Arco 2: Capítulo 15 – A Moça Maltratada
— Por aqui.
Dante, Rishia e Sherlock estavam descendo em uma escada. O trio tinha saído do escritório do detetive e foram em direção ao andar de baixo da delegacia.
“Onde ele está nos levando?”
“Para a área onde há presos no local.”
“Então o pessoal daqui prende pessoas nas delegacias? É, faz sentido de alguma forma.”
“Não só em delegacias, mas também existe uma prisão neste país.”
“Ah, é mesmo? Tudo bem então, apesar que isso não é nenhuma surpresa.”
Após descerem as escadas, eles chegaram em um local com pouca iluminação e sujo. O local tinha várias celas de prisão e havia pessoas dentro dela.
— Estamos quase chegando.
Sherlock falou, já que eles tinham parado por um momento ali. Depois disso, os três começaram a andar novamente, mas de repente, Dante sentiu algo escalando as suas costas e indo ao seu ombro.
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— Mas o quê? Yuri?! Que cê tá fazendo aqui?
A raposa tinha aparecido no local repentinamente. O garoto não tinha visto se ela estava os seguindo quando saiu da hospedaria, na verdade, ele achava fortemente que ela estaria com Alice, mas não era esse o caso.
— Ahn? É a Yuri? — Rishia perguntou — Mas por que ela está aqui?
— Eu também queria saber…
— Isso é uma raposa? — Sherlock perguntou — O que ela está fazendo aqui?
— Desculpa, Sherlock. Não tinha percebido que ela nos seguiu.
Dante falou enquanto abaixava um pouco o seu corpo, e levava as suas mãos que estavam juntas em frente ao seu rosto, como um sinal de desculpa. Sherlock vendo isso, respondeu:
— Não se preocupe, não há nenhum problema. Mas admito, estou bastante surpreso.
Yuri saiu do ombro de Dante e foi para dentro do seu casaco pela gola, e botou a sua cabeça para fora do casaco.
— Vai me usar como um carro, Yuri?
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Após isso, eles foram até uma cela onde havia um homem deitado no chão, dentro dela.
— Dante, esse daqui é um dos suspeitos. O senhor Spill Kim.
— Ah, nossa, que nome mais estranho.
O homem preso na cela se levantou do chão e falou:
— Quando vocês vão me soltar, hein? Seus bostinhas.
— Que língua mais afiada para um homem que já traiu a esposa.
— Como você…
O homem se calou repentinamente e estalou a língua.
— Ahn… por que, esse seria o maior suspeito?
— Ele esteve na maioria dos locais onde os crimes foram relatados, e parece que ele tem um histórico de sair com várias garotas e ser violento com elas.
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— Ah.
— Podem botar a culpa de eu ser violento na minha esposa, afinal, é culpa dela — falou o homem enquanto deu de ombros diante a situação — Vai, vão lá encher o saco dela.
— Era isso que eu pretendia fazer, mas como a senhorita Rishia me disse que eu teria um ajudante temporário, e que ele seria um bom ajudante, tive que esperar mais um pouco.
Ao ouvir o que ele falou, o garoto ficou meio ansioso com a situação, e virou seus olhos pro lado.
— E afinal, mesmo que você não tenha relação nenhuma com os desaparecimentos das mulheres, você vai ser preso por violência doméstica.
— Mas que merda, já não disse que é ela que me faz fazer isso?
— Eu quero ver para comprovar. Mesmo que seja verdade, você atacou outras mulheres, não?
— Tsc.
Ao ver essa situação, Dante se perguntou se poderia falar algo relevante ali, mas esse pensamento dele foi rapidamente cortado.
“Ele está falando a verdade, mas não diria que seria relevante você opinar no momento.”
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“Hã? O quê? Como você sabe que ele está falando a verdade, Sabedoria?”
“Eu sei quando alguém está mentindo.”
