Armagedon A Guerra dos Cavaleiros Capítulo 18: Nornas

    Normandia, França, 793 D.C:
    Os Campos da Normandia possuem uma vasta grama com uma praia ao longe da vista. Terreno plano com algumas planícies e depressões.
    Os dois Cavaleiros começaram a aparecer no campo de batalha, enquanto uma tela enorme aparecia para todos na arena com as imagens do local.
    — Está tudo certo por aí, Anael? — perguntou Gabriel.
    — Está sim — disse Anael com tristeza em sua fala.
    “ Por que eu tenho que fazer esse tipo de coisa? Eu só queria ir pra casa”, pensou Anael.
    Os Cavaleiros deram alguns passos para frente e continuaram a se encarar.
    — Me diga, senhor bárbaro. Qual o seu objetivo nesse torneio? — perguntou Jack com um sorriso sarcástico.
    — Meu único objetivo é vingar meu pai e trazer glória ao nome de minha família — disse Bjorn batendo no seu peito.
    Jack começou a rir.
    — Qual a graça, assassino?
    — Mil perdões, eu não quis rir de você. É que eu não esperava por essa resposta, eu estava esperando algo como comida ou riquezas. Sabe como é, vocês bárbaros não possuem tanta inteligência.
    Bjorn sorriu e colocou sua mão direita em seu martelo.
    — Eu esperava lutar contra um guerreiro com extrema habilidade e honra, como Leônidas ou Musashi. Infelizmente, peguei um covarde que só sabe falar.
    Jack continuou com o seu sorriso e então abriu seu braços na direção de Bjorn.
    — Então, tente acabar comigo, bárbaro.
    Bjorn impulsionou-se para frente e atacou com seu martelo na cabeça de Jack. Quando o martelo chegou perto do rosto do assassino, Bjorn atingiu algo próximo ao rosto.
    Bjorn olhou confuso e continuou uma sequência de golpes em diversos locais diferentes, mas todos os golpes estavam sendo parados em pleno ar e nunca chegavam a atingir o assassino.
    — Aconteceu algo, bárbaro? — zombou Jack.
    — Que tipo de magia é essa?
    Bjorn sentiu algo vindo na sua direção e deu um salto para trás. Quando olhou para frente, percebeu diversas linhas cravadas no chão, as quais o haviam quebrado.
    — Por que recuou, bárbaro? Achei que os vikings tinham o ideal de nunca recuar.
    Bjorn começou a sentir ataques de todas as direções e começou a esquivar e bloquear os ataques.
    “ Eu não estou conseguindo ver o ataque, só estou sentindo ele vindo pela grande sede de sangue desse assassino”.
    De repente, um dos golpes acertou a bochecha esquerda, a qual sangrou.
    — Primeira vez que eu vejo um nórdico sangrar, qual será o gosto?
    Bjorn soltou um grande berro e então ergueu seu martelo. As nuvens do local começaram a escurecer e a trovejar.
    — Que os céus ousam o ao chamado do meu martelo. Mostrem sua servidão ao meu Mjornir.
    Um raio caiu no martelo de Bjorn e uma forte ventania começou a tomar conta do local. Jack estava fazendo força para permanecer no local.
    — Realmente, uma habilidade incrível, bárbaro.
    Bjorn olhou sério para Jack e jogou um raio na direção de dele com o seu martelo. O assassino não teve reação e recebeu o ataque em cheio e foi jogado na direção da praia.
    Bjorn começou a girar o seu martelo e voou na direção de Jack. Quando chegou ao local, viu o assassino esmagado em um grande rocha.
    Bjorn desceu até a praia e ficou em frente a Jack.
    — Não estou surpreso que você tenha morrido com esse golpe. Pessoas sem honra, são fracas demais
    Bjorn virou de costas e sentiu um ataque vindo pela direita, assim ele colocou seu martelo na frente para bloquear o ataque, contudo ele foi jogado na direção de aglomerado de rochas.
    O Viking levantou-se colocando a mão na cabeça e viu Jack saindo da rocha e sorrindo.
