Índice de Capítulo

    Ao passarem pela passagem, Dante e Candy se depararam em um corredor, onde toda sua volta era apenas o espaço. Caminhando pelo enorme piso xadrez. O jovem não fazia ideia de seu propósito ali, e com curiosidade, perguntou à deusa.

    — Onde estamos indo?

    A garotinha o olhou de canto, e apenas deu um pequeno sorriso, respondendo:

    — Ver seres importantes.

    Com isso, o garoto já tinha uma ideia do que poderia ser, mas a questão era: por quê?

    Enfim, ao fim do corredor, os dois se separaram com um enorme portão de outro. Candy o empurrou, revelando a próxima sala.

    O cheiro acolhedor e precioso de comida fresca impregnou as narinas de Dante. Se viam em uma sala grande, possuindo apenas uma enorme mesa de com um banquete, tendo frutos do mar, frango, salada e mais outras coisas. Nela, Fumiko estava sentada.

    — Olá novamente, garoto. Precisamos ter uma conversa séria — Fumiko disse, sendo a única ali saboreando a comida. — E é bom você saborear a comida. Não vai te encher no mundo real, mas você não vai sentir o gosto de algo tão gostoso assim por um bom tempo. Aproveite.

    O garoto realmente não estava muito interessado nisso. Ainda estava atordoado como as coisas se seguiram.

    Dante foi se sentar à mesa, obedecendo a deusa. Porém, antes de sentar, pôde ouvir a seguinte frase sendo dita atrás de si: “Bem, irei fazer meu afazeres”. Candy se afastou do local.

    — O que você quer comigo? — Sentou- se, indo direto ao ponto.

    Dante estava começando a ficar um pouco cansado dessa transição entre “mundo real” e “mundo celestial”. E desde sua última visita ao outro lado, ficou estressado com toda a situação. Além de que estava em um lugar onde todo mundo estava tentando o matar no mundo real.

    A mulher engoliu um pedaço de carne antes de responder.

    — Quero te avisar que você vai trabalhar para nós por um tempo.

    O jovem franziu a testa, perplexo. Não curtiu a ideia, principalmente por, aparentemente, estar sendo obrigada a ela.

    — Bem, não é exatamente um trabalho, mas vamos precisar da sua cooperação para derrotar a ameaça que é o Rei Demônio.

    Dante, ainda perplexo, não entendeu como podia servir de ajuda para derrotar um ser mais antigo do que o universo. Então, perguntou:

    — E como você exatamente espera que eu faça isso?

    — Bem, para nossa infelicidade, e a sua também, você conseguiu chamar a atenção do Rei Demônio. Não espere que isso seja um grande feito. Você não é o primeiro humano que fez isso, mas ainda assim, é um dos poucos que fez, então, isso ainda é problemático.

    O garoto sentiu um nó na garganta. Ele ainda se lembra de seu primeiro encontro com o Rei Infernal, e como aquele ser deixou bem claro de que faria de sua vida um inferno. Pensou na única coisa que poderia ter-lhe chamado atenção: a imortalidade.

    — E não só com aquele maldito. Você também foi um escândalo para o Reino Celestial.

    O jovem nunca parou pra pensar nisso, mas o fato de ter usado os poderes da Deusa da Cura para imortalidade, uma ex-deusa ter se juntado a ele, e ter descoberto a existência dos anjos, com certeza não seria a coisa mais desconhecida para seres do Reino Celestial. Isso não o preocupava, no entanto. Já que os seres desse lado, na teoria, eram para serem os bonzinhos.

    — Quero que você lide com o Rei Demônio. Não como seu inimigo mortal ou alguém pra você fingir amizade. Apenas como um mosquito em seu ouvido. Enrole-o.

    — O quê? Por quê? Como isso funcionaria afinal? — Em sua mente, isso não fazia muito sentido. Essa deusa seria estúpida o suficiente para achar que um ser conhecido como o próprio diabo cairia em um truque assim.

