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    Numa caverna obscura, um garoto vagava apressadamente pelos túneis. Aquele labirinto escuro guardava algo que faria ele sair daquele pesadelo tenebroso. A caverna era úmida e gelada, contendo seus -10 ºc, claramente seu corpo já estava com hipotermia. Sua respiração estava cada vez mais difícil de manter e seus dedos já estavam vermelhos por tanto tempo preso nessa temperatura.

    Sua roupa não lhe dava uma proteção adequada contra o frio, por isso, seu estado era desgastante para o mesmo.

    — Droga!… Onde fui me meter, tentando vir aqui? — dizia cambaleando. — Se tivesse pelo menos alguma coisa pra acender um fogo, já melhoraria minha situação. A única forma de me manter aquecido é correr por aí, tentando encontrar uma saída nessa maldita masmorra antiga… Por que estou aqui mesmo?

    Cada vez que andava, ele se tornava mais lento que o habitual, suas pernas dormentes, o impossibilitavam de percorrer certas distâncias. Sua única esperança, era a morte!

    — Merda, se continuar assim, nunca irei sair desse inferno gelado! — Ele se inclinou entre as paredes rochosas da masmorra.

    Suspirando, tentava recuperar sua fadiga enquanto descansava no chão da caverna, a escuridão dominava o lugar, deixando os olhos insignificantes. Desde a sua chegada a esse lugar ele não comeu e não tomou nada, toda sua energia foi absorvida pela tentativa de escapar desse labirinto.

    — Está tão escuro… Não tenho água, comida e nem alguma coisa para melhorar minha temperatura. Tudo que tenho é essa roupa desgastada. E ainda por cima, essa masmorra não é habitada nem por monstros! Não tive nem o azar de cair em uma armadilha. Que merda de masmorra é essa?

    A confusão de que tipo de masmorra ele se encontrava, algo luminoso permeia pelo túnel que emitia um gruído agudo, sua cor era esverdeada e iluminava com pouca força ao seu redor. A luz que fazia tempo que ele não via o assustou, fazendo ele abaixar-se desesperadamente atrás de um pilar de rocha.

    Sua tensão no som era perspicaz para evitar qualquer incômodo para acabar com sua vida no momento. Em certo momento, a luz parou de se mover, ficando ao lado do rapaz que se escondia em meio às pedras.

    — Arthur Rutherford… por que está se escondendo? — A luz perguntava, seu som parecia uma interferência no espaço.

    Arthur ficava cada vez mais intenso. Como aquela luz estranha sabia seu nome? E parecia que ela conseguia sentir a presença dele. Isso passava na mente dele milhões de vezes.

    “É uma pessoa? Será que esse lugar tem saída? Será que ela veio para me salvar?! Ah céus… obrigado”.

    Ele sutilmente saiu do esconderijo, aparecendo em frente à luz. Sua expressão de alívio, esperança e gratidão desapareceram por completo ao contemplar a face da pessoa que supostamente o salvaria dessa escuridão.

    A aparência masculina, sua pele morena era perceptível pela iluminação da tocha que o mesmo segurava. Aos poucos seu rosto se desvendava. Seu cabelo preto era incomum para Arthur, seus olhos castanhos lembravam o passado e por fim, sua memória dessa pessoa passou rapidamente em sua cabeça.

    Lembrando encarecidamente, ele sussurrou seu nome.

    — Hakon…? Mas você não estava morto? — dizia recuando.— Ohh. Cê lembra de mim? — O homem nú aproximava de Arthur, enquanto o mesmo tentava fugir.

    — Onde está todo mundo? Cadê o grupo? Você não veio sozinho aqui não, né? Já te ensinei bastante e ainda erra? — A assombração deixava Arthur contra as rochas da caverna. — Arthur, Arthur… Você se lembra da promessa que fizemos anos atrás? Era um tempo bom, não é? Várias aventuras, dificuldades que passávamos. Tempos legais… mas agora, o que aconteceu para eu ter que passar por todo aquele tormento? — As mãos da criatura agarrava seu pescoço com agressividade. Arthur permanecia em silêncio, ele sabia o porquê do questionamento de Hakon. O passado sombrio e traiçoeiro dele o perseguia. Não compreendia se era real ou uma ilusão, mas aquilo era aterrorizante. O fantasma de Hakon o pressionava contra a parede, seus olhos serenos penetravam sua alma.

    Retrucou Arthur:— C-como você ainda está vivo? Ele sentia uma leve dificuldade de falar pela forma de como foi precisando pelas mãos geladas de Hakon. A alma lançou um sorriso maldoso que fez Arthur se perguntar o motivo, porém, Hakon impressionou Arthur com uma atitude estranha.

    — Isso aqui foi só um “OI”. — Hakon soltou sutilmente o pescoço de Arthur.

    —Talvez nos encontramos em breve. — Como uma névoa ele dissipou-se da própria alma.

    A caverna que era iluminada pela assombração, agora voltou ao seu breu absoluto. Depois disso, Arthur caiu de joelhos entre as pedrinhas, sua respiração voltou ao normal e por fim, caiu por completo, desmaiando pela falta de força.

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    No seu quarto ele acorda surtado, sua reação era como se tivesse passado por horas sem respirar. Seu surto acordou também sua noiva Beatriz que dormia calmamente.

    — Tudo bem, Arthur? — dizia tranquilamente tentando acalmá-lo.

    — Estou bem. Foi só um pequeno pesadelo…Levantando-se da sua cama, Arthur caminhou-se para seu banheiro. Sua cabeça ardia como as brasas de um forno. Beatriz seguia ele por curiosidade.

    — Pesadelo de novo? — perguntou ela.Beatriz abraçava por trás como um carinho aconchegante de uma irmã.

    — Sim… o pesadelo de sempre. — respondeu Arthur.

    — Sei que você sente falta dele, eu também sinto, já que sou a irmã dele. Vocês eram amigos próximos, ficavam grande parte do tempo juntos, desvendavam masmorras perigosas. —Beatriz caminhava para a cama. — Eu sentia ciúmes de ver vocês tão próximos, eu pensava “Como vou ter meu irmão de volta?”. Ha ha. Era engraçado, não é como se eu tivesse superado a morte dele, ainda sonho com ele. — Ela pôs a mão no peito, como se uma dor enorme ocupasse.

    Arthur olhando para a cena só pode pensar em arrependimento de ter feito o que foi feito para hakon.

    — Desculpe por não conseguir salva-lo…— Arthur mente novamente como se não fosse a culpa dele.

    — Já disse que não foi sua culpa, aconteceu e era inevitável, uma armadilha como aquela era difícil de escapar, infelizmente. — retrucou Beatriz.

    — jogando isso de lado, hoje é o dia de treinamento, não é mesmo?

    — Sim, hoje treino com os heróis.

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