Capítulo 11: Máscara caída (1)
As flores começaram a se mover de maneira frenética, suas pétalas dançando ao ritmo de um vento que repentinamente se intensificou. O ar ficou pesado e agitado, e uma fragrância doce e envolvente começou a se espalhar pelo ambiente.
O vento estava tão forte que puxava os cabelos de Takeshi e Mark para trás, como se fosse uma força invisível tentando afastá-los.
Takeshi, agora sério e focado, olhou para Mark e disse, a voz carregada de urgência:
— Mark, vamos até a bandeira — ele se agachou levemente, preparando suas pernas para uma corrida com tudo.
Sem esperar por mais instruções, Mark começou a se mover. Uma névoa misteriosa, uma mistura de tons negros e azul lilás, começou a emanar de suas pernas a cada passo. Quando ele avançava, essa névoa deixava marcas visíveis no chão, como se o próprio solo estivesse sendo alterado por sua velocidade.
A cada passo de Mark, o som da água se intensificava, os ecos de cada movimento se tornando mais altos e poderosos, como se algo estivesse sendo despertado no ambiente.
Takeshi observou tudo com um olhar de surpresa e choque. Mark era mais forte do que ele imaginava. A rapidez e a intensidade com que ele se movia eram quase sobrenaturais. Antes mesmo de Takeshi reagir, Mark já havia alcançado o local da bandeira branca e estava lá, acenando com a mão, chamando Takeshi para se apressar.
Takeshi disparou em uma corrida também, mas, ao contrário de Mark, ele ainda não tinha a mesma velocidade. Ele segurava Layos nas costas com cuidado, se certificando de que ele não caísse.
Cada passo era dado com precisão, já que Takeshi ainda não estava totalmente acostumado com a velocidade que o seu corpo começava a alcançar.
Ele sentia que ainda precisava aprender a controlar seu novo ritmo, fruto da evolução que vinha adquirindo com as moedas.
Enquanto corria, Takeshi sentiu uma pressão no ar, uma sensação de peso que se espalhou por todo o seu corpo. Sua musculatura parecia sobrecarregada, mas, ainda assim, ele não parou.
Continuou avançando, determinado. Contudo, conforme ele prosseguia, a água e o vento que antes preenchiam o ambiente começaram a desaparecer aos poucos.
O som se dissipou até que, em um instante, uma voz ecoou em sua mente, não como se estivesse sendo falada em voz alta, mas como uma presença dentro de sua cabeça, como se as palavras tivessem se materializado diretamente em seus pensamentos.
A voz soou suave, como um sussurro distante, mas carregada de uma autoridade serena.
— Abaixe seu corpo, pequeno.
Era uma voz de mulher, tão suave que, ao ser ouvida, qualquer um se sentiria imediatamente calmo, como se fosse envolvido por um manto de tranquilidade. Para Takeshi, a voz era familiar, uma lembrança de sua mãe, e as palavras ecoaram na sua mente, repetindo-se como um mantra.
Aquelas palavras o paralisaram, fazendo-o permanecer imóvel, sem coragem de avançar. Levou alguns segundos para ele processar o que estava acontecendo, mas, assim que a compreensão veio, ele se agachou rapidamente, segurando Layos contra seu corpo, protegendo-o.
Nesse momento, uma corrente de energia roxa atravessou o espaço com uma velocidade impressionante. O ar ao redor de Takeshi se torceu e distorceu devido à força e rapidez do ataque. A corrente passou por ele, acertando a parede à sua frente com um impacto estrondoso, fazendo-a tremer violentamente e deixando profundas rachaduras em sua superfície.
A corrente, como uma serpente furiosa, se moveu novamente, serpenteando pelo ar antes de desaparecer dos olhos de Takeshi e Mark, sumindo na penumbra do ambiente.
Takeshi não hesitou. Com rapidez, levantou-se, ainda carregando o corpo de Layos, e continuou a avançar com determinação.
A mente de Takeshi estava confusa, as palavras da voz ainda ressoando em seus pensamentos.
“O que era aquela voz? Por que ela soava tão familiar, como se fosse ela…?” Sua respiração ficou pesada, o pensamento sobre a voz o consumia, mas ele não podia parar. Era como se algo o empurrasse a seguir em frente, sem espaço para dúvidas.
Com esforço, Takeshi finalmente chegou perto da bandeira branca. Mark, impressionado com a situação, correu até ele e, percebendo o cansaço de Takeshi, o ajudou a se manter em pé enquanto avançavam juntos até a barreira verde.
