Arco 3: Capítulo 13 - A Nova Forma dos Dois
O homem tentou se levantar, mas mal se recuperava da dor que sentiu no momento em que foi chutado nas partes debaixo. Dante tentou chutar o seu rosto, desta vez, porém, o rapaz agarrou sua perna.
Colocando força em sua mão, ele decidiu esmagar a perna do garoto, mas não esperava um golpe sendo direcionado à sua cabeça. Dante usou a arma para desferir o ataque, e fazer o homem ficar desorientado.
O rapaz arremessou o garoto para longe. O corpo de Dante bateu contra a parede da forma mais violenta possível e caiu no chão, e acabou deixando a arma de fogo cair no chão. Com o impacto, quebrou uma costela. Por causa da adrenalina e da fúria, acabou não sentindo dor por ora.
Levantando do piso, ele correu novamente até o homem. Chegando nele, o garoto tentou dar-lhe um soco, mas o rapaz segurou o ataque do menino.
O homem segurou Dante pela garganta, e começou a enforcá-lo.
— Você é muito corajoso, né? — disse o rapaz, apertando o pescoço do jovem, fazendo seu rosto ficar roxo.
De repente, seu corpo foi perfurado pela espada de Angel, atingindo a região de seu peito. Dante aproveitou essa chance para escapar. Por causa do ataque, ele estava enfraquecido, então o garoto conseguiu tirar suas mãos de seu pescoço e mordeu sua mão, após isso, o chutou fazendo o cair.
O ataque desferido foi obra de Rishia.
Com a dor de um apunhalamento, ele deveria permanecer um tempo imóvel no chão, porém, esse não foi o caso. O rapaz levantou-se do chão, suportando a dor e tentando remover a espada de seu peito.
— O quê…? — A mulher ficou perplexa com aquela situação. Era pra simplesmente ele não estar nem se movendo com aquele golpe. Qualquer pessoa normal estaria se contorcendo no chão com um apunhalamento — Po-Por que parece que você está tão bem…? E-Eu mirei no seu coração… como não morreu…?!
Puxou a lâmina do seu peito, fazendo o cabo da espada atravessar, jorrando mais sangue no chão.
— A forma que ativei, me deu uma grande resistência, por isso estou em pé neste momento. Além disso, você não acertou meu coração por causa de 1 centímetro de diferença.
Assustada, a cavaleira se afastou, levando Dante junto.
— Agora vocês vão… — Antes que pudesse completar sua frase, duas mãos foram usadas para quebrar seu pescoço, girando sua cabeça mais do que deveria, e ecoando em um som de estalo que pôde ser ouvido por todos. O homem caiu no chão morto após isso. Com seu corpo completamente no piso gelado, a pessoa que fez isso com ele pôde ser identificada.
— A-Angel?! — Dante exclamou.
A garota estava logo ali, em pé, como se nada tivesse acontecido. Suas roupas ainda estavam manchadas com o sangue que saiu dela. Ela não estava mais largada no chão, com seus órgãos visivelmente amostras e líquido vermelho que veio de seu corpo manchando o piso. A mulher parecia nunca ter morrido, e isso assustou Dante e Rishia.
— Você não havia… — disse o garoto.
A ideia de Dante ter superestimado Angel não foi algo à toa. Ele, talvez, tenha começado a achar a garota bem mais forte e habilidosa do que pensava ser anteriormente e, um pensamento que teve no momento, foi que seu Anjo da Guarda era alguém misterioso. O fato dela ter voltado como se nada houvesse acontecido já era um mistério.
— Não precisa se preocupar, vocês dois, só tentem não pensar nisso, certo? — Cortou Dante.
Os dois com olhares bobos, e tentando processar o que estava acontecendo, não conseguiram concordar com o que ela disse.
— Acho que é meio difícil esquecer algo tão insano assim — Rishia disse, e Angel riu com o seu comentário.
Ignorando os dois que estavam parados ali, se virou para o homem que ela mesma acabara de quebrar o pescoço com facilidade. Sentindo um mau pressentimento, a garota chutou seu corpo falecido até a parede, logo perto à entrada, e ele se prendeu no muro.
— Afastem-se. — Pegou sua espada que estava largada no chão, e se preparou para o combate.
— Quê? Mas ele não está morto? — Aos olhos de Dante, sim, porém, o Anjo via isso de forma diferente.
Era algo bem óbvio de se ver, na verdade. Desde que a pessoa morta estivesse com o seu pescoço quebrado, teoricamente, ela estaria morta. Angel não estava passando esse sentimento naquele instante, o que significava que teria mais coisas por vir.
O corpo do homem preso a parede não estava reagindo a nada. Seu pescoço até a cabeça foram completamente revestidos por algo que parecia ser uma gosma preta, ou coisa parecida. Cobriu tudo, com exceção do cabelo. Chifres cresceram na parte de trás, indo e dando nós até a frente do rosto. Dentes nasceram no local de onde era a sua boca.
