Índice de Capítulo

    A garotinha correu rapidamente, mas a criatura acertou a barriga dela usando a sua bengala. O golpe que recebeu fez Freya bater contra a parede.

    — Ah… ai!

    Lágrimas começaram a sair dos olhos da garotinha e ela tremeu de medo. A escrava começou a segurar a parte atingida da sua barriga pela bengala com força.

    Freya se levantou e correu em direção a escada. Tudo o que se pôde ouvir naquele momento, eram as risadas perturbadoras da criatura.

    Subindo no segundo andar, ela fechou a porta do quarto e correu em direção a Alice que estava dormindo. A escrava balançou a súcubo de uma forma desesperada.

    — Senhorita Alice!

    — O que… que foi?! — A garota acordou assustada.

    — Homem torto… um tal de Homem torto quer me matar!

    — Ahn? Do que você está falando?

    Alice se levantou rapidamente da cama, e foi em direção a porta da hospedaria. Freya tinha se escondido atrás dela, e a súcubo percebeu que a escrava estava tremendo. Ela andou calmamente até a porta do local e a abriu.

    “Nada.” Ela pensou.

    — Com o que você está tão preo…

    De repente, a boca dela foi tampada por uma mão vinda da escuridão.

    A força bruta da mão levou a garota contra a parede. Alice se assustou com essa atitude, e olhou para o braço que estava, aos poucos, saindo da escuridão, e revelaria o dono dessa mão.

    Da escuridão, saiu a criatura sem face, de terno e cartola, que usava uma bengala. O Homem Torto começou a rir de uma forma macabra. Porém.

    — Metriuns!

    Uma voz famíliar gritou essa palavra e, repentinamente, um raio negro atingiu a criatura, e a fez cair no chão. Caído, a criatura esquelética se arrastou rapidamente para fora da hospedagem. Tudo que aconteceu ali, parecia que foi retirado de um filme de terror.

    — Isso foi… assustador!

    — Senhorita Alice!

    — Ahn?

    Freya pulou nos braços de Alice e começou a chorar descontroladamente. A súcubo não soube o que fazer naquela situação, então, decidiu fazer um cafuné na cabeça da escrava.

    “O que será que aconteceu?”

    — Mais que barulheira! — A doce voz de uma pessoinha ressoou no local.

    — Flora? Isso foi você? — Alice perguntou para a fada à sua frente — Como você usou magia aqui? Eu não entendo muito bem, mas se não me engano, só é possível fazer isso naquele país de magia, certo?

    — Sim, sim, porém, a mana que já está no meu box não escapa do meu corpo, então, eu tinha mana para lançar minha magia.

    — Mas como você conseguiu mana aqui? Ou você só guardou muito bem a sua mana?

    A fada levou o dedo até os lábios e se fez a mesma pergunta, até que percebeu alguma coisa, e respondeu:

    — Se lembra daquele tradutor, que o Dante sempre usa no pescoço?

    — Aquilo que ele chamou de “tradutor”? Sim, por quê?

    — Pode não parecer, mas aquilo solta uma quantidade extrema de um tipo peculiar de radiação e, pelo visto, aquele item também é mágico, então, eu consegui mana por lá. Entendeu?

    — Ahn… eu sei lá… — disse Alice enquanto tentava relaxar com toda a situação e, nesse ponto, Freya já tinha parado de chorar.

    Logo em seguida, após esse ataque, todos da hospedaria haviam acordado, e o dono foi conferir o quarto de Dante e as demais. Depois de uma longa explicação de Freya e Alice, uns guardas apareceram no local para vasculhar.

    As garotas estavam descansando na parte de baixo da hospedaria.

    — Que saco… — Alice reclamou.

    Provavelmente ter sido acordada e atacada por uma criatura que nem sabia ao certo o que era a estressou um pouco. Enfim, os guardas ainda estavam vasculhando o local, garantindo que não teria algum psicopata no lugar.

    Freya estava com uma expressão triste em seu rosto. Alice percebendo isso, perguntou:

    — Que foi?

    — Me desculpa, se eu não tivesse me levantado para fazer xixi, e ido falar com o lobinho, nada disso teria acontecido.

    “O quê?” foi tudo o que a súcubo conseguiu pensar naquela situação.

    Ela suspirou profundamente e decidiu sair da hospedaria para tomar um ar. Lá fora, a garota viu o céu e as lindas estralas que habitavam acima.

    — Quero dormi… — Falou em um tom tristonho — Preciso esperar aqueles caras saírem do quarto para eu poder dormir… e, pelo visto, essa algazarra inteira acordou um monte de curioso.

    A hospedaria estava completamente iluminada. Algumas pessoas estavam conversando e teorizado sobre o que havia acontecido.

    — Com licença.

    — Hm?

    Uma voz desconhecida surgiu no ambiente. Do escuro, saiu um homem com roupas peculiares, roupas parecidas com a de um nobre mesquinho. Seu rosto com olhos fechados e lábios sorridentes estavam sendo iluminados pela luz da hospedaria, que via da janela.

    Ele também estava com uma bolsa bem parecida com a de carteiros.

    — Garota, você seria… Dante Katanabe?

    “Por que ele acha que uma garota teria um nome masculino…?” Pensou ela.

    — Não, mas sou amiga do tal.

    — Ótimo. Por favor, espere um momento. — Ele abriu a sua bolsa que estava pendurada ao seu ombro e, de lá, retirou uma carta — Não sei quem é o remetente, ele estava usando um disfarçe e não usou o nome. Enfim, essa carta é para o destinatário Katanabe.

    — Entendi… Obrigada, eu acho.

    Depois disso, o homem foi em bora do local, sem dizer mais nada. Alice olhou bem para aquela carta, e viu que não tinha nada escrito, tanto na frente quanto atrás, na primeira parte daquela carta.

    Ela entrou dentro da hospedaria e abriu a primeira parte da carta, retirando de lá um papel dobrado.

    — O que é isso? — Flora e Freya perguntaram ao mesmo tempo, em uma incrível sincronia.

    — É algo pro Dante, talvez seja de algum conhecido.

    — Pro mestre?

    — Sim.

    Ela desdobrou o papel e, as três puderam ver o conteúdo, basicamente, tinha símbolos escritos em uma língua que ambas nunca viram antes.

    — Estranho — disse a fada — Espera, o Dante não é um estrangeiro? Talvez essa língua seja da terra natal dele.

    — O mestre é um estrangeiro? Que legal! — disse a escrava com uma alegria e motivação que surgiram do além.

    — Espera… — Alice falou enquanto olhava atentamente para aqueles símbolos estranhos.

    — Ah, é mesmo!

    A súcubo teve uma vaga lembrança de quando vestiu o moletom de Dante pela primeira vez. Ela lembrou de ter visto esses símbolos numa pequena etiqueta presente na parte contraria da roupa.

    — Parece que seu palpite está certo, Flora. Dante deve reconhecer esses símbolos, tinha alguns parecidos em seu moletom.

    — Ah, é mesmo? Mas quem é o remetente?

    — Não sei.

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