Índice de Capítulo

    Opa! Mais um ilustre colaborador do Patreon contribuiu para o lançamento de Advento, por conta disso, postarei seus devidos 5 capítulos hoje! Lembrando que ainda restam 4 dias até o lançamento regular retornar. Agradeçam ao D. Conde!!!

    1/5

    O festival chegou ao fim.  

    O departamento educacional de Haven estava ocupado lidando com as consequências do adiamento dos exames intermediários. Como os exames eram usados para avaliar os cadetes para o recrutamento, o descontentamento deles era compreensível.  

    Todos os anos, as Guildas tinham apenas uma chance de escolher um novo recruta. Por isso, precisavam escolher o certo.  

    Um erro poderia custar seu futuro nos próximos anos. Por isso, era importante reunir o máximo de informações e dados possível antes do recrutamento começar.  

    No final, porém, apesar dos protestos, Haven se manteve firme em sua decisão.  

    Por outro lado, uma notícia específica começou a se espalhar pelo Império.  

    O Diário do Império — Última Hora:

    [O Enigma da Mansão da Meia-Noite alcança a cobiçada classificação de 5 estrelas como a mais nova sensação do teatro no Império!]  

    Em uma exibição impressionante em Haven, os juízes ficaram completamente hipnotizados pela peça. Repleto de reviravoltas e surpresas complexas, manteve o público cativo do início ao fim.  

    No entanto, se houve um desempenho que se destacou, foi sem dúvida o da Estrela Negra de Haven, Julien Dacre Evenus. Um cavalo negro no prêmio Jovinc! Será que ele conseguirá?  

    *  

    “Huuu.”  

    Colocando o jornal de lado, respirei fundo.  

    “O prêmio Jovinc…”  

    Eu tinha acabado de descobrir sobre ele há alguns momentos. Aparentemente, era um prêmio de atuação muito prestigiado. Conforme os clipes da peça começaram a se espalhar, minha voz também, e de repente, eu me tornei um candidato a ganhar o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante.  

    Era um tanto opressor.  

    No entanto, pensando no dinheiro que receberia com o prêmio…  

    —Eu também voto nele. Ele foi fenomenal. Algumas das melhores atuações que já vi. Julien D. Evenus.

    Comecei a alimentar a narrativa.  

    ‘…..Preciso do dinheiro, então.’  

    Coloquei meu voto e o enviei para o correio.  

    Estava saindo do correio quando uma figura apareceu na minha frente. Nós dois paramos ao mesmo tempo.  

    “….”  

    “….”  

    Por um breve momento, o silêncio prevaleceu.  

    A primeira a quebrá-lo foi Aoife, que alternou seu olhar entre mim e o correio.  

    “Você estava votando?”  

    “…..Sim.”  

    “Oh.”  

    “…..”  

    Olhei para a mão de Aoife, onde uma pequena carta estava aninhada. Por algum motivo, ela parecia estar mexendo nela. Talvez estivesse envergonhada com sua escolha?  

    “Você também está votando?”  

    “Uh, ah… Sim.”  

    Como seus olhos evitavam os meus o tempo todo, talvez fosse verdade que ela estava envergonhada com sua escolha.  

    Estava prestes a ir embora quando ela perguntou:  

    “….Em quem você votou?”  

    Meu rosto estremeceu com a pergunta. Mantendo a compostura, olhei diretamente em seus olhos antes de responder:  

    “Em você.”  

    “….Uh?!”  

    Como se não esperasse essa resposta, seus olhos se arregalaram.  

    “Achei que você fez um bom trabalho. Dá para ver que se esforçou muito no seu papel. Foi impressionante.”  

    “Uh, ah…”  

    Seu corpo tremeu levemente, e ela baixou a cabeça. Não consegui ver sua expressão, mas aproveitei aquele momento para sair.  

    ‘Não é como se eu tivesse mentido…’  

    Bem, a parte em que votei nela era, de fato, uma mentira.  

    Mas, fora isso, sua atuação realmente tinha sido ótima. Dava para ver que ela tinha se esforçado muito.  

    Não queria tirar isso dela.  

