Capítulo 125: Exploração [1]

Tum!

“Só mais um pouco! O sol já está quase nascendo!”

Tum!

“Não desistam agora! Estamos quase lá!”

Tum!

Um por um, os soldados caíam no chão devido ao cansaço.

“Continuem! Só mais um pouco!”

A voz do capitão continuava a ecoar por toda parte. Ele parecia ser o mais exausto de todos, mas por pura força de vontade, se mantinha de pé enquanto continuava a dar ordens.

Clank—! Clank—!

Os cavaleiros abaixo também estavam no seu limite, lutando para conter os zumbis.

“Akh…!”

E o mesmo valia para os cadetes que, apesar de sua força, também estavam lutando.

Fazia sentido quando se considerava o fato de que os zumbis eram imortais.

Também fazia alguém se perguntar como essa cidade tinha conseguido se manter com apenas um cavaleiro de Tier 3.

Provavelmente era por causa de suas bestas e organização.

“Mais um minuto!”

Eu também ajudei aqui e ali. Usando os fios, contive e empurrei muitos zumbis para trás.

Pensei em mantê-los separados, mas o gasto de mana era muito grande. No final, a única coisa que pude fazer foi empurrá-los para trás.

‘… Se pelo menos eu não estivesse ferido.’

Sentia uma dor aguda cada vez que usava minha mana. Embora não me importasse com a dor, podia notar que ela aumentava a cada minuto que circulava minha mana.

Isso não era bom.

‘Estou em risco de piorar meus ferimentos.’

Foi por isso que me controlei, ao contrário dos outros.

SHIIIING—!

Especialmente Leon e Aoife, que estavam praticamente encharcados em seu próprio suor.

“Haaa… haaa…”

De pé ao meu lado, eu podia ouvir o quão ofegante era a respiração de Aoife enquanto ela usava seus poderes para criar uma parede invisível, bloqueando o avanço dos zumbis.

Tinha que ser dito. Apenas os dois sozinhos eram de grande ajuda.

Por outro lado…

Woooom—!

“Porra!!! Por que meu fogo não está adiantando nada???”

O desempenho de Keira não foi bom. Não era porque ela não estava tentando ou algo assim.

Mas principalmente porque os zumbis eram resistentes ao fogo. Sempre que as chamas passavam, nada acontecia.

Kracka! Kracka!

Evelyn, por outro lado, estava se saindo muito melhor. Usando suas habilidades, ela conseguiu conter vários zumbis.

“Haaa… haaa… F-faça alguma coisa…”

“Hm?”

Virando minha cabeça, fixei meus olhos em Aofie. Respirando com dificuldade, ela cutucou cansativamente os zumbis com o queixo.

“V-você pode fazer mais que isso… D-“

“Não há necessidade.”

Eu a interrompi.

“É hora.”

“… O quê?”

Olhando para o horizonte, a planície começou a ser envolta por um véu laranja, cobrindo a região e a horda de zumbis.

O sol havia começado a nascer.

E com o seu aparecimento, os movimentos dos zumbis começaram a ficar mais lentos.

“Acabou!”

Foi um dos soldados que gritou isso. E como se suas palavras tivessem um efeito, todos os zumbis magicamente pararam de se mover.

“Acabou…?”

“Haaa… haaaa… Finalmente podemos descansar?”

Todos estavam exaustos. Os cadetes, os cavaleiros. Ninguém conseguia nem levantar um dedo.

Até Leon, que normalmente parecia sem expressão, mostrou uma reação enquanto encarava os zumbis congelados.

Enxugando o suor do rosto, ele se aproximou de um dos zumbis para olhar mais de perto.

Mas assim que ele deu um passo, algo aconteceu.

“Olhem—!”

De repente, quando um cadete apontou para os zumbis, eu observei estupefato enquanto um brilho roxo envolvia os zumbis completamente. Senti uma sensação familiar de opressão vindo do véu roxo enquanto ele cobria os zumbis.

Antes que alguém pudesse dizer ou fazer algo, os zumbis desapareceram.

“O que…!”

“Eles simplesmente desapareceram?”

Sem surpresa, os cadetes ficaram espantados com o desenvolvimento.

O mesmo não podia ser dito sobre os soldados que desabaram no chão das muralhas, exaustos.

“Tratem os feridos!”

“Contem as baixas!”

O único que não descansou foi o capitão, que se apressou para verificar cada pessoa na muralha.

