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    Koji firmou o olhar em Tovah, que ainda segurava a segunda espada com o braço trêmulo. Apesar do sangue escorrendo de cortes visíveis, Tovah estava pronto para avançar novamente. Koji colocou uma mão firme em seu ombro.

    — Tovah, a fonte do rito é prioridade. Vá. Eu cuido dele.

    Tovah hesitou por um momento, claramente desejando permanecer, mas sabia que Koji estava certo. Ele assentiu com seriedade e, mesmo ferido, virou-se e desapareceu.

    Assim que Tovah saiu, Koji voltou-se para Leal, que o observava com um sorriso de desprezo.

    — Uma escolha nobre — provocou Leal, com os braços cruzados — Mas isso não muda o fato de que você não tem chance aqui.

    Koji deu um passo à frente, e disse, com uma ponta de tristeza nela na voz.

    — Leal, isso é o que você escolheu? Trabalhar para o Conclave? Matando inocentes? E para quê? Como isso ajuda o sonho que você compartilhou comigo anos atrás? Construir uma família, proteger sua cidade… isso era o que você queria. Não é isso.

    — O momento certo para seguir meu sonho ainda não chegou, Koji. É fácil falar de sonhos quando não se tem responsabilidades. Mas e se gigantes destruíssem sua cidade? E se sua esposa e suas filhas estivessem sob ameaça? O que você faria? Como eu, um simples humano, poderia salvá-las? Responda-me!

    Koji apertou os punhos, mas manteve a postura — O esforço imposs—

    Num piscar de olhos, Leal desapareceu, reaparecendo ao lado esquerdo de Koji com um soco direcionado ao estômago dele. A movimentação foi quase imperceptível, mas as esferas escuras de Koji emergiram em um instante, bloqueando o golpe como se fossem uma muralha invisível. O punho de Leal parou no ar, tremendo sob a pressão da barreira.

    — Elas nunca somem — afirmou Koji, com a calma nos olhos.

    Leal deu um passo para trás, estreitando os olhos antes de disparar — Então vamos ver como você lida sem elas.

    Os dois partiram para um confronto direto, sem interferência das esferas. O espaço entre eles tornou-se uma zona de impacto frenético. Koji desferiu um soco em linha reta, mas Leal se abaixou e tentou um gancho na lateral do rosto de Koji, que bloqueou com o antebraço. Em um movimento fluido, Leal girou o corpo e chutou em direção à cintura de Koji, mas este recuou e contra-atacou com um chute baixo, que Leal pulou para evitar.

    O confronto continuou em um ritmo alucinante. Leal desferia golpes com precisão, enquanto Koji respondia com uma defesa rápida e contra-ataques diretos. Contudo, a experiência e a agilidade de Leal começaram a pesar na luta. Em um movimento rápido, Leal conseguiu acertar um soco no nariz de Koji, seguido de um golpe no maxilar que o fez cambalear. 

    Koji tentou reagir, mas Leal era implacável, acertando outro soco que o fez cair de joelhos, com sangue escorrendo de sua boca e nariz.

    Koji ergueu-se com dificuldade, respirando pesado. As esferas escuras pairavam inertes ao seu redor. Ele questionou mentalmente

    — Spherea, por que as esferas não intervieram?

    A resposta veio imediatamente, em sua mente.

    — As esferas são uma técnica viva, e além disso, são uma extensão de você. Esta é a primeira vez que elas te viram lutar de fato. Elas entenderam que não era necessário intervir…

    Observando o estado de Koji, Leal caminhou lentamente em sua direção. Seu sorriso retornou, cheio de desdém.

    — Você ainda não entende, Koji. Crescer, evoluir, significa estabelecer relações, aceitar sacrifícios. Mas você foge disso. Você vive a mando dos outros porque tem medo de tomar as decisões necessárias.

    Koji limpou o sangue do rosto — E você acha que pode determinar a vida de outra pessoa? Você se esqueceu de seu próprio código, Leal. O código de não matar inocentes. Você traiu a si mesmo.

    Leal riu, inclinando a cabeça — Ok, ok, missionário. Eu não quero ouvir sermões.

    Seu sorriso desapareceu, substituído por uma expressão de concentração enquanto ele erguia uma mão. A energia ao redor de Leal começou a mudar, o ar ficou pesado.

    Koji encarava Leal, o rosto já marcado por golpes anteriores, enquanto seu adversário mantinha a postura firme.

    — Ah… o que aconteceu? Não lembra do Gawa? É sério que não liga mais para o código que você falou pra mim sobre não matar inocentes?

    — Você não entende, Koji. Regras como essas  só servem quando a vida é simples. Sobreviver exige sacrifícios — Leal sorria com desdém.

    — Isso é uma desculpa barata. Você sabe disso. Já viu o que acontece quando ignoramos o código. Tem ideia de quantos inocentes matou?

    Tsc! Tá na hora de usar a técnica…

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