Índice de Capítulo

    Chegando perto da hospedaria, os dois viram várias pessoas e autoridades perto dela. Ambos ficaram preocupados, mas decidiram manter o ritmo do andar.

    — Mestreeee!

    A pequena Freya correu em direção ao seu mestre e, com um sorriso no rosto, o abraçou fortemente.

    — Boa noite, pirralha.

    Dante cumprimentou-a com um cafuné em sua cabeça.

    — Ahn…?

    Percebendo o que fez, ela se afastou rapidamente do garoto e disse:

    — M-Me desculpa…

    — Tem problema não, relaxe — Dante comentou.

    “Ela está se soltando mais…? Bem, fico feliz, antes ela nem falava.”

    O garoto olhou ao redor, e viu que ainda tinha uma multidão do lado de fora da hospedaria, além de ter autoridades no local.

    — Viu… o que está acontecendo aqui?

    Freya foi novamente para perto dele e começou a dizer e atuar.

    — U-Um tio gigante saiu de um lobo, e fez pow pow, e atacou eu e a senhorita Alice com bang bang. Mas, por sorte, a senhorita Flora nos ajudou fazendo shua shua, e jogando um raio gigante que fez zip zip e zap zap.

    — …Hm…? — Como se fosse um robô enferrujado, ele girou a sua cabeça em direção à Alice.

    — Não me pergunte, nem eu entendi. — Alice andou em direção ao garoto, enquanto pegava algo em seu bolso — Aí, Dante. Você reconhece isso aqui? — Ela entregou a carta para ele.

    — Uma carta? — falou enquanto abria.

    — Sim, parece que é para você, eu acho.

    Lendo a carta, o garoto botou uma expressão séria em seu rosto, uma que até o momento, ninguém tinha visto. Ele leu mentalmente, e todos no local ficaram curiosos sobre o conteúdo que aquela carta passava.

    — …Alice, quem lhe deu isto…?

    Ele olhou com um olhar sério para a súcubo, e mostrou uma fagulha de irritação. Definitivamente, o que estava escrito naquela carta não agradou nem um pouco o garoto.

    — Oi? Eh, foi um homem que apareceu do nada.

    — Me diz, esse homem era muito alto?

    Uma chuva de confusão invadiu a mente da garota. Ela não sabia o porquê aquilo importava, mas decidiu responder mesmo assim.

    — Ele tinha a altura da Rishia… alguns centímetros menor…? — Dante sorriu em meio a resposta e, aos poucos, rasgou a carta.

    — Bem, tanto faz, isso não importa… — A curiosidade tomava cada vez mais o garoto. Prestando a atenção nas pessoas do local, ele viu que estavam com um olhar preocupado — Aconteceu algo, Alice?

    Alice explicou que um homem bizarro, grande e esquelético havia atacado elas. Seu tom de voz não demonstrava muita preocupação, no entanto, o garoto se demonstrou um pouco preocupado.

    — Poderia ser um ladrão? — Dante perguntou.

    — Não diria isso… tá mais para algo sobrenatural, que me deu calafrios — Alice respondeu.

    “Okay, isso é preocupante…”

    O garoto não tinha um bom histórico com “criaturas sobrenaturais” principalmente quando já foi morto por um demônio, e algumas vezes pelo Ceifador.

    — Bem, se essa pessoa sobrenatural sumiu do mapa, não há muito o que fazer. Parece o meu time quando eu jogo algum jogo online… aff!

    — Jogo… online…? — Rishia ficou confusa com o conjunto de palavras que nunca ouviu falar — É algo da sua terra natal?

    — Sim, sim. Você entendeu rápido.

    Dante sentou-se no chão. A vontade do garoto de entrar na hospedaria naquele momento era zero, então ele decidiu falar com Rishia e as outras sobre a vida.

    — Ah, tenho que agradecer, Alice. Pelo visto você cuidou bem da Freya. Faço um lámen para você mais tarde.

    — …Isso é de comer…?

