Armagedom A Guerra dos Cavaleiros Capítulo 06: Corday

    Charlotte começou a suar frio e a tremer.
    “E agora? Como eu vou conseguir matar ele?”, pensou Charlotte.
    O sangue envolta de Ramsés foi evaporando aos poucos, enquanto ele alongava os braços e as pernas.
    — Mil perdões, onde está a minha educação?! Vamos continuar o combate — disse Ramsés sorrindo.
    Charlotte começou a correr na direção oposta a de seu oponente, enquanto criava adagas em volta de si.
    Liberté.
    Ramsés somente abriu os seus braços e as adagas perfuraram o seu corpo. Ele cuspiu sangue e quase caiu no chão.
    O faraó levantou-se, rapidamente, e as adagas foram destruídas com a pressão de seus músculos. Seus ferimentos foram cicatrizados.
    “Quando a décima praga é ativada, as habilidades da primeira e da sexta são ativadas automaticamente. Isso é muito bom”.
    — Quarta praga: marad albaeud ( doença dos mosquitos).
    O corpo de Ramsés transformou-se em diversos mosquitos e foi atrás de sua presa.
    Charlotte correu sem parar em linha reta, enquanto tentava pensar em um plano.
    “Droga, o que eu faço? Como eu mato um ser imortal? Achei que coisas assim fossem proibidas e impossíveis para os humanos”.
    Ela olhou para trás e viu diversos mosquitos a perseguindo e então, juntou diversas facas na sua mão e formou uma espada gigante e atacou o inimigo.
    A espada esmagou os mosquitos e formou-se uma poça de sangue no chão.
    O sangue começou a mover-se, lentamente, e juntou-se.
    — Isso doeu, sabia?! Hahahahaha — disse Ramsés, enquanto se regenerava.
    Charlotte continuou a se afastar dele e Ramsés a perseguiu. Ela olhou para frente e viu um desfiladeiro com diversas rachaduras.
    “Se eu não vou conseguir matar ele ainda, vou enterra-lo como uma verdadeira múmia”.
    Charlotte jogou algumas facas no desfiladeiro a sua frente.
    — Pode vir para cima, sua múmia. Você não tem a menor chance!
    Ramsés sorriu e impulsionou-se para frente e utilizou um ataque de cima para baixo.
    A Cavaleira defendeu o golpe com suas facas e ela chutou a perna dele e o jogou para trás.
    Quando ele se levantou, se deparou com 3 Charlottes que possuíam diversas facas ao redor de si mesmas.
    LIBERTÉ — gritou todas elas.
    O Cavaleiro foi atingido por diversas facas em seu corpo e também foi empurrado na direção do desfiladeiro. Mesmo fazendo força para continuar no mesmo lugar, a perca de seus membros foi fatal.
    Quando ele chegou bem próximo do desfiladeiro, os clones haviam sumido e Charlotte estava sorrindo.
    — Adeus, meu senhor. Seja soterrado como os seus ancestrais.
    As facas presas no desfiladeiro haviam desaparecido e destroços estavam caindo na cabeça de Ramsés. Quando ele tentou sair do local, suas pernas foram atingidas por facas e acabou ficando preso no local.
    Ramsés somente riu da situação e em seguida foi esmagado por diversas rochas, ficando soterrado por detritos.
    Charlotte suspirou de alívio e levantou sua cabeça. Quando der repente, ela sentiu algo em sua barriga e olhando para baixo, percebeu que um espada estava cravada nela com uma mão a empunhando.
    Através dessa mão, foi crescendo um corpo e ali Charlotte sabia de quem era aquele corpo, enquanto escorria sangue de sua boca.
    — Minha querida, Charlotte. Como você consegue ser tão encantadora? Desde o início do combate, você me fez ver o mundo de uma outra perspectiva. Por isso, farei um favor para você e a deixarei ser minha nova esposa.
    — Vai pro inferno!
    — Eu também te amo.
    Ramsés, com sua mão esquerda, pegou no rosto da Charlotte e a beijou intensamente, enquanto segurava firme a sua espada na barriga dela.
    Ixquimilli na arena estava irritado e Osíris estava feliz. Alguns da plateia estavam furiosos e outros confusos.
