Arco 3: Capítulo 61 – Aldeia Harpia
Após o recebimento daquela carta, Dante e Grond partiram para a aldeia das harpias. O jovem foi junto, pois o orc imaginou que a falsa acusação de guerra foi feita por Sullivan, após o seu exílio.
— Tem certeza que eu preciso participar disso também?
— Sim. Você sendo a vítima, poderia explicar de melhor forma, Dante.
— Ah, sim…
Andando por aquela floresta, ele não se sentia confortável. O jovem sentia que havia alguém os observando nesse lugar, o que o fazia segurar seus braços com força, e se aproximar mais de Grond do que antes.
A floresta começou a incomodá-lo um tempo depois que partiram para a aldeia das harpias.
— Você está bem? — perguntou o orc, percebendo a aproximação repentina.
Antes de responder, o jovem olhou para todos os lados que podia, porém, não viu ninguém.
— Você também está sentindo que está sendo observado?
— Hã?
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Surpreso com a pergunta, o homem olha ao redor. Em seu caso, não tinha esse pressentimento.
— Na verdade, não. Você acha que tem mais alguém aqui?
— Bem, é o que…
Acabou cortando sua fala e ficou paralisada após ver o que estava entre as árvores.
Viu mais uma vez o Ceifador, porém, ele não estava sozinho. Ele segurava o corpo de sua amiga, Angel, a qual estava com os olhos pretos, vazios. Sua boca estava aberta, e havia sangue escorrendo por ela, descendo e caindo em sua camisa branca, a manchando. A criatura usava a mão da garota para acenar para ele.
Gritou, caindo no chão e se afastando até encostar em uma árvore.
— Dante, o que foi?! — perguntou o orc, visivelmente preocupado com o que estava acontecendo.
Sem conseguir responder com palavras, apenas apontou para o que tinha visto. O orc foi em direção, mas não viu nada que explicasse sua reação, e quando o garoto menos esperava, o Ceifador havia sumido.
— Sumiu…
— Hã?
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Nesse momento, Dante provavelmente percebeu do que se tratava aquilo: uma ilusão. Era a única opção que podia pensar para explicar. Angel não morreria… morreria? Essa pequena dúvida foi plantada em sua cabeça, mas também não sabia se tinha algum motivo para a criatura atacar seu Anjo da Guarda.
Se lembrou que algo parecido também ocorreu em seus sonhos quando começou a trabalhar na mansão há 3 meses. O pior de tudo, é ver que aquela criatura havia voltado para o atormentar. Um ser que só queria a sua alma para devorá-la.
— E-e-ele realmente está vivo! — sussurrou em angústia, enquanto seu corpo tremia — O plano da Iwashi não funcionou?
O Ceifador havia retornado para buscar a sua alma, e ele sabia disso. A última vez, o velho Vergil conseguiu o derrotar, já que se dependesse puramente de si mesmo, morreria várias vezes. Não tinha força para dar um fim na criatura por conta própria, e só pensar que poderia sofrer como sofreu, o deixava assustado.
— Dante, o que você viu? Por favor, me explique.
Grond não sabia o que ele tinha visto, e porque isso o deixou tão assustado. Sua mente se encheu de preocupação, pensando que teria algum monstro ou alguma criatura assustadora e altamente perigosa rondando por aquela floresta, o que não era comum.
Ele andou até o jovem, estendeu sua mão e o ajudou a se levantar. Dante, olhando o orc, percebeu que seria possível que o homem pudesse ajudar a derrotar a criatura novamente. Afinal, se um senhor de idade com experiência militar conseguiu, por que não um monstro forte com experiência em batalhas?
— Vamos andando enquanto você me explica tudo.
— Okay…
Explicou tudo o que ocorreu desde sua chegada à mansão, claro, deixando as partes mais inacreditáveis de fora, como suas mortes. Quanto mais falava e expressava o que sentiu naquela naqueles dias, isso o deixava mais alegre, apesar do medo persistir. Para o garoto, isso foi bom.
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Grond ouviu tudo com atenção, fazendo uma expressão séria no rosto, entendendo a história.
— Nossa, então tudo isso ocorreu com você, Dante? E você não morreu? Isso é incrível.
— É…? — Ficou meio envergonhado por ter omitido suas mortes, mas preferia não comentar que era imortal por causa do tabu que era a imortalidade naquele mundo. Ele não sabia como isso afetou os monstros, então, era precaução.
