Capítulo 708 — Alexei
“Sim, você não está enganado, esse é o seu cartão.” Song Junlang foi honesto. Vendo a raiva nos olhos de Xiao Lin, ele não hesitou em admitir.
Xiao Lin, na verdade, era bastante rico; tinha algumas centenas de milhares de Novos Dólares em seu cartão. Como a única forma de moeda entre os colonos, os Novos Dólares eram extremamente valiosos. Suas centenas de milhares já equivaleriam a alguns milhões na Terra. Até os nativos locais estavam perfeitamente dispostos a usá-los como moeda.
No entanto, a raiva de Xiao Lin logo desapareceu. Para ele, aquele dinheiro era apenas um número. Sabia que, se voltasse para usar o cartão, seria imediatamente notado pelo novo reitor e rastreado. Neste mundo, diferente da Terra, havia muitas coisas mais valiosas do que dinheiro, e qualquer coisa que pudesse ser resolvida com dinheiro não era um problema tão grande assim.
Além disso, era óbvio que Alexei era alguém que podia ser ‘resolvido’ com dinheiro. Ele pegou o cartão que Song Junlang entregou e o conectou ao computador. Depois de algumas operações, seus olhos brilharam e um largo sorriso surgiu em seu rosto.
Em seguida, Alexei tirou dois copos altos de seu armário e, com a garrafa que nunca havia largado, encheu-os, completando também o seu próprio copo vazio. Então os empurrou para a frente, sorrindo: “Amigos! Vamos beber primeiro!”
Xiao Lin ficou surpreso. Aquele homem havia acabado de lançar olhares de ódio e, em poucos minutos, estava chamando-os de amigos com entusiasmo. Era mesmo um homem movido por dinheiro. Porém, Xiao Lin não era bom de copo, e só de olhar para aquele copo cheio de licor já se sentia tonto. Enquanto hesitava e se preparava para recusar, viu o olhar de Song Junlang — e o leve balançar de sua cabeça.
“O sujeito faz amizade através da bebida, então é melhor não recusar. Beba tudo!” Song Junlang disse em voz baixa e firme.
Xiao Lin entendeu de imediato. Sob o olhar atento dos dois, cerrou os dentes, fechou os olhos, ergueu o copo e o virou de uma vez só. Engoliu todo o conteúdo de uma vez. Já esperava tossir ou passar mal, mas, surpreendentemente, não sentiu nada — nem mesmo o rosto avermelhado.
Será que o álcool era falso?
Um russo estaria bebendo álcool falso? Não eram eles apaixonados por bebidas fortes?
Ou será que, de repente, Xiao Lin tinha se tornado resistente ao álcool?
Sua mente ficou cheia de dúvidas, mas Song Junlang também bebeu o copo inteiro sem alterar a expressão, mantendo até um sorriso educado. Alexei ficou surpreso e, impressionado, levantou o polegar, rindo: “Os chineses são realmente bons amigos! Isso é ótimo!”
Logo depois, Alexei também bebeu o seu copo, mas, ao contrário de Xiao Lin e Song Junlang, ele parecia ter certa dificuldade, demorando bem mais, com o rosto avermelhando.
Xiao Lin, curioso, lançou um olhar discreto ao lado e percebeu que Song Junlang havia aproveitado a distração de Alexei para deslizar um pequeno pacote branco de comprimidos em seu bolso, batendo depois como se nada tivesse acontecido.
Então havia truque envolvido!
Xiao Lin suspirou, massageando as têmporas. Estava claro que só conseguiu suportar aquele licor graças a alguma droga que Song Junlang lhe dera sem que percebesse.
Alexei terminou sua bebida, sem saber que havia sido enganado. Já não estava no mesmo estado, balançando um pouco, mas ainda consciente, sorrindo alegremente: “Deveríamos beber de verdade juntos outro dia! Isso não é bebida comum, sabem? É um licor de altíssima concentração, desenvolvido pela Voyna Akademiya. Song Junlang, você deve saber que, com o aumento de nossas habilidades, as bebidas comuns da Terra já não fazem mais efeito. Então, a academia pediu a alguns professores para pesquisarem algo assim.”
Song Junlang sorriu e assentiu: “É verdade. Mas, além disso, esse licor também serve para aumentar a moral, permitindo que combatentes exaustos lutem em plena força. Claro, tudo isso graças à sua academia!”
“Vocês também não ficam atrás! Nossas academias sempre foram as aliadas mais fiéis!” Não se sabia se era efeito do álcool, mas Alexei parecia falar com sinceridade.
“Exato. Amigos para sempre!” Song Junlang se aproximou e abraçou Alexei com um sorriso: “Então, velho amigo, pode nos contar sobre o Santo Graal?”
“Sem problema! Afinal, só tropecei nessa informação por acaso e nunca verifiquei nada. Não tem sentido guardar isso só para mim, então vou entregar a vocês!” Alexei concordou e abriu a porta dos fundos de seu escritório para buscar algo.
“É só isso?” Xiao Lin ficou atônito no escritório.
“Lembre-se: quando se trata de russos, não há nada que dinheiro e álcool não resolvam. Se houver, basta acrescentar mais!” Song Junlang disse em tom professoral.
“Aquelas centenas de milhares foram só por informação?” Xiao Lin começou a se arrepender de seu dinheiro. Imaginava que obteria algo muito mais valioso.
“E o que mais? Você achou que poderia comprar o Santo Graal com apenas isso? Além do mais, até agora, ninguém sequer sabe como ele se parece — se é comprido, redondo, nada. Informação já é o melhor que podemos conseguir.” Song Junlang deu de ombros.
Os dois não conversaram muito mais até que Alexei retornou, ainda cambaleando como se fosse cair a qualquer momento. Ele não trouxe muita coisa. Além da garrafa em sua mão direita, na esquerda carregava uma pequena esfera de vidro transparente.
A esfera era do tamanho de uma bolinha de gude e não totalmente translúcida, com marcas de desgaste na superfície que revelavam sua idade.
O que realmente surpreendia estava dentro dela. Naquele pequeno espaço havia um brilho vibrante e colorido. O brilho vinha de um objeto físico, viscoso, parecido com mercúrio, cuja cor mudava constantemente. Ao mover a esfera, o líquido se mexia, alterando também o brilho.
“É isto. Encontrei por coincidência da última vez. Se querem mesmo saber sobre o Santo Graal, a informação está aqui dentro. Mas, para ser sincero, não acho que terão sucesso! Vocês não são os primeiros a tentar pesquisá-lo, e ninguém conseguiu antes.” Alexei colocou a esfera sobre a mesa, e Song Junlang a pegou imediatamente.
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