    — Sim, e é gostoso.

    — Então, tá bom!

    Dante virou para Rishia e perguntou:

    — Daqui a pouco acaba o nosso tempo na hospedaria, será que aqui tem um bom e barato lugar para mo…

    Sua frase foi interrompida. Seu coração começou a acelerar repentinamente e sua respiração se pesou. Uma grande sensação de mau agouro dominou seu corpo.

    Seus olhos se viraram na multidão da hospedaria e se concentraram lá, parecia que o tempo ficou mais lento, como cena de filme. Da multidão, era possível ver a pequena Saphir e uma idosa andando na direção de Dante e as garotas.

    “Que sensação é essa…?”

    O garoto foi acordado de seus pensamentos por estalos.

    — Ei, você está bem? Tá no mundo da lua? Eu te fiz uma pergunta!

    Quem chamou a atenção do garoto foi Alice, que estava com a cara emburrada e bufando.

    — Ah, desculpe… o que era?

    — Esquece… depois falo sobre isso contigo.

    Dante ficou confuso, mas não se importou muito com a decisão da garota. O que mais estava atiçando os sentidos do garoto era a figura de sua pequena amiga e ex-colega de trabalho, aproximando-se dele, saltitando e com um grande sorriso no rosto, junto de uma senhora de idade.

    — Boa noite, Dante.

    — Boa noite… Saphir, o que você tá fazendo aqui?

    O resto do pessoal do local estava caindo em confusão.

    — Vocês se conhecem? — perguntou Rishia.

    — Sim, nós trabalhávamos juntos — Dante respondeu.

    “Ah, uma colega de trabalho do mestre…?”

    Freya se aproximou de Saphir, e girou em círculos em volta da garota.

    — Você deve ser a Freya?! Muito prazer!

    A garota curvou-se como uma empregada normalmente se curvaria. Em contrapartida, Freya ficou surpresa com a atitude dela, e decidiu fazer o mesmo.

    — Igualmente.

    Dante olhou atentamente para a senhora de idade. Ela olhou o garoto novamente, demonstrando um grande sorriso em seu rosto. Ele se virou para a pequena empregada, e perguntou:

    — Quem é essa velhota… quero dizer, essa senhora?

    A pergunta deixou a garotinha extremamente confusa. O que ela sabia até o momento, era que aquela senhora era uma parente de Dante, então não fazia sentido o garoto não reconhecê-la, só se fossem parentes muito distantes, e esse fosse seu primeiro contato com a velha.

    — Do que você está falando, Dante? É a sua vovó!

    Ela falou isso com um grande e fofo sorriso em seu rosto, sorriso que geralmente se esperaria de garotas fofas e inocentes. Já o Dante fez uma cara de que comeu e não gostou, misturado com uma intensa confusão em sua mente.

    — Esse é algum tipo de brincadeira que os jovens de hoje em dia brincam…? Eu não posso ter a idade ideal para jogos infantis e bobos, mas gosto de brincadeiras.

    — Mas não é brincadeira…!

    — Isso também faz parte da brincadeira?

    — Não! — O garoto se levantou e andou até Saphir, fazendo-lá a seguinte pergunta:

    — Se não é uma brincadeira, por que você chamou ela de “vovó”? E ainda a minha?

    Apesar desse grande ninho de confusões e aparentes desentendimentos, o clima do local estava bastante tranquilo e agradável, sem nenhum conflito, até então.

    — Não é brincadeira! — a garotinha exclamou.

    — Certo. Bem, se realmente não é brincadeira, quem é ela?

    A senhora continuou mantendo o seu doce sorriso, enquanto a Saphir estava ficando frustrada com a insistência de Dante. Enquanto isso, as garotas no local estavam se perguntando sobre o que exatamente estava acontecendo.

    — Não se preocupe, minha pequena — a senhora comentou — até porque, o Dante já conheceu alguns demônios. — Ela manteve o sorriso sereno, após essa frase sem sentido.