    — O Rei Demônio… é um antigo deus — fez uma cara de desprezo ao comentar isso — doente e psicopata. Ele é um observador inteligente, e um estrategista nato. Assim como você.

    “Quê?”, ficou confuso com essa afirmação tão repentina. Dante não esperava ser descrito dessa forma. E, mesmo sendo uma deusa falando isso, desacreditou de suas palavras.

    Como ela era uma deusa, e com toda certeza sabe de tudo de sua vida, deduziu que Fumiko estava zombando do fato que era um ótimo jogador de RPG.

    — Porém, quando o Rei Demônio acha uma pessoa interessante, ele costuma ver os passos dessas pessoas, até mesmo tentar desafiá-la com brincadeiras doentias, ou falando coisas sobre seu passado. — Bebeu uma taça de vinho. — Fique acima das expectativas dele. Com a atenção focada em você, o Reino Celestial poderá focar em derrotar ele. De tempos em tempos eu estarei te contatando.

    Ficar acima das expectativas de uma pessoa. Se isso já seria difícil para Dante com uma pessoa normal, imagina um ser maligno? Ele realmente não gostou dessa ideia.

    — Eu sei o que você está pensando, garoto — disse Fumiko, com um certo tom de solidariedade. — Mas isso é para um bem maior. E depois que tudo acabar, nós te recompensaremos.

    Ser recompensado não iria o motivar. Ele apenas não queria se meter. Tudo que o jovem queria era viver uma vida normal, mas agora iria se envolver entre uma briga de seres poderosos… “Mas, e se eu recusar?” Foi o que pensou. Fazer o Rei Demônio perder qualquer interesse que tenha envolvendo sua pessoa e apenas evitá-lo da melhor forma possível.

    — E se eu recusar? — perguntou. Fumiko apenas parada por alguns segundos, sem mover um músculo, com um frango na boca. Essa reação dela o fez ficar ansioso.

    — Bom… — Comeu um pedaço do frango. — Acho que você vai ter que dizer tchau tchau a sua alma então.


    Seus olhos estavam fechados. Não via nada, porém, sentia suas roupas molhadas, com isso, um enorme frio. Sons de passos lentos, e a sensação de braços envolta de ser corpo, o carregando.

    Quando abriu seus pesados olhos, a primeira coisa que viu foi o rosto de um homem velho e muito magro.

    O medo se instalou pelo seu corpo, e sua primeira reação foi dar um soco na cara do sujeito, que acabou o largando no chão.

    — Então você está vivo? De corpo e alma? Ou esse lugar corrompeu você? — disse o homem, olhando pra Dante no chão, com um rosto completamente assustado.

    — Não… eu estou bem… V-você… não é um daqueles caras, né?

    — Não se preocupe, meu jovem. Minha mente se mantém sã. E pelo que vejo, a sua também. — Estendeu a sua mão para o garoto se levantar, e o jovem aceitou de bom grado, vendo que aquele moço não pretendia o machucar.

    — Meu nome é Nett.

    — Dante — respondeu.

    — O fugitivo? Então é você mesmo. Bill e suas cadelas estão loucos atrás de você, mas, por sorte, eu te encontrei sendo levado pela correnteza do rio. Você acabou ficando com um baita corte na testa, meu filho.

    Dante colocou a mão sobre a testa, tentando achar o ferimento. Ao encostar, sentiu uma aguda dor.

    — Para um fugitivo como você, é perigoso ficar aqui fora. Venha comigo.

    Apesar dele não parecer um homem com más intenções, Dante ainda estava desconfiado. Por um lado, ficar lá fora seria mais fácil de encontrá-lo. Por outro, esse cara pode ser um maníaco que pode mantê-lo em cativeiro.

    Vendo sua insegurança, Sophie o tranquilizou:

    [Não se preocupe. Ele não possui más intenções. É um homem bom.]

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