Parei por um momento para olhar para ele.

A imagem de sua versão mais jovem se sobrepôs à sua imagem atual.

‘Ele não é diferente do que é nas minhas memórias.’

Sempre prioriza os outros acima de si mesmo.

…Mas ele estar nisso por tanto tempo.

De onde ele tirava tanta força de vontade?

‘É das constantes mortes de seus companheiros? Ou de seu desejo de manter as pessoas desta cidade seguras?’

Quanto mais eu olhava para ele, mais curioso eu ficava.

‘Devo usar minha habilidade nele?’

Meus pensamentos foram interrompidos pelo súbito aparecimento dos professores à distância.

“Hmm.”

Eles tinham expressões incomumente sérias.

‘Agora que penso nisso, não os vi o tempo todo.’

Onde exatamente eles tinham ido?

Não precisei esperar muito para saber a resposta. Parando diante do capitão dos cavaleiros, o Professor Hollowe foi o primeiro a falar.

“… Não conseguimos rastrear totalmente a mana envolvendo os mortos-vivos. Conseguimos um fio dela, mas até agora ainda não a localizamos completamente. Precisaremos de mais alguns dias para rastreá-la totalmente.”

“Ah, entendo.”

O capitão acenou com a cabeça em compreensão.

“… Vocês podem levar seu tempo. Conseguimos nos manter por tanto tempo. Temos paciência suficiente.”

A realização surgiu em mim enquanto ouvia a conversa deles.

‘Então eles estavam rastreando o necromante.’

De fato, todos os esquadrões de subjugação morreram antes de retornar à cidade.

Eles ainda não sabiam a localização dele. Mas o mesmo não podia ser dito sobre mim.

‘Eu sei onde ele está.’

Eu tinha visto em minhas memórias. Na verdade, eu poderia ir agora mesmo.

Mas…

‘Não, ainda não.’

Olhei para minhas mãos. Elas estavam tremendo levemente. Era óbvio que meu corpo ainda sofria com os efeitos da droga.

Eu não seria útil se fosse até lá. Na verdade, estaria me colocando em perigo.

Olhando ao redor e vendo as expressões exaustas nos cadetes e soldados, mantive minha boca fechada.

Não era que eu não quisesse dizer a eles onde ele estava. Não que essa opção fosse possível, já que eu não poderia simplesmente chegar até eles e dizer: ‘Ah, eu sei onde ele está. Sigam-me.’

Eu teria que me explicar.

… E havia uma possibilidade real de minha habilidade ser exposta.

Eu não queria que isso acontecesse.

Não quando a situação ainda estava sob controle.

Já que esse era o caso, planejei deixar as coisas fluírem pelo maior tempo possível.

“Certo, pelo menos até eu me recuperar.”

*

Mantive minha palavra. Pelos próximos dias, permaneci quieto e deixei os professores descobrirem a localização do necromante.

Todo pôr do sol, na mesma hora, zumbis apareciam no horizonte.

Grooowlll—!

E todo pôr do sol, os cavaleiros, junto com os cadetes, lutavam contra a horda de zumbis que se aproximava.

“Fogo!”

Xiu! Xiu!

“Abram os portões! Cadetes!”

Clank, Clank—

A cena do primeiro dia se repetia. Primeiro começava com a chuva de flechas das bestas. Então, quando os zumbis chegavam a uma certa distância, os cadetes e cavaleiros avançavam para repelir seus ataques.

Isso continuou por vários dias, e quando chegou o quarto dia, finalmente, o Professor conseguiu rastrear a mana ligada aos zumbis.

“Consegui um rastro!”

Uma reunião aconteceu logo depois.

A reunião ocorreu no quartel dos cavaleiros. Em um espaço bastante grande, os cavaleiros e cadetes se reuniram em torno de uma grande mesa de madeira mal iluminada.

“… A localização é bem longe daqui.”

O Professor Hollowe foi quem falou. Com sua expressão relaxada de sempre, ele desenrolou um mapa e o colocou sobre a mesa.

“A jornada provavelmente levará um ou dois dias. Mesmo agora, não tenho certeza de como o necromante é capaz de controlar tantos mortos-vivos de uma distância tão grande. Só descobriremos quando chegarmos lá.”

O Professor Hollowe explicou. Pegando uma caneta, ele circulou uma grande área no mapa.

“Minhas habilidades de detecção me dizem que o necromante está em torno desta área.”

