Capítulo 11: Um Plano

O registro de batalha apareceu em frente a Kieran enquanto ele assistia o corpo sem cabeça cair no chão. Ele ligeiramente se moveu em direção ao homem restante.

Enquanto ele se movia, ele também atingiu o topo de sua Janela de Habilidades.

Como com a habilidade da adaga de antes, Kieran de repente se sentiu como um profissional usando armas. Ele não apenas adquiriu informação e conhecimento sobre armas de fogo, mas também sabia como maximizar o dano que a arma de fogo em sua mão podia dar.

Exatamente como ele tinha feito quando explodiu a cabeça de Wurke.

O poder das habilidades sempre o surpreendia, no entanto ele já tinha experienciado isso mais de uma vez.

O conhecimento que veio de agora e havia sido transferido para sua cabeça tinha também feito mudanças em seu corpo, e Kieran se sentiu como se conhecesse o jogo um pouco melhor.

Ao mesmo tempo, ele pode apreciar a Dungeon para iniciantes um pouco mais.

Talvez uma vez que ele tivesse limpado esse nível e ido para o jogo real, adquirir habilidades seria diferente do que ele já havia experienciado. Precisaria de muito mais do que apenas três acertos efetivos ou ações bem sucedidas.

Podia pedir dele trinta acertos efetivos, ou até mais que isso.

Sem dúvida a dificuldade do nível do jogo iria aumentar, e por seu realismo, quanto maior fosse o nível de dificuldade, maior seriam os perigos que esperariam por ele.

Estava tudo certo para ele, Kieran definitivamente tentaria ganhar o máximo de habilidades possíveis enquanto ele estivesse na dungeon para iniciantes.

E essa era a oportunidade certa para ele fazer isso.

Ele se aproximou do bandido que estava ferido, e olhou de cima para ele.

— Por favor, não me mate! Por favor… Eu não sei de nada, eu estava apenas seguindo as ordens do chefe! Por favor!

O bandido ferido começou a implorar por sua vida. A presença de Kieran parecia assustá-lo.

Enquanto o homem jogava fora suas armas de fogo e dignidade como um Tigre se desfazendo de seus dentes, ele se tornou bem menos importante que um civil comum.

Seu rosto estava coberto de lágrimas e ranho. Kieran franziu a testa.

Então ele socou o rosto do bandido com toda sua força.

Ele deu um segundo soco.

Então um terceiro.

Quando ele acertou o terceiro soco, uma notificação do sistema apareceu.

Quando a informação voou para seu cérebro, o sentimento familiar cobriu seu corpo mais uma vez e ele apertou seus punhos, sentindo o poder jorrando de seu corpo.

Então ele socou o bandido mais forte na bochecha.

De acordo com a informação em seu cérebro, era ali onde o nervo trigêmeo ficava. Se ele aplicasse força suficiente nesse nervo em particular, ele poderia atordoar ou imobilizar seu alvo.

Depois de assistir seu inimigo desmaiar, Kieran ficou de pé, se sentindo satisfeito.

Uma vez que ele tinha experienciado o poder das habilidades, isso não era o suficiente para ele.

Ele planejou adquirir mais um par de habilidades usando esse bandido.

Com certeza ele não estava com pressa.

Ele olhou para sua parceira que estava vindo em sua direção.

— Você não vai deixar ele ir facilmente, vai? Ninguém que é associado com o Abutre é uma boa pessoa. Nem um único deles! Apenas soca-lo não é o suficiente! — Colleen disse quando chegou ao lado de Kieran, suspendendo uma de suas sobrancelhas.

Depois de sobreviver nessa cidade por quatro meses, Colleen tinha testemunhado o inferno e sabia que tinha diabos à espreita que não mereciam piedade.

O Abutre e seus homens eram exatamente esses tipos de diabos.

— Não, claro que eu não vou deixá-lo ir! — Kieran balançou sua cabeça, explicando a Colleen.

Ele podia ter sido uma pessoa gentil e empática, mas ele não planejava desperdiçar sua empatia com seu inimigo, seja na vida real ou dentro do jogo.

— Então o que? — Colleen olhou para Kieran com uma expressão indecifrável.

— Você pode me ajudar a reunir os saques? Deve haver um monte ao redor, já que matamos todos eles.

Kieran sorriu para Colleen, mas ela não se moveu nem um centímetro.

Ele encolheu os ombros.

Ele sabia que se não desse a ela uma explicação razoavelmente melhor, a mulher teimosamente não iria concordar.

Mas ele não tinha a intenção de derramar os feijões ainda.

Ele apontou para os arredores e disse. — Quando pegarmos tudo, eu vou contar a você. Você não quer que nossos saques sejam roubados por ladrões, quer?