    — Realmente, eu não possuo honra nenhuma. Mas para que isso me serviria? A única coisa que eu preciso é de uma faca e alguns minutos com uma bela mulher pra eu me sentir vivo.
    Bjorn começou a girar o martelo, enquanto diversos raios caiam ao seu lado.
    — Farei você ter uma morte lenta.
    — PODE VIR TENTAR, BÁRBARO.
    Bjorn novamente jogou um raio na direção do Jack, contudo o raio não atingiu o assassino e estava sendo bloqueado em pleno ar.
    — Novamente essa bruxaria?!
    Com o cessar do raio, Jack ergueu suas mãos e Bjorn sentiu um grande golpe vindo na sua direção e usou seu martelo para bloquear.
    O Viking sentiu o impacto do golpe e começou a ser empurrado para trás em uma grande velocidade. Após alguns segundos, ele repeliu o golpe com extrema dificuldade e voltou os seus olhos para Jack.
    Quando ele olhou para frente, viu o chão totalmente destruído com diversas linhas o dividindo.
    “O chão está destruído da mesma forma que antes, será que ele está usando magia?”.
    — Estou surpreso que você não tenha identificado a minha arma. Realmente, vocês vikings devem ter um parafuso a menos — disse Jack saindo do meio da fumaça causada por seu ataque.
    — Você pode estar usando qualquer coisa. Você está representando o deus da trapaça e feitiçaria.
    Jack suspirou.
    — Vamos lá, bárbaro. Se você não conseguir identificar algo tão simples quanto isso, como você será capaz de se tornar o meu herói?
    — Herói?
    — Exatamente. O que eu procuro nesse torneio é um verdadeiro herói, que seja capaz de me derrotar e trazer felicidade ao rosto de milhares de crianças do mundo inteiro.
    — Então o que você procura é perder?
    Jack passou a mão em rosto com raiva, enquanto soltou um leve suspiro logo em seguida.
    — Estou realmente decepcionado. Acho que você não será capaz de se tornar o meu herói.
    Bjorn sentiu novamente uma grande sede por sangue vinda de todos os lados.
    — Somente morra, bárbaro.
    Bjorn ergueu seu martelo e um raio caiu nele, assim diversos raios começaram a atingir tudo em volta para protegê-lo.
    — Boa estratégia.
    Com os raios, Bjorn conseguiu visualizar o que estava em volta dele.
    — Descobri sua arma, assassino. Não será mais capaz de realizar mais ataques surpresas.
    Jack somente sorriu e Bjorn atacou o ar na suas costas e atingiu algo. O assassino olhou surpreso.
    — Sua arma são fios, os quais vocês controla a sua vontade. Não é isso, assassino?!
    Os olhos de Jack começaram a brilhar de alegria.
    — Agora que você já sabe qual é a minha arma, o que fará?
    Bjorn voltou a rodar seu martelo.
    — Irei afundar meu martelo em sua cabeça e farei você pagar por cada assassinato que você já tenha cometido em vida.
    Jack viu a determinação no olhar de Bjorn e começou a se empolgar.
    — Tente me pegar se puder, Viking.
    Jack começou a mexer seus dedos e Bjorn começou a visualizar diversos ataques de linhas vindo em direções diferentes.
    Bjorn começou a refleti-los facilmente com seu martelo.
    — Agora que eu sei o que são esses ataques, eles não serão mais problema.
    A cada golpe que Bjorn refletia, ele se aproximava de Jack, o qual estava ficando eufórico.
    Após alguns golpes, Bjorn estava a frente de Jack e então o atacou na cabeça. O assassino esticou seu braço direito para trás junto de cinco fios longos que bateram de frente com o martelo.
    Bjorn repetiu o mesmo golpe, enquanto Jack esticava seus braços juntos aos fios para defender os golpes. O assassino estava sendo empurrado para trás a cada colisão.
    Jack deu um salto e esticou seus braços pra frente e Bjorn visualizou diversos fios indo na sua direção. Assim, o Viking rodou rapidamente seu martelo e jogou um raio na direção de Jack.
    Os fios que estavam indo na direção de Bjorn voltaram rapidamente e conseguiram defender Jack do impacto do golpe.
