua arma das costas dele. A luz da lua brilha por um instante na lâmina de sua machadinha antes que ele a pendure na cintura. Sem pressa, caminha até a árvore próxima e arranca sua outra machadinha do tronco.

    Um som misturado aos demais ruídos da região se sobressai aos ouvidos do orc.  “Estoratora!”, grita uma voz, familiar.

    O líder orc se vira com a testa franzida e vê Rósno correndo em sua direção. O jovem guerreiro se mostra aflito e ofegante, quase desesperado.

    “O que você faz aqui?!”, Estoratora questiona.

    Rósno tenta recuperar um pouco de fôlego antes de responder. “Estoratora…”, ele ofega. “Temos problemas…”


    Byron
    [Último do Oeste] [Fim dos Byron] [Queda de Ilyadi] [Ruína de Bhagron] [Fúria da Batalha Vermelha]
    Demônio
    [Behemoth]
    Um orgulhoso e nobre demônio ardente.
    Vida máxima:⭐⭐⭐⭐⭐
    Mana máxima:⭐⭐⭐⭐⭐
    Títulos:Cavaleiro Demônio
    Alinhamento:Leal e mal
    Classe(s):
    Sub-classe(s) : 
    Habilidades principais:Transformação(Raça)
    Presença Aterradora(Raça)
    Aura Ígnea(Raça)
    Principais maestrias:Voar
    Combate desarmado
    Atributos físicos, mentais e mágicos
    Força:⭐⭐⭐(⭐⭐🌟) 
    Destreza:⭐⭐(⭐) 
    Constituição:⭐⭐⭐(⭐⭐🌟) 
    Mente:⭐⭐⭐
    Carisma:⭐⭐⭐⭐⭐
    Magia:⭐⭐
    Resistência Mágica:⭐⭐⭐(⭐⭐) 

    Nota:
    Os atributos entre () de Byron são os acrescimos que ele obtém com a transformação.

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