— Mas não se preocupe. Você disse que um velho cavaleiro, que até recebeu uma estátua em sua homenagem, conseguiu derrotar esse monstro, né? — O orc estendeu seu braço em uma posição que destacava o quão músculos seu bíceps — Se ele conseguiu, eu e outros orcs também conseguimos. Você não vai morrer.
Os olhos de Dante se iluminaram. O jovem se sentiu mais seguro tendo a presença do orc ao seu lado, alguém que talvez pudesse matar o Ceifador.
— Obrigado, amigo.
Nesse momento, agradeceu mentalmente por ter encontrado e feito amizade com o orc.
— Por falar nisso, você não me disse o que viu naquela hora.
— Ah… Foi minha amiga com os olhos completamente pretos e vazios, e a boca e camisa cheia de sangue.
— Uau, que bizarro…
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Chegaram à uma estrada de terra, e à frente podiam avistar um grande portão de madeira.
— Chegamos. Vamos resolver logo isso.
Quanto mais se aproximavam, mas o garoto podia ver como aquele portão era tão grande quanto o da aldeia orc, mas não era isso que o impressionava, e sim que havia algumas casas acima dos muros de madeira que cercavam o vilarejo, usando árvores de base para se sustentarem, sendo a primeira vez que via uma coisa do tipo. Além disso, havia torres de vigia naquele lugar, cada uma em ponta do território.
Enfim, Grond acenou na direção de uma das torres. Uma harpia, que vigiava aos arredores, viu deu sinal e bateu as asas, descendo lá embaixo.
— Filho do chefe orc. Seu pai lhe mandou até aqui? — disse de forma curiosa.
— Oh, na verdade, eu sou o atual chefe.
— É mesmo? Hm… — Ela olhou para o lado, vendo Dante — E essa humana?
— É meu amigo. Não vai causar nenhum problema, disso eu garanto. — Se posicionou na frente dele.
— “Amigo”, você diz? Então é um homem? Mal percebi, me desculpe.
Dante não se importou. Já era confundido há muito tempo, então, estava acostumado.
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— Enfim, podemos passar? Preciso falar com a Aisha e resolver esse mal-entendido.
— Claro, claro.
Porém, antes dela abrir os portões, percebeu que poderia receber um “relaxamento” mais tarde, por tanto, se aproximou do homem, mas do que ele queria.
— Sabe, você é um homem forte, alto, forte, gostoso, e parece durar algumas horas.
Ela se aproximou ainda mais, colocando a mão em seu peito e aproximando seu rosto com o dele, o deixando desconfortável e o fazendo afastar a cara.
Dante se afastou um pouco dos dois, ficando boquiaberto e envergonhado com a situação.
— Não estamos guerreando, então, depois da sua reunião com a chefe, o que acha de pegar o seu pauzão e enfiar na minha…
— Ô! Ô! Calma aí, senhorita, não tenho tempo para isso.
Quando falou isso, viu a expressão do rosto dela mudar completamente.
— Ó, mas que pena…
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Ela se afastou dele, abaixando a sua cabeça. Pareceu genuinamente triste por ter sido recusada, mas decidiu desistir dele.
Foi quando se virou para Dante, que logo temeu as investidas que receberia.
— E você, meu bem? Você é um garoto, certo? A aparência engana. Você parece ser do tipo que tem uma enorme…
— Desculpe, mas não tô interessado! — A cortou antes que falasse algo que a envergonhasse, apesar que, o que a garota Harpia ia dizer, não estava errado.
A mulher ficou ainda mais desolada. Não foi rejeitada só uma, mas duas vezes, em menos de cinco minutos, um recorde. Ela tentou se recompor, levantando sua cabeça para cima e fechando seu punho em determinação.
— Bem, nunca digam nunca. Se possível, vocês têm alguns amigos para me apresentarem?
Ouvindo essa pergunta, os dois só conseguiram pensar em algo:
“Essa mulher está desesperada!”
Antes que pudessem prosseguir com a conversa, avistaram mais duas harpias sobrevoando o céu, e indo em suas direções. Elas desceram, parando atrás da garota, que tomou um leve susto com a aproximação repentina e porque saberia o que aconteceria a seguir.
— Mem, você está assediando homens de novo! Isso é atitude de quem quer arranjar um namorado? Porque, se na sua visão for, você está indo pro caminho errado, e só irá se relacionar com as pessoas erradas!
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A maior garota garota pássaro ali, em comparação com as três presentes, a segurou pela gola, a levantando e dando sua bronca.
