Índice de Capítulo

    Eles continuaram passeando pela capital. Angel ainda permanecia com aquele gato em seus braços, e estava prestes a soltá-lo.

    Dante estava bem pensativo sobre toda a situação anterior.

    “Será que eles estavam falando realmente sério…? Pareciam estar falando sério… Mas, será que devo confiar neles?”

    Suas desconfianças eram baseadas nos eventos anteriores, quando eles tentaram matar Dante e entregá-lo para o Rei Demônio.

    Baseado nisso, não seria muito certo em confiá-los. Angel certamente saberia o que fazer em relação a isso e, sabendo disso, Dante decidiu conversar com a garota sobre isso.

    — Ô, Angel.

    A garota havia se agachado, colocado com cuidado o gato no chão e dado 

    tapinhas em seu bumbum. Nada que pudesse causar dor ao animal, mas sim para fazê-lo entender que era sua hora de partir.

    A garota sorriu docemente vendo o gatinho indo embora tranquilamente. Ela se levantou e olhou para Dante com uma sobrancelha levantada e a outra abaixada.

    — Quero falar algo com você.

    Eles se sentaram em um outro banco que estava lá perto, e o jovem explicou tudo que havia acontecido anteriormente. Angel ouviu tudo que o garoto tinha a dizer silenciosamente com a mão no queixo.

    — Então a Bastet te sequestrou para dizer tudo isso?

    A garota finalmente abriu a boca para dizer algo, e Dante concordou acenando com a cabeça.

    Angel apoiou suas costas no encosto de madeira, e ponderou sobre toda essa situação.

    Um silêncio tomou toda a região, com Dante esperando a resposta de seu anjo e Angel pensando na situação.

    A falta de som particularmente não incomodava o jovem, mas ele estava um pouco apreensivo quanto a isso, já que era algo bem sério.

    A brisa naquela região voltou de forma sutil, balançando os cabelos de Dante e Angel lentamente.

    — O que você pensa sobre isso?

    A pergunta da garota fez o jovem levar algumas coisas em consideração: o ataque no restaurante. Eles tentaram o matar e nem pediram desculpas por isso, não que o garoto os tenha abordado por isso também.

    Mas eles realmente poderiam ser confiáveis? Eles os atacaram, os sequestraram e não pareciam arrependidos por isso. Era uma situação bem estranha, mas aí que vinha o outro lado da moeda.

    Se o Rei Demônio realmente fosse atacar, a ajuda de Bastet poderia ser potencialmente útil, pelo menos era isso que ele pensava.

    — Não sei se podemos confiar neles.

    Essa foi a resposta que o garoto deu. Não acreditava com 100% de certeza que era a melhor alternativa para se tomar, mas decidiu ser essa.

    — Já, eu acho que deveríamos confiar neles.

    Angel foi em uma resposta contra a de Dante, e o garoto ficou bem curioso para saber o motivo daquilo.

    — Conhecendo a Bastet, não acho que ela falaria alguma coisa do tipo se não fosse sério.

    Havia a questão do ataque também, algo que implantava um pensamento no garoto, sobre uma possível traição.

    — Eles me atacaram hoje mais cedo.

    — Beeem, isso é curioso, geralmente ela não é disso…

    Angel voltou ao seu monólogo interno. Dante virou seu rosto para frente, enquanto esperava alguma resposta.

    A madrugada e a lua estavam sumindo naquele momento, e o sol estava a raiar. O jovem percebeu a aproximação do dia, e havia percebido que estava acordado há um bom tempo.

    — Talvez ela esteja desesperada?

    Dante se virou para Angel, e ouviu o que ela tinha a dizer atentamente.

    — Quando as pessoas ficam desesperadas, elas podem fazer qualquer tipo de coisa, né?

    Essa resposta poderia ser certeira, mas Bastet não parecia estar nesse estado. Talvez, a garota fosse boa em esconder o que sentia.

    — Acho que sim?

    Angel se levantou do banco e se espreguiçou.

    — Bem, de qualquer forma, obrigada por ter me dito isso. Irei ver o que posso fazer.

    Dante se levantou do banco também.

    — Certo… Vamo pra casa?

    — Hm? Okay.


    Algumas horas se passaram. Os olhos da Falsa-Bastet abriam lentamente. Sua visão estava turva, seu corpo pesado e sua cabeça doendo.

    A mulher estava encostada na parede, e com toda a força que tinha, ela tentou se levantar, e só conseguiu poder se sentar.

    Após o golpe que recebeu no estômago, não estava conseguindo raciocinar direito. A garota fechou os olhos e os abriu novamente.

    Com isso, ela pôde ver seu corpo. Seus braços e pernas estavam cortados, deixando exposta a sua carne ensanguentada.

    O sangue ia até a metade da sala, cobrindo o piso pelo mar de sangue Ela não sentiu nada em relação a isso, o que seria bem estranho, mas considerando que não era humana e nem anjo, poderia ser normal.

    — Sabe… pra um dos generais do Rei Demônio, você é bem fraquinho.

    A verdadeira Bastet estava à sua frente, de pernas cruzadas e sentada na cadeira, enquanto a observava. Altair estava logo atrás, observando a situação.

    — Diener-Spion… nome que em alemão significa Servo-Espião… Que nome mais sem graça.

    A Falsa-Bastet deu uma fraca risada.

    De repente, sua aparência mudou gradualmente, desde a cor do cabelo até o rosto. O falso anjo Bastet havia virado um homem com um olhar cansado. Essa era a verdadeira forma do demônio Diener-Spion, uma forma mais humana, de um dos generais do Rei Demônio.

    A verdadeira Bastet não reagiu a isso, e só olhou monótonamente.

    — Você é um dos generais mais fracos normalmente, mas quando se transforma em algum alvo específico, pode ter uma força e poderes comparados a desse alvo, porém, menor. Mesmo assim, é um grande poder para áreas específicas, eu imagino.

    Ele ficou calado. Não reagiu a nada que a mulher disse, e nem quis ouvi-la. O anjo não se importou em ter sido ignorado, pelo menos, não por essa sua fala.

    — Agora, me diga, o que o Rei Demônio quer com a gente?

    Diener-Spion olhou para a garota com seus olhos cansados e ponderou sobre o que ia responder.

    — Não sei — respondeu com a voz fraca — Não é como se estivesse omitindo informação… só não recebi nenhuma mesmo, além do que eu deveria fazer.

    — Que é? — ela disse com um olhar sério.

    — Eliminar os pecados e pessoas relacionadas a eles que poderiam ser um potencial problema. 

    — …E por que usou a minha aparência e meus poderes?

    — Foi ordens do meu lorde.

    Bastet não ficou satisfeita com essa resposta.

    — Então está me dizendo que é um inútil?

    O demônio concordou com a cabeça..

    — Certo.

    O anjo se levantou de sua cadeira e foi até o demônio. Com seu olhar sério à mostra, Bastet agarrou o rosto de Diener-Spion e o esmagou, junto de seu crânio que, consequentemente, afetou drasticamente o cérebro, o matando na hora.

    Sangues e carne voaram para os lados,  com alguns se prendendo à parede e outros mergulhando no rosto da garota. Para sorte de Altair, que estava no canto da sala, nenhum dos restos do demônio o atingiu, mas ele achou essa cena grotesca.

    Ela havia esmagado o rosto e o crânio de um dos generais do Rei Demônio com só uma mão, mostrando sua grande força.

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