Índice de Capítulo

    Em um hall repleto de ruínas, onde o leve raiar do sol fazia com que os hieróglifos, runas e representações desenhadas ganhassem um brilho a mais.

    Nos desenhos, um lobo gigante de boca aberta e com a lua pendurada em suas presas enquanto encarava uma terra flutuante.

    Outro deles mostrava o mesmo lobo, dessa vez atacando um homem de tapa-olho. Mais abaixo, se encontrava uma cobra, igualmente grande enrolada no que parecia a Terra.

    Sentado em um trono, havia uma pessoa de aparência viking. Com cabelos pretos amarrados em tranças, de olhos vermelho-rubro e cicatriz na sobrancelha.

    Ele vestia peles de lobos, olhando friamente para o homem ajoelhado aos seus pés.

    Se Hibiki estivesse aqui, reconheceria como o único que ‘sobreviveu’ a intrusão na base de Silver.

    — Todos seus companheiros morreram e só você restou? — O viking fez uma pergunta retórica, no que o sobrevivente assentiu fracamente.

    Levantando-se do trono, ele se aproximou do homem, com seus olhos vermelhos brilhando estranhamente.

    Mas o que se seguiu foi um abraço.

    — Deve ter sido realmente aterrorizante não? — Enquanto o segurava, seu tom era caloroso.

    No próximo momento, ele atacou o sobrevivente, que não teve tempo de reagir quando seu peito foi perfurado.

    — Siga seus amigos, talvez você vá para Valhala e encontre com meu ‘pai’. Um dia, nos encontraremos de novo — Mesmo durante o ponto onde o homem estava morto, continuou.

    — Me aguarde Fenris… Sua hora vai chegar — Sem se importar com a queda do corpo, o viking olhou em direção ao largo horizonte.

    _____________❂______________

    De volta a base do dragão prateado, Silver decidiu separar o grupo entre seus comandantes.

    — Bem, então Hana vai levar Seiji…  — Começou o jovem, no que a garota mostrou um olhar irritado.

    — Mas, Siiiilv… Eu quero ela — De bochechas infladas, o coelho apontou para Moon.

    — Sigh, ok. Mais alguém quer escolher? — Escutando isso, todos os outros assentiram.

    — Eu vou levar ele — Sem esperar, Leon arrastou Freud para fora da sala.

    — … — Hikari somente olhou fixamente o trio restante.

    — Não quero nenhum deles — Ai afirmou.

    Pela influência de Silver, nenhum de seus comandantes gostava de ‘heróis’, algo que julgaram ser o tipo de Mari e Seiji após ouvir a história de Moon.

    E arrastar uma criança para os seus trabalhos estava fora de questão.

    — Podem ir fazer o que precisam, esses quatro vêm comigo — Decidiu o dragão prateado.

    E então, Hana saiu levando a matriarca consigo enquanto Hikari e Ai saíram de ‘mãos vazias’.

    ❂❂❂

    Agora na sala restaram Silver, Lina, Mari, Hibiki e Seiji.

    — Antes de começarmos, vou deixar uma coisa clara aqui. Minhas ordens são leis — Afirmou o jovem, algo que deixou expressões descontentes em alguns deles.

    A criança era a mais tranquila, esse tipo de coisa era comum nas ruas. 

    Seguir a regra do punho maior ou dos grupos fazia parte do cotidiano de qualquer um que vivia nas cidades baixas. 

    Quebra-las significava a morte, isso olhando para o lado bom das coisas.

    — Pouco me importa se vocês pensam em si mesmos como heróis, não siga minhas ordens e no pior dos casos você morre. No melhor deles, sai com um buraco no corpo — Finalizou.

    Sem deixar espaços para reclamações, o dragão prateado os levou onde eles ficariam.

    _____________❂______________

    Por outro lado, Moon seguiu Hana até o que parecia o quarto da garota.

    O design foi feito em prateado e dourado com detalhes vermelhos. Haviam fotos dela e de Silver espalhadas pelo lugar.

    Sua cama era branca e tinha um coelho de pelúcia deitado nela.

    — Eto, é minha primeira vez tendo um subordinado direto, então não sei como isso funciona… — O coelho colocou um dedo no queixo, pensando profundamente.

    Para a matriarca, ela parecia incrivelmente fofa nesta pose. Mas a frase atiçou sua curiosidade. 

    — Você não é uma comandante? Então como nunca teve subordinados? — Perguntou curiosa.

    — Teve uma vez que Silv chamou alguns dos membros e pediu para eles ‘acatarem minhas ordens’, acho que era isso… — Hana ainda tinha alguma dúvida quanto esse dia — Mas todos disseram ‘não somos dignos de servirmos a senhorita’ — A garota finalizou.

    Moon olhou estranhamente, pensando nessas palavras, a conclusão caia mais no lado da adoração que da exclusão.

    Ela decidiu investigar mais tarde, se era pressão de Silver ou os membros estavam ‘mimando’ o coelho.

    — E sobre a Midgard? Deveríamos estar nas ruas já que estamos em guerra? — A matriarca questionou.

    Tendo pesquisado um pouco sobre a situação atual antes de vir, ela naturalmente sabia sobre as tensões entre ambas gangues.

    — Hm? Não, Astrid é legal. O único problema é a rivalidade dela com Ai — Hana explicou.

    — Mas deve ter outra coisa que faça dela alguém ruim — A matriarca insistiu.