    — Eu achei que seria bem mais difícil a luta, mas você não consegue atacar e defender ao mesmo tempo. Então, eu só preciso continuar atacando até que esses fios sejam destruídos.
    Jack sorriu e fechou seus punhos. Bjorn sentiu diversos fios o cobrindo e então o prendendo aonde estava.
    — Você abriu a guarda, Viking. Primeira regra de como enfrentar um assassino: Nunca abra distância entre vocês.
    Bjorn estava fazendo força para se libertar, mas o fios o prendiam cada vez mais.
    — Com você preso, acho que posso me divertir um pouco.
    Jack tirou uma faca de seu colete e começou a andar lentamente na direção de Bjorn. Quando Jack chegou próximo ao Viking, ele aproximou sua faca na direção do olho de Bjorn.
    Quando chegou próximo, Bjorn sorriu.
    — Te peguei.
    Um raio caiu em Bjorn e Jack sentiu o impacto do golpe. Os fios ao redor do bárbaro caíram e Jack perdeu a consciência por alguns milissegundos, o suficiente para que o Viking o acertasse na barriga com o martelo.
    Jack golfou sangue e Bjorn acertou seu rosto com seu punho esquerdo. O assassino foi jogado para trás e caiu no chão.
    — Você se acha demais, assassino. Por causa disso, vou esmagar seu crânio.
    Quando Bjorn direcionou seu ataque na cabeça de Jack, o assassino mexeu seu dedo anelar esquerdo e foi puxado para trás na direção de algumas rochas.
    — Você não vai fugir.
    Bjorn rodou seu martelo e jogou na direção de Jack, o qual recebeu o ataque de frente e foi jogado entre as rochas.
    Bjorn ergueu seu braço direito na direção do martelo, contudo ele não estava voltando.
    Jack começou a gargalhar e levantou-se. Sua cabeça estava sangrando junto de sua boca.
    Bjorn olhou pro seu martelo e viu que ele estava preso em pleno ar.
    — Mjornir, volte ao meu chamado.
    — Desista, Viking. Esse martelo me irritou de verdade e decide dar um fim nele.
    — Esse é o martelo do poderoso Thor. Ele é indestrutível, nem mesmo os seus maiores inimigos foram capazes de o destruir.
    Bjorn olhou pro martelo e percebeu que os fios começaram a aperta-lo e pequenas faíscas podiam ser vistas saindo dele. Um raio caiu aonde o martelo estava, mas ele continuava imóvel.
    — Essa merda de raio não irá funcionar de novo.
    Bjorn olhou aflito e então Jack soltou um grande sorriso. E então com um estalar de dedos, o martelo começou a ser compactado e então destruído em milhares de pedaços.
    Todos na plateia olharam surpresos. Os olhos de Loki brilhavam de alegria e Thor estava enfurecido.
    — Isso não deveria ser possível. O meu martelo deveria ser indestrutível — disse Thor batendo em sua poltrona.
    Loki somente sorriu, então Thor levantou-se e pegou na gola de seu irmão.
    — Que merda você fez, Loki?!
    — Nada demais, irmão. Somente busquei poder capaz de derrota-lo.
    — Aqueles fios não são normais. Os únicos fios capazes de destruí-lo seriam os das Nornas, mas elas jamais seriam capazes de me trair.
    — Acho que você deveria rever suas amizades, meu irmão.
    Thor enfurecido deu um soco no rosto de Loki e começou a soca-lo. De repente, ele sentiu uma forte presença ameaçadora ao lado dele.
    Quando Thor olhou pro lado, viu Odin enfurecido.
    — Volte para o seu lugar, Thor. Não ouse trazer mais vergonha ao meu nome.
    Thor apertou com força os seus punhos e andou na direção de seu trono. Odin olhou com desprezo para Loki e foi na mesma direção que o deus do trovão.
    “Tive que fazer muitas coisas de que não me orgulho muito, mas com certeza ter feito esse assassino o meu Cavaleiro não foi uma delas”
    Loki começou a limpar o sangue de seu rosto e começou a se lembrar de antes da luta.