    Seu doce sorriso não mostrava nada mais e nada menos do que uma simpática senhora. Uma parte do pessoal ficou sem entender.

    Alice deu um pequeno e bobo sorriso, já que ela era uma súcubo que desistiu de seu cargo, no caso, ex-súcubo, mas não deixa o fato dela ser um demônio. Essa frase foi estranhamente específica para o garoto.

    Dante sentiu um enorme senso de perigo também, o que fez ele se afastar, levando Saphir junto, e chegando perto de Rishia.

    A cavaleira real também sentiu esse senso de perigo, e levou sua mão até a bainha da espada que estava em sua cintura, não a erguendo, mas se preparando para erguer caso fosse necessário.

    — Rishia, não estou com um bom pressentimento…

    — Igualmente.

    ambos murmuraram um pro outro. Dante decidiu dar o primeiro passo, fazendo a seguinte pergunta:

    — Ei…! pode ser presunção… mas, você é um demônio?

    Todos ali ficaram perplexos com a pergunta do garoto. Não era como se fosse estranho perguntar algo do tipo — no conceito do Dante —, já que além daquele mundo ser vasto, e com prováveis criaturas fantásticas, ainda existiam as bestas demoníacas que, pelo visto, podiam entrar no mundo humano sem muitos problemas, e eram bem astutas.

    Se for pensar por esse lado, de “bestas demoníacas”, o garoto nunca encontrou algum demônio que não fosse uma besta demoníaca. Não que ele desejasse encontrar um algum dia, mas batia aquela curiosidade: “como eram os demônios normais? Será que eram mais parecidos com humanos ou mais assustadores do que as bestas demoníacas geralmente são?”. Só o futuro ou divindades poderiam responder isso. Claramente, Dante não iria procurar a resposta para essa pergunta.

    Mas, isso também levava para uma outra questão: “quem era o Rei Demônio? Por que ele tinha briga com as deusas?”. Bem, não importava na real. Além dele não ter intenção alguma de se encontrar com alguém que literalmente tem o cargo de vários vilões de histórias que se passam em outro mundo, ou histórias de fantasias medievais japonesas.

    — Bem, isso poupa explicações — a senhora disse.

    Bem, havia uma possível ameaça ali, e Dante e Rishia estavam alertas. No entanto, não era como se o garoto pudesse fazer alguma coisa. Até o momento, ele se mostrou ser alguém que não era nem um pouco forte. Nunca pegou em uma espada e até agora participou de uma luta, mas não foi a pessoa mais útil nela. Bem, mas ele tinha uma carta na manga. Como Rishia era sua colega e uma Cavaleira Real, ela não ignoraria uma situação que botaria pessoas em perigo.

    Esse era o trunfo de Dante Katanabe, a garota era o trunfo dele. A cavaleira estava disposta a lutar e, junto dela, o garoto poderia pelo menos tirar Alice e as demais do local, pelo menos se mostrando útil em algum momento, enquanto Rishia provavelmente trabalharia com o demônio. Claro, tudo isso se a criatura mostra-se ser uma ameaça, alguém que mataria eles para encher sua barriga. Algo que o menino estava supondo.

    “Talvez esse demônio seja o mesmo que te matou anteriormente.”

    — Sabedoria?! — Dante murmurou — Você só aparece nessas horas, né? Na verdade, nem nelas…!

    “Perdão. Sinto que ele é bastante perigoso, tome cuidado…”

    — Certo.

    O rosto da senhora começou a derreter, seu rosto a se deformar e suas unhas estavam se transformando em garras. Todos no local ficaram assustados, e a multidão que estava na hospedaria levaram sua atenção para a transformação da besta demoníaca.

    O senso de perigo de Rishia aumentou ainda mais, numa velocidade assustadora. A garota, provavelmente, sentiu que não poderia fazer muita coisa contra aquele demônio, talvez uma luta fosse possível, mas a probabilidade dela ganhar seria baixa. Mesmo assim, ela não recuou, e empunhou sua espada.

