Arco 3: Capítulo 57 - Julgamento Orc
Na sala do palácio onde o chefe na aldeia ficava, estavam reunidos vários guardas encostados na parede, fazendo uma fileira, enquanto observavam a seguinte situação: havia duas pessoas, um humano e um orc, e aquele monstro verde seria julgado pela tentativa de homicídio contra aquele humano, Dante Katanabe.
Sullivan, o orc que seria julgado, estava sendo segurado por dois guardas, sendo pressionado, de joelhos, no chão. Grond estava sentado no trono de argila, o olhando com seriedade.
Enquanto isso, toda a aldeia já estava sabendo desse caso, e estavam esperando do lado de fora o desfecho de tudo.
“Uau, isso realmente está acontecendo?”
O garoto ainda estava desacreditado que isso realmente estava acontecendo, e estava nervoso. Nunca esteve em uma situação assim e não sabia como tudo isso iria acabar.
[Não se preocupe, você é a vítima aqui. Provavelmente não vão favorecer para o lado daquele imbecil.]
Sophie se mostrava irritada com o que havia acontecido, com seu tom de voz aumentando um pouco.
“Você não parece muito calma.”
[E como eu ficaria? Você alimenta esses orcs, e um deles te esfaqueia em consideração. E ele não pensou que se você morresse, não conseguiria mais cozinhar para esse povo. Isso foi uma atitude egoísta!]
“Entendo o seu ponto. Também estou infeliz com isso.”
Essa era a primeira vez que o garoto a viu desse jeito, e acabou achando graça nisso.
Enfim, para o julgamento, o chefe do lugar seria o juiz, então, Grond limpou a garganta e começou a falar.
— Sullivan, o braço direito do antigo chefe deste vilarejo. Após horas de interrogatório, foi oficializado o seu crime.
Depois dos guardas terem visto aquela cena na noite passada, levaram o até a enfermaria, onde Daisy tratou de seu ferimento, que Dante causou arrancando seu dedo fora. Os guardas explicaram para Grond o que aconteceu, e ele ordenou que interrogassem o homem, no qual foi mascarado, contando mentiras. No fim, conseguiram fazê-lo contar a verdade.
— Ei, poderia me trazer os papéis?
Falou para um guarda que estava segurando os papéis. Aqueles papéis eram do relatório feito depois do ataque e a interrogação.
— No relatório diz claramente que você cometeu uma tentativa de homicídio, e admitindo isso.
— Sim, senhor — disse Sullivan, sem se esforçar a negar, já que sabia que seria completamente inútil.
— Mas, eu queria que considerasse em punir o humano também.
Mostrou sua mão com um dedo faltando. O local ficou silencioso depois disso. Sullivan não esperava que isso funcionasse de verdade, mas não queria que o jovem ficasse ileso.
Grond franziu suas sobrancelhas.
— Tudo que dar a entender, é que ele o atacou em autodefesa. Não tente criar desculpas para prejudicá-lo.
Dante ficou impressionado com a atitude do orc. Obviamente aquilo não daria certo, e não deu. Mesmo assim, ele fez do mesmo jeito. Não sabia se ele era muito corajoso ou muito burro.
[Tá vendo esse cara? Até as pessoas que gostam de hentai de pokémon são mais limpas do que essa escória!]
“Que comparação é essa?”
Sophie ficou extremamente indignada com a atitude do orc, se questionando o mesmo que o jovem: “é burro ou corajoso?”.
— Bem, vejo que você realmente não quer ser punido pelos seus atos. Mas ainda tem uma esperança pra você, Sullivan.
O homem olhou surpreso para Grond, que direcionou seu dedo e apontou para Dante.
— Se você fazer um pedido de desculpas formal, e a vítima perdoar o seu ataque, podemos esquecer toda essa história. Mas, não imagino que isso vá acontecer.
Sullivan ficou irritado com a ideia de pedir desculpas a um humano, mas, ou era isso, ou ir para a prisão e perder seu cargo como privilégio como guarda daquela aldeia.
Então, ainda de joelhos, olhou para baixo e…
— Peço perdão. Por favor, me perdoe, humano.
…Disse o pedido de desculpas. Ele não se arrependia do que tinha feito, e fazer isso realmente o irritou, porém, era a melhor forma de sair dessa situação que criou. Claro, se isso funcionasse.
O local ficou silencioso por alguns segundos. Todos esperavam a resposta do garoto, que estava olhando para o orc sem demonstrar nenhuma reação. E, como o esperado…
— Não.
…Dante não aceitou. Com isso, não tinha mais o que fazer, Sullivan iria ser levado e preso.
— E com isso, esse caso se encerra.
Entretanto, o orc não iria desistir tão cedo. Com força, levou sua cabeça até o nariz de um dos guardas que o segurava, o quebrando. O guarda, sentindo a dor de seu nariz, soltou Sullivan, que rapidamente se levantou e acertou uma joelhada na cara do outro guarda, pegando sua cabeça e a levando para um ataque.
Depois disso, ele roubou a lança de um dos guardas que atacou, e correu até o jovem. Ele estava furioso.
— Maldito humano! Como ousa me ferra dessa forma?
Apesar de não ter imaginado e nem ter se preparado para algo assim, o garoto ainda podia impedir uma possível morte. Então, abriu sua mão, e nela estavam surgindo algumas faíscas de eletricidade negra.
— Eletruns!
Levou sua mão rapidamente para frente, e a rajada de eletricidade acertou o homem, o jogando para trás. Além disso, acabou reagindo com a lança, intensificando o choque que tomou, o fazendo gritar de dor no chão.
— M-magia?! — gritou, vendo o garoto.
Dante estava visivelmente assustado e surpreso com isso. Já Sullivan ainda estava raivoso, tentando se levantar, mas a dor do choque o impedia.
Uma sombra apareceu sobre seu rosto.
— Que atitude patética — Grond disse — Devido a essa conduta, não vejo outra opção a não ser expulsá-lo dessa aldeia.
O homem ficou desacreditado com o que ouviu.
— Vai a merda…! Vai trocar um orc por um humano? Seres que não são confiáveis? Você não é um chefe da aldeia, e sim um bostinha!
O que ele mais queria naquele momento era socar o rosto de Grond. Sullivan sempre trabalhou como guarda, fazendo bem o seu trabalho e protegendo aquela aldeia. Então, o atual chefe preferir um humano que conheceu há quatro dias do que alguém que tinha anos de experiência, era um absurdo em sua mente.
— Não estou trocando ninguém. Você está descontrolado e quase matou a pessoa que estará ajudando a nossa aldeia a se alimentar.
Em retaliação à resposta do rapaz, ele mostrou seu dedo do meio. Grond suspirou em um ar de desapontamento, e olhou para os guardas.
— Levem-no daqui. Alguém, por favor, acompanhe ele até a médica — Apontou para o guarda com o nariz quebrado, que estava se contorcendo no chão.
O julgamento havia acabado, e aquele orc seria exilado de sua aldeia.
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