Índice de Capítulo

    — Hehe.

    Dante, que estava varrendo o chão junto de seu parceiro de trabalho Ren, estava com um sorriso bobo na cara, soltando risadas repugnantes, as do tipo de alguém possesivo ou de um pervertido, mas isso não era proposital. Ele estava completamente feliz, pois percebeu uma coisa que, pelo menos, considerava importante ou maneiro.

    Ele continuou com essas risadas por um longo tempo no trabalho, e Ren estava ficando cada vez mais incomodado com aquilo. “Por que ele está rindo desse jeito?”, esses eram os pensamentos que se passavam pela cabeça dele.

    O jovem já não estava mais varrendo o chão, e sim passando um pano molhado na mesa de jantar. E continuava com aquelas risadas bizarras que enchiam Ren de incômodo.

    — Ô… Dante… aconteceu alguma coisa? — O rapaz decidiu que ia saber o porquê daquelas risadas.

    Dante rapidamente foi até Ren, agarrou seus ombros e respondeu alegremente.

    — Eu descobri como funciona o mundo dos adultos!

    — Do que você tá falando?

    O garoto se afastou do rapaz, bateu em seu peito e continuou alegremente.

    — Descobri como o romance funciona de verdade! Sabe, desde criança eu nunca entendi nada sobre isso. E o único contato que tive foi em mangás que li, e mesmo assim não entendia como o amor em um sentido romântico funcionava!

    — Ah, é isso? Mas isso só não faz parte dos mundo dos adultos. E por que está tão animado falando isso.

    — Porque agora eu entendo como o beijo funciona! É sempre melhor beijar quem você ama ao invés de quem não retribui sentimentos!

    — Mas isso não é óbvio? Você é burro?

    — Ei, vocês dois! — A conversa dos dois foi interrompida por uma doce voz de uma simpática mulher com os cabelos alaranjados, corpo esbelto e beleza sem ingual. Amber entrou na cozinha, à procura de Dante e Ren.

    — Amber? — disseram os dois, quebrando completamente o clima sobre o garoto ter descoberto como um beijo funciona no sentido de sentimentos.

    — Finalmente encontrei vocês. O chefe Chap pediu para chamá-los. Temos uma reunião importante daqui há cinco minutos. No local de sempre, o salão principal. Não se atrasem, viu?

    Isso pegou os dois completamente de surpresa, mas antes que perguntassem sobre do que se tratava essa tal reunião, Amber saiu em disparada, provavelmente para contatar os outros empregados.

    — Reunião importante? Tem ideia do que seja, Ren?

    — Não, mas é melhor irmos logo.


    — Nós vamos preparar uma festa!

    — Uma festa? — todos os funcionários questionaram simultaneamente.

    — Será uma festa de negócios, para espalhar o nome Elliot cada vez mais.

    Se esse era o intuito, então a família nobre Elliot não era tão conhecida entre a nobreza. E se era, então Chap queria que fosse cada vez mais.

    — Para isso dar certo, precisamos que isso se torne perfeito, ou pelo menos maravilhoso.

     Uma festa assim, apesar de ser um evento para se divertir, também era muito séria, então o chefe priorizava a perfeição.

    Todos os funcionários, percebendo a seriedade do que se tratava, decidiram se didicar para entregar um bom resultado.

    Em um evento que o objetivo seja espalhar algum nome, precisava que fosse feito de maneira correta, para que uma fama ruim não acabe se espalhando por aí.

    — Se quiserem, chamem algum conhecido para comparecer a esta festança! Só me contate antes.

    Quanto mais gente, melhor. Pessoas fofoqueiras seriam um belo achado para esse tipo de evento. A fofoca sempre se espalhava rápido, e se fosse uma onde elogiavam uma certa pessoa ou coisa que no caso era a família Elliot, seria muito benenficiador para quem estivesse organizando essa festa, ou seja, Chap.

    O fato de poder convidar alguma pessoa para esse evento, fez o garoto ter uma ideia.


    — Festa, ah, é?

    O jovem estava deitado em seu quarto. Após aquele anúncio, se passaram várias horas até o horário para dormir.

    — E se eu convidar as meninas?

    Dante estava pensando em especificamente convidar Freya. Ele pensou que seria ótimo para a garoto que ela fosse para uma festa. Só tinha um porém…

    — Ela é uma demi-humana.

    …Havia o preconceito contra os demi-humanos, pelo menos em Schalvalt. Seria um problema em um lugar, que com certeza estaria cheio de nobres, uma pequena demi-humana no meio de tanta gente.

    Mesmo assim, Dante queria convidá-la do mesmo jeito. Decidiu que iria falar com Chap sobre isso amanhã.


    “Onde será que ele está?”

    Para a infelicidade do garoto, não encontrava seu chefe em lugar nenhum. Vasculhou em todo lugar que podia na mansão.

    — Ah! Amber!

