Angel Black: IF – Insanidade
Tenho muitos arrependimentos na minha vida, mas o principal não foi ter protegido o meu garoto. Não ter me esforçado o suficiente para isso. Não ter impedido o se transformar no que ele se transformou. Esse era meu pecado, e um que dificilmente eu iria esquecer.
Sons de passos ecoavam pela neve cobrindo a grama daquele campo. O céu noturno e estrelado da madrugada brilhava, e a lua iluminava aquele precipício, onde uma pessoa estava sentada na ponta, a olhando fixamente. Os passos ecoavam mais próximos desta pessoa, que já havia notado a presença do indivíduo.
— Dante, podemos conversar? — A dona daquela séria voz era Angel, que estava vestindo uma armadura de cor escura e espinhosa, com rachaduras em vermelho.
Um silêncio pairou sobre o ambiente por alguns segundos. Era óbvio que o garoto havia a ignorado, e isso a deixava incomodada.
— Por favor, eu peço que você se renda e se entregue às autoridades deste reino. — Deu a palavra, e, mesmo assim, ele não se importou, e continuou a observar a lua.
Angel colocou a mão em sua espada, guardado dentro da bainha em sua cintura. Assim, deu o aviso final.
— Eu sei que pode me ouvir. Pare de me ignorar agora. Não me obrigue a usar violência ou até mesmo… matá-lo.
Após falar, suplicou em sua mente que, depois desse aviso, o garoto cooperaria. No entanto, a resposta que recebeu não foi a que esperava: apenas podia ouvir algumas risadas, seguidas por Dante se levantando do chão.
— Me matar? Você realmente tem culhões para fazer isso?
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Virou-se para ela, sorrindo. A sua nova aparência sempre a incomodava: ao redor de seus olhos, havia enormes olheiras completamente escuras. Além disso, sua boca estava cortada em um enorme sorriso, e o sangue seco em seus lábios, indo até onde estava cortado apenas acentua aquele sorriso. Seu cabelo loiro e curto estava bagunçado e completamente sujo.
Ele vestia um uma jaqueta preta por cima de uma camisa branca, tendo a calça e sapatos de cor preta também. Todas suas vestimentas estavam sujas, seja por poeira ou sangue que mancharam as roupas. Além do mais, por baixo de toda essa roupa, o garoto tinha um corpo assustadoramente magro, quase esquelético.
Angel apenas conseguia sentir pena, vendo a situação degradante que seu amigo chegou.
— Não, você não tem culhões Angel. Se tivesse já teria feito isso quando eu fui considerado uma ameaça pública. — Achava o título que ganhou algo engraçado, e não conseguia conter a vontade de rir, acabando em gargalhadas.
Apesar dela não querer acreditar, a mulher sabia que o jovem tinha razão. Ela não tinha a coragem nem a motivação necessária, não para matar alguém que protegia desde o nascimento de ameaças sobrenaturais, e que considerava um irmão. No entanto, ela se culpa por não tê-lo parado muito antes, e por não conseguir fazer o que era necessário.
— N-não precisa ser assim… Você já matou duzentas pessoas inocentes nesses quatro anos, cara…
— Ah, então só registraram duzentas? Que bando de incompetentes. — Nem chegava perto do real número de assassinatos.
— P-para… não diz isso… — Ficou enjoada em imaginar nas crianças que ele matou, nas famílias que ele destruiu, dos filhos que perderam os pais por causa de sua loucura. — Você não é assim, nunca foi! O Rei Demônio influencia a sua cabeça!
O jovem foi até a garota, aproximando seu rosto bem próximo ao dela, com um olhar sério e a boca fechada.
— Você acha que eu não sei? E, eu adoro isso. Esse sempre foi o verdadeiro eu escondido dentro de mim, meu Anjinho da Guarda. — Deu alguns tapas leves no rosto da garota, com o objetivo de irritá-la. Entretanto, tudo que ela fez foi afastar a sua mão. Não deu certo.
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— Por favor, coopere.
— Você só sabe dizer isso? “Por favor, coopere”, “por favor, coopere”. Não tem mais nenhuma frase boa no seu vocabulário não? — Fez uma imitação completamente zoada da voz de Angel. — O Rei Demônio me mostrou um caminho que eu jamais tinha visto. Genocídio é diversão, é prazer, me alegra.
— …Eu sei que não te protegi como deveria, mas…
— Aaah! Pare com essa merda! Não tente usar um papinho sentimental para cima de mim não! —O jovem suspirou. — Sabe, eu andei pensando nas coisas que eu fiz nesses últimos quatro anos. E, ao meu ver, várias das coisas foram uma comédia. — Andou de um lado pro outro, enquanto dizia.
— Matar pessoas não é engraçado — respondeu ela.
— Não seja caga regra, Angel. Não seja uma vadia que define o que é certo ou o que é errado. O que é engraçado, ou o que não é. Você não é assim. — O garoto foi até ela, agarrando sua bochecha. A mulher não expressou nenhuma reação quanto a isso. — Sabe, a comédia é muito subjetiva. Tipo…
De repente, Dante juntou seus lábios cortados com os dela, a beijando. Angel, ficou chocada demais para recuar, não sabendo o que fazer a seguir. Entretanto, ao invés de fazer isso por um motivo comum, o jovem tinha outros planos.
Ele abraçou a abraçou envolta da armadura fortemente, e, repentinamente, uma grande quantidade de sangue começou a escorrer pela boca dos dois. A garota, sentindo uma dor imensa, o afastou e se ajoelhou no chão, abrindo a boca e vendo seu próprio sangue escorrendo pela neve.
Ela queria xingá-lo, mas era incapaz. Logo depois, só pôde ver sua língua arrancada a força caindo ao seu lado.
— Sabe, talvez não seja tão divertido para você, mas é engraçado vê-la agonizando de dor. E nem vem falar que é algo doentio de minha parte. Várias pessoas se matam de rir ao ver alguém se machucando em vídeos na internet. Vai dizer que estou errado?
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Depois de alguns segundos, a língua de Angel regenerou, e ela perguntou:
— Você acha isso engraçado?
Dante deu uma pequena risada.
— Você não? É tipo na vez que explodi aquele hospital psiquiátrico. Meu rosto chegou a doer tanto que eu ri daquilo.
— Eu prefiro acreditar que isso não seja verdade… Filho da puta.
Se levantou, pegando com força a sua cabeça e a girando, quebrando seu pescoço e permitindo que seu corpo morto caísse sobre a neve. No entanto, ela sabia que isso não seria o suficiente para realmente matá-lo, e só teve mais certeza ainda quando viu sua cabeça retomando ao seu estado de origem.
— Vamos lá, Angel. Você nem tentou.
Apesar de saber que isso foi só mais uma tentativa falha da garota, e ele morreu de novo, o jovem estava feliz ao ver que seu objetivo de irritá-la funcionou.
Sendo assim, Dante se levantou e andou de costas até a ponta do penhasco.
— Nos vemos por aí — disse, logo depois pulou.
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E, de repente, uma enorme criatura atravessou o local, levando o garoto junto. Sobrevoando o céu, deu para perceber que se tratava de um dragão preto.
Toda essa situação não foi agradável para Angel, que estava depressiva com o que veio acontecendo, e com a ideia de que deveria ter que matá-lo.
— Merda…
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