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    “Depois de alguns meses eu tô entendendo como isso funciona.”

    Pensou Raia. Alguns meses se passaram desde o encontro dele com o denominado “Rei Demônio”. O farmacêutico não encontrou-se com ele desde então. Contudo, o rapaz estava se dando muito bem com os seus subordinados demônios.

    Para a sorte de Raia, seus subordinados — que são bestas demoníacas —, não apresentaram nenhum interesse em comer humanos, já que geralmente demônios dessa espécie fazem isso.

    Ao passar um tempo considerável com essas duas bestas, e conversar com as mesmas, o rapaz pôde saber mais ou menos sobre demônios, e sabem que eles não são santos.

    Enfim, Raia nunca perguntou o porquê deles não gostarem de comer carne humana, claro, isso não era ocasionado por uma ordem do próprio rapaz, pelo visto, os demônios detestavam esse tipo de coisa.

    A curiosidade matou o gato e, nesse caso, o rapaz estava bastante curioso sobre os demônios e outros seres. Porém, ele ainda estava perplexo sobre o quão aqueles demônios eram confiáveis.

    Mas, talvez, eles fossem no mínimo confiáveis, já que até o momento e, em meses de convivência, as criaturas demoníacas não fizeram nada além de obedecer às ordens de seu mestre.

    As ordens de Raia consistiam no que o Rei Demônio tinha lhe dito anteriormente. Basicamente, ele estava sequestrando mulheres e crianças para extrair seus sangues, em seguida, faria uma mistura de líquidos dado pelo homem encapuzado que falava que era um imperador demônio.

    Esses líquidos misturados com sangue, conseguiam criar corpos, que serviam de receptáculos. A forma que Raia traria sua esposa e filha de volta com isso, era usando o seu DNA.

    Por sorte do destino, o rapaz tinha o sangue das duas. Como um farmacêutico que criava remédios, ele usava sangue para testes. Raia invadiu a sua antiga farmácia e pegou o líquido vermelho que estava armazenado dentro de um potinho.

    Todo esse processo era feito por duas máquinas que sustentavam duas grandes cápsulas.

    Essa era uma forma mais detalhada de dizer do que se tratava esse experimento. O rapaz estava infeliz com aquilo, ele realmente não gostava de fazer parte de um crime de sequestro. A cada dia que passava, Raia ficava infeliz.

    O rapaz sabia que estava fazendo uma coisa muito errada, tirando crianças de seus pais e esposas de seus maridos. O homem ficou com nojo de si mesmo.

    Inclusive, ele fez uma parceria com uma facção criminosa para conseguir sequestrar pessoas mais rapidamente.

    Todavia, ele não deixaria isso barato, quando o farmacêutico acabasse com tudo aquilo, iria se entregar para as autoridades.

    — Mestre, já cheguei.

    Um dos demônios que atendia pelo nome de Han estava com uma mulher desacordada em seu colo, aparentemente, ela não estava ferida. Raia vendo aquilo, só conseguiu sentir pena da mulher e mais nojo de si mesmo.

    — Bem-vindo de volta, Han.

    — Mestre, posso lhe fazer uma pergunta?

    O demônio perguntou enquanto deitava a mulher em um colchão que estava no chão. Raia assentiu, e a besta demoníaca prosseguiu.

    — Por que você proibiu de nós matarmos os humanos? Não seria mais fácil só trazer o sangue deles? Eu não estou querendo lhe contrariar, só estou em dúvida.

    Raia se levantou da cadeira onde estava sentado, e foi em direção a Han e respondeu:

    — Eu odeio mortes… e não quero ser responsável pela morte de ninguém — ele falou enquanto ia em direção à mesa — Sabe, Han. Me tornei farmacêutico porque eu queria ajudar o máximo de pessoas com os meus remédios.

    O rapaz continuou falando enquanto abria uma caixa que estava sobre a mesa e, de lá, ele tirou uma seringa, algodão e uma fita. Raia foi em direção à mulher desacordada, pegou seu braço e retirou um pouco de sangue sangue dela.

    — Você não acha melhor salvar vidas invés de retirá-las? — ele disse enquanto botava o algodão sobre a parte que foi furada com a agulha da seringa e, prontamente, o rapaz prendeu o algodão com a fita.

    — Infelizmente, mestre. Eu não tenho nenhuma opinião formada sobre esse assunto, mas se o senhor está falando, deve ser o certo.

    Raia ficou um pouco aflito com essa devoção que os seus subordinados demônios tinham.

    — Por que vocês são tão devotos a mim?

    Han franziu as sobrancelhas e pensou um pouco.

    — Não sei o que dizer, mas, talvez, seja porque você é um mestre bondoso, que nos trata bem mesmo nós sendo demônios, ou algo assim. Tenho certeza que Kaira sente o mesmo.

    — Certo…

    Raia ainda estava um pouco preocupado sobre o quanto eles seriam devotos a ele.

    — Vem cá, e como está Kaira?

    — Kaira? Acho que voltará brevemente.

    — Entendo.

    Algumas horas se passaram, nesse meio tempo, Kaira já tinha chegado no local, junto de uma criança desacordada na faixa dos seis anos. Raia adquiriu o sangue dessa criança.

    — Ei, mestre. No caminho, eu acabei coletando este item. — Kaira entregou um manto sujo com capuz.

    — Ka-Kaira, você roubou esse negócio?!

    — Negativo, eu achei no meio do chão. Acho que, com uma boa lavada, pode ser adequada para uso.

    — Isso explica o porquê de estar tão sujo…!

    Após isso, o farmacêutico pegou dois frasco de vidro. Dentro dos recipientes, havia um líquido azul.

    Ele juntou o sangue da mulher e da criança junto ao líquido, um em cada frasco e, em seguida, Raia foi em uma das cápsulas do local, e ejetou o sangue da criança misturado com o líquido azul dentro da cápsula, por um buraco que tinha nela.

    O rapaz fez o mesmo com o sangue misturado com o líquido azul, mas em outra cápsula.

    — Tudo bem… décima tentativa! — Raia apertou um botão que estava ligada às duas cápsulas, e a máquina fez o seu trabalho.

    Ao ligar, a máquina começou a fazer um grande barulho. Se fosse considerar toda a situação, era bem estranho e anormal que algo do tipo estivesse naquele local, algo tecnológico em um lugar num ambiente sem tecnologia.

    Essa máquina foi feita pelo Rei Demônio, na cabeça de Raia, talvez, ele tivesse várias coisas a esconder.

    Aos poucos, o líquido que foi ejetado na máquina, subiu para dentro da cápsula. De lá, surgiu uma gosma branca que, aos poucos, estava criando uma forma única, algo humanoide.

    “Será que agora… vai?” Raia pensou em aflição.

    A forma humanoide que estava sendo criada, gradualmente, foi se esvaindo, e era nítida uma expressão de decepção no rosto de Raia. Ele mordeu seus lábios, e disse:

    — Não foi dessa vez?! O sangue não era compatível…

    Disse ele em um tom decepcionado. Raia sentou-se no chão e suspirou. Kaira foi até o rapaz, e disse:

    — Mestre, acho que teremos que enfrentar problemas mais tarde.

    — Ahn? Do que está falando?

    — Parece que as autoridades estão à procura do senhor e, ultimamente, anda rumores que o melhor detetive desta nação irá se envolver nisso.

    Raia ouviu calmamente com um olhar despreocupado e refletiu um pouco sobre essa situação. O rapaz só acabou aceitando toda essa situação, ele já estava ficando sem esperanças, porém, iria tentar pela última vez.

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