— M-me desculpe, Sora…
— Que coisa feia, Mem! — A terceira harpia presente ali, e menor comparada às outras, mostrou a língua para a garota. Seu nome era Chu.
— Francamente… — Sora levou seus dedos à testa, apertando sua pele, mostrando seu aborrecimento — Mil perdões por isso, rapazes.
— Tudo bem — disseram os dois, achando toda essa situação curiosa.
— Grond, novo chefe da aldeia orc, ouvimos a sua conversa e sabemos o porquê está aqui, e estamos gratas por ser tudo um mal-entendido. Então, que tal se encontrar com a chefe de nossa aldeia?
— Sim!
O homem ficou feliz em saber que esse mal entendido estava cada vez mais perto de ser explicado.
— Humano — chamou atenção de Dante —, se o líder dos orcs desta floresta fala que você não é uma ameaça, logo não temos como discordar. — Se uma criatura não é uma ameaça pros orcs, logo, não é para as Harpias, já que forças eram bem parecidas.
— Permita-me apresentar. Eu sou Sora, uma grã-mestre. — Em seguida, levou a palma da sua mão em direção à garota à sua direita — Essa aqui é Chu, a minha ajudante.
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— Oizinho, um prazer em conhecer os dois! — Acenou de forma veloz. Essa garota estava eufórica, extremamente alegre em conhecer novas pessoas, principalmente um humano e um orc.
— E essa imbecil aqui que levará uma bronca quando tudo isso acabar se chama Mem, minha segunda ajudante. — Balançou um pouco a garota.
— Heh. Me ferrei — falou, sabendo o que ia acontecer mais tarde.
— Prazer, meu nome é Dante Katanabe.
— Legal! Legal! — Chu correu rapidamente até ele, pegando sua mão e dando pequenos pulinhos — Muito prazer e felicidade em te conhecer, humano Dante Katane.
Ela estava aproximando seu rosto mas do que deveria, fazendo o jovem recuar e ficar envergonhado.
— Chu, sossega — disse Sora.
— Tá bom.
Ela se afastou do garoto, que ficou um pouco aliviado.
— Então, vocês dois, vamos entrando? Humano, aproveite bem, pois hoje você conhecerá o nosso lar.
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Ela andou até o portão, ainda segurando Mem, e o abriu.
— Sejam bem-vindos à nossa aldeia!
Quando adentraram o local, viram um lugar cheio de mulheres voando ou conversando. Os chãos eram pisos de pedra, haviam vários estabelecimentos, alguns no chão, outros em árvores, e uma música de um violão tocava ao fundo: uma harpia tocava para ganhar uns trocados. Aquele lugar parecia mais uma cidade moderna da terra com a tecnologia daquele mundo, ou um shopping.
Todos estavam felizes e se divertindo no local. O homem estranhou isso, já que haviam acabado de receber um aviso de guerra.
— Tá todo mundo tão despreocupado, mesmo com esse mal-entendido ter acontecido.
— É que não foi dada essa informação a todo o vilarejo até que se comprovasse ser real. As pessoas que ouviram receberam um pedido da rainha para não comentarem sobre isso com ninguém. As harpias obedeceram.
Após a explicação de Chu, o homem entendeu perfeitamente o que lhe foi dito, e queria acabar logo com aquilo.
Dante estava olhando tudo aquilo, completamente animado. Havia uma clara diferença para esse lugar, e o local que estava antes. Era tudo tão vivo, tão animado, tão colorido. Enquanto a vila orc era tão mórbida e sem cor.
— Fala aí, Dante. Aqui é melhor que o dos orcs, né? — disse Grond.
— Bem, há uma clara diferença entre as duas vilas — respondeu o garoto, sem querer ofender o lar de seu amigo.
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— Bem, também concordo que aqui é melhor. Queria que a aldeia fosse assim: movimentada.
— Que bom que vocês estão gostando do nosso lar! Fico feliz, de verdade! — Chu andou na frente deles — E espero que não tenhamos mais nenhum conflito e que nossos lares virem amigos! — Ela logo deu um grande sorriso, mostrando a sua fofura.
Logo a frente, havia uma grande árvore cuja residência em cima dela era onde teriam que ir para resolver o que ocorreu.
— Rapazes, estamos perto de resolver tudo. Explicar o mal-entendido está a poucos passos — disse Sora.
Então, foram em direção àquela árvore.
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