    Ele viu a garota de cabelos alaranjados andando pelos corredores, e correu até ela.

    — Oi, Dante.

    — Você viu o chefe por aí?

    — Chefe Chap?

    — Sim!

    Ela colocou a mão em seu queixo, tentando se lembrar da última vez que viu o homem, ou onde ele poderia ter ido.

    — Ah! O chefe Chap foi até a mansão de uma nobre para poder transar!

    Amber, estranhamente, falou isso com muita animação, como se nem tivesse percebido o que acabara de dizer.

    — O quê…? — isso foi tudo o que o garoto conseguiu dizer, pois ficou supreso demais com a afirmação de Amber que até falou com a voz fraca.

    Um vergonhoso silêncio pairou no corredor. Os dois não sabiam o que dizer em seguida.

    A garota, percebendo o que falou, tentou se corrigir rapidamente, com o rosto corado e gaguejando.

    — Q-quero d-dizer! E-ele foi até a m-mansão de uma n-nobre para p-poder negociar! Negociar!

    — Entendi…

    Bem, se Chap realmente não estava disponível no momento, não tinha muito o que fazer a não ser esperar.

    — Tô indo. Obrigado pela informação.

    — E-espera aí!

    A garota o impediu antes que pudesse sair. Ela queria alguma coisa, e aproveitou que Dante estava ali.

    — Já que você está aqui, pode me ajudar com uma coisinha?

    — Ah, claro! Sem problemas.

    Após isso, a visão que o garoto teve foi de um monte de cadeiras à sua frente. Elas seriam usadas para a festa. Mesmo que só fosse ocorrer daqui há uma semana, Chap já mandou seus funcionários trabalharem nisso para se adiantarem.

    — Queria que você me ajudasse a carregar as cadeiras para o salão principal.

    — Posso te ajudar nisso.

    Os dois pegaram uma cadeira cada e andaram em direção ao salão principal. O trajeto não iria demorar, mas seria melhor se mais pessoas pudessem os ajudar nisso, mas aparentemente o pessoal estava ocupado com seus próprios afazeres.

    Para não ficar um clima tão chato, Amber decidiu começar uma conversa.

    — E então, Dante, o que você acha do chefe Chap?

    O garoto ficou curioso por essa pergunta repentina, mas ao ver o doce sorriso da garota, percebeu que ela só queria puxar conversa. Então, se esforçou para estender um belo diálogo.

    — Não acho nada, sinceramente. Bem, ele é nosso chefe, é rico e não é alguém abusivo. Nosso salário é alto e me divirto trabalhando aqui. Para ser sincero, sou grato pelo Chap aceitar um inexperiente nessa área, como eu. E você, o que acha dele?

    A essa pergunta, a garota corou um pouco, mas pensou profundamente.

    — Sou muito grato por ele. Teve uma época em que morava nas ruas. O chefe me acolheu, me fez trabalhar e me fez sentir ser alguém prestativo.

    — Deve ter sido difícil.

    — Sim. Acho que… amo ele.

    Dante ficou curioso sobre esse sentimento da garota. Como o jovem sabia pouco sobre romance, mesmo dizendo que tinha entendido como esse mundo funcionava, ele quis saber ainda mais sobre o que Amber pensava de Chap.

    — Então, você o ama porque ele te acolheu. Isso é um bom sentimento?

    — A-acho que sim…

    — Ele sabe disso?

    — A-acho que não…

    A garota estava ficando mais envergonhada com essas perguntas.

    — Pretende se declarar?

    — P-por que você está fazendo tantas perguntas assim?

    O jovem percebeu que podia estar se intromentendo demais em um assunto pessoal, e decidiu se desculpar rapidamente.

    — Ah… desculpa. É que não entendo esse lance de romance, além do que li em mangás. Fiquei meio curioso. Desculpe por te deixar desconfortável.

    — Ah, tudo bem, sem problemas. Você é uma boa criança, Dante. Um dia entenderá sobre essas coisas.

    Apesar de que ele não era mais uma criança, julgando que tinha dezesseis anos. O jovem não entendia sobre romances, era como se fosse uma criança inocente nesse assunto, mesmo já tendo consumido conteúdo do tipo.

    — Ah, Dante, finalmente te encontrei — quem disse isso foi a empregada de cabelo azul, Emi.

    — Oi, Emi.

    — Aqui.

    — O que é isso?

    A garota lhe entregou um cartão com o endereço de um pequeno restaurante.

    — Me encontre lá às dez da manhã, entendeu?

    — Ah, tudo bem.

    Depois disso, Emi andou até virar no próximo corredor. O jovem não entendeu o porquê daquilo de repente. Leu o que dizia naquele cartão. Mesmo que não seja tão fluente no idioma daquele mundo, conseguiu entender o que dizia.

    Amber parece que entendeu o que acabara de acontecer.

    — Nossa! Dante! Você foi convidado para um encontro!

    — Eh?!

    O garoto paralisou ali mesmo.

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