Ele saiu da parede em que estava. Olhou até os três surpresos, e disse:
— Imbecis.
Angel avançou e lhe deu um soco no rosto. O ataque foi tão forte, que o ele foi em direção à parede, novamente, porém, desta vez, o impacto foi tão grande que o homem atravessou a parede.
Caindo em cima da neve, tentou se levantar, mas recebeu outro golpe no rosto vindo do Anjo. A força o arremessou para longe.
Cidadãos que estavam pelo local, se assustaram com a aparência bizarra que o rapaz continha, então, todos estavam fugindo.
Levantando do chão das ruas banhadas pela neve. Encarou o anjo que estava andando em sua direção, calmamente, e sem tirar aquele doce sorriso do rosto, que estava sendo usando com o intuito de intimidá-lo.
Para não ficarem para trás, Dante pegou novamente a arma de fogo e Rishia recuperou os dois facões que o homem largou durante a luta, e correram até a garota anjo.
Vendo que não havia muito o que fazer com aquele anjo, ele decidiu focar sua atenção em uma provável pedra em seu sapato.
Angel estava furiosa com o rapaz por ter lhe acertado aquele golpe que, para humanos, poderia ser fatal. Não que isso não significasse que não fosse eficaz contra anjos também, foi literalmente um corte que expôs seus órgãos internos para o público. E, igualmente raivosa, ela estava frustrada consigo mesma, por ter sido descuidada, e sofrer um ataque assim.
Mesmo que não parecesse por causa de seu doce rosto de uma jovem super linda, e seu sorriso que esteve demonstrando desde o início desse confronto, ela estava bem aborrecida com toda aquela situação.
Um pouco da gosma preta presente no pescoço que cabeça dele, foram para suas mãos, enrijecendo seus dedos, fazendo-os virar garras de metal.
Em um piscar de olhos, o rapaz deu um salto em uma grande velocidade. Ninguém ali conseguiu ver onde ele foi parar, mas Angel já tinha uma ideia de onde ele poderia estar.
Ele estava agachado no chão, atrás de Rishia.
O garoto e a cavaleira olharam para ele boquiabertos. Já Angel, não parecia surpresa, e tirou o sorriso doce do seu rosto e olhou com uma expressão mais séria para o homem — Olhou pelo canto do olho, sem mexer nem um pouco a sua cabeça.
Repentinamente, Rishia começou a cuspir sangue. E cada segundo que se passava dela cuspindo, mais violento isso ficava. O sangue não saiu só de sua boca, mas dos olhos e nariz também. A mulher estava prestes a cair no chão, mas Angel a segurou a tempo, e deitou ela delicadamente sobre seu colo.
Dante correu até elas. Vendo Rishia naquele estado, ele disse:
— Ela vai morrer?
Angel mordeu seu dedo fortemente, ao ponto de sair sangue.
— Não, ela não vai. — A garota apontou seu dedo ensanguentado para Dante, e disse: — Chupa.
— …Quê…?
Foi uma total quebra de clima.
— Depois explico. Anda, chupa.
— Por quê?!
— Sem perguntas!
— …Certo…
Cedendo, Dante agachou e chupou o dedo de Angel, sugando seu sangue, causando-lhe desconforto e um gosto ruim na boca. A garota estava inexpressiva, e esperava o momento em que ele iria parar.
— Pronto… E isso vai ajudar com o quê?
— Você logo irá entender.
Antes que pudesse falar qualquer coisa, o garoto foi chutado em suas costas, sendo arremessado para o restaurante. O impacto o atravessou para dentro do estabelecimento, e quebrou mais costelas. A força do ataque o levou até a cozinha, onde parou dentro da pia, e várias panelas e talheres caíram em cima dele.
Pedaços da pia quebrada perfuraram seu corpo, fazendo-o agonizar de dor. Além disso, os objetos da cozinha taparam todo seu corpo, então, sua visão estava completamente escura.
— Que… dor… — Uma parte da pia perfurou um de seus pulmões. Dante mal conseguia falar.
Enquanto isso, o homem andou lentamente até Dante, passando pelo Anjo da Guarda. Antes de continuar, ele perguntou à Angel:
— Sinto que não irá me atacar. Por quê?
Com uma doce voz, ela respondeu:
— Não será necessário.
— Uh?
Uma frigideira foi arremessada na cabeça do rapaz. Aquilo não o feriu, mas o surpreendeu. Ele se virou ao local onde aquilo lhe foi arremessado, e que era o mesmo em que Dante foi jogado.
Lá, Dante estava com seu pescoço e cabeça completamente cobertos pela mesma substância enrijecida que cobriu o homem, com exceção de seu cabelo. No local de seus olhos, havia grandes chifres naquela área. Sua boca virou grandes dentes, como as do rapaz.
Dante abriu a sua boca, e sua comprida língua foi exposta. Após isso, deu um grito na direção do homem.
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