Quando os dois alcançaram a barreira, a corrente apareceu novamente, vindo com toda a força em sua direção. Mas, ao atingir a barreira, ela brilhou intensamente, um verde radiante que repeliu a força da corrente, lançando-a para longe com um impacto poderoso.
A energia da barreira era inabalável, e a ameaça foi afastada momentaneamente.
O sistema apareceu, emitindo uma luz suave, quase como se estivesse celebrando a conclusão de uma etapa. A mensagem, embora parecesse uma vitória, não oferecia o alívio que Takeshi esperava.
『Você passou a tarefa secundária, agora aguarde os últimos sobreviventes.』
Mark, radiante com a vitória, sorriu e exclamou:
— É! Você não consegue pegar a gente aqui!
Mas, ao contrário de Mark, Takeshi não estava tão feliz. Seus braços tremiam, sua boca estava paralisada e sua respiração estava acelerada. Seus olhos estavam inquietos, como se não conseguisse se concentrar em nada ao seu redor. O medo começava a crescer, e tudo isso era causado pelas lembranças das correntes roxas.
“São eles, são eles… Não, não, não é possível…” O pensamento reverberava na mente de Takeshi enquanto ele virava a cabeça para a janela azul que ainda flutuava.
Mark, mais à frente, parecia não se importar com a tensão. Ele riu e disse, com um tom de provocação:
— Ah. Não consegue, né? Hahahahaha — ele se divertia com a situação, rindo e colocando as mãos na barriga.
Takeshi, no entanto, manteve o foco. Ele fez um gesto para a janela azul se aproximar. Quando ela se aproximou, ele, visivelmente preocupado, perguntou:
— Quando terminar essa tarefa, o que vai acontecer?
Eu estava preocupado por um motivo claro. Depois dessa tarefa, provavelmente começaria outra, e nós teríamos que sair da barreira, o que significava que enfrentaríamos os mascarados. Merda! Só tem problema se acumulando.
『Você já percebeu, não é? Depois dessa, a segunda tarefa vai começar.』
Takeshi olhou para Mark com seriedade e ordenou:
— Mark, prepare-se para usar sua adaga. Agora!
Mark percebeu a urgência nas palavras de Takeshi e, sem hesitar, segurou sua adaga com firmeza, assumindo uma posição de ataque.
“Merda! Vamos, Layos, acorde!”, ele cutucava o corpo do companheiro, mas Layos não mostrava nenhuma reação.
O sistema laranja, que estava próximo ao sistema roxo, flutuou até Takeshi e respondeu com uma voz brincalhona:
『Eh, eh, eh… No momento, ele não pode responder devido ao raio de punição da tarefa.』
Takeshi soltou um suspiro cansado antes de falar:
— Vou deixar o corpo dele aqui. Você pode cuidar dele, certo? Eh… sistema laranja? Acho que é assim que devo te chamar.
O sistema brilhou intensamente e começou a se mover de um lado para o outro, demonstrando entusiasmo.
『Claro! Pode me chamar de Biaco!』
Takeshi se agachou e colocou Layos no chão com cuidado. A água ao redor tocava seu corpo, mas não causava nenhum efeito prejudicial.
— Muito obrigado, Biaco — ele se levantou e olhou para Mark. — Vamos, Mark. Algo pode acontecer a qualquer momento, e eu espero que você esteja pronto para me ajudar.
Mark deu de ombros e abriu um sorriso confiante antes de responder:
— É claro que vou te ajudar.
Takeshi lançou um olhar atento ao redor antes de se aproximar de Mark e sussurrar:
— Me explica como sua habilidade funciona… mas bem perto do meu ouvido.
Mark ficou surpreso com a pergunta, mas não hesitou em responder:
— Bom, minha habilidade, Névoa da Ilusão, faz que vocês veem como meu corpo normal na verdade é apenas uma ilusão. Eu me torno invisível, e o ambiente ao redor fica coberto por uma névoa — ele fez uma breve pausa antes de continuar. — O problema dessa habilidade é que preciso prender a respiração enquanto a utilizo.
Takeshi arregalou os olhos, impressionado com a explicação.
— Isso é realmente incrível… E a sua segunda habilidade?
Mark levou a mão ao queixo, pensativo, antes de responder:
— Minha segunda habilidade é um pouco mais perigosa. Até agora, não usei, mas meu sistema me explicou como funciona. O nome dela é Manto das Sombras — ele apontou para a sombra de Takeshi e continuou:
— Com ela, eu posso me mover através das sombras. O problema é que, enquanto meu corpo físico desmaia, minha consciência continua se movendo nelas. Isso pode ser um risco enorme, porque, se alguém encontrar meu corpo, pode me matar sem que eu possa reagir.
