Arco 3: Capítulo 76 – Terras Desconhecidas
Dante, se vendo no meio do nada, em um local tomado pela noite, desértico, com cactos e terra, se parecendo com alguma localização do Arizona, ainda se mantinha desacreditado. Esperava sair em um local fechado, já que, segundo Sophie, estava muito abaixo de Schalvalt, e não ao céu livre.
— Sophie, onde estamos?
[Não sei. Na teoria, era para você ainda estar debaixo de Schalvalt. Não é possível ter escalado o subterrâneo inteiro só naquela muvuca de escada.]
— Então, o que devo pensar disso?
[Não sei. Mas não abaixe a guarda. Não sinto uma boa sensação vindo deste lugar.]
— T-tudo bem.
Antes de partir, havia mais uma dúvida na cabeça do jovem: por que o esgoto foi parar ali? O lógico não seria estar em uma cidade?
Bem, deixando isso de lado, o garoto foi andando em linha reta. Estar fora daquele esgoto significava poder encontrar pessoas normais, ao menos, isso que achava.
Continuando sua caminhada pelo lugar que, aos poucos, começava a gelar, Dante começou a se lembrar de seu emprego, e como apenas queria voltar para ele depois de achar suas amigas e voltar a vida normal que tanto desejava. Desde que chegou naquele mundo, a normalidade, que já não era muito alta, só abaixou ainda mais.
Enfim, isso era mais um motivo para se apressar em achar uma forma de achar suas amigas, já que esse era o seu objetivo há quatro dias. Por pensar nisso, ele se lembrou de Grond e todos os monstros que acabou por conhecer, se perguntando se o confronto com o Cavaleiro de Pedra havia terminado em bons resultados. Bem, também desejava isso.
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[O que está pensando?]
Sophie, vendo o garoto muito calado, decidiu puxar papo.
[Em como eu só quero continuar com a minha vida normalmente, e sem nenhum perigo.]
[Sinceramente, por ser um otaku, achava que você seria do tipo que gostaria de se meter em perigo. Mas estava errada.]
— Sou otaku, não idiota. Por que eu viveria uma vida de perigos se nem sei lutar?
[Bem, não é por isso. Os aventureiros neste mundo começaram fracos, evoluíram, e alguns são extremamente fortes e famosos. E não estou falando de pessoas com poderes ou magia.]
— Aventureiros? Ah, é verdade. — Tinha esquecido, mas acabou por se lembrar. Quando estava na investigação por Raia, acabou se juntando à uns aventureiros.
— Então, se eu me esforçar, posso ser tão forte que nunca mais morrerei pelas mãos de alguém? — questionou.
Após o que a ex-deusa disse, um pingo de esperança surgiu sobre ele. Não se focava em ser forte, mas se continuaria parando em situações assim toda hora, o garoto não tinha muitas opções.
[Bem, você é só um humano comum, Dante, e no nosso universo existem muitas criaturas e seres amedrontadores. Mas acho que você pode ter um potencial de força comparado ao de Angel. Aquela garota é uma brutamonte! Claro, se usar esse mundo ao seu favor, treinar e se dedicar pra isso.]
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— Nunca vi a real força da Angel, mas do jeito que você falou, parece mais exagero do que realidade. — Bem, se Sophie tinha consciência de um potencial para Dante ser mais forte, ele acreditava ser verdade.
No entanto, a conversa entre os dois acabou parando, pois logo a frente tinha uma casa. Na varanda, havia um senhor de idade sentado em uma cadeira que balançava.
“Finalmente uma pessoa!”, com alegria, os olhos do jovem brilharam, vendo que poderia finalmente pedir informação.
[Espere, Dante. Se acalme. Não tenho um bom pressentimento. Converse com ele cautelosamente e afastado.]
— Certo.
Com passos apressados, o garoto foi até a frente da casa do senhor. Aquele velho, o percebendo, mostrou-se surpreso.
— Com licença, senhor, mas poderia me informar que lugar é…
— Você… nunca vi seu rosto por aqui… É um forasteiro? Aquele forasteiro?! — falou, extremamente irritado.
— Ah… c-como assim?
Sem entender, o jovem se afastou, temendo que aquele senhor pudesse tentar algo. De forma repentina, aquele velho se levantou de sua cadeira e pegou um facão ao lado dela, indo em direção à Dante, que se afastava cada vez mais.
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— Vou te matar, seu bostinha!
Dante já estava preparado para sair o mais rapidamente de perto daquele homem. Porém, antes de fazer isso, estava prestes a usar a magia nele, para derrubá-lo, o pegar de surpresa e dar ainda mais tempo de escapar. Mesmo sendo um velho, preferia não subestimar o que um humano daquele mundo poderia fazer ou ser. Há alguns minutos se encontrou com um homem-rato com o corpo coberto de fezes e o rosto deformado. O que menos queria agora era encarar um velho tão rápido quanto um leopardo.
