Índice de Capítulo

    — Tsk…

    — Nem adianta reclamar, eu te avisei, não escutou porque não quis.

    Dante e Rishia junto da escrava estavam caminhando sem rumo aparente pela capital. O garoto estava frustrado, o plano não saiu como ele queria e isso o deixou bastante frustrado.

    Já Rishia, estava fazendo uma cara de “eu avisei” e, ela literalmente avisou.

    — Pfft!

    — Bem, como ainda está muito cedo, não precisamos tentar resolver o caso das mulheres agora. Por ora, teremos que focar em sua escrava.

    — Tudo… Bem.

    Entre o “tudo” e “bem” houve um bocejo de sono do garoto.

    — Hã? Está com sono? Dormiu tarde ontem?

    — Não, foi bem cedo até. Só não estou acostumado com isso.

    Desde que virou um recluso, o garoto passava horas e horas jogando jogos onlines, assistindo animes, lendo, ou qualquer outra coisa do seu interesse. E com isso, ele sempre dormia tarde e acordava tarde. Dante não era uma pessoa que estava acostumada a acordar cedo, na verdade, ele detestava isso.

    — De qualquer forma, eu estou preocupado com essa garota, olha só, ela está muito magra — falou o garoto enquanto olhava para a sua escrava.

    A garotinha estava usando roupas sujas e rasgadas. O seu cabelo estava totalmente desarrumado, além de ser nítido a magreza dela. Além disso, dava para perceber que seus olhos não tinham vida, eles não tinham brilho, é como se ela já tivesse desistido de tudo e, só quisesse morrer. E também, era possível ver alguns cortes em sua perna, possivelmente causada pelo seu último dono.

    — Pelo que eu me lembre, o mercador disse que algumas vantagens de ter uma escrava, principalmente com essa coleira.

    As vantagens eram: o escravo não poderia te desobedecer ou mentir para você. Caso algum escravo quebre essas duas regras, ele era punido com um sistema de shock vindo da coleira. Com isso, poderia se julgar que qualquer um dos escravos presos naquela coleira, eram obedientes.

    — Ah, cara. Se pelo menos eu tivesse as esferas do dragão… Pediria para sair desta situação.

    Falou Dante, de forma baixinha que ninguém pudesse ouvir.

    — Mas enfim, acho melhor saber o nome dessa garotinha.

    Falou Rishia, enquanto olhava para Dante. Em seguida, ele fez um sinal com a cabeça concordando com o que ela falou.

    — Então, garotinha. Qual é o seu nome?

    Dante perguntou. Após isso, ambos pararam no meio da rua e ficaram calados. Foi quando a garotinha falou.

    — … Freya.

    Ela demorou um pouco para falar, mas acabou falando. E deu para perceber na sua voz que ela estava fraca, como se ela estivesse doente ou algo do tipo.

    “Freya? Isso é um nome de uma deusa nórdica.”

    Freya, a deusa do amor. Também representava o; sexo, ao ouro, a luxúria, beleza, feitiçaria, fertilidade, guerra e morte. Definitivamente, a deusa nórdica não era igual a essa escrava, porque no momento ela estava representando alguém que estava completamente estourado na calçada.

    — Freya? Nossa, que nome bonito!

    Rishia elogiou, com o objetivo de animar a criança, mas pareceu que não teve efeito.

    — Bem, que tal voltarmos à hospedaria e comer?

    — Boa ideia, Dante!

    Rishia aplaudiu a ideia do garoto, já que a garotinha estava muito magra, comer algo não era uma má ideia. A Freya olhou para o Dante, com um olhar de confusão.

    — Ok, vamos lá então.

    — Tudo bem, ouquei.

    O “ouquei” foi uma tentativa totalmente falha de repeti que o garoto tinha dito. Foi igual à aquelas fadas. Mas enfim, eles começaram a andar até a hospedaria e, no caminho, o garoto pensou algumas coisas, sobre a sua aventura.

    “Pensando bem, será que ter decidido ajudar a Angel foi a melhor opção? Até porque, caso eu não tivesse ajudado ela, nunca teria morrido, né? … Mas isso seria muita ingratidão da minha parte.”

    Praticamente ele só estava ali por causa de seu anjo da guarda, caso eles não tivessem se conhecido, o garoto não teria conhecido ninguém ali.

    “E minhas mortes, em? Pensando bem, eu morri de formas patéticas, nunca morri de uma forma heroica ou algo do tipo.”

    Fato é, ele não morreu pra salvar alguém até então. As duas primeiras mortes do Dante foram totalmente aleatórias, se for parar para pensar. Quando estava na mansão, ele também morreu aleatoriamente, só que depois parou de ser aleatório, já as duas primeiras não.

    A primeira ele desmaiou antes de morrer, então não sentiu sua pele rasgando. Já na segunda, ele morreu afogado, pois não sábia nadar.

    “Eu sou patético. Bem, mas é como o Kazumi dizia: você que escolhe o que quer ser, não é as pessoas que escolhem por você, não sei o porquê eu me lembrar dessas palavras justo agora. Minha mente deve estar confusa com tudo que está acontecendo.”

    A propósito, Kazumi era o nome do pai do Dante. Ele era alguém inteligente, respeitável, gentil e tomava as melhores decisões possíveis. Para o garoto, era um exemplo de pai.

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