    ‘…..Vou votar nela da próxima vez.’  

    Se a oportunidade aparecesse.  

    ***  

    Mesmo depois que Julien saiu, Aoife continuou parada no mesmo lugar, com a cabeça baixa. Até agora, ela ainda lutava para entender o que havia acontecido.  

    Relembrando a conversa anterior com ele, Aoife se viu cerrando os punhos.  

    “Eu…”  

    As palavras dele. Eram uma forma de reconhecimento.  

    Reconhecimento de seus esforços. Isso fez seu corpo arder de calor. Fazia muito tempo que ela não se sentia assim. A alegria de saber que alguém reconhecia seu esforço.  

    Mesmo que viesse da pessoa mais improvável, não… talvez fosse justamente por ser *ele* que o elogio significava mais.  

    Ele era claramente melhor que ela.  

    Ele era a estrela do show e alguém que provavelmente ganharia o prêmio.  

    Para ele dizer que votou nela…  

    “Haha.”  

    Era o suficiente para fazê-la rir. Especialmente quando ela olhou para a carta em sua mão.  

    —Achei ela incrível. Chamou minha atenção. Voto nela. Aoife K. Megrail.

    Pensando bem agora, era vergonhoso. Ela mesma votar em si…  

    “….Achei que ninguém votaria em mim.”  

    Considerando a atuação de Julien, ela achou que ficaria sem votos.  

    Mas quem diria…?  

    “Haa.”  

    Olhando para a carta, Aoife soltou um longo suspiro.  

    Ela percebeu o quão vergonhoso tinha sido seu ato. Aoife odiava admitir, mas precisava ser mais madura quanto a isso.  

    “Ele foi ótimo.”  

    Muito melhor que ela.  

    E por isso…  

    Riiiip—!

    Aoife rasgou a carta.  

    “…..Foi imaturo da minha parte.”  

    Indo até uma mesa próxima, ela escreveu uma nova carta. Nela, escreveu:  

    —O único possível vencedor. Julien D. Evenus.

    Quando terminou, dobrou o papel, colocou no envelope e o entregou ao correio.  

    “Obrigado por usar nossos serviços.”  

    “…..”  

    Saindo do correio, Aoife olhou para o céu. Sentiu-se libertada. Para ela, o reconhecimento de seu esforço significava muito mais que um único voto. Especialmente porque aquele voto vinha dela mesma.  

    Pensando em suas ações, ela começou a sentir vergonha alheia.  

    “….Que vergonha.”  

    Ela realmente pensou em votar em si mesma…  

    Aoife balançou a cabeça.  

    “Patético.”  

    ***  

    Os dias passaram assim.  

    Com os exames se aproximando, um clima sério tomou conta da Academia. O lugar antes movimentado agora estava vazio, enquanto os campos de treino e a biblioteca ficaram lotados.  

    A ponto de ficarem superlotados. Esses lugares se tornaram impossíveis de frequentar.  

    Felizmente, eu estudava no meu dormitório na maior parte do tempo.  

    Nas duas semanas seguintes, segui a mesma rotina.  

    Aulas, estudo no dormitório, treino de feitiços e treino do livro de nível azul. Meu progresso não era nada rápido. Pelo menos, não comparado ao que já foi no passado.  

    Mas, certamente, era melhor que nada.  

    Mais do que tudo, eu só estava esperando para ver o que aconteceria quando meus feitiços atingissem o próximo nível.  

    Eles evoluiriam? Se sim, como…?  

    “Ugh.”  

    Alongando meu corpo, esfreguei o rosto cansado e fechei o livro à minha frente.  

    “….Parece que voltei ao meu emprego.”  

    Havia tantas coisas para memorizar e entender. Era horrível, mas eu não tinha escolha a não ser fazer isso.  

    Os exames intermediários eram importantes.  

    Não apenas a reprovação significaria expulsão, mas as classificações seriam reajustadas. Isso significava que eu poderia muito bem perder minha posição como Estrela Negra.  

    Não podia deixar que isso acontecesse.  

