Arco 3: Capítulo 30 – Dentro do Escritório
O garoto estava na frente de um espelho, dentro do banheiro.
Após ajudar Amber com as cadeiras, ele foi até o local para pider ajeitar suas roupas, que ficaram amassadas após aquela trabalheira.
[Está cuidando de suas vestimentas, meu mestre?]
Quem disse isso foi a Sabedoria, que não entrava em contato há um tempo. Dante ficou surpreso, mas não por causa dessa fala repentina, já havia se acostumado com a ex-deusa iniciando uma conversa de forma abrupta, mas sim pelo jeito em que foi chamado.
Como o garoto estava sozinho naquela parte do casarão, não fazia mal falar com a garota sem ser por pensamento. Ninguém estaria lá para chamá-lo de louco, de qualquer forma.
— Sabedoria? Faz tempo que a gente não se fala.
[Pois é, meu mestre.]
— Me chamou de “mestre”?
[De fato. Não gostou?]
— Na verdade, não me importo, até porque a Freya me chama assim. Só fiquei surpreso. É a primeira vez que você me chama assim.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
[Não havia dito que serveria meu mestre, quando nos encontramos?]
— Acho que me lembro disso.
Sim, ele se lembrava. A garota disse isso na primeira aparição deles, mas parecia que o jovem não deu muita importância.
— Então sou o seu mestre? Hum.
Algo estranho a se comentar era em relação a Freya, pois não fazia sentido ela continuar chamando o garoto de “mestre” desde que não era mais uma escrava. Talvez fosse algo como um apego emocional, já que o jovem a tratou muito bem.
[Encontro, é? Huh…]
— Ahn? O que quer dizer com isso?
[Aquela garota o convidou para um encontro, mas o mestre foi indiferente quanto a isso.]
— Quê? Mas não é um encontro. A gente só vai ler.
[De certa forma é um sim.]
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
Ao arrumar sua roupa de empregado, o garoto pegou uma escova para pentear seus cabelos que, aos poucos, cresciam cada vez mais.
Por falar nisso, a mansão tinha itens de higiene básica fornecidos pelo próprio Chap aos seus funcionários, como escova de dente.
[O mestre é tão fofo se arrumando!]
— P-por que isso do nada?!
[Elogios te encherão de confiança para o encontro.]
— Cofiança para o quê? A gente só vai ler.
[Confiança para a leitura é sempre bom.]
— Hum… Não sei o que você espera que vai acontecer soltando esses comentários, Sabedoria.
Continuando à escovar seus cabelos, o
garoto se tocou de que tinha a necessidade de mudar uma coisa em específico.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
— Sabedoria, você tem um nome, não? Tô um pouco cansado de te chamar assim.
[Única coisa que tenho que me preocupar é com você, meu mestre.]
— Uau! Modestidade misturado com hipocrisia. Adoro a sua gentileza comigo. Ainda lembro que você me fez acabar me matando. Só para deixar claro, aquilo doeu!
[Mas foi em prol de um bem maior, meu mestre. Se não te ordenasse aquilo, você não estaria com tanto dinheiro agora. Tem noção que pode ficar milionário, certo? E não é como se você estivesse longe disso.]
Ela falou isso, mas o real objetivo foi para tirar o garoto daquele conflito com a besta demoníaca quadrúpede. De certa forma funcionou, já que o demônio não estava mais disposto a lutar. Ele nem queria para começo de conversa.
— Dinheiro é o de menos considerando o local onde trabalho, mas cair de um lugar tão alto é assustador… Pera, você disse que posso ficar milionário?
[O mestre realmente não tinha noção… Às vezes é um bocó.]
— Continue me elogiando dessa forma que vou acabar chorando. Estamos perdendo o foco aqui! Você precisa de um nome!
Colocando a mão no queixo, o garoto pensou em um belo nome para botar na Sabedoria.
— Que tal Sophie?
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
[Sophie de Sophiette?]
