Angel Black X Raifurori - Parte 1
— Ufa! Finalmente conseguimos comprar, né pirralha?
— Não me chame de pirralha. Sou mais velha do que aparenta!
— Tem quantos anos?
— Tenho 13.
— Para mim você ainda é uma pirralha.
— Ah, tudo bem. Mas sabe Dante, você realmente não tem cuidado com a roupa de mordomo não é mesmo? Você destruiu ela, e a sua reserva junto. Agora está tendo que trabalhar com essa roupa irada que você usa para dormir — Ela estava se referindo ao conjunto de moletom que Dante usa normalmente.
Desde que chegou na mansão. Ele só está usando esse conjunto para dormir. Mas está tendo que usar o mesmo para trabalhar, pois destruiu a sua roupa de trabalho novamente.
— Qual é! Eu não tenho culpa. Elas são muito frágeis e rasgam sozinhas. Mas eu to achando que as Deusas me odeiam. Desde que eu vim para esse lugar, só venho me dando mal… isso me deixa triste.
— Como assim Deusas? Não existe só um único deus?
— Eeeeeeeeeeeeita. Acho que falei o que não devia! Ou devia?
— Às vezes você fala coisas estranhas…
Dante e Saphir estavam voltando do mercado do vilarejo. Eles tinham comprado ingredientes para a cozinheira Kafila.
Quando eles chegaram na mansão, foram em direção a cozinha, por lá tinham que passar pela sala de jantar. Passando por lá, os dois percebem um estranho sentado em uma das cadeiras da sala.
Ele estava conversando com Chap Elliot, um marquês, dono da mansão, e dono de toda a área que levava até a mansão, para o vilarejo.
— Senhor Chap? Temos visita hoje?!
— Dante, ainda bem que chegou. Esse garoto apareceu em frente da mansão de repente. Talvez você saiba quem é!
— Eu?
— Olá, boa tarde. Meu nome é Kurone Nakano! — Falou o jovem que fazia referência ao pequeno mordomo, por educação.
Ele vestia uma roupa de mordomo parecida com as de Dante, no momento o garoto estranhou um pouco.
Ao ouvir o que o garoto tinha falado, Dante ficou ansioso, O sotaque que saiu de sua boca. Era de um japonês.
— Ah… Tudo bem… Por favor pare de fazer isso, é vergonhoso!
— Ah, me desculpe!
“Tá aí, de novo. Esse garoto é muito formal… Mas o nome dele… É japonês, não estou certo? Talvez eu devesse confirmar.”
— Ei, eu posso lhe fazer uma pergunta?
— Ah? Claro!
— Você conhece um lugar chamado Japão?
Ao ouvir essas palavras, o jovem congelou por uns segundos. Em seguida, balançou a sua cabeça como uma afirmação.
— Ei Chap! Posso ter um minutinho a sós com ele?
— E tem algum motivo para isto?
— Bem, eu acho que entenderia melhor a situação dele do que o pessoal aqui — “Tirando o Larry-kun, é claro.”
— Tudo bem. Vou confiar em você.
— Thank you! Você também, Saphir.
— Ah, tudo bem. Thank you!
—… Saphir… Thank you significa ‘obrigado’…!
— Ah, é mesmo?
— Sim…
— Então, tudo bem. Estou indo! — Chap se retirou da sala junto de Saphir.
— Okay! Agora que eles se retiraram. Vamos lá. Você disse que é um japonês não estou certo? — Falou o garoto se dirigindo diretamente ao jovem japonês em sua frente.
— Sim! Sabe… Eu percebi que você está usando um moletom de uma marca famosa do Japão…
— Ééééééééé. E seu nome também é japonês…
— Então isso significa…!
— Então isso significa…!
— Que você foi mandado para outro mundo!
— Que você foi para um continente de fantasia!
—… O quê?!
—… O quê?!
Após esse desentendimento de ambos. Dante falou sobre a sua história para Kurone. Ele só cortou as partes de suas mortes. Pois estava com medo do garoto achar ele louco.
E também não falou sobre as deusas. Porque não faria muito sentido ele se encontrar com uma do nada. Sem estar morto ou algo do tipo.
— Ah, entendi. Você realmente passou por uns maus bocados!
— Agora que eu falei sobre mim, fala sobre você. E que história é essa de ir para um outro mundo?
—… Olha só, talvez seja um pouco difícil de acreditar em mim. Mas eu já morri. Eu fui morto atropelado e convocado por uma deusa que me deu uma única e “simples” missão: matar todos os lolicons de um outro mundo.
— Ah…
— Depois disso aconteceu várias coisas: fui enviado para outro mundo; ganhei uma parceira que sempre me chama de inútil… Fui comparsa de um ataque terrorista contra a minha vontade… Fui preso numa cela fria e escura… Fui asse- quero dizer. Fui torturado por uma masoquista. E isso foi tudo de ruim que aconteceu comigo agora.
— Ah, é mesmo?
— Sim! Depois disso eu não lembro muito o que aconteceu. Só lembro da minha parceira que me deixou para ser torturado. Lembro também de um barulho alto. E um clarão, e depois disso vim parar aqui… Inclusive que vergonha, quando cheguei aqui eu estava só de cueca.
— Ah! Então é por isso que você está usando uma roupa de mordomo? O Chap deu ela para você?
— Sim, sim!
—… Você comentou que já morreu, não é mesmo?
— Sim…?!
— Aeeeeeeeeeeeeeeeeee! Finalmente eu posso desabafar com alguém que já sentiu o que eu senti! Aeeeeeeeeeeee! Eita!
Ao perceber que estava dando uns gritos, e ter assustado o jovem em sua frente, Dante tampou a sua boca, com as suas duas mãos
— Kurone, está preparado para ouvir a versão director’s cut da minha história?
