Capítulo 110

Embora fossem mais ou menos da mesma equipe agora, todos, exceto Betty, nem mesmo olharam para Leon. Aqueles seis não fizeram nada além de dormir o dia todo, não treinaram e nem mesmo checaram seus equipamentos e armas. Eles nem mostraram suas armas para ele…

“Bem, eles são um bando bastante secreto… mas são espertos o bastante para não dar informação ao novato da equipe.”

Leon passou o dia treinando na praia, ele se acostumou ao silêncio e à solidão, mas não estava acostumado à bizarrice de estar em um local com várias pessoas onde nenhuma reconheceu seu exercício.

“Você realmente é habilidoso com magia de terra.” Betty disse e sentou ao lado de Leon enquanto estavam tentando criar um golem de areia: “Você já é um rank S da nossa organização, mas parece que é do tipo que não perde nenhum dia de treinamento.”

“Bem, quando você vive em um mundo onde dragões podem destruir cidades em questão de segundos, até mesmo uma hora extra de treinamento pode salvar sua vida um dia.” Leon explicou: “Não há poder absoluto para humanos; você não deve afrouxar mesmo que seja um dos mais fortes nesta organização.”

Leon ainda não tinha ideia de como emular um feitiço de suporte e defesa, então decidiu fazer algo mais simples. Seus golens de terra não seriam tão poderosos quanto os golens que enfrentou no Japão, mas enquanto pudessem ganhar alguns segundos, seria mais que o bastante… por enquanto. Leon ficou satisfeito com os passinhos de bebê, mas odiava o sentimento de estagnação.

“Eu sei…” Betty disse: “De qualquer forma, aposto que você está bastante satisfeito enquanto é um membro rank S na nossa organização.”

“Mmm? Ah… os benefícios.” Leon sorriu: “Tá com inveja, Pequena Betty? Mesmo que vários anos tenham se passado desde o tempo que você me largou?”

“Não me chame assim…” Betty socou levemente o estômago de Leon: “Não fiz isso porque queria…”

“Claro que não… você fez isso porque ficou cansado do seu brinquedo.” Leon disse: “Depois de brincar com meu coração de donzela, você me jogou fora e…”

“Como sempre… você nunca leva nada a sério.” Betty suspirou: “De qualquer forma, não evite minha pergunta.”

“… Depois do que aconteceu. Não sinto vontade de brincar com mulheres.” Leon disse: “Tenho uma empregada, mas não a forcei a fazer algo além de limpar a casa e fazer a comida.”

A verdade era que Leon estava ocupado demais pensando sobre como impedir uma guerra, também estava ocupado com sua prática diária e como a espada sagrada ainda estava selada. Toda manhã ela acordava e via a lâmina desembainhada, mas depois de um tempo, o selo retornava… dito isso, Leon escolheria a morte em vez de dizer isso a Betty.

“É mesmo… qual é o nome dela?” Betty perguntou.

“Gisela.” Leon respondeu.

“Ah… aquela garota da Alemanha.” Betty exibiu uma expressão complicada: “Ouvi o que aconteceu com ela, mas também ouvi que ela ficou melhor nos últimos meses. É por sua causa?”

“Quem sabe…” Leon respondeu.

“Vi ela uma vez e meio que me lembra da Sasha.” Betty disse.

“… Quem?” Leon forçou uma carranca.

“Ela era a vizinha do seu melhor amigo.” Betty explicou: “Ela estudou com a gente, e parecia que tinha uma paixonite em você.”

“Quem poderia ter pensado que um vagabundo como eu fosse tão popular no ensino médio?” Leon sorriu.

“Pelo menos está ciente que você era um vagabundo…” Betty disse.

“… De qualquer forma, Betty. O que você acha dessa missão?” Leon perguntou com uma expressão séria.

“Essa é sua primeira missão de rank S e já está questionando?” Betty franziu a testa: “Não gosto do que estamos fazendo, mas não temos outras escolhas. Para salvar Houston e Las Vegas, precisaremos daquela relíquia.”

“Entendo o motivo; estou perguntando se você está bem resolvendo um problema ao causar outro.” Leon disse: “O Japão já não gosta da gente depois da morte do príncipe deles e agora estamos fazendo algo que nos tornará inimigos de toda a Europa do Norte.”

“Então você já sabe sobre isso.” Betty disse.

“Há rumores sobre isso em todo canto; diria que metade da população já acredita.” Leon disse.

“Queria que pudesse haver outra maneira, mas como disse, não há.” Betty mordeu as unhas: “Enfrentei aqueles demônios algumas vezes, mesmo que não sejam tão poderosos quanto os dragões e megalodontes, são perigosos de uma maneira diferente. Eles mexem com nossas mentes e não nos matam só para nos comer, eles matam porque acham divertido. Os demônios são especialistas em diminuir a morte de qualquer exército porque torturam seus inimigos no meio de uma batalha.”

Leon franziu a testa quando ouviu isso, parecia que os demônios eram bem espertos… até agora, Leon viu monstros que atacaram humanos para comê-los, mas os demônios fizeram isso porque achavam prazeroso.

“Os demônios também se curam rápido, a menos que destruía sua cabeça e coração ao mesmo tempo, eles são praticamente imortais.” Betty acrescentou: “Embora não sejam mais altos que humanos, sua carne é muito mais robusta. A melhor maneira de lidar com eles é usando magia de luz, e até agora, somente uma arma que tem tais poderes foi encontrada.”

Leon assentiu; parecia que magia de luz era considerada magia sagrada porque podia matar demônios com facilidade. Provavelmente era por isso que estava sendo mantida na Cidade do Vaticano. A melhor maneira de matar demônios era usar magia sagrada e se Leon pudesse aprendê-la, talvez pudesse impedir tal incidente. Então de novo, ele não tinha ideia de como emular tal magia… A lista de coisas que Leon queria aprender aumentou de novo.