    “Não imaginaria que eu realmente fosse lutar hoje… O que está acontecendo hoje? Isso é assustador! Primeiro foram aquelas duas criaturas, e agora essa… “Demônio”, né…? Dante disse isso e pareceu surpreso quando essa coisa se revelou, mas não surpreso como se visse isso pela primeira vez… Pergunto para ele mais tarde. Porém uma coisa é certa, isso não é humano!”

    Rishia se preparou para o combate. O que era anteriormente uma senhora, agora era uma criatura com poucos pelos, com uma cara medonha e com um sorriso maligno. Só a presença dele estava fazendo todos do local ficarem com ainda mais medo.

    Os guardas que estavam na hospedaria, se juntaram em volta do demônio e brandiram suas espadas. Rishia chegou a reconhecer esses guardas, eles eram novatos na Guarda Real, na seleção dos Cavaleiros Reais. E como uma veterana, a mulher decidiu dar um passo à frente.

    — Homens! Acho que vocês já perceberam, mas essa coisa não é humana, e é sem dúvidas, uma ameaça!

    Os cavaleiros olharam para Rishia e ficaram surpresos. Eles não tinham percebido que sua veterana estava no local, mas decidiram seguir suas futuras ordens.

    — Não importa o que houver, não podemos deixar que esse monstro machu…

    O braço do demônio se deformou novamente, e virou um tentáculo gigante e espinhoso. Com o braço-tentáculo, a besta demoníaca decapitou um cavaleiro aleatório do local, em uma velocidade absurda, fazendo todos se paralisarem de medo.

    Rishia ficou em choque, seus olhos se arregalaram e sua boca tremeu. Ela não estava triste porque um novato morreu, mas ela ficou com desdenho do demônio.

    Dante correu até Freya, pegou-lá no colo e tampou seu olho.

    “Pesada…”

    Ele reclamou internamente.

    — Rishia, eu e a Alice vamos evacuar o local, é muito perigoso ter pessoas aqui!

    Rishia ainda estava paralisada, mas pôde ouvir o garoto.

    — Ce-Certo…

    Dante percebeu que a mulher ainda estava perplexa com aquilo, bem, ele também estava, mas não era uma boa hora para isso.

    — Recomponha-se, mulher! — Dante deu um tapa muito forte nas costas de Rishia — Você tem uma espada e um batalhão inteiro à sua disposição, tá no hora de ser uma heroína!

    — T-Tá! — Depois disso, Dante correu até Alice e pegou-lá pelo colarinho, e a arrastou.

    — Você vem comigo, preciso da sua ajuda para evitar mais mortes!

    — Está bem, mas não precisa dessa violência toda, seu grosseiro!

    — Quem está ligando para isso agora? Nós podemos morrer, sabia?!

    Eles saíram correndo para tirar as pessoas do local, não que algumas já estivessem indo embora, algumas pessoas ficaram paralisadas de medo, e não conseguiam raciocinar direito, eles estavam com foco nesse pessoal.

    — Ei, mestre? O que houve com aquele moço? Ele morreu? — Freya era uma criança inocente, mas parecia ter entendido rapidamente a situação, e essa pergunta incomodou um pouco Dante.

    — Pergunta difícil de responder! Pergunta difícil de responder! Pergunta difícil de responder!

    Rishia se recompôs e anunciou:

    — Homens ago…

    Em uma fração de segundos, o demônio apareceu do lado da mulher. Foi algo muito surpreendente para ela, e assustador.

    — Sabe, não adianta muito ter medo de uma criatura como eu, se você é alguém que tem a ambição de proteger as pessoas. Na minha opinião, você é patética!

    Esse comentário deixou a garota irritada. Ela o atacou com sua espada, mas o demônio acabou desviando.

    — E quem disse que estou com medo? Para uma criatura sobrenatural, você é bem arrogante, mas acho que é assim mesmo, fazer o quê?

