Índice de Capítulo

    O trajeto de Angel, com o seu novo companheiro Doug, em direção à guilda de aventureiros havia começado. Estavam em direção à uma grande muralha.

    — Deixa eu perguntar, você é um aventureiro? — perguntou Angel, repleta de curiosidade.

    — Bem, sim. Para sobreviver neste mundo você precisa de dinheiro para pagar as contas, e a forma mais rápida de ganhar dinheiro de forma ética e legal é sendo um aventureiro — disse como se fosse um sábio.

    — É mesmo? Então, estarei sob sua orientação para me ensinar o que devo fazer e como.

    — M-mesmo? E-entendi.

    O rapaz pareceu envergonhado, e a garota não havia entendido o motivo disso. Aparentemente Doug esperava que fosse apenas levar Angel até a guilda, e que não fosse seu parceiro lá, e isso o pegou desprevenido.

    A mulher, ignorando isso, decidiu continuar puxando assunto.

    — Você teve outra motivação que te levou a ser um aventureiro além das contas a pagar?

    Outra pergunta que pegou ele desprevinido. Mas ao invés de demonstrar vergonha, demonstrou seriedade e um pouco de arrependimento. Angel percebeu isso, logo, se arrependendo de ter perguntado.

    “Será que toquei em um assunto que não devia?”, considerou, esperando pelo o que veria a seguir.

    — Meu pai.

    — Oh.

    Ela já viu que isso provavelmente seria um assunto complicado.

    — Meu pai… ele… é… ele não queria que eu fosse um aventureiro. O homem havia me dito que era um trabalho muito perigoso e desaprovou completamente. Ser um aventureiro famoso e amado como o Bastalite era o meu sonho.

    Eles haviam parado na entrada para dentro daquelas muralhas. Normalmente, havia filas nesse local, mas nesse dia estava vazio. Os dois andaram para dentro, se deparando com um guarda dentro de uma cabine, e um outro na frente, atrás de um portão de metal que cobria do peito para baixo.

    — Só um momento, Angel.

    Doug foi até o guarda, retirando um cartão de madeira, que a garota não conseguiu ver direito, e mostrou sua frente ao guarda, que apenas liberou sua passagem.

    O rapaz parou na frente do portão.

    A mulher tentou passar, mas foi barrada.

    — Ei, ei, senhorita! — exclamou o guarda.

    — O que foi?

    — Identidade, passaporte ou dinheiro.

    Angel entendeu a situação, mas sem nenhuma dessas coisas, a entrada dentro desta nação seria difícil.

    De forma repentina, Doug colocou duas moedas de prata sobre o balcão da cabine.

    O guarda olhou para as moedas, depois olhando para os dois.

    — Pode passar.

    Angel obedeceu, e os dois puderam entrar dentro do país.

    — Desculpa por isso. Acabei esquecendo desse detalhe para estrangeiros. Se você quer entrar dentro das nações, ou vai ter que mostrar um passaporte ou pagar um imposto para passar. Se já for morador, só terá que mostrar sua identidade comprovando sua nacionalidade — explicou.

    — Bem, eu já tinha entendido isso.

    Ao andarem mais um pouco, puderam ver a entrada daquela nação. Diferente de Schalvalt, aquele lugar assolado por um frio ao ponto de cair neve. Era um lugar mais quente e seco. E uma diferença notável entre os dois países, era que Fronbel não era muito movimentada. Quase não se via cidadãos pelas ruas, e era tudo bem quieto.

    Isso incomodou um pouco a garota, quase parecia se tratar de um lugar fantasma.

    — Vejo que é uma estrangeira surpreendida, não? — falou Doug.

    — Oi?

    — Você está se perguntando do porquê esse país está tão quieto, não está?

    O rapaz leu a sua mente. Curiosa, a garota acenou positivamente, e o homem começou a explicar:

    — Fronbel é um país cujo a noite reina. Com várias luzes, cassinos e bares abertos no meio da madrugada. O pessoal daqui geralmente sai mais as noites também, e ficam dormindo durante o dia.

    — Ah, é? — Esse país ter uma das atrações principais envolvendo cassinos a lembrou imediatamente de Las Vegas.

    — Claro, isso não significa que a população não fique acordada durante o dia, além do mais, essas características são relacionadas mais pras cidades grandes. O pessoal de cidades pequenas ou do interior não tem esses costumes.

    — Entendo… Inclusive, você havia dito que estávamos dentro da nação naquela praia, mas nós só entramos na nação agora, né?

    — Bem, isso porque essa praia, junto de uma área um pouco mais a fora, faz parte deste território. Então, estar nesses lugares é como se estivesse dentro do país.

    — Entendi.

    Continuaram andando. Doug, não querendo deixar a conversa morrer ali, decidiu continuar a história anterior:

    — Naquele dia, eu e meu pai brigamos.

    — Hã…? Ah… — A garota não havia entendido de primeira, mas, raciocinando, pôde entender esse rumo inesperado na conversa.

    — Eu disse que só voltaria para casa quando fosse um aventureiro incrível. Eu queria esfregar meu sucesso na cara dele… — falou com um certo desgosto e arrependimento — Quando voltei, recebi a notícia que ele havia morrido de problema de coração.

    — Oh… E você se arrepende disso?

    — Sim… e me culpo por ter saído desse jeito, por um sonho idiota. Eu era imbecil naquela época. Hoje sou um homem diferente.

    A garota olhou para o rosto de Doug. O rapaz apresentava uma expressão de completa culpa. Aquilo certamente o consumia. A jovem não compreendia como era esse sentimento que ele sentia, mas tentou dar algum tipo de conselho.

    Colocou a mão no ombro do rapaz, dizendo:

    — Bem… se é assim, seja a melhor versão de si mesmo. Um homem que seu pai sentiria orgulho.

    Doug acenou positivamente, esse já era seu objetivo, afinal.

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