    Antes da sexta luta em uma sala:
    Jack estava terminando de se arrumar, quando Loki foi ao seu encontro.
    — E então, meu Cavaleiro. Já se adaptou às feitiçarias que lhe ensinei?
    — Eu não irei usar nenhuma delas, meu deus.
    — Como é?! Eu não possuo outra benção e essas magias serão o seu triunfo.
    — Eu não gosto muito disso. Lutarei usando somente essa faca, pois é única coisa que eu preciso.
    — Não diga asneiras, assassino. Esse torneio não é uma das suas brincadeiras que você fazia na terra, esse torneio é para conquistar o título de Supremo.
    Jack andou na direção de Loki e olhou bem fundo em seus olhos.
    — Se você não quiser que eu use somente minha faca, me traga uma arma que se adapte ao meu estilo.
    Loki pretendia o refutar, mas ele sentiu uma grande aura perversa vindo de Jack, por isso não conseguiu dizer uma única palavra.
    De repente, as portas da sala se abriram e Loki olhou pra trás e viu três mulheres entrando no local. Logo, o deus da trapaça se ajoelhou e levou Jack consigo para baixo.
    Elas possuem vestes longas pretas junto de um capuz preto. Suas roupas estão bem velhas e rasgadas. Não é possível ver seus rostos, somente um vazio neles e seus braços são totalmente envelhecidos com unhas longas em seus dedos.
    — Não esperava a presença de vocês, senhoras Nornas.
    As Nornas transmitiam uma aura tremenda, que fazia Loki não querem levantar sua cabeça.
    — Levante a cabeça, Loki — disseram as Nornas ao mesmo tempo.
    Loki levantou sua cabeça e começou a olhar no rosto delas, os quais eram tão vazios quanto a própria escuridão.
    — Qual o problema, deus da trapaça? O Cavaleiro que lhe demos não está lhe sendo útil?
    — Não é isso, senhoras Nornas. Ele está se recusando a usar os feitiços que eu lhe ensinei.
    As Nornas voltaram seus olhares para Jack.
    — Há algum problema nas magias dele, assassino?
    Jack sorriu, levantou-se e andou na direção delas até que ficasse cara a cara com a própria escuridão.
    — Eu me recuso a usar essas magias, elas não são muito o meu estilo.
    — Não são o seu estilo?! Você irá as usar e não iremos repetir.
    — Já disse que não irei usar, ninguém manda em mim.
    As Nornas pegaram nos braços de Jack e um delas cobriu o seu rosto com o capuz que tinha em sua cabeça. O assassino tremeu um pouco, mas após alguns segundos ele parou de relutar.
    — Agora ele ficará mais obediente — disse uma das Nornas.
    E então, eles começaram a ouvir o assassino gargalhar e as Nornas se afastaram dele.
    — Era só isso que vocês tinham para me mostrar? Foi uma ótima piada.
    As Nornas se assustaram e Loki não estava entendo a situação.
    — Como a sua mente continua sã, após os acontecimentos e as atrocidades que lhe mostramos?
    — Muito simples, minhas senhoras. Eu simplesmente não sinto mais medo de nada, eu sou o medo.
    Jack se aproximou delas com um sorriso sádico e elas se afastaram dele.
    — O que foi? Parece até que viram um monstro. Hahahahah.
    Loki olhou impressionado para Jack e então voltou seus olhos para as Nornas, que pareciam tirar algo de dentro delas.
    — Não esperávamos que você fosse capaz disso, mas com certeza deve ser digno de usá-las.
    As Nornas tiraram diversos fios de dentro delas e andaram na direção de Jack.
    — Use-as com sabedoria, Jack Estripador.
    Jack pegou os fios, que rapidamente se prenderam em suas luvas. O assassino sorriu e vislumbrou diversos fios o rodeando.
    — Com certeza eu poderei as usar durante o combate. Hahahahaha.
    As Nornas se assustaram e começaram a se retirar do local.
    — Eu juro que irei lhe encontrar e proporcionar o maior combate de sua vida, meu herói.

    Continua….

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