    Em uma sala:
    Uma mulher estava sentada em uma poltrona na sua sala e observava o confronto dos dois Cavaleiros. Ela possuía presas pequenas de elefante nos seus ombros e um casaco feito de pele de lobo
    — Eu não aguento mais. Eu mesma vou resolver isso e matar aquele merda. Ninguém toca assim em uma das minhas irmãs e sai impune com isso.
    Atrás dela, estava uma outra mulher.
    — Você deve se acalmar, minha lutadora. Uma hora poderemos nos vingar de todos eles e tornar você, uma campeã.
    A mulher na poltrona suspirou.
    — Tudo bem. Irei me acalmar e aguardar o meu confronto, senhorita Nêmesis.
    No Vale dos Reis:
    Charlotte, com sua faca na mão esquerda, atacou o pescoço de Ramsés. Ele parou o beijo e recuou para trás.
    — Que beijo quente que tivemos e nada melhor do que uma chuva de sangue logo após. Hahahahaha.
    Charlotte estava fazendo esforço para se manter de pé e estava perdendo bastante sangue.
    “O corte foi profundo, mas por sorte não atingiu nenhum órgão interno. Eu não tenho muito tempo, então tenho que acabar com essa luta rápido”, pensou a Cavaleira das Revoluções.
    — Vamos continuar nossa brincadeirinha enquanto você está se fazendo de difícil, pois eu sei que você me quer, meu amor — disse Ramsés sorrindo com sangue escorrendo de sua boca.
    Ramsés avançou e desferiu diversos golpes em cima da Cavaleira das Revoluções e ela defendeu os golpes com bastante dificuldade com somente uma faca na mão esquerda. A cada golpe que ela defende, um pouco de sangue espirra de sua barriga.
    Ramsés continuou com um sorriso psicótico e gargalhando enquanto atacava sua bela vítima e der repente ele sentiu um forte aperto em seu peito.
    O faraó parou a sequência de golpes e começou a apertar o seu peito e a bater nele. Ele começou a suar bastante e no final soltou um berro ensurdecedor com a cabeça para cima.
    Charlotte tampou seu ouvidos com toda a força que tinha.
    Ramsés ofegava muito e possuía em seu rosto um tom sério e desesperado.
    “Parece que não tenho muito tempo”.
    — Eu queria me divertir mais — sussurrou Ramsés.
    Charlotte sentiu a aura do local ficar diferente e mais pesada do que antes e ela já criou mais um faca para a mão direita e ficou em posição de luta.
    Ramsés baixou a cabeça, lentamente, enquanto passava a mão esquerda no cabelo.
    — Eu sinto muito, meu amor. Eu terei que acabar com a nossa disputa agora mesmo. Então, irá se casar comigo ou irá morrer ?
    Charlotte soltou um sorriso de canto de boca.
    — Posso aguentar esse confronto o dia todo.
    Ramsés soltou um sorriso leve.
    — Eu sei que pode.
    Envolta do faraó, as areias do Vale do Reis estava o rodeando e cobrindo seu corpo em uma grande velocidade. A imagem que todos na arena estavam vendo era de um tornado de areia e fortes ventos de areia estavam sendo criados.
    Charlotte estava fazendo bastante força para se manter de pé e no mesmo local.
    — Décima primeira praga: ghadab fireawn ( Fúria do Faraó).
    Ramsés esticou sua mão esquerdo aberta na direção de Charlotte e então fechou o seu punho esquerdo.
    A areia voou para cima de Charlotte e sem tempo de reação, ela foi coberta de areia e teve sua pele ressecada aos poucos e seus ferimentos ficaram cada vez mais abertos.
    Com os fortes ventos de areia, Charlotte não conseguia concentração suficiente para usar suas habilidades e começou a sentir sufocada e fechou os seus olhos. Em seus últimos momentos ela começou a lembrar de seu passado.
    Normandia, em uma casa no campo, ano 1783 D.C:
    Charlotte acordou e levantou-se devagar de sua cama. Ela vai em direção ao espelho e começou a pentear o seu cabelo bagunçado. Ela aparentava ter uns 13 a 14 anos de idade.
    — CHARLOTTE, O CAFÉ ESTÁ NA MESA — gritou uma voz feminina.
    — ESTOU INDO.
    Charlotte saiu de seu quarto e desceu as escadas da casa na direção da cozinha. No local, estava sua mãe no fogão a lenha com sua irmã mais nova em um cesto de palha enquanto sua irmã mais velha e seu pai na mesa estavam comendo pão.