    A posição era muito importante. Embora até agora não tivesse feito muito por mim, eu sabia o quanto o nome importava para as Guildas e organizações externas.  

    Por isso, não tinha escolha a não ser me dedicar aos estudos e ao treino.  

    “…..”  

    Levantando-me para me alongar, de repente parei e olhei para o canto do quarto.  

    Lá, uma caixa preta repousava.  

    Pensando na caixa, franzi a testa. Fazia tempo que não a abria. Não, na verdade, não a tocava desde que cheguei a Haven.  

    Andando até ela, me abaixei.  

    Click—!

    Com um click, a caixa se abriu, e eu levantei a tampa. Imediatamente, meu olhar se fixou na espada dentro dela.  

    “…..Faz tempo.”  

    Certo, eu ainda tinha a espada comigo. A mesma que perfurou meu peito na primeira vez que cheguei a este mundo.  

    Ainda não entendia por que aquilo aconteceu, ou por qual motivo a espada estava cravada em mim, mas se havia uma coisa de que eu tinha certeza, era que a espada era importante.  

    “…..”  

    Passando os dedos por seu corpo, pude sentir o quão afiada ela era.  

    “É uma espada de altíssima qualidade.”  

    Isso era óbvio à primeira vista.  

    Colocando minha mão no cabo da espada, tentei levantá-la, mas…  

    “….Hmm.”  

    Era pesada. Muito pesada.  

    “Ugh.”  

    Precisei das duas mãos só para conseguir levantá-la.  

    “Mas o quê…?”  

    Não lembrava dela ser tão pesada.  

    “Ugh.”  

    Quanto mais eu tentava me mover com a espada, mais difícil ficava. Como uma espada pode ser tão pesada?  

    No final, sem conseguir segurar por mais tempo, meu aperto falhou, e a espada caiu no chão.  

    Clank. Clank. Clank.

    “Haaa… Haaa…”  

    Recuperando o fôlego, olhei para a espada com uma expressão fechada.  

    Como alguém poderia segurar uma espada tão pesada?  

    “Essa é a diferença entre um mago e um cavaleiro?”  

    Se sim, ficou claro que a espada não seria útil para mim. Já esperava por isso, então não fiquei desanimado.  

    “Hmmm.”  

    Mas então um pensamento me ocorreu.  

    “E se eu injetar mana na espada?”  

    O que aconteceria?  

    Coloquei meu pensamento em ação imediatamente, segurando o cabo da espada e canalizando minha mana para ela.  

    “Ha…!”  

    Quase instantaneamente, a espada ficou mais leve, e eu consegui levantá-la. Fiz só para testar, mas não esperava que funcionasse.  

    Foi uma surpresa agradável.  

    “Isso é—”  

    Mas a surpresa durou pouco.  

    Pisca.  

    Com um piscar de olhos, meu redor mudou. De repente, eu estava em uma planície rochosa.  

    A paisagem se estendia infinitamente em tons de cinza sombrio, com formações irregulares subindo e descendo como ondas congeladas de um oceano turbulento.  

    Acima, o sol, embora familiar, lançava uma luz vazia, seu brilho abafado por um véu pesado de melancolia que parecia envolver tudo.  

    Atordoado, olhei ao redor.  

    “O que é isso…?”  

    Pisca.

    Piscando novamente, eu estava de volta no meu quarto.  

    E então…  

    Pisca.

    De volta ao espaço.  

    Algo apertou meu coração de repente, e ele começou a bater descontroladamente. Olhando ao redor sem piscar, engoli em seco.  

    “O-o quê…?”  

    Swoosh—

    O próprio tecido do espaço ao meu redor começou a se torcer, e uma mão surgiu lentamente atrás de mim, agarrando meu ombro.  

    “…..!”  

    Quando minha cabeça virou naquela direção, meu coração parou.  

    “Ah, isso…”  

    Com um sorriso largo, ele me encarou.  

    Como se o próprio tecido do espaço envolvesse seu rosto, eu olhei para a criatura sem feições.  

    E…  

    Ba… Baque! Ba… Baque!

    Meu coração voltou a bater.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (7 votos)

    Nota