    — Quem está sendo arrogante aqui é você, só falei com sinceridade. Não é verdade que está com medo?

    — E o que o medo tem a ver, hein?

    — Bem, acho que não nos apresentamos, não é como se fosse fazer diferença, mas gosto de saber os nomes das pessoas de quem eu vou comer. Meu nome é Gharamb, e você?

    — Quê?! Como assim, do nada?! — Ela não entendeu o porquê daquilo, e não sabia se era mesmo necessário, mas decidiu entrar na brincadeira — Sendo assim, meu nome é Rishia Grimbley.

    Rishia olhou para um de seus calouros e acenou com a cabeça, junto de uma piscadela. Ele pareceu ter entendido o recado e saiu correndo do local.

    — Você mandou um daqueles… Esquece, não é como se isso fosse te ajudar…!

    O demônio começou a rir escandalosamente e, sem perceber, abriu uma brecha. Rishia tentando fazer o mínimo de barulho possível, correu até a besta demoníaca, enquanto balançava a sua espada. No momento em que a mulher iria decapitar a cabeça dele, Gharamb sentiu o senso de perigo, e deu um grande salto para trás. Porém, a garota conseguiu decepar o braço dele. Uma chuva de sangue caiu sobre a garota, e manchou o chão da capital real. Uma dor infernal assolou do que sobrou do braço do demônio. Uma dor tão intensa, que nenhum humano normal conseguiria suportar.

    — Porcaria, ele desviou…! Pelo menos um braço se foi. — Com um sorriso no rosto, ela continuou — Vi que você é bem prepotente. — Rishia cravou sua espada no braço decepado de Gharamb, com o intuito de irritá-lo, e a garota conseguiu.

    A dor infernal permaneceu forte e viva no que sobrou de seu braço.

    — Você é uma merdinha…!

    — Ô, magoou!

    O demônio colocou força em seu braço dilacerado, ao ponto de mostrar suas veias. De repente, em um piscar de olhos, o braço dele cresceu novamente, como se fosse um lagarto regenerando a sua cauda, mas em uma velocidade absurdamente grande.

    “Regeneração?!”

    Se a criatura pudesse regenerar-se o tempo que quisesse e, a hora que quisesse, isso seria uma grande desvantagem para Rishia, já que a mulher, além de ser uma humana comum, ela não podia se regenerar, e não era tão forte quanto o demônio.

    A garota entendeu isso, e decidiu cansar a besta demoníaca e, talvez, achar algum limite para a sua habilidade de regeneração, caso esse limite realmente existisse.

    A garota partiu novamente e silenciosamente para cima dele, mas Gharamb já estava atento quanto a isso, e desviou sem nenhum problema, desta vez.

    — Você é bem silenciosa quando ataca, algum motivo para isso?

    — …É tolice atacar um inimigo enquanto grita. Quem faz isso, ou é burro, ou não entende nada de batalhas.

    — Faz sentido! Concordo com você! Então alguns de meus adversários eram burros.

    A garota correu rapidamente para cima dele, e o atacou. Dessa vez, ela conseguiu arrancar um pouco de pelo dele.

    “Ela é rápida, isso poderia ser um problema, se fosse mais forte!”

    — Menos conversa e mais ação! — a garota exclamou.

    Correndo mais uma vez para cima do demônio, a mulher mirou em seu pescoço e atacou, mas Gharamb botou sua mão na frente. Como resultado, a criatura perdeu sua mão e regenerou-se novamente. Era um problema atacar alguém que podia regenerar partes do corpo, bastante óbvio. Rishia tentou atacar novamente, desta vez, mirando na barriga. Porém, a garota levou um soco na barriga e, em seguida, um no rosto, fazendo sua bochecha inchar um pouco. Isso fez ela recuar.