— Sophie de Sophie só. Nem sabia que existia um nome chamado Sophiette.
[Entendo, não é como se tivesse tantas opções de nome.]
— Por acaso, como deusa você tinha um nome?
[Não.]
— Então… quer esse?
[Sim. Agradeço, meu mestre. Adorei o nome.]
— Fico feliz em ouvir isso.
A ex-deusa, anteriormente chamada de Sabedoria, recebeu um novo nome. Sophie estava feliz com essa sugestão de Dante e ficou extremamente agradecida.
O garoto continuou penteando o seu cabelo, mais especificamente um fiapo que estava para fora e não queria descer.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
Colocando a escova de cabelo de volta na pia, ele se dirigiu para fora do banheiro.
[Um momento, mestre. Com que roupa você vai para o encontro?]
— Huh? Com meu conjunto de moletom.
[Não posso aceitar que o mestre vá para um encontro com um pijama.]
— Mas eu sempre uso aquelas roupas, e também não tenho nenhuma outra para poder usar.
[Simples, fale com Chap, peça-o para sair para ir comprar roupas. Aproveite e fale com ele sobre o que você queria dizer antes.]
— Mas ele não…
[Ele chegou. Está no escritório.]
— Ah, certo.
Colocando a mão na maçaneta e abrindo a porta, Dante andou até o escritório de Chap.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
Sophie estava preocupada como o encontro entre Dante e Emi iria rolar, mesmo que não fosse nada sério.
— Dante, soube por causa de Amber que queria conversar comigo.
Já no escritorio de Chap, o garoto estava em pé com os braços atrás das costas. O homem o olhava atentamente, esperando que começasse a falar.
O escritório era bem iluminado por uma grande janela que ficava atrás da mesa de trabalho, onde o homem estava sentado. Também tinha uma cortina aberta na parte onde ficava a vidraça. Além disso havia duas estantes de livros posicionadas nas paredes da esquerda e da direita.
— Bem, é que queria poder tirar um tempo do meu trabalho para poder ir comprar algumas coisas.
— No terceiro dia desde que voltou a trabalhar aqui e já quer sair mais cedo? Você é muito audacioso. — Diferente do que se pensaria, ele não ficou irritado ou incomodado, apenas deu pequenas risadas com os dedos cobrindo a boca. No caso, essa atitude deixou Dante um pouco incomodado.
— Bem, um estrangeiro que precisa melhor no idioma do local, com duas roupas, uma de trabalho e outra que é usada para tudo menos trabalho… Eh…
— Você fala do seu idioma, mas está falando perfeitamente, mesmo sem o tradutor mágico que Alfrey lhe concedeu.
— Pois é, e não sei o motivo por trás disso. É um mistério. — Olhou para seu peito, onde o tradutor costumava a ficar quanto ficava pendurado em seu pescoço.
— Talvez sim, talvez não. A minha resposta ao seu pedido é um sim.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
Foi mais fácil do que o garoto pensava. Aparentemente Chap era um chefe bem compreensível com a situação de seus funcionários. Porém, a conversa deles ainda não tinha acabado.
— Bem, eu queria convidar quatro pessoas, se possível um animal também para a festa. Uma é uma demi-humana e a outra é uma fada.
— Espera, você quer convidar um animal para uma festa de negócios? Não que trazer um animal para esse tipo de evento seja algo incomum.
— É mesmo?
— Sim. Vários nobres trazem alguns de seus animais. Mas com isso, tem uma regra, limpar a bagunça que seu bichinho causar.
— Não precisava nem dizer isso, chefe.
Chap decidiu voltar a sua atenção para as pessoas mais importantes que Dante queria convidar: uma demi-humana e uma fada.
— Sobre a fada, vai ser algo maravilhoso! Estou estupefato com essa sua decisão! Traga-a.
O jovem ficou surpreso com o que ele disse. Se lembrou que aquele homem que fez ele e suas amigas saírem do restaurante, havia dito que humanos idolatravam fadas. Devia ser por isso que Chap ficou tão feliz com a decisão do garoto em trazer Flora para aquela festa.
