Índice de Capítulo

    Após ser levado para dentro da parede, o garoto foi jogado no chão, dentro de uma sala muito bem iluminada por tochas presas à parede. 

    O garoto estava desnorteado e tentando processar o que acabara de acontecer. Ele se levantou do chão e observou aquele local que era no mínimo assustador. Havia uma única cadeira naquele lugar e, também, uma pessoa que estava com boa parte do seu corpo na parte que tinha uma sombra no local.

    — Fala aí, garoto.

    Altair era quem estava sentado no chão, abordou o garoto. Quando Dante viu o homem, encheu-se de raiva, por causa daquele soco que recebeu há algumas horas, mas decidiu não usar a violência contra alguém fisicamente mais forte.

    — Seu babaca…

    Altair não entendeu o porquê daquele insulto, mas decidiu ignorar já que não era relevante.

    — Dante Katanabe.

    Uma voz empoderada vinda de trás do garoto o chamou, fazendo Dante se virar e pular de susto.

    — Você…

    Aquela era aquele anjo que confrontou Angel mais cedo, após aquela batalha intensa no restaurante.

    — Você… é a tal da Bastet, né?

    — Bom que se lembra do meu nome.

    A mulher, que estava com a mão na cintura, andou até a cadeira e se sentou nela. Cruzando as pernas e apoiando o queixo em seu punho, ela começou a dizer:

    — Desculpe pelo sequestro repentino, mas queria conversar com você, sem seu anjo enxerido aqui.

    — Acho que sequestros costumam ser repentinos… — O comentário de Dante fez a mulher soltar uma pequena risada.

    — Enfim, eu havia pedido para meu pupilo conversar com você, mas ele se deixou levar pela raiva e te atacou. Já o repreendi. Altair… — Ela olhou seriamente para o homem que estava tentando ignorá-la.

    — Tudo bem… Me desculpe por aquele soco.

    Bastet sorriu em meio ao pedido de desculpas. Já Dante estava sem entender o objetivo daquilo tudo. Ele não achou que seria para um simples pedido de desculpas.

    — E, por isso, te contarei tudo que posso dizer a você para nos ajudarmos e sobrevivermos.

    Sua desconfiança sobre o objetivo daquela conversa foi acertada. Não foi para algo com um pedido de desculpas, era mais importante. No entanto, não dava para tirar muitas informações só com o que a garota falou. Dante sentou no chão enquanto ouvia ela.

    — Aposto que você já ouviu falar no Rei Demônio, né?

    Novamente o Rei Demônio. Dante não estava muito feliz em saber que ele o estaria caçando, mas decidiu deixar isso com Angel. Porém, Bastet o sequestrou para provavelmente reforçar algo que o garoto já sabia.

    Dante realmente estava curioso em saber o problema que o Rei Demônio tinha com ele, então, ouviu com atenção.

    — Ele está caçando você, o Altair, e mais cinco humanos, junto de seus Anjos da Guarda. Porém, o caso dos anjos é um pouco mais especial… e, também, por algum motivo, aquele cara tem ódio de você.

    Dante abriu a boca para perguntar o motivo desse ódio. Mas, antes que tivesse chance, Bastet interferiu.

    — Sei o que ia perguntar, e só posso responder que não sei.

    — …Tá, mas por que o Rei Demônio quer matar vocês também?

    O garoto ficou um pouco nervoso com a resposta que poderia receber e o fim que essa conversa levaria. Ele queria evitar uma luta, pois era fraco, e seu única forma de defesa era a magia de raio negro, mas ele não sabia a eficácia que isso teria em um Lorde dos Demônios

    — A resposta é a mesma, não sabemos — Altair disse — Para mim, o Rei Demônio tinha só treta com os deusas. Mas, acho que é bom saber que não estamos sozinhos nisso. Se tivermos que lutar, nós vamos ter que lutar.

    — Você não está bem demais com isso, não? — Dante estava ficando mais infeliz com essas informações — Mas não sou bom de briga… e nem sou forte…

    — Não é tão verdade assim… Você é bem forte até. Na nossa luta, apesar de que cê não iria ganhar, acabou me dando trabalho, garoto.

    — Aquilo foi por causa dos poderes da Angel… e ela os tirou de mim, não é como se eu pudesse fazer alguma coisa agora.