    Embora a linha de raciocínio do coelhinho fosse fofa, isso não podia continuar. Afinal, elas estavam falando de um inimigo, este tipo de ingenuidade era uma falha mortal.

    — Tem uma coisa… — Respondeu a garota com uma leve pausa, criando algum suspense — Ela não gosta de coelhos — Sua expressão era feroz, e levantou seu pequeno punho cerrado.

    Moon abriu a boca, mas nada saiu. 

    Ela decidiu simplesmente ir com o fluxo e aproveitar seu tempo com Hana, já que também raramente conseguia encontrar alguém assim, que pudesse conversar tranquilamente, sem pressões ou demandas.

    Mesmo suas conexões na escola traziam problemas.

    ‘Bem, não é tão ruim assim…’

    _____________❂______________

    Freud seguiu Leon pelos corredores da base, sentindo que estava caminhando sem rumo.

    — Como conheceu Silver? — Se cansando do silêncio, o raiju tomou a iniciativa de perguntar.

     — Na floresta — Respondeu o comandante friamente.

    — Já desafiou ele alguma vez? — Mesmo com a estranheza de ser tratado desta forma, continuou a questionar.

    Para tais palavras, o lobo pausou seus passos, encarando o jovem.

    — Você já fez? Se sim, meu amigo, sua sorte é incrível — Disse em um tom animado.

    — E o por que disso…? — Agora Freud estava intrigado.

    — Quando um ômega ou beta desafia o alfa, junto a derrota, eles morrem no fiml — Respondeu, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

    E isso era, de fato, conhecimento comum no reino animal.

    — Como você está aqui hoje, quer dizer que pegou Silver em um dia bom — Logo concluiu, com o que achava estar certo.

    Após isso, Leon continuou seus passos atravessando o corredor e parando diante de uma porta.

    — Antes que eu me esqueça. Boss me explicou sobre seu espírito — Olhando para o raiju ele deu um sorriso desdenhoso.

    — Um cãozinho domesticado. Esta é a visão que temos a seu respeito, agora enquanto está aqui, foi promovido para ômega. Meus parabéns — Seu tom não era nada alegre para alguém dando felicitações.

    Embora insultado, o raiju não respondeu.

    Abrindo a porta, a visão seguinte foi a de diversos membros. Todos vestindo roupas estampadas com lobos.

    — Prontos para a caçada? 

    Houveram muitas respostas ao mesmo tempo, e suas expressões eram a de animais selvagens.

    Neste momento, Freud sentiu como se tivesse encontrado seu lugar.

    ‘Isso vai ser mais divertido que pensei’

    _____________❂______________

    De volta ao escritório de Silver, o mesmo estava encarando o quarteto a sua frente, antes de finalmente tomar uma decisão.

    — Hibiki e Lina vão ficar comigo. Os outros dois, um vai ser treinado por um dos meus lutadores. O outro pode começar a pensar sobre como exatamente as babás trabalham — Com isso, saiu da sala acompanhado dos presentes.

    ❂❂❂

    Abrindo a porta, o grupo se encontrou com a visão de uma sala bagunçada.

    Pilhas de relógios e pertences diferentes espalhados pelo chão, sem o mínimo de cuidado.

    — Settō, vem para cá — O dragão prateado ordenou.

    Logo, barulhos de coisas caindo foram escutados, e uma silhueta coberta de poeira saiu.

    — Oh! Chefe, ótimo te ver por aqui. Senti saudades — Disse a silhueta fazendo poses exageradas, antes de se aproximar de Seiji e oferecer um aperto de mão, que o jovem relutantemente aceitou.

    — Prazer em conhecê-lo, você parece incrivelmente íntegro. Promissor de fato — O homem mostrou aprovação.

    — Settō! Se apresente — Silver chamou mais uma vez, colocando sua mão no ombro do homem.

    — Perdão minha rudeza, Kakeru Settō a sua disposição — Se curvando extravagantemente, ele fez sua apresentação.

    — Lina Woods — A dríade tinha uma expressão estranha no rosto, internamente feliz por não ter que ficar próxima dele.

    — Fumiko Mari — Seguiu a garota com um aperto de mão.

    — … Hibiki… — A criança olhou duvidosamente para o homem.

    De repente, seus olhos se arregalaram. Vendo Settō averiguar a katana da espadachim.

    — Uma bela espada, onde conseguiu? Quer apostar ela comigo? Garanto que você tem cinquenta por cento de chance de vencer — Disse com um brilho nos olhos.

    A garota rapidamente retomou a espada, olhando cautelosamente para o indivíduo.

    — Ara, não me olhe assim~ Sou só um humilde apostador, nada perigoso — Ainda havia o mesmo brilho em seus olhos, embora muito menor.

    — O loirinho ali é Seiji, sua nova babá. Cuide bem dele — Silver interrompeu a troca entre o duo e esclareceu.

    Isso deixou um olhar incrédulo no rosto do mencionado, se sentindo injustiçado por tal punição.

    — Aliás, devolve o que pegou dele. Não podemos ter um começo tão ruim — O dragão prateado disse.

    Settō logo tirou um relógio, colar, SC e uma carteira parecendo triste enquanto o vaga-lume estava furioso.

    Quando percebeu que havia acabado, Silver retirou os pertences do apostador e os devolveu.

    — Quando você… Esquece — Vendo o olhar na face do seu chefe, o homem desistiu.

    Sem dar tempo para as reclamações de Seiji, ele levou todos sala afora, deixando somente o duo lá.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (2 votos)

    Nota