Kieran ligeiramente começou a recolher o saque, então Colleen fez o mesmo.

Depois da batalha, a confiança de Colleen em Kieran subiu a outro nível, a guarda dela nem ao menos subia quando ela estava com ele.

Ela concordou que eles não deveriam deixar seus saques serem roubados por algum ladrão de quinta categoria.

Apesar do tiroteio, ainda havia os que não se assustariam e os que iriam aproveitar a chance para dar uma olhada. E não seria um número pequeno.

Uma vez que os catadores chegassem, seria um problema.

Se os catadores pusessem suas mãos nas armas de fogo e nos coletes de proteção dos corpos mortos, eles iriam se tornar uma ameaça para os dois.

Colleen não queria deixar isso acontecer.

Depois de cinco minutos reunindo tudo que eles podiam, eles se encontraram novamente. Os dois haviam coletado vários [Coletes à Prova de Balas T1] e pistolas [M1905]. Colleen vestiu um colete, ela olhou para Kieran com uma expressão indecifrável de novo.

Ele tinha notado que todos os bandidos estavam mortos.

Cada um deles, mortos em uma tentativa limpa e letal.

Isso lembrou a Colleen o que tinha acontecido com os rebeldes.

“Não, mesmo os rebeldes não conseguiam dar ataques tão mortais. Apenas um esquadrão de elite poderia fazer algo do tipo!” ela pensou consigo mesma silenciosamente.

No entanto, a elite rebelde não correspondia com a identidade autoproclamada de Kieran.

Colleen não fez perguntas adicionais sobre isso.

Afinal as dificuldades que ela tinha passado tinham tornado-a madura para sua idade, e ela sabia que todos tinham segredos.

Kieran não era diferente. Mesmo que ela tivesse segredos que estava mantendo para si mesma, então ela respeitou sua privacidade. Kieran havia mostrado ser gentil e amigável com ela.

Ela sabia que se estivesse com ele, sua chance de sobrevivência aumentaria imensamente, e ela podia até mesmo conseguir passar por essa guerra de merda viva.

Se houvesse um preço a pagar por isso, então ela pagaria com prazer.

Era apenas a realidade e um instinto de sobrevivência.

Kieran tinha notado que algo estava diferente sobre Colleen, mas ele não conseguia dizer o que.

Ele não havia notado os olhares de Colleen sobre ele, ou o olhar estranho no rosto dela estava coberto com, sujeira e cinzas.

— Agora você pode me dizer?

Apesar dos vários pensamentos em sua mente, Colleen podia falar abertamente, então ele deixou sua timidez tomar conta e mudou o tópico.

— O Abutre deve ter uma base, certo? — Kieran respondeu com uma voz lenta.

Embora parecesse que não havia ninguém ao redor, Kieran continuava arrastando o bandido inconsciente para um lugar escondido e afastado. Era melhor prevenir do que remediar.

— Sim, ele tem uma. Fica na Sexta Broadway, dentro de um shopping. Depois que os rebeldes deixaram o lugar ele pegou para si e estabeleceu uma base lá. — Colleen respondeu com um aceno.

— E nenhum deles sabem quem eu sou, certo? — Kieran tornou a perguntar.

Colleen acenou novamente e moveu seus olhos para Kieran, olhando para ele com um olhar surpreso com um pouco de incredulidade.

— Você está planejando se infiltrar? — Colleen perguntou em descrença. Sua voz estava mais alta do que o normal.

Ela continuou antes que Kieran pudesse responder.

— O Abutre nunca deixa estranhos vagar ao redor de sua base. Qualquer um que deseja entrar precisa ser levado por um de seus homens, ou estar preparado para ser deixado em pedaços. Você está planejando usar esse cuzão aqui para se infiltrar? Nem sonhe, tá? Eu aposto o nome da minha vó que uma vez que essa cara estiver perto da base, esse cuzão vai fugir de você e você vai ser a segunda pessoa a ser pendurada e queimada em um poste! — Colleen grunhiu em angústia enquanto apontava para o bandido inconsciente.

— Claro que eu não vou fazer isso! — Kieran respondeu com um sorriso.

— Bom. Nós já temos a mão levantada contra o Abutre. Nós só ganhamos essa batalha. Mais algumas vitórias como essa e ele será um rei sem guardas! — Colleen disse com alívio.

Ela não queria que Kieran fizesse nada estúpido.

Eles tinham apenas lidado com o perigo em frente a eles, e tinham até mesmo tirado um bom saque disso.

— Eu vou lá por conta própria. — Kieran disse.

Uma sensação esmagadora e estressante substituiu o alívio de Colleen uma vez que ouviu as palavras de Kieran.