Índice de Capítulo

    A explosão causada no local não destruiu em si o lugar, tirando o fato de que pelo menos boa parte das cadeiras e mesas, ou viraram pó, ou saíram voando. O estabelecimento — paredes e teto —, estava bem.

    A fumaça que a explosão criou embranqueceu todo o local, e não era possível ter uma visão tão clara assim. Até que as fumaças saíssem, não dava para ver nada.

    Os ouvidos de Dante estavam zumbidos com força, e aquilo estava lhe ocasionando muita dor. Ele tapou as orelhas com as mãos, tentando parar com aquela dor, e poder ouvir alguma coisa novamente. Claramente, isso não seria diferente para Rishia.

    O garoto não estava conseguindo respirar corretamente por causa da fumaça, então, deitou-se no chão, e nadou em um mar sem água para chegar até alguma janela. Felizmente, ele achou uma rapidamente, e a abriu.

    Toda a fumaça foi sugada pelo lado de fora, e o garoto respirou e inspirou fortemente.

    Agora que um problema foi resolvido, só faltava ver se Angel estava bem. Era de se esperar que não estivesse bem, nem um pouquinho bem. A garota foi atingida contudo pela explosão. Qualquer pessoa normal, e para um anjo, seria gravíssimo também.

    Quando a fumaça escapou do local, foi possível a garota anjo, parada no mesmo lugar, com seus braços cruzados em forma de xis, provavelmente para não se deixar cair no chão pelo impacto da explosão.

    Incrivelmente, Angel não estava muito machucada com aquilo. Obviamente, ela foi afetada pelo ataque, mas não parecia estar ferida.

    O homem ficou perplexo com aquilo.

    — Você não é humana, é? — ele perguntou.

    Achando engraçado o que o homem disse, Angel guardou sua espada na bainha, e alongou seus braços.

    — Você é forte. Mas posso te derrotar apenas com meus punhos. Irei lhe poupar da morte, seja grato — disse como se fosse uma tirana.

    O homem ia falar alguma coisa, mas a garota não deixou essa oportunidade. Correndo até ele, ela deu um soco em sua mandíbula, o que fez o rapaz cair instantaneamente no chão. Quando caiu, percebeu na posição em que estava: em desvantagem.

    Angel o levantou pela argola, e desferiu um golpe em sua barriga, usando seu joelho, fazendo o homem cuspir saliva. Em seguida, o atacou novamente, desta vez, um soco em seu rosto, o jogando no chão de novo.

    O rapaz não estava tendo nem chance de se defender. O anjo estava o atacando rapidamente, sem deixá-lo com brechas para um possível contra-ataque, fazendo o homem não ter tempo de processar o último golpe que levou, ou prever seu próximo ataque.

    A garota pegou o rapaz novamente do gélido chão do bagunçado estabelecimento, e o socou no rosto novamente, porém, não permitiu que caísse de novo no chão, invés disso, ela continuou segurando a gola de sua roupa, ao mesmo tempo que desferiu vários golpes em seu rosto.

    Ela, em seguida, deu várias cabeçadas nele, e desferiu uma em seu nariz, o quebrando na hora, e continuou atacando-o.

    O homem nunca imaginou que iria apanhar tanto assim em um único dia. Os golpes de Angel estavam ocorrendo em grande velocidade, ou seja, o que poderia ser descrito por terceiros, poderia ser uma quantidade menor do que ela realmente atacou. Nem Rishia e nem Dante poderiam contar a quantidade de ataques desferidos. A garota estava se empolgando naquela luta.

    Os socos saíram do rosto, e foram em direção ao peito e à barriga. Por fim, a garota deu um último ataque em sua cabeça, jogando o homem até a parede, quebrando um pouco dela no impacto, e fazendo o rapaz desmaiar.

    — Acabamos por aqui. — Angel estalou seus dedos e seu pescoço — Que adversário inesperado. — Definitivamente, sim. Essa situação ocorreu abruptamente.

    — Você matou ele? — Dante e Rishia foram até Angel, e a cavaleira perguntou.

    — Não, só botei ele pra dormir. — O homem estava completamente inconsciente no chão.

    — Do que adianta não matar o cara se você ocasionou um traumatismo craniano nele? — O garoto brincou.

    Angel olhou para Dante no local, e se lembrando do que havia dito anteriormente, perguntou:

    — Não mandei você sair daqui? O que eu faria se cê tivesse morrido?

    — Você se preocupa demais — Dante respondeu.

    — Você é mesma humana? — A pergunta de Rishia era algo válido. Angel era desnecessariamente forte e habilidosa.

    — Descubra por conta própria. — A garota deu um peteleco na testa da cavaleira.

    Talvez Angel tinha conseguido fazer uma façanha. Nenhum dos tiros ou ataques daquele homem acertou ela, e a garota o derrotou usando só os punhos, e dando um “fatality” socando a cabeça dele — um golpe que continha mais força do que os anteriores.

    Dante olhou para a direção onde o homem havia sido jogado, mas ele não estava lá. Achando isso estranho, decidiu olhar para os outros lados, mas não achava o indivíduo.

    — Gente… — Antes que pudesse falar qualquer coisa, o garoto viu aquele homem atrás de Angel, segurando dois enormes facões. Seus olhos arregalados demonstravam algo ruim que estava prestes a acontecer e, percebendo isso, Angel virou seu rosto para trás.

    Sem pensar duas vezes, Dante empunhou a arma e mirou contra o rapaz. Essa seria a sua segunda vez atirando alguém. Ele não conseguiu pensar em muita coisa na primeira vez, por causa do calor do momento.

    Rishia também percebeu o perigo, então arremessou o facão no homem, para tentar impedi-lo.

    No fim, o inevitável aconteceu: a garota foi cortada ao meio. O corte ocorreu na cintura. A parte de baixo do seu corpo caiu primeiro no chão, enquanto a parte de cima demorou um pouco para cair. Os órgãos da mulher saíram de seu corpo junto do sangue, e caíram diretamente no chão.

    O gélido piso do estabelecimento banhou-se e aqueceu-se com o vicoso sangue cor escarlate. Os órgãos e tripas expostas, sujaram aquele chão. O cheiro do líquido vermelho já estava expandindo-se no local. 

    Tudo isso aconteceu em câmera lenta para Dante. Ver sua amiga morrer de uma forma cruel e dolorosa, seus órgãos, sangue e corpo cair no chão de forma violenta fez sua mente congelar.

    Isso foi algo rápido, inesperado e assustador de se ver. “Quando que ele recuperou a consciência? Como não percebemos antes?”, esse tipo de pensamento estava consumindo Dante por dentro.

    Ele ficou em choque com aquela cena. O garoto nunca pensou que Angel seria derrotada tão facilmente assim. Claramente, não tinha um histórico de quantas vezes viu a garota em ação. Mas sabia de sua força. Viu suas habilidades. Então, talvez, tivesse superestimado o seu Anjo da Guarda.

    O garoto olhou enfurecido para o homem que a cortou ao meio. Ele não estava conseguindo pensar em nada naquele momento, só estava muito enfurecido.

    Sem pensar mais em nada, Dante correu até o homem, e deu um chute em seus testículos. O rapaz, com a força do chute e o impacto, caiu de joelhos no chão, gemendo de dor.

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