    Dante se virou para Bastet e perguntou:

    — Anjos têm chance de derrotar o Rei Demônio, senhorita Bastet… Bem, você não disse, mas julgo que cê seja uma.

    A mulher não estava com suas asas ou sua auréola de anjo à mostra.

    — Nós podemos derrotá-lo com a ajuda dos outros 5 e seus humanos…

    — Espera? Pera! Pera! Pera! Se você quer planejar matar o Rei Demônio, por que um número tão pequeno?! — Essa reação exagerada de Dante fez tirar algumas risadas de Altair.

    — Do que está falando… Pera, ah, a Angel não te contou não é mesmo… — Bastet bateu com força em sua testa e quase caiu da cadeira com um olhar de decepção. Dante não entendeu o motivo dessa reação — Eu não vou te explicar, por que não quero ter problemas com aquela imbecil…

    Okay?

    — Por fim, continuando… — Ela se ajeitou na cadeira — por isso, queria que você convencesse a Angel por mim, entendeu?

    Esse comentário fez nascer uma pulga atrás da orelha de Dante. Se Bastet estava tão preocupada com isso, por que ela não falou com Angel? Esse tipo de coisa que se passou pela cabeça do garoto.

    — Sabe, eu e seu Anjo da Guarda não nos damos muito bem… — Estava explicado, esse era o motivo — Por fim…

    Ela parou de falar de uma forma abrupta e levantou rapidamente da cadeira e olhou para o uma parte da parede com sombras.

    — O que foi, Bastet?

    Altair ficou preocupado com essa ação repentina. Bastet se afastou um pouco de onde estava.

    Duas mãos começaram aparecer e avançar para dentro daquela sala. Até que foi o corpo inteiro que entrou dentro daquela sala. A pessoa que entrou naquele local foi uma cópia idêntica de Bastet.

    — Quê? Duas Bastets?! — Dante gritou.

    A Bastet que havia acabado de entrar dentro daquela sala, avançou até a outra. Porém, o anjo agarrou ela pela cabeça.

    — Não… isso é um demônio…

    A garota socou o demônio se disfarçando dela na barriga, o fazendo desmaiar na hora.

    — Ah, é! Esqueci que as bestas demoníacas poderiam se disfarçar de pessoas! — Dante disse.

    — É, mas esse não é da espécie de bestas demoníacas — o anjo comentou — Dante, volte para Angel e convença-a a se juntar a mim. Por sorte, estamos com tempo, mas isso não significa que você deva demorar…

    O garoto concordou, acenando com a cabeça.

    Bastet segurou Dante pelo braço e o levou até a parede, atravessando e o levando junto, até que eles foram para a rua.

    — Não sabia que os anjos podiam fazer isso!

    — Na verdade, isso é uma habilidade minha.

    — Sério? Que incrível!

    A garota corou e sorriu preguiçosamente.

    — Isso mesmo! Me elogie mais!

    Dante sorriu. O garoto observou o local e não achou nem Angel e nem o gato. Ponderando, ele chegou na única alternativa provável.

    — Ela deve ter ido me procurar.

    — Com certeza — Bastet disse — Enfim, eu vou interrogar aquele demônio. Vê se não esquece de conversar com o seu anjo.

    — Ah, certo.

    Após isso, a mulher atravessou o muro novamente.

    Agora, Dante só tinha que procurar por Angel, numa madrugada fria e com neve pelas ruas.

    — Certo, lá vamos nós.

    O garoto passou um tempo andando, procurando pela garota, enquanto passava cada vez mais pela capital vazia. Ele passou por alguns lugares e aproveitou para explorar um pouco mais da capital enquanto não achava a garota.

    “Hm, será que ela voltou para aquela rua com o banco?”

    Ele decidiu voltar para ver se achava a garota. Andou tranquilamente sem se preocupar com muita coisa. Chegando lá, o garoto viu Angel com o gato em seus braços. Ela estava com uma expressão preocupada em seu rosto.

    — Oi. — O garoto continuou andando calmamente até ela, até chamar a sua atenção.

    — Ei, onde você foi?

    A garota estava visivelmente preocupada, e Dante não gostou de deixá-la assim. Após andar por um tempo, o garoto acabou ficando bem cansado.

    — Foi mal. Fui resolver umas coisas.

    — Umas coisas… é?

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