Na hora que ia recitar a sua magia, deu mais um passo para trás, e acabou por encostar em uma pessoa atrás dele, o que tirou toda a sua atenção.
Essa pessoa agarrou seu pescoço com os braços, dando-lhe um mata-leão.
“Droga!”
Tentou se soltar, mas sem sucesso.
— Não vou deixar tu escapar fácil não, hein, garoto. — A pessoa que o agarrava tinha a voz de uma mulher de meia idade. — É mesmo você? Falaram que era um garoto que se parecia com uma garota.
Quando olhou para os lados, pôde ver mais pessoas se aproximando do local, umas vinte. Homens e mulheres carregando facões e forquilhas, para o desespero do jovem, sendo o suficiente para surgirem lágrimas de seus olhos.
Toda aquela gente começou a gritar “mata!”, e aquele senhorzinho se aproximava mais, enquanto lambia os lábios e segurava a faca firmemente.
Em um pensamento rápido, mirou a palma da mão no chão e gritou em voz alta:
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— Eletruns regulus!
A esfera de eletricidade negra atingiu o chão, dando um impulso de choque. Já que todos estavam próximos o suficiente, todo mundo ali acabou sendo arremessado, e o impacto de cair no chão atordoou um pouco os habitantes daquele deserto, mas não Dante, que já estava pra fugir dali.
[Que esperteza!]
Sophie, admirada com a forma de escapar que o jovem pensou, exclamou.
— Elogios pra depois! Elogios pra depois! — disse, enquanto se levantava e corria.
— Peguem ele! — gritaram um dos habitantes daquele lugar, apontando para o jovem fugitivo.
Enquanto corria, olhou para trás, vendo uma multidão furiosa e com sede de sangue correndo atrás dele.
“Que medo!”, a vontade de chorar voltou.
Acabou se deparando com algumas casas pelo caminho, se encontrando com o vilarejo onde aquelas pessoas viviam.
Olhou para trás de novo. Ao ver novamente aquela multidão furiosa e gritando, decidiu usar a magia novamente.
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— Eletruns!
Porém, tudo que saiu foi um pequeno traço de eletrecidade da magia, que se dissiparam rapidamente.
— Eletruns! Eletruns! Eletruns!
Novamente a mesma coisa.
“Será que a magia da Flora acabou? Que droga!”, sem uma outra forma de se defender, o jovem tentou pensar por uma forma de escapar daquela situação. Até que acabou por ver um pequeno curral, mas lotado de vacas vermelhas. Sem pensar muito na cor incomum dos animais, o jovem teve um plano.
Dante pegou uma grande pedra que acabou por achar no chão no meio da correria.
— Me desculpem por isso, vacas!
Jogou a pedra no meio do curral, agitando os animais, que começaram a se atacar, ao ponto de quebrar a cerca de madeira, acabando por fugir.
Dante já havia conseguido passar pelo curral antes dessa confusão com os animais, então, as vacas vermelhas acabaram por entrar no caminho dos habitantes.
— Não acredito que deu certo! — Focando sua visão com o que aconteceu atrás, não percebeu o que tinha à sua frente.
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Antes que percebesse, acabou sendo agarrado novamente.
— Você não vai escapar, moleque! — gritou aquele homem que apareceu de surpresa.
Ele não estava junto dos outros habitantes, com isso, conseguiu causar uma emboscada.
— Eletruns, eletruns! — gritou desesperado, mas não adiantava, a mana da dona da magia havia acabado.
De repente, aquele homem amarrou fortemente uma corda sobre o pescoço do jovem, e começou a puxá-lo.
Dante foi sendo arrastado, podendo ver aquela multidão furiosa correndo atrás dele — já haviam lidado com as vacas.
Abruptamente, sentiu o seu corpo sendo puxado para cima.
— P-por favor, para! — Mesmo implorando, aquele homem só sorriu para o jovem, enquanto continuava o subindo com uma corda amarrada ao pescoço.
O jovem pôde ver que estava sendo levantado em uma árvore podre com o topo quebrado e sem folhas.
Quando não sentia mais seu pé tocando o chão, foi aí que o desespero aumentou. Tentou se balançar, achando que isso poderia o tirar desta situação sufocante, porém, sem sucesso. Mesmo assim, não desistiu. Continuou insistindo, até chegar ao topo daquela árvore, podendo ver toda aquela multidão que antes, o olhava com ódio, olhando com satisfação.
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— P-por favor… — Implorou, já com o rosto roxo.
Sophie tinha razão, o perigo ainda não havia terminado.
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