Arco 3: Capítulo 2 – Perdão aos Pecadores
— Papa, por favor, eu pequei e não sei o que devo fazer. — Uma mulher ajoelhou-se perante à autoridade da igreja. Ela estava tremendo e seu rosto demonstrava que estava apavorada. Com um sorriso sereno, o Papa Joseph ponderou toda a situação, e respondeu com uma voz calma e meiga:
— Não se preocupe. O todo poderoso é misericordioso. Caso queira ser perdoada de seus pecados, terá que passar por uma purificação… — A mulher pareceu ter ficado bastante feliz com a resposta de Joseph — Me diga, o que você fez?
— Eu… eu…
— Por favor, não hesite.
— Pe-Perdão… Acabei, tomando álcool… e o efeito daquela droga me fez ter uma briga intensa com meu filho. Depois, acabei espancado ele…
Com a mão no queixo, o papa fez um gesto de mão que indicava: “siga-me”. Eles andavam calmamente até os fundos da catedral, abrindo uma porta que levava ao porão. Decendo uma escada feita de pedregulho e em espiral, o papa comentou:
— Você terá sete dias para se purificar.
A mulher ficou ansiosa e alegre.
No fim da escada, pôde-se ver um largo corredor. No fim, havia um grande e amedrontador portão. Guardas que estavam vigiando o local, logo se curvaram ao perceber a presença de Joseph.
— Abram os portões — o papa disse.
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Enquanto os guardas abriam o portão a autoridade virou-se para a mulher e disse:
— Alegre-se, você irá se livrar de seus pecados.
A moça começou a chorar de alegria. O portão se abriu, emanando um enorme clarão e gritos.
Um local de purificação, escondido pela igreja, onde várias pessoas eram torturadas para “livrar de seus pecados”. Levar um soco era um ato de afeto perto das demais torturas do local. Várias pessoas gritavam de dor ao cenário infernal. Um homem nú estava agonizando numa cadeira de espinhos.
— Deus, perdão pelos meus pecados! — aquele rapaz exclamou.
Um outro homem estava com suas mãos amarradas em uma corrente ligada à uma rocha, e sendo chicoteado várias e várias vezes por um chicote com a ponta reforçada com metal quente. Assim, as marcas de cortes causadas pela arma não era a única coisa que esteve sendo marcada nas costas daquele rapaz. As marcas de queimadura feitas pelo elemento metálico também eram bastante visíveis.
Em nome de suas fés, todos aguentavam o quanto podiam. Pessoas com elmos em sua cabeça faziam essas atrocidades com os “pecadores”. Uma idosa estava tendo suas unhas arrancadas aos poucos por um dos carrascos. A mulher ficou apavorada e mal conseguia se mexer. Toda aquela cena para ela foi como um horripilante pesadelo, no qual, a moça queria acordar o mais rápido possível. Imaginar que poderia passar por algo do tipo, a deixava aflita. O papa deu tapinhas em seu ombro e disse:
— Lembre-se, minha filha. É pela glória de Deus.
Os subordinados de Joseph vestidos com mantos com capuz que cobriam todo seu rosto, aproximaram-se da mulher, causando-lhe desconforto e senso de perigo. Tentando se afastar, lentamente andou em direção contrária a deles, olhando diretamente para aqueles torturadores. Porém, acabou esbarrando em alguém que segurou seus dois ombros com força. Olhando para tŕas, a jovem viu mais de uns dos homens que cumpriam com os deveres que foram impostos pelo papa. Esse carrasco rasgou sua roupa, fazendo ela se afastar e acabar caindo no chão por medo. A parte rasgada mostrava seu corpo quase nú: a parte que estava de fora era abaixo dos peitos para cima.
Lágrimas surgiram de seus olhos maculados pelo medo de ser violada. A jovem cobriu seus peitos com seus braços, causando uma mistura de medo e vergonha. Em busca de alguma explicação lógica para aquilo, virou-se para o papa e perguntou:
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— O que está acontecendo?!
Joseph continuou com seu sereno sorriso de sempre, nunca o mudando, mesmo em um local tão violento e assustador quanto aquele. Chegava a ser bizarro, o quanto ele estava calmo e indiferente com aquilo tudo.
— Você terá sete dias para livrar-se de seus pecados.
O desespero em seu rosto que ficara pálido era bastante visível. Balançando lentamente a sua cabeça em forma de negar tudo aquilo, ainda com os braços cobrindo seus peitos, ela levantou-se e correu até a saída.
— Não! Eu não quero nada disso! — exclamou enquanto chorava e implorava por alguma misericórdia.
Antes que pudesse chegar até o portão, ele se fechou. Viu que não havia mais nada que poderia fazer além de desistir, ela caiu no chão, esperando que tudo aquilo fosse um sonho ou uma piada de mau gosto, a mulher queria acreditar que fosse isso, não queria ver a cruel e triste realidade que era ser torturada todos os dias por uma semana. Os carrascos foram até a mulher e a arrastaram pelos cabelos, até uma cadeira espinhosa.
— Não! Eu não quero! Socorro!
O carrasco que estava a arrastando pelos cabelos, disse em uma voz abafada por causa do capuz:
— Não importa quanto grite, não dá para ouvir nada do lado de fora. Desista e deixe ser purificada…!
Ele botou a moça em uma cadeira de espinhos, amarrando seus punhos e seus pés, acima do tálus e abaixo da tíbia, com uma corda grossa. Sua pele estava sendo perfurada pelas partes pontudas, mortífera e perigosa cadeira. Ela não conseguia esboçar nada além de pequenos gemidos de dor e desespero, além de gritar por ajuda.
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— Não! Socorro! Alguém me ajude! Por favor, me tirem daqui! Eu quero ver meu filho!
A gritaria não serviria de nada, aquela sala tinha um belo isolamento acústico. Os gritos que a moça dava não era nada mais do que mais um de vários outros que estavam sendo transmitidos naquele ambiente. Não havia mais nada que pudesse fazer, milagres não aconteciam com frequência, ela iria ser torturada por um prazo de sete dias, das piores e dolorosas formas possíveis.
— Não desista de Deus, pois ele ainda não desistiu de você — Joseph comentou.
Há mais fundo naquela sala, havia uma lareira cheia de pedras pegando fogo. Um dos torturados usou um grande alicate para segurar uma das pedras. O carrasco foi até a mulher, mostrando-a explicitamente a pedra quente. Vendo o que iria acontecer consigo em seguida, seus olhos arregalaram-se, e ela tentou se soltar, mas sem sucesso.
O carrasco se aproximou da mulher, colocando a pedra fervente no bico de seu peito, fazendo uma alta queimadura. A moça debateu-se por conta da dor insuportável, enquanto gritava descontroladamente. Porém, o ato de mover-se em uma cadeira de espinhos não era nada inteligente, fazendo a se ferir mais. Com isso, ela decidiu ficar parada e aguentar a dor, mas era impossível.
Vendo aquela cena, com seu sorriso gentil de sempre, Joseph suspirou, como se estivesse orgulhoso de si mesmo. O papa foi até o portão, e com um sorriso no rosto, exclamou para todos os fiéis naquele recinto:
— Lembre-se, meus filhos. Deus é misericordioso, mas todos têm que pagar pelos seus pecados. — Ele saiu da sala, com seu sorriso sereno de sempre e ouvindo os gritos de dor e angústia dos fiéis.
Para todos os fiéis da igreja, o papa era o maioral e, teoricamente, era mesmo. Com isso, sua alternativa para que seu deus, Gushigushikashamol, perdoasse os pecados que os membros da igreja cometeram, era das mais severas torturas.
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