Arco 2: Capítulo 37 - Ataque Torto
A garotinha correu rapidamente, mas a criatura acertou a barriga dela usando a sua bengala. O golpe que recebeu fez Freya bater contra a parede.
— Ah… ai!
Lágrimas começaram a sair dos olhos da garotinha e ela tremeu de medo. A escrava começou a segurar a parte atingida da sua barriga pela bengala com força.
Freya se levantou e correu em direção a escada. Tudo o que se pôde ouvir naquele momento, eram as risadas perturbadoras da criatura.
Subindo no segundo andar, ela fechou a porta do quarto e correu em direção a Alice que estava dormindo. A escrava balançou a súcubo de uma forma desesperada.
— Senhorita Alice!
— O que… que foi?! — A garota acordou assustada.
— Homem torto… um tal de Homem torto quer me matar!
— Ahn? Do que você está falando?
Alice se levantou rapidamente da cama, e foi em direção a porta da hospedaria. Freya tinha se escondido atrás dela, e a súcubo percebeu que a escrava estava tremendo. Ela andou calmamente até a porta do local e a abriu.
“Nada.” Ela pensou.
— Com o que você está tão preo…
De repente, a boca dela foi tampada por uma mão vinda da escuridão.
A força bruta da mão levou a garota contra a parede. Alice se assustou com essa atitude, e olhou para o braço que estava, aos poucos, saindo da escuridão, e revelaria o dono dessa mão.
Da escuridão, saiu a criatura sem face, de terno e cartola, que usava uma bengala. O Homem Torto começou a rir de uma forma macabra. Porém.
— Metriuns!
Uma voz famíliar gritou essa palavra e, repentinamente, um raio negro atingiu a criatura, e a fez cair no chão. Caído, a criatura esquelética se arrastou rapidamente para fora da hospedagem. Tudo que aconteceu ali, parecia que foi retirado de um filme de terror.
— Isso foi… assustador!
— Senhorita Alice!
— Ahn?
Freya pulou nos braços de Alice e começou a chorar descontroladamente. A súcubo não soube o que fazer naquela situação, então, decidiu fazer um cafuné na cabeça da escrava.
“O que será que aconteceu?”
— Mais que barulheira! — A doce voz de uma pessoinha ressoou no local.
— Flora? Isso foi você? — Alice perguntou para a fada à sua frente — Como você usou magia aqui? Eu não entendo muito bem, mas se não me engano, só é possível fazer isso naquele país de magia, certo?
— Sim, sim, porém, a mana que já está no meu box não escapa do meu corpo, então, eu tinha mana para lançar minha magia.
— Mas como você conseguiu mana aqui? Ou você só guardou muito bem a sua mana?
A fada levou o dedo até os lábios e se fez a mesma pergunta, até que percebeu alguma coisa, e respondeu:
— Se lembra daquele tradutor, que o Dante sempre usa no pescoço?
— Aquilo que ele chamou de “tradutor”? Sim, por quê?
— Pode não parecer, mas aquilo solta uma quantidade extrema de um tipo peculiar de radiação e, pelo visto, aquele item também é mágico, então, eu consegui mana por lá. Entendeu?
— Ahn… eu sei lá… — disse Alice enquanto tentava relaxar com toda a situação e, nesse ponto, Freya já tinha parado de chorar.
Logo em seguida, após esse ataque, todos da hospedaria haviam acordado, e o dono foi conferir o quarto de Dante e as demais. Depois de uma longa explicação de Freya e Alice, uns guardas apareceram no local para vasculhar.
As garotas estavam descansando na parte de baixo da hospedaria.
— Que saco… — Alice reclamou.
Provavelmente ter sido acordada e atacada por uma criatura que nem sabia ao certo o que era a estressou um pouco. Enfim, os guardas ainda estavam vasculhando o local, garantindo que não teria algum psicopata no lugar.
Freya estava com uma expressão triste em seu rosto. Alice percebendo isso, perguntou:
— Que foi?
— Me desculpa, se eu não tivesse me levantado para fazer xixi, e ido falar com o lobinho, nada disso teria acontecido.
“O quê?” foi tudo o que a súcubo conseguiu pensar naquela situação.
Ela suspirou profundamente e decidiu sair da hospedaria para tomar um ar. Lá fora, a garota viu o céu e as lindas estralas que habitavam acima.
— Quero dormi… — Falou em um tom tristonho — Preciso esperar aqueles caras saírem do quarto para eu poder dormir… e, pelo visto, essa algazarra inteira acordou um monte de curioso.
A hospedaria estava completamente iluminada. Algumas pessoas estavam conversando e teorizado sobre o que havia acontecido.
— Com licença.
— Hm?
Uma voz desconhecida surgiu no ambiente. Do escuro, saiu um homem com roupas peculiares, roupas parecidas com a de um nobre mesquinho. Seu rosto com olhos fechados e lábios sorridentes estavam sendo iluminados pela luz da hospedaria, que via da janela.
Ele também estava com uma bolsa bem parecida com a de carteiros.
— Garota, você seria… Dante Katanabe?
“Por que ele acha que uma garota teria um nome masculino…?” Pensou ela.
— Não, mas sou amiga do tal.
— Ótimo. Por favor, espere um momento. — Ele abriu a sua bolsa que estava pendurada ao seu ombro e, de lá, retirou uma carta — Não sei quem é o remetente, ele estava usando um disfarçe e não usou o nome. Enfim, essa carta é para o destinatário Katanabe.
— Entendi… Obrigada, eu acho.
Depois disso, o homem foi em bora do local, sem dizer mais nada. Alice olhou bem para aquela carta, e viu que não tinha nada escrito, tanto na frente quanto atrás, na primeira parte daquela carta.
Ela entrou dentro da hospedaria e abriu a primeira parte da carta, retirando de lá um papel dobrado.
— O que é isso? — Flora e Freya perguntaram ao mesmo tempo, em uma incrível sincronia.
— É algo pro Dante, talvez seja de algum conhecido.
— Pro mestre?
— Sim.
Ela desdobrou o papel e, as três puderam ver o conteúdo, basicamente, tinha símbolos escritos em uma língua que ambas nunca viram antes.
— Estranho — disse a fada — Espera, o Dante não é um estrangeiro? Talvez essa língua seja da terra natal dele.
— O mestre é um estrangeiro? Que legal! — disse a escrava com uma alegria e motivação que surgiram do além.
— Espera… — Alice falou enquanto olhava atentamente para aqueles símbolos estranhos.
— Ah, é mesmo!
A súcubo teve uma vaga lembrança de quando vestiu o moletom de Dante pela primeira vez. Ela lembrou de ter visto esses símbolos numa pequena etiqueta presente na parte contraria da roupa.
— Parece que seu palpite está certo, Flora. Dante deve reconhecer esses símbolos, tinha alguns parecidos em seu moletom.
— Ah, é mesmo? Mas quem é o remetente?
— Não sei.
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