Arco 2: Capítulo 11 - Demi-humana
“Eu sei que tinha pensado antes, que reencarnar em um outro mundo não seria muito bom para mim. Poderia nascer como uma mulher que nasceria sendo abusada. Mas acho que estava sendo negativo, isso é bem maneiro!”
Pensou o garoto, enquanto estava descendo as escadas da hospedaria. Ele decidiu não acordar as suas amigas, elas estavam em um sono profundo e estava muito cedo.
Foi quando Dante viu uma figura familiar sentada em uma das cadeiras. Era Rishia, ela estava esperando o jovem no local combinado.
— Bom dia, Rishia. — Falou o garoto, enquanto bocejava.
— Bom dia, Dante. E as outras?
— Tão dormindo, depois eu acordo elas.
— Tudo bem, então. Que tal falarmos um pouco sobre o caso?
— Certo.
Dante sentou na cadeira à frente da Rishia. De repente uma moça apareceu, ela era a pessoa que pegaria os pedidos de comida no local.
— Bom dia, querem comer alguma coisa?
— Não, valeu!
— Não, obrigada!
— Tudo bem, então.
A moça se afastou deles e foi atender outras pessoas no local. Dante vendo isso, percebeu que tinha pouca gente no ambiente, um número menor do que a do dia anterior. Isso se deve ao fato de eles terem acordado muito cedo, então não teria muita gente ali, provavelmente, só uma hora depois.
— Então, vamos direto ao ponto. Vocês tem alguma pista, para descobrir quem seja?
Dante perguntou, em seguida, a Rishia respondeu.
— Bem, nós percebemos uma coisa. No início, o desaparecimento das mulheres, eram moças aleatórias, sabe? Não tinha um padrão. Mas um tempo se passou e agora.
— Um padrão? Qual?
— As mulheres sequestradas são mulheres virgens. Algumas tinham namorados, outras não. Mas todas eram virgens.
— Virgens? Eh? Hm… Isso não é culpa de alguma seita, ou algo do tipo?
Dante pensou que poderia ser culpa de alguma seita, pois o sequestrador estava sequestrando exclusivamente, mulheres que não tiveram nenhum tipo de relação sexual, isso poderia ser culpa de uma seita, ou o sequestrador poderia ser só um tarado. Mas dependendo das duas hipóteses, o garoto viu que aquilo era assustador.
— Hm, qual era a faixa de idade das vítimas?
— Entre dezoito a vinte e sete anos.
Já poderia descartar a hipótese de o sequestrador também ter tara por garotinhas. Mas mesmo assim, o garoto pensou que poderia ter alguma coisa em específico nessa faixa de idade. Foi quando Dante pensou.
“Ah, é mesmo. Eu posso consultar a Sabedoria, talvez ela tenha resposta para isso. Ô Sabedoria, tá aí?”
“Estou sim.”
“Ótimo, poderia dizer quem é o vilão dessa história?”
A Sabedoria se calou por um momento, mas ela respondeu.
“Não sei ao certo. Mas com bastante provas, eu poderia fazer uma análise e descobrir o maior suspeito.”
“O quê? E ainda se diz onisciente. Certo, mas você consegue mesmo fazer isso?”
“Sim, só preciso de pistas.”
“Certo.”
— Então, Dante. Conseguiu pensar em algo? — Rishia perguntou.
— Aí, poderia me mostrar algumas das pistas? Pode me ajudar um pouco.
— Ah tudo bem então, vamos lá? Acho que elas não vão acordar tão cedo.
— É, acho que sim. Mas, vamos para onde, especificamente?
— A uma delegacia.
Eles saíram da hospedaria e foram em rumo até o local que Rishia iria levar Dante. No caminho, o garoto acaba vendo várias pessoas no local, andando pela praça, comprando coisas e conversando.
— Hoje o dia tá lindo, né?
— É verdade!
O céu estava azul, tinha poucas nuvens no céu, então era difícil cair alguma chuva naquele dia. Mas a linda visão de um céu lindo e azulado foi estragada por…
— Ai!
— Aí, ô sua vadia, qual é o problema?
— Desculpa!
Dante e Rishia viram um homem adulto maltratando uma criança, mas especificamente, ele começou a chutar a barriga dela.
Essa criança estava usando uma espécie de coleira na região do seu pescoço.
Dante vendo aquela cena, ficou espantado e indignado, e ele tentou ir parar o homem. Porém…
— Dante, pare.
Rishia segurou o ombro dele, antes que o garoto fizesse alguma coisa.
— Rishia?
— Olha atentamente para a garotinha.
— Ahn…?
A garotinha já não estava sendo mais chutada, ele a viu e percebeu que ela tinha uma orelha de lobo.
— Hã?! Uma demi-humana?
— Sim, ou seja, uma escrava. Sendo assim, não podemos interferir.
— O quê? Por quê?
Dante ficou indignado com a resposta que Rishia deu, na cabeça dele, parecia que a mulher na sua frente, não queria ajudar a garotinha. Mas ele estava errado.
— Você não sabe, né? A escravidão é permetida neste país, então não podemos fazer nada em relação há isso.
— … Entendi, mas isso é só com demi-humanos?
— Sim, infelizmente. Coitados, eles estão pagando por algo que seus antepassados fizeram. Isso definitivamente não é justo!
A Rishia pareceu estar com pena da garotinha, então a indignação de Dante passou rapidamente. Mas ele não aceitou aquilo muito bem.
Os dois ouviram novamente gritos de irritação do homem, e de dor da menina. As pessoas que estavam passando por perto, estavam se incomodando e sentindo pena da garota que estava chorando e pedindo perdão.
— Então aqui a escravidão não foi abolida, né?
— Ah, Dante. O que você…? Ei!
O garoto foi em direção ao homem e à garotinha. O moço e a demi-humana estavam olhando para eles confusos.
— Ei, garotinha. O que você quer, hein? Não vê que estou ocupado?
— Ei, velhote.
— Velhote?!
— Quanto você quer… Por esta escrava?
Esse era um dos únicos momentos que o garoto ficou sério, até aquela hora. Diferente do comum, Dante estava com uma cara bem séria, algo que ele não costumava fazer em dias lindos.
Ele tirou sua bolsa de moedas, que estava cheia de dinheiro, e ele se preparou para o pior. Dante ficou um pouco irritado com aquilo, como poderiam maltratar uma garota tão fofa?
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