“Uh…?”

Aproximando-se, o Capitão dos Cavaleiros franziu a testa.

“Essa é uma área bem grande. Não apenas dois dias, pode levar mais. Se vocês estão planejando ir em uma expedição e levar os cadetes com vocês, então não tenho certeza se conseguiremos nos manter por muito mais tempo. O motivo pelo qual pedimos reforços é porque não conseguimos mais nos segurar.”

“Não há necessidade de se preocupar com isso.”

O Professor Hollowe tranquilizou enquanto olhava para a Professora Bridgette.

“Ela, junto com vários outros cadetes, ficará aqui. Por outro lado, eu irei verificar a área junto com alguns cadetes de elite.”

“Isso é…”

Antes que o Capitão pudesse dizer algo, o Professor Hollowe colocou sua mão sobre o mapa.

“Já tomei minha decisão. Com a Professora Bridgette aqui, vocês não precisam se preocupar com nada de ruim acontecendo na cidade.”

Ele não estava errado ali.

A Professora Bridgette era uma maga de Tier 4. Além do Professor Hollowe, cuja força eu não conhecia, ela era de longe a mais forte.

Na verdade, ela sozinha poderia lidar com uma grande parte dos zumbis que se aproximavam.

O motivo pelo qual ela e o Professor não intervieram nos últimos dias provavelmente era porque estavam tentando nos dar alguma experiência de vida real.

Pelo menos, essa era minha suposição.

Isso ficou aparente para mim quando os dois intervinham quando certos cadetes estavam em situações difíceis. Fazia sentido quando se pensava sobre isso. Nós éramos a elite do Império. A perda de um único cadete era grande.

Além disso, os dois também estavam ocupados rastreando o necromante.

“Agora então. Sobre as equipes. Já fiz uma lista dos cadetes que levarei comigo.”

O ar ao redor da sala mudou quando o olhar do Professor varreu a sala. Por um breve momento, seu olhar pausou em mim.

‘Essa é a segunda vez.’

Eu sabia desde antes, mas ele queria algo de mim.

O que exatamente…?

“Julien Dacre Evenus.”

Meu nome foi chamado como esperado.

“Leon Ellert.”

E o mesmo valia para o resto dos membros.

“Aoife K. Megrail.”

Eram os cadetes mais fortes do ano. Ou aqueles que se saíram melhor nos últimos dias.

“Kiera Mylne.”

Até Kiera foi chamada. No entanto, pensando bem, ela não seria útil ficando para trás, e ela provavelmente sabia disso, pois clicou a língua.

“Tsk.”

Mais alguns nomes foram chamados logo depois.

Palmas, Palmas— Batendo palmas duas vezes, o Professor chamou nossa atenção.

“… Aqueles cujos nomes eu chamei, por favor, se preparem. Partiremos em uma hora. Por favor, se preparem.”

“Uma hora?!”

Kiera se levantou em choque. Seu rosto ainda estava um pouco pálido da última onda.

“Ainda não dormimos. Como isso—”

“O tempo para dormir virá depois. Por agora, se preparem. Está de dia. Não podemos sair quando os mortos-vivos voltarem.”

“Mas—”

“É isso. Reunião encerrada. Se houver mais alguma coisa, podemos falar depois.”

Levantando-se, o Professor Hollowe prosseguiu para sair da sala de reuniões.

“Não, espere! Eu—”

Rastreando suas costas com meus olhos, recostei-me na cadeira.

“Haa…”

Embora parecesse cansado por fora, minha mente e corpo estavam frescos.

Ao contrário dos outros cadetes, eu não dei tudo de mim. Descansei meu corpo e interferi ocasionalmente. Apenas o suficiente para parecer que estava fazendo algo.

Eu sabia que algo assim iria acontecer.

“Que bom que fiz isso.”

Levantando minha cabeça para olhar para o teto da sala, memórias surgiram em minha mente. Havia várias. Cerca de nove.

Eram memórias de nove pessoas diferentes que fizeram a mesma jornada.

Organizando-as, franzi a testa.

‘Algo não faz sentido.’

Havia algo sobre elas que me incomodava. No entanto, não conseguia descobrir o motivo para isso.

As memórias…

Elas sempre terminavam assim que atacavam o necromante. Mas havia algo sobre o necromante que não fazia sentido.

Mas o que exatamente era?

Apertei e soltei meu punho em silêncio.

“… Acho que vou descobrir.”