“Hm, vou confiar em você. Mas pelo que o Sherlock falou, acho que a gente vai se encontrar com essa tal esposa.”
“Também penso assim.”
— Então, pessoal. Vamos falar com a esposa deste homem.
falou o Sherlock, enquanto se dirigia para as escadas, que levavam para cima do local. Os dois concordaram e seguiram o detetive.
Eles saíram da delegacia, foi quando Dante percebeu.
— Ahn? Tá começando a nevar?
Caiu uma partícula de neve no ombro dele.
— Ah, é verdade. Que legal, adoro a neve.
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Rishia falou com entusiasmo.
— Não percam o foco, estamos aqui para resolver um caso — Sherlock falou enquanto repreendia os dois — Vamos lá.
Após isso, eles andaram até chegarem em uma casa.
— Ugh!
O homem começou a chutar a porta da casa repentinamente, fazendo Dante se assustar um pouco.
— …! Ahn…
O garoto não teve muita reação perante aquilo e só perguntou:
— Ô, você pode fazer isso?
— Estamos em um caso criminal, e a porta estava trancada.
O homem falou, enquanto dava de ombros.
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— Vo-Você nem verificou se a porta estava trancada!
De qualquer forma, já não importava mais a altura do campeonato, ele já tinha arrombado a porta. Eles entraram na casa — sem a permissão do dono — e começaram a subir uma escada.
— Tô me sentindo um criminoso, por invadir uma casa desse jeito.
Dante falou enquanto um calafrio dominava o seu corpo.
— É sempre assim quando o senhor Sherlock resolve alguma coisa… Melhor chamarmos isso de entrar em uma propriedade sem a permissão do dono.
— Não é a mesma coisa que invadir?!
— Mas é bem melhor do que falar que: arrombamos e invadimos uma casa…
— Os dois não calam a boca não? — Sherlock falou enquanto ficava irritado com o falatório.
Depois disso, eles chegaram no andar de cima, onde tinha uma mulher deitada na cama. Essa mesma mulher, vendo a presença dos três ficou assustada e acabou caindo na cama.
— Senhorita, estamos aqui para falar do seu marido.
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Sherlock falou. Ouvindo isso, a mulher balançou a cabeça em forma de afirmação.
Após isso, eles desceram novamente e se sentaram nas cadeiras que tinham na parte da casa.
— O que você quer falar sobre o marido?
A mulher perguntou para o detetive a sua frente.
— Para começar, descobrimos que ele saía com outras garotas.
— Com outras…
— Exatamente. Pelo visto, você não sabia disso, né?
— …Não, e eu estou decepcionada… — ela falou, em seguida, pequenas lágrimas começaram a sair de seus olhos, e um olhar triste se manifestou — Então, era só isso?
— Não. Percebemos também que você queria tirar o seu marido da delegacia, por algum motivo, sendo que tinha várias provas que ele te maltrata, certo? Você poderia nos responder o motivo disso?
— …É que…
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Ela ficou hesitante em responder a pergunta, talvez ela tenha passado por coisas horríveis e não queria responder… não era esse o caso.
— Pode demorar o tempo que quiser, podemos esperar.
— …É que quando ele agarra meu pescoço e me enforca, eu sinto muito prazer.
Todos ao ouvirem aquilo ficaram sem reação.
“Ahn…”
Dante ficou muito surpreso com essa resposta inesperada da mulher. A moça estava com uma cara de tarada quando falou aquilo, e aquela conversa fechou com chave de ouro quando a Sabedoria comentou:
“Ela está falando a verdade.”
“…Bem, cada um com seu cada um, né?”
Com isso, as suspeitas de violência doméstica acabaram sendo anuladas, já que a mulher gostava daquilo, e ela admitiu mais tarde que pedia para o seu marido fazer aquilo. Mas como ele fazia isso com pessoas que não eram a sua esposa, e essas pessoas o denunciaram, ele continuou preso.
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