— Ah, o quê?!
Depois disso Dante recontou a sua história. Mas dessa vez, não deixou nada de fora.
Como Kurone Nakano já morreu uma vez, Dante se sentiu no direito de falar sobre a sua vida novamente. Mas dessa vez, sem nenhuma censura.
Após falar tudo sobre ele, Kurone ficou com uma cara de quem estava sentindo pena. Diferente de Dante, o jovem não morreu mais de uma vez.
— A sua história é realmente chocante. Mas eu não entendi uma coisa… por que você não tinha falado essa versão da história antes?
— Ah, bem. Acho que é mais que o normal, uma pessoa não acreditar e a outra já morreu. Por isso que eu não falo pra ninguém. Não quero ser taxado como louco.
— É, realmente faz sentido o que você falou. Caso isso não tivesse acontecido comigo, eu não acreditaria. Pensando bem agora, acho que só falei com você sobre isso. Porque me empolguei por achar um outro japonês.
— Entendi. Bem, e que tal-
A sua frase foi cortada. Pois uma voz familiar de uma empregada se estendia naquela sala.
Ela tinha cabelos pretos e uma parte roxa. Estava usando uma roupa de empregada e segurando outra em suas duas mãos.
— Ah, Chloe-senpai. O que te traz aqui?!
— Oh, Dantezinho, Dantezinho. Você não esqueceu a nossa aposta não é mesmo?
— Aposta?! Não imagina! Se eu ganhasse você teria que trabalhar seminua o dia inteiro. E se você ganhasse…
— Você teria que usar essa roupa de empregada. Hehehehe!
— O quê? — Kurone ficou surpreso com a conversa que se estendia alí. E pelo tom de voz da empregada. Já dava para saber quem ganhou.
Dante teve que usar uma roupa de empregada o resto do dia. Agora ele tinha uma roupa de trabalho para usar.
— Você ficou estranhamente fofo! — mencionou Kurone.
— Calado! Isso não é estar fofo, isso é perder uma aposta.
— Dante, você não gosta muito de perder, não é mesmo? — falou Chloe.
— Nunca conheci alguém que gostasse de perder.
— Hehe, é verdade. Mas, Dante. Quem é esse rapaz? — Falava Chloe enquanto apontava para Kurone.
— Mais tarde eu te explico.
— Falando nisso, nossa visita chegou hoje… Sabe… Aquele marquês…
— Ah, é mesmo!
— Que marquês? — Perguntou Kurone.
— É um nobre que vem jantar aqui hoje. Há rumores que ele é um tarado e lolicon. Talvez você tenha interesse em ver ele.
— Lolicon? Tudo bem, está na minha hora de trabalhar — Por fora Kurone estava confiante. Mas por dentro ele estava nervoso. Por nunca ter matado alguém, estava com um pouco de medo.
Após essa conversa o nobre junto de Chap, e os empregados chegaram na sala de jantar.
Um dia antes do nobre chegar. As suspeitas dele ser um tarado assediador eram grandes. Então Chap deu a tarefa para todos os empregados da casa: — O único objetivo de vocês é proteger as mulheres. Nada mais.
Foi o que o patrão disse. O jantar estava indo muito bem, nada fora do comum. Ao lado do marquês tarado tinha dois mordomos. Provavelmente ele só estava sendo acompanhado por dois mordomos para se livrar das suspeitas de ser um assediador.
“Eita… Será que…?
O nobre tinha as seguintes características: gordo; cara oleosa; bigode; arrogante; mal educado; nojento; porco. Algumas dessas características poderiam ser comparadas a de um tarado da internet.
Dante percebeu que esse nobre ficava dando umas olhadas para ele. E o garoto estava ficando incomodado com aquilo. Era fato que ele se parecia com uma menina.
Ele era um garoto loiro, baixinho, com aparência de uma menina, uma voz que não se parecia nem um pouco com a de um homem. E o fato dele estar usando uma roupa de maid naquele momento, só fazia ele parecer mais mulher.
Talvez o nobre tenha ficado encantado com os encantos do garoto. Apesar de se ver como uma pessoa feita, por causa do bullying que sofreu. Ele era bastante bonito.
Kurone, que estava na mesa ao lado de Chap e o marquês, estava olhando para o nobre com cara de preocupado. Pois o mesmo estava olhando para Dante com uma cara de tarado.
“Hm… Mesmo o Dante ter dito, que ele era suspeito de ser um lolicon. Não sei não… Esse cara tá olhando muito para ele. Tá certo que o Dante tem 16 anos. Mas a aparência dele faz parecer que ele é uma criança.” — Pensou Kurone, enquanto estava bebendo uma xícara de café.
— Então Gideon. O que te traz aqui hoje? Nossas empregadas te serviram comida, mas você não abriu nenhum piu até agora. Na carta que você mandou. Você disse que era algo importante.
— Mil perdões! Realmente eu me distraí. Eu estava saboreando essa maravilhosa refeição feita pela sua cozinheira. Mas antes de começarmos. Quem é esse garoto que está junto de nós comendo essa refeição?
— Ah, esse jovem só está de passagem. Até onde eu sei, é um estrangeiro.
— Um estrangeiro? E também não tem cara de ser nobre… Ele nem devia estar comendo junto de nós. Que coisa mais audaciosa.
“Um tarado está querendo me diminuir mesmo?” — Pensou Kurone que estava comendo, e ignorou o que o nobre tinha falado.
— Oh, deixa disso Gideon. Esse garoto é um convidado. Então por favor, não trate meus convidados assim — Por fora, Chap falou tranquilamente. Mas por dentro ele ficou levemente irritado, pela grosseria do nobre.
— Tudo bem. Vamos ao que interessa!
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