    A mãe aparentava ter entre 35 a 40 anos e usava um vestido branco longo de veludo e em seu rosto havia uma pinta na bochecha direita.
    Seu pai aparentava ter entre 40 a 45 anos e usava uma blusa marrom com botões e uma calça preta longa com um chapéu de couro em sua cabeça e ele parecia estar sempre com uma cara séria.
    Sua irmã era cinco anos mais velha que ela e usava um vestido com um tom amarelado e seu rosto tinha bastante maquiagem.
    — O café da manhã está na mesa e hoje vou precisar que você cuide de sua irmã mais nova — disse a mãe.
    Charlotte sentou na mesa e começou a comer o pão com uma grande velocidade e apetite.
    — Entendido, Charlotte?
    — Sim, mãe — disse Charlotte engolindo com dificuldade o pão.
    — Vê se não vai fazer besteira — disse a irmã mais velha.
    — Vê se você consegue trazer um marido dessa vez para casa, Nilce — disse Charlotte sorrindo ironicamente.
    — Escuta aqui sua pirralha que eu vou te dar uma lição daquelas.
    O pai se meteu na frente das duas.
    — Não precisamos de brigas nesta casa. As duas peçam desculpas agora uma para a outra — disse o pai com um tom sério.
    — Desculpa — disse as duas.
    O pai ajoelhou-se para Charlotte e pegou na sua mão e olhou seriamente para ela.
    — Cuide bem da casa e de sua irmã e eu confio em você.
    Charlotte deixou escorrer uma lágrima de seu olho direito e ela abraçou o seu pai.
    — Eu te amo, papai.
    O pai somente devolveu o abraço e se levantou. A mãe e a Nilce iam saindo da casa e logo atrás foi o pai fechando a porta.
    — Bem, acho que será somente eu e você, Carolina.
    Quando ela se levantou, ouviu uma batida forte na porta.
    “Será que esqueceram alguma coisa?”, pensou Charlotte.
    Ela foi na direção da porta e a abriu. Então, um homem caiu no chão e em suas costas haviam diversos ferimentos.
    — Meu deus, o senhor está bem?
    O homem não respondeu e Charlotte verificou seu pulso e percebeu que ele estava desmaiado, então ela puxou o corpo para a cama dos pais e o deitou.
    Ela foi fechar a porta e percebeu que sua irmã havia dormido no cesto.
    — Ainda bem que ela dormiu. E agora, o que eu devo fazer? — disse Charlotte coçando sua cabeça.
    — Bem, eu vou fazer a famosa sopa de legumes da mamãe para ele, já que ela é bem curativa e uma delícia.
    Charlotte puxou um avental ciano com detalhes de flores e o vestiu. Foi na direção do fogão e começou a cozinhar.
    Após passar um tempo, o homem começou a acordar e levantou-se rapidamente assustado. Ele foi se acalmando enquanto percebia onde estava.
    Então, ele ouviu assobios e foi na direção, calmamente, do som. Ele olhou, furtivamente, para a sala a sua frente e percebeu que tinha um bebê em uma cesta numa mesa e uma jovem na cozinha cozinhando algo.
    Charlotte olhou para trás e tomou um susto, assim caindo para trás e quase derrubou a panela quente em si mesma.
    Ela levantou-se e pegou uma faca de cozinha próxima.
    — Se afaste ou eu…. vou usar minha arma.
    O homem ergueu seus braços para cima.
    — Não estou aqui para lhe machucar, eu só estou a procura de comida e segurança.
    — Eu fiz uma sopa para você se sentir melhor e eu vou lhe alimentar e depois irei cuidar dos seus ferimentos. Então, depois disso por favor saia da minha casa.
    Charlotte estava tremendo.
    — Tudo bem. Vou deixar você cuidar de mim e logo em seguida irei embora.
    Charlotte com a mão restante pegou um tigela e colocou nela a sopa. Ela pegou a comida e deixou em cima da mesa, enquanto apontava a faca para o homem.
    — Bem, acho que não precisamos desse tipo de hospitalidade. Vou me apresentar, meu nome é Jean-Paul Marat e qual é o seu?
    — Meu nome é Charlotte e agora coma a sopa.
    O homem pegou a tigela e começou a tomar a sopa e ele tomou tudo em uma única golada.
    — Isso estava delicioso, muito obrigado.