Uma fada chamaria muito atenção dos nobres e, consequentemente, isso seria muito bom para a família Elliot. Dante entendeu isso, e ficou ainda mais surpreso com tanta atenção que o seu chefe queria trazer.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
— Sendo amigo de uma rainha de um reino de magia já não te trás tanta popularidade?
— E sendo amigo de uma rainha de um reino de magia e ainda fazendo itens para ela também não te trás tanta popularidade — Chap retrucou a piada dele com outra piada.
Por Dante nunca ter saído do castelo de Kuyocha, ele nunca havia percebido que era popular naquele lugar. É verdade que o jovem viu uma multidão o olhando quando chegou até lá e foi apresentado, mas nunca parou para pensar que fosse de fato alguém popular.
— Uh… Eu… não percebi isso…
[Mestre, você é um bocó.]
Sophie completou para mostrar a estupidez de Dante por não ter percebido algo tão óbvio.
— Enfim, voltando ao que interessa. Trazer a fada não terá nenhum problema, mas com a demi-humana é outra história.
O garoto engoliu seco o que o homem disse.
— Os nobres convidados são de Schalvalt, a nação que estamos agora. Porém, não posso garantir que eles não tenham nenhum preconceito com a demi-humana que você quer convidar. Particularmente, não há problema algum, mas você terá de afasta-la de quem não gostar de sua presença, ou esconder a sua verdadeira indentidade.
Enquanto Dante e Chap conversavam no escritório, quem estava passando por lá era Chloe, procurando justamente o garoto.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
“Onde é que ele foi se meter? Será que começou a vagabundear que nem o Larry? Espero que não…”
Foi quando a garota acabou ouvindo a voz de Chap, no momento em que estava falando sobre a demi-humana. Ela foi em direção à porta do escritório e encostou sua cabeça.
— Então tenho que garantir que nada aconteça a ela, certo?
Quem disse isso foi Dante, que estava esboçando um sorriso em seu rosto.
— Sim. Não acho que alguma coisa vá acontecer a reputação da família Elliot com a sua amiga demi-humana, pelo menos nada negativo.
— Entendi. Valeuzão, chefe!
A conversa acabou. Chloe saiu de perto da porta e pensou sobre aquilo que acabara de ouvir.
“Dante vai trazer uma demi-humana para cá?”
A garota reconheceu a voz do jovem e não soube exatamente o que pensar sobre isso. Sendo uma demi-humana, ela se encontraria com uma pessoa de sua espécie por meio do garoto.
A porta do escritório se abriu.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
— Chloe?
— Ah! Dante, estava procurando por você.
O garoto pretendia ir direto para seu quarto trocar de roupa após aquela conversa, mas parou para escutar sua veterana.
— Você pode me…
Percebendo no que ia dar, Dante a cortou e se curvou.
— Me desculpa, mas não vai dar agora. Preciso fazer algo importante.
— Algo importante?
Lembrando da conversa que ouviu há alguns segundos, Chloe logo deduziu que seria algo relacionado à isso.
“Algo a ver com a tal demi-humana?”
O garoto pretendia ir comprar roupas, porém, assim como ele, suas suas amigas também não tinham muitas roupas, com exceção de Freya que ganhou várias no dia em que Dante se encontrou com Vergil e Saphir. Como não poderia deixar a pequena demi-humana sozinha, de certa forma a envolvia.
Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.
— Vou ir à um shopping!
— Uh…? Shopping? O que é isso?
A palavra “shopping” se referindo àquele conceito não existia naquele mundo, ao invés disso, o local em que servia como esse tipo de estabelecimento se chamava “praça de compras”. Basicamente, servia como um shopping: um local onde podia comprar coisas, comer em uma praça de alimentação ou se divertir. Claro, Dante não sabia disso.
Tanto ele quanto Chloe ficaram confusos com isso.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.