Índice de Capítulo

    — Haha! Eu ganhei!

    — Ah! Isso não é justo, Aisha!

    Em uma sacada, duas espécies de monstros destintas estavam jogando um jogo de tabuleiro, com sua base e peças feitas de madeira.

    O local aonde estavam, era no segundo andar de uma residência feita em uma grande árvore. Essa residência era onde a chefe dessa tribo de monstros ficava, tendo o mesmo conceito da sala do palácio da aldeia orc.

    Aquele lugar era a aldeia das harpias. Essa espécie de monstro eram de mulheres pássaros, com características humanas, mas asas em seus braços e perna de aves.

    Na linhagem desses monstros, só existiam mulheres, obrigando as moradoras a procurarem humanos ou outras raças para se reproduzirem.

    A aldeia era povoada por árvores, que também eram as casas das moradoras.

    Além disso, as harpias desse lugar, não se davam bem com a aldeia orc, quase entrando em confrontos algumas vezes. Porém, ainda agiam pacificamente um com os outros, mesmo tendo ressentimentos.

    Aisha era a atual líder. E uma das características que a diferenciavam das demais de sua espécie, era suas penas amarelas, o que era incomum, mas lindo.

    Também não existiam apenas essas mulheres pássaros. Assim como na aldeia orc, tinha fadas morando no local.

    — Haha. Você é muito ruim nesse jogo, Aura.

    Aura, mais uma líder de aldeias de monstros, sendo os drill. Abelhas com características humanas, desde corpo e aparência, lembrando até os demi-humanos, mas não sendo da mesma raça.

    Diferente das mulheres passáros, as abelhas humanas tinham pessoas do sexo oposto, sendo mais fácil a reprodução. Além disso, fabricavam substâncias a base de mel para se defenderem de outros monstros, como o gel de mel, que exposto ao fogo, explodia.

    — Vamos mais uma!

    — Tudo bem!

    O jogo que as duas jogavam era algo parecido com damas, mas quando uma peça era atacada, ela poderia retornar depois da vez da pessoa que a perdeu. Em suma, para ganhar o jogo você tinha que matar o líder, assim, tomando seu posto.

    O jogo das duas continuava normalmente, porém, uma sombra repentina chamaram sua atenção. Quando olharam para cima, puderam ver uma outra harpia voando no céu.

    — Senhorita, temos um convidado inesperado, e não parece ser coisa boa. Precisamos de você lá embaixo imediatamente.

    Após dar o seu aviso, a garota desceu para baixo, sem nem ao menos deixar Aisha perguntar o que estava acontecendo.

    A mulher colocou a mão na testa, fazendo um rosto de descontentamento.

    — Logo agora?

    Ela se levantou da cadeira, esperando que o quê estivesse acontecendo, fosse realmente importante. Pulou para fora da varanda, usando as suas asas para voar. Aura foi atrás, voando para baixo.

    Havia uma multidão de guerreiras harpias reunidas nos portões da aldeia. As moradoras estavam curiosas sobre o que estava acontecendo, então, observavam de cima, em suas casas.

    A chefe havia descido. As outras harpias, percebendo sua presença, deram-lhe espaço para passar. Foi quando viu o convidado inesperado.

    — Sullivan?

    Ela o conhecia. Nos confrontos entre aldeias, já batalhou contra o orc pessoalmente. Mas, por que ele apareceu de forma tão repentina? Isso que queria saber.

    Ela imaginou por um momento que fosse para algum assunto sério sobre os orcs e harpias, e que o chefe da aldeia orc queria conversar. Talvez criar uma espécie de amizade. Afinal, se fosse para um novo confronto, um dos cavaleiros não apareceria ali de forma tão de repente. Geralmente, era enviado uma carta.

    — Ô, você, o que está acontecendo? — chamou a atenção de uma das guerreiras.

    — Ele quer conversar com você, chefe.

    Não era o que ela queria saber, e sim sobre o que era o assunto. Com essa resposta, imaginou que o orc não informou sobre sua visita até o local, então, chegou mais perto dele.

    — Posso ajudar em alguma coisa?

    Ela viu em seu rosto um olhar frio, o que a preocupou um pouco. Nas batalhas, Sullivan tinha um olhar de alguém determinado a alcançar a vitória. Claro, ele poderia estar apenas em um dia ruim, mas, mesmo assim, teve um péssimo pressentimento.

    — O chefe orc anunciou que vai querer guerra contra sua aldeia.

    Todas as harpias presentes e a líder da aldeia dos Drill ficaram surpresos com essa afirmação.

    Aisha imediatamente ficou cabisbaixa, percebendo que teria mais trabalho vindo pela frente. Porém, acabou achando algo estranho: “por que um orc veio anunciar isso pessoalmente?”.

    — Além disso, eu não tenho mais nada a ver com aquele lugar cheio de orcs idiotas. Por tanto, não tenho nada a ver com essa briga de vocês.

    Ao dizer isso, a mulher estranhou ainda mais a situação. Começou a pensar que tinha algo suspeito nessa história.

    — E com isso, irei me retirar.

    Sullivan, sem mais nenhum motivo para ficar ali, virou suas costas e começou a andar na direção contrária.

    O orc ia embora, caminhando por uma estrada de terra, deixando a líder cheia de perguntas enquanto via suas costas.

    — Vocês vão lutar de novo, é?

    A drill atrás dela a olhou, sem preocupação nenhuma.

    — Isso foi tudo muito estranho.

    — Você também percebeu? — Aisha ficou aliviada que não era a única que achava aquilo suspeito.

    — O que você vai fazer?

    A garota pensou, e chegou à conclusão mais coerente que conseguia pensar.

    — Vou mandar uma carta para o líder orc, e entender o que está acontecendo.


    Sullivan já havia se afastado o bastante do local. Ao seu redor, só havia árvores e grama alta.

    — Primeira parte do plano concluída.

    Seu plano era criar uma intriga falsa, que se parecesse bastante suspeita para as pessoas ao redor. E, aparentemente, funcionou.

    — Se o que eu previ realmente funcionar, aquela harpia de merda vai convidar o Grond para conversar em sua aldeia. Neste momento, é que o meu plano para que ele veja sua preciosa aldeia destruída vai se seguir.

    Grandes folhas apareceram na sua frente. Tirando as do caminho, o homem se deparou com uma caverna.

    — É aqui.

    O vegetação reinava ao redor daquele ambiente, dificultando caminhar para a entrada.

    Depois de usar suas pernas para insistir muito, chegou na entrada. Por dentro, seguiu por um caminho escuro e úmido, mas com uma luz no final.

    — Te encontrei.

    A única iluminação que aquela caverna tinha era de um buraco no teto, que iluminava o ser que nunca deveria ser acordado. Um monstro que se fosse incomodado, mataria qualquer um pela frente.

    Para fazê-lo parar, teve que ter a intervenção de um dos mais poderosos dragões, já que os monstros naquela floresta não dariam conta sozinho. Isso ocorreu já faz uns cem anos.

    Estava em pose, usando sua espada de pedra para apoiar-se no chão, com o auxílio de seu sua perna. Era como uma estátua de um nobre guerreiro tentando se levantar.

    Seu corpo estava coberto por musgos e rachaduras. O monstro mais antigo que já viveu naquele mundo, e único também, rodeado por grama alta e flores: o Cavaleiro de Pedra.

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