    Os outros cavaleiros não ficaram parados, vendo a força e determinação de sua veterana, correram até a criatura. Um dos rapazes do local tentou desferir um ataque no pescoço do demônio, mas acabou levando um soco no nariz, e quebrando-o na hora. Esse homem acabou caindo no chão com a dor de um nariz quebrado. Uma cavaleira que estava no local, desferiu um ataque no seu braço, mas acabou errando, e o demônio atravessou o seu braço em sua barriga.

    O sangue da mulher derramou-se no chão. Uma dor infernal de ardência assolou ela e, aos poucos, sua consciência estava se esvaindo. Todos lá ficaram em choque com a cena, mas, mesmo assim, não desistiram. Todos partiram para cima de Gharamb. Muitos golpes consecutivos estavam deixando o demônio confuso e irritado. Até que ele decidiu dar um basta nisso. Porém…

    — Ahn?! — Rishia entrou no meio e desferiu um ataque no seu estômago e, rapidamente, levou sua espada que estava em sua barriga, para cima. O corte chegou até sua garganta, e atravessou sua cabeça.

    “Não acho que isso vá detê-lo, mas talvez seja um avanço.” Rishia pensou.

    Após o feroz ataque, Gharamb regenerou-se lentamente. Os pedaços que estavam ao meio do seu corpo se lentamente, estranhamente e angustiadamente, uma cena que não era nem um pouco bonita de se ver.

    — Mas que tédio…  Nem mostrei meu potencial, né?

    Brotaram vários espinhos do seu corpo. Espinhos do tamanho de uma bola de golfe. O demônio bufou, e os espinhos saltaram de seu corpo, em uma alta velocidade. Em um rápido reflexo, Rishia rebateu um dos espinhos que vinha em sua direção. Porém, por azar, um dos espinhos acertou o seu braço, não o que segurava a espada, mas isso era um problema, a dor não a permitiria se mover direito.

    “Porcaria…!”

    Olhando em volta, a maioria dos cavaleiros haviam morrido empalados pelos espinhos. O demônio desprendeu a cabeça do pescoço de um dos mortos, usando suas mãos, e comeu.

    “Que… desagradavel…”

    Com um sorriso maligno e prazeroso, Gharamb exclamou:

    — Pode vir..!

    Ele correu em direção à Rishia, mas…

    “O quê?!”

    De repente, o demônio se viu caindo no chão, pior que isso, ele sentiu uma grande ardência no local onde deveria estar seus dois braços e suas duas pernas. Seu corpo estava no chão, mais especificamente, o seu tronco para cima. Suas pernas e braços estavam fora do corpo. Sua visão estava virada para o céu escuro e estrelado, olhando atentamente a linda e brilhante lua. Era possível ver seu viscoso e quente sangue avermelhando a neve branca do chão.

    — Mas, o quê? — Ele estava surpreso, não estava esperando algo tão aleatório e repentino.

    — Você demorou demais… — Ele prestou bastante atenção na calma e esperançosa voz de Rishia, referindo-se à uma pessoa. “Quem poderia ser essa pessoa?”, isso era o que estava passando pela cabeça do demônio — major…!

    — Peço perdão, mas eu estava no banho quando fui notificada. Esse foi o tempo mais rápido que consegui chegar.

    — Mesmo..? Então quero um aumento!

    — Nem pensar!

    — Por quê?!

    Gharamb já entendeu rapidamente. Como “major”, a mulher que apareceu repentinamente era muito mais forte do que outra mulher que cortou seu braço, no caso: Rishia. Sendo assim, ele deveria tomar mais cuidado, e ser bem mais atento em seus golpes. Mas tinha um problema para ele. A major era muito rápida, e o demônio percebeu isso por causa do último ataque que recebeu. A criatura poderia ser rápida se regenerando, mas no caso da sua velocidade fisicamente, isso mudava em tudo.

    Regenerando suas pernas e seus braços. A criatura levantou-se do chão, e viu a pessoa que tinha lhe dilacerado. Era uma nobre, uma mulher adulta e bonita e, também, bastante forte.

    “Isso vai ser interessante.” O demônio pensou.

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