Arco 3: Capítulo 84 – Desejo Vingativo
Três horas se passaram desde que Dante perdeu a consciência. O garoto se sentiu, aos poucos, acordado. Porém, não via absolutamente nada. Tentou abrir os olhos, mas percebeu que eles já estavam abertos. Pior ainda, presos à algo. O jovem aos poucos, se lembrava do que havia acontecido. Em desespero, tentou colocar as mãos em seus olhos, no entanto, seus braços permaneciam presos. A única opção que tinha era falar com Sophie.
Mas antes disso, tentou escutar melhor o som ambiente para ter certeza de que estava sozinho naquela sala silenciosa. Por não ter ouvido nada, concluiu que sim, e ele realmente estava.
— Sophie…?
[Sim…?]
— Olhos?
[Trocados por botões… Sinto muito.]
Dante já sabia disso, mas dar-lhe essa informação parecia dar um gosto ruim na sua boca.
— O que mais aquela vagabunda fez comigo?
[Pintou seu cabelo, trocou suas roupas, vestindo você como uma espécie de princesinha.]
Seu cabelo estava cacheado e pintado de azul, além disso, foi posto em um vestido azul escuro com branco.
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[Além disso, ela cortou o seu pau e suas bolas.]
O garoto não queria acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Começou-se a se sentir desesperado. Afinal, se essa louca fez isso com ele, o que mais ela não faria?
Tentou se soltar, puxando seus braços, mas era inútil.
— Merda!
De forma repentina, ouviu um som de metal caindo no chão. Sentiu um frio na espinha. Seu coração começou a acelerar. A necessidade de sair daquele lugar o mais rápido possível estava apenas aumentando. Mas como ele faria isso, se nem consegue se soltar da cadeira onde estava? Se ao menos tivesse a força bruta de Angel, ou tivesse poderes para auxiliar na sua saída daquela situação. Bem, Dante já havia aceitado que aquilo dificilmente iria acontecer.
Quando soube que estava em um outro mundo, medieval e fantasioso, chegou a pensar que coisas incríveis poderiam acontecer com ele. Que poderia ser mais forte, alguém poderoso, assim como protagonistas de histórias do tipo. A verdade era realmente amarga. Ao invés de estar em uma Guilda de Aventureiros, fazendo missões ou batalhando contra monstros, estava em um estado deprimente, onde uma mulher louca arrancou seus olhos e genitais, e o transformou em uma boneca humana.
Era como se fosse um personagem figurante na história de outra pessoa. O tipo de personagem que já morreu há muito tempo, e que só servia para o protagonista encontrar os restos depois.
“Eu sou um merda mesmo… Eu nunca deveria ter vindo para este mundo… Eu devia ter escutado a Angel…”
Se havia alguma inocência ou felicidade restando na mente deste garoto de 16 anos, esse lugar acabou de estragar.
— Não tenha medo, Dante. — A voz que ressoou não era nenhum pouco familiar. Não sabia se poderia considerar isso bom ou ruim. — Você não me reconheceu pela voz, mas sou eu, Yuri.
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A única Yuri que vinha em sua mente era a sua raposa de estimação. Nada mais. Considerando que já viu demônios, monstros, deusas e magias, ver uma raposa falar não parecia ser algo tão difícil. No entanto, tinha que fazer a confirmação.
— Yuri… minha raposa de estimação?
— A única coisa de estimação aqui é você.
— Sophie? — Optou pela forma mais segura de confirmação.
[Sim, é a raposa que o acompanha, Dante. E isso é beeeeeem estranho, diga-se de passagem.]
Com sua confirmação, alívio era o que o jovem começou a sentir.
— Y-Yuri… você veio me salvar?
— Sim, porque eu preciso de você.
Para chegar onde Dante estava, Yuri passou por um duto de ventilação na parede. Derrubando a grade do duto no chão, e depois, uma chave por cima. Foi até aquela chave, a pegando com a boca e indo até o jovem para ajudá-lo a se libertar.
Ainda com a boca, colocou a chave dentro da fechadura de cada compartimento de ferro que prendia suas mãos e pés, um de cada vez, soltando o jovem de vez.
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O jovem se levantou da cadeira rapidamente, e colocou os dedos onde, originalmente, ficava seus olhos. Percebendo a textura dos botões, tudo que pôde sentir era raiva. A raiva de perder algo importante para si. Depois disso, levantou seu vestido, e colocou a mão dentro da cueca que usava… Ou que na verdade, pensava estar usando. Percebeu que sua roupa íntima foi trocada por uma calcinha. Se Dante tinha alguma dignidade sobrando, ela foi embora nesse dia. Yuri achou essa imagem inapropriada em primeira mão, mas tinha uma noção do porquê ele estava fazendo isso. Quando olhou para pia, a raposa pôde ver dois pares de olhos, além de dois testículos e um grande pênis arrancado.
“Isso é doentio.”, ela pensou.
Depois de verificar e confirmar que suas genitais realmente foram arrancadas de seu corpo, ele ficou ainda mais enfurecido. Claro, ele podia recuperar tudo que perdeu se apenas morresse e renascer, mas a ideia de se matar e voltar a vida com o propósito de recuperar partes de seu corpo arrancadas, apesar de parecer benifenciente, não era nada saudável ou agradável.
— Aquela vadia! Eu vou matar ela! — Rangeu os dentes, ao mesmo tempo em que pensava em formas de matar a pessoa que o torturou.
Dante estava enfurecido, e ele não queria deixar as coisas assim. Essa foi a primeira vez que sentia a vontade de matar alguém. Nem passava pela sua cabeça se isso era algo em que devesse se preocupar. Esse desejo de derramar sangue.
Sophie soltou um suspiro de alívio. Apesar do desejo de matar alguém por parte do garoto, ela estava aliviada por ele não ter se quebrado mentalmente e ter desistido.
— Então, você quer vingança por aquela mulherzinha que fez isso contigo, Dante? — Yuri disse em uma felicidade genuína.
— Quero! Olha para o quê essa vagabunda fez comigo, Yuri… Isso é desumano! Imperdoável!
— Eu te entendo bem. Tô há anos querendo me vingar do Rei Demônio. — O garoto franziu a testa, em surpresa pela declaração dela. — Então, irei te ajudar com a sua vingança. Mas, em troca, você vai ter que me ajudar do homem que me colocou no corpo deste animal.
— O quê?! Espera, você não é apenas um animal falante? — Tudo isso o surpreendeu bastante. Se Yuri não era apenas uma raposa que conseguia falar, então, era um humano no corpo de um animal? Ou um ser não humano?
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— Não. Eu sou a filha do Rei Demônio.
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