    Charlotte pegou de dentro de uma gaveta alguns panos e também um balde que estava embaixo da mesa.
    — Vou cuidar dos seus ferimentos, então vire-se e tire a camisa.
    — Tudo bem.
    Jean tirou sua camisa e nas suas costas estavam diversos ferimentos e alguns eram profundos.
    Charlotte olhou horrorizada e começou a tratar o homem.
    — Como você se feriu tanto?
    — Meio que eu estava em uma caçada e acabei sendo emboscado por uma alcateia de lobos.
    — Entendi, pelo menos o senhor conseguiu sair vivo.
    — Exatamente, eu não posso morrer ainda. Eu ainda tenho que cumprir o propósito que me foi dado no mundo.
    Charlotte não entendeu do que ele estava falando e só continuou a tratar os seus ferimentos.
    Após algumas horas de tratamento, o homem vestiu sua camisa e olhou agradecido para Charlotte.
    — Muito obrigado, ficarei em dívida com você pelo resto da minha vida.
    — Não tem de quê. Agora vai embora antes que os meus pais cheguem.
    Os dois sorriram um para o outro e Jean foi na direção da porta.
    — Adeus, pequena.
    — Adeus, velho.
    Após alguns minutos, os pais chegaram na casa e a bebê acordou chorando. Charlotte pegou a Carolina no colo e acalmou a pequenina.
    — Deu tudo certo, Charlotte? — perguntou o pai
    — Bem….. Eu meio que deixei um estranho entrar em casa e o alimentei.
    O pai correu na direção da filha e a colocou suas mãos nos ombros dela.
    — Você enlouqueceu, Charlotte?! Você deveria cuidar da sua irmã e da casa e não as colocar em perigo.
    — Calma, pai. O homem estava todo ferido e não podia o deixar lá fora para morrer.
    — Querido, está tudo bem. Ela não parece estar ferida e o homem já foi embora. Já está tudo bem — disse a mãe pegando no ombro do pai.
    — Ok.
    — Bem, pelo menos o jantar já está pronto. Hehehe — disse Charlotte sorrindo.
    Quando os pais iam olhar o jantar, a Nilce entrou na casa com um olhar desesperado.
    — Papai. Mamãe. O exército está nos esperando lá fora.
    O pai pegou o machado preso na parede e foi para o lado de fora da casa e toda a família o seguiu. Charlotte pegou a faca de cozinha da mesa e Nilce pegou o bebê.
    Haviam 50 soldados cercando a casa e um dos homens estava em cavalo preto e ao lado dele havia um homem com um pergaminho em suas mãos.
    — De acordo com o decreto real do rei Luís XVI, qualquer um que ajude um inimigo do reino será considerado inimigo do Estado. Foi flagrado que vocês ajudaram um homem chamado Jean-Paul Marat e por isso, vocês serão levado para a prisão sem direito nenhum.
    O pai aproximou-se aos poucos dos soldados que haviam erguido suas espadas e lanças.
    — Eu sou um sargento do exército, meu nome é Terence Corday e trabalho na sétima divisão da fronteira.
    — Nós não queremos saber de sua posição, só queremos que não resistam a prisão e venham conosco — disse o homem com o papiro.
    O pai olhou para trás e viu sua esposa e filhas tremendo de medo e o bebê começou a chorar.
    A mãe olhou para os olhos do pai e ali entendeu o que ele queria fazer.
    — FUJAM — gritou o pai correndo na direção do exército.
    A mãe pegou nos braços de suas filhas e começaram a correr na direção da floresta que havia atrás da casa.
    Os soldados avançaram em cima do pai e ele com o seu machado atingiu o primeiro soldado na cabeça e o matou. Continuou correndo e matando um por dos soldados que vinham e no processo ele foi bastante ferido em diversas partes do seu corpo. Ele segurou com força e o machado e o jogou no soldado com o pergaminho e atingiu sua cabeça. Logo em seguida, quatro lanças acertaram sua barriga e peito.
    —FUUUUUUUJAAAAAAAMM — gritou o pai com as últimas forças que restavam em seu corpo.
    Os soldados seguiram rumo a floresta e outros começaram a puxar arcos e flechas.
    As meninas correram desesperadas e a mãe ouviu o último grito de seu marido e percebeu que ele havia partido. Ela começou a soltar pequenas lágrimas de seus olhos.