Com essas informações, percebi que o moderador de Mark provavelmente tem alguma ligação com sombras.
Além disso, os moderadores concedem habilidades às pessoas que escolhem, o que significa que os poderes de Mark não foram dados por acaso. Suas habilidades são realmente fortes, e ele precisará usá-las com responsabilidade.
Takeshi, com um olhar sério, disse:
— Mark, vamos esperar a tarefa terminar. Depois disso, esteja preparado para lutar — ele já esperava que os mascarados atacassem com tudo.
Mark estalou as costas e respondeu com um sorriso empolgado:
— Está bem! Estou louco para acabar com eles.
Takeshi respirou fundo, sentindo-se um pouco mais tranquilo ao saber que não estava sozinho nessa.
— Para ser sincero, até eu estou ansioso por isso — ele fechou os punhos com força, pronto para o que estava por vir.
Foi então que, no meio da escuridão, uma presença surgiu.
A figura usava uma máscara de metal rachada. Com cerca de 1,80m de altura, seu corpo era esguio e envolto por um manto negro que arrastava levemente no chão. Ao seu lado, uma corrente roxa brilhava, emitindo uma energia ameaçadora. Seus movimentos eram lentos, mas cada passo agitava a água ao seu redor, como se a própria presença dele distorcesse o ambiente.
As folhas ao redor começaram a girar no ar, formando um redemoinho em volta deles. O ambiente parecia responder à presença da figura.
A máscara de metal começou a se deformar, revelando um buraco onde deviam estar os olhos.
No entanto, em vez de um rosto, tudo o que Takeshi e Mark viam era um vazio escuro e profundo, como se a própria escuridão emanasse dali.
Mark foi o primeiro a falar, com um tom provocativo:
— Pelo visto, seus amigos não estão aqui, né? Que pena… — ele riu baixo, mantendo a postura firme, mas atento a qualquer movimento da figura.
A figura permaneceu em silêncio, apenas observando os dois.
Takeshi desviou o olhar para as folhas que ainda rodopiavam ao redor e, mantendo a calma, respondeu:
— Já estamos de saída, só precisamos esperar a tarefa terminar — apesar do tom educado, no fundo, ele queria muito xingar aquela figura.
Os três permaneceram se encarando por alguns instantes, até que uma mensagem apareceu diante deles.
『Tarefa concluída. A tarefa terminou cedo porque todos os participantes estão em seus lugares.』
Takeshi soltou um riso curto e comentou:
— Nem demorou tanto assim.
A barreira verde começou a piscar, seu brilho oscilando até desaparecer por completo, deixando apenas a bandeira branca no local.
Mark ajeitou a pegada em sua adaga, enquanto Takeshi estalava os punhos, ambos se preparando para o que vinha a seguir.
A mensagem azul brilhante apareceu diante deles, confirmando o fim da tarefa.
『1200 moedas foram obtidas.』
Takeshi soltou um suspiro e disse, dirigindo-se à janela do sistema:
— Quero uma espada, algo que seja realmente útil — ele fez um gesto amigável, como se estivesse negociando com a interface.
A janela brilhou intensamente, e, em seguida, uma luz azul envolveu seu braço direito. Aos poucos, a forma de uma espada começou a se materializar.
Quando a luz se dissipou, Takeshi segurava uma espada de lâmina afiada e imponente. O fio reluzia com tons dourados, enquanto o restante da lâmina exibia um degradê vermelho intenso, como brasas vivas prestes a incendiar.
O cabo era envolto em um couro escuro e firme, proporcionando uma pegada segura. Pequenos detalhes dourados adornavam a empunhadura, dando-lhe um ar refinado e mortal ao mesmo tempo.
Ele sentiu o peso da arma em sua mão, equilibrada perfeitamente, como se tivesse sido feita sob medida para ele.
— Ela é bonita — Takeshi girou a espada no ar com cuidado, sentindo seu peso e equilíbrio.
Mark observou a lâmina reluzente e não conseguiu evitar um leve suspiro de inveja.
A figura mascarada permaneceu em silêncio, caminhando lentamente pelo lado esquerdo. A cada passo, a água ao redor se movia junto com ele, criando pequenas ondulações que se espalhavam pelo chão alagado.
Mark fechou os punhos e ativou suas habilidades. Uma aura roxa começou a emanar de seu corpo, envolvendo-o com uma névoa sutil enquanto ele usava suas moedas para fortalecer seus status.
— Vamos com tudo para cima dele — ele afundou os pés no chão, flexionando os joelhos, pronto para avançar como um raio.
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