Mark avançou com velocidade, segurando a adaga com firmeza. Ele sentia a força pulsando em sua mão, pronto para desferir um golpe certeiro no mascarado.

    No entanto, no instante em que a lâmina se aproximou, a corrente roxa ao lado do inimigo se moveu com rapidez assustadora, interceptando o ataque com um impacto seco.

    O choque entre a adaga e a corrente fez o ar ao redor parecer mais denso, como se um peso invisível estivesse pressionando tudo ao redor. Mark sentiu a resistência daquele golpe e percebeu que essa luta não seria nada fácil.

    A corrente se moveu com força, lançando Mark para longe antes que ele pudesse se aproximar do mascarado.

    Ele conseguiu pousar de pé, deslizando alguns metros para trás, mas agora sentia um arrepio percorrer seu corpo. O peso da presença daquele inimigo era diferente de qualquer outro que já havia enfrentado.

    Takeshi, segurando firmemente sua espada, olhou para Mark e repreendeu:

    — Você é maluco. Atacar sem um plano não vai funcionar — sua voz soou firme, mas havia um tom de alerta claro, como se Takeshi quisesse que Mark sentisse o peso da situação.

    Mark, embora um pouco irritado por ser chamado de maluco, sabia que Takeshi estava certo. Não havia como se aproximar do mascarado sem pensar em uma estratégia.

    Takeshi não perdeu tempo e continuou, sem deixar o clima tenso desaparecer.

    — Ei, sistema azul, quantas moedas eu ainda tenho? — por dentro, a ansiedade o consumia, mas ele tentava esconder o medo que sentia ao recordar os mascarados.

    A janela azul brilhou suavemente e, em resposta, o sistema declarou:

    『Você tem 980 moedas.』

    Takeshi suspirou, sentindo um pouco de alívio, mas também uma nova determinação surgindo dentro de si. Ele olhou para o mascarado e, com um sorriso sutil, falou com confiança, como se já soubesse o que fazer.

    — Vou gastar 300 moedas em defesa.