    Quando os soldados estavam em posição, eles puxaram diversas flechas em seus arcos e miraram para cima
    — FOGO — gritou o soldado encima do cavalo.
    A mãe olhou para trás e viu diversas flechas virem na sua direção e na das filhas.
    Ela pulou para cima de suas filhas e as abraçou, deixando de um forma em que somente as flechas a atingissem e protegesse as suas filhas.
    As filhas não entenderam o que mãe estava fazendo e quando olharam para cima, viram sua mãe as olhando com um olhar suave e um sorriso.
    Der repente, as flechas atingiram suas costas e ela segurou com toda a sua força a vontade de gritar e continuou sorrindo para as suas filhas.
    Quando a chuva de flechas terminou, a mãe largou as filhas.
    — Fujam e sobrevivam, minhas crianças.
    — Não, mãe. A senhora tem que vir conosco — disse Charlotte chorando.
    Nilce chorou silenciosamente e segurando a vontade de gritar.
    — Por favor. Fujam e Sobrevivam. Deixem os pais fazerem o papel deles e protegerem as suas crias.
    A cada fala da mãe, ela golfava sangue de sua boca.
    Nilce segurou bem forte no braço de Charlotte, que estava carregando a Carolina, e começou a puxar ela dali para o mais longe possível.
    — MÃAAAAAEEEEEE — gritou Charlotte.
    A mãe continuou sorrindo para as suas filhas e não demonstrou nenhum sinal de fraqueza nos seus últimos momentos.
    Enquanto as filhas corriam, elas ouviram diversos passos chegarem perto delas. Nilce olhava para os lados e achou uma pequena cabana e correu na direção dela.
    Elas entraram na cabana e Nilce achou um baú grande e ela pegou Charlotte e a Carolina e as colocou dentro do baú. Nilce pegou a faca da mão da Charlotte.
    — Fique aqui com a Carolina e não faça nenhum barulho. Eu irei resolver isso do meu jeito.
    — Mas, irmã.
    — Fique aí dentro, Charlotte. Não saia de jeito nenhum até que os soldados não estejam mais aqui. Você deve proteger a Carolina de todos os perigos que vão vir e eu confio em você para essa tarefa, pirralha.
    — Irmã.
    — Não saia de jeito nenhum, por favor.
    Nilce fechou o baú e colocou uma caixa em cima dele.
    Charlotte achou uma pequena fresta no baú e começou a olhar três soldados entrarem na cabana.
    Nilce tentou atacar um soldado com a faca e eles a imobilizaram no chão. Eles olharam entre si e sorriram.
    Eles começaram a rasgar as suas roupas e a deixaram seminua no chão. Nilce olhou pro baú e viu que sua irmã estava vendo a cena por uma fresta e fez um sinal para não olhar o que iria acontecer.
    Charlotte chorava em silêncio no baú, enquanto segurava forte a Carolina e ouvia sua irmã sendo abusada e sofrendo na mão dos soldados franceses
    Após passar algumas horas, Charlotte pegou no sono após chorar muito e olhou para a fresta e percebeu que os soldados haviam ido embora.
    Ela saiu do baú e da cabana, olhou em volta e percebeu que não tinha mais ninguém a vista. Em seus olhos caiam mais algumas lágrimas e então ela foi pegar a Carolina.
    Quando chegou perto do baú para pegar sua irmã, ela caiu de joelhos no chão e deu um grito ensurdecedor. Sua irmã estava morta por um ferimento de flecha em seu pescoço.
    Após gritar por alguns minutos, ela andou na direção da floresta e cambaleava a cada andar. A partir desse momento, sua mente havia quebrado e nascido ali a assassina revolucionária Charlotte Corday.
    No Vale dos Reis:
    Charlotte abriu seus olhos e com a pressão de sua presença dispersou o tornado de areia. Ela caiu, lentamente, no chão e olhou diretamente para os olhos de Ramsés.
    Os olhos de Charlotte possuíam um símbolo de adaga em cada um deles e a tonalidade deles mudou para roxo escuro.
    Todos na arena olharam surpresos. Osíris teve suas veias pulsando de raiva em seu rosto e Ixquimilli soltou o maior sorriso que conseguia.
    — Agora a luta será de igual para igual. Destrua ele, Cavaleira das Revoluções. Mostre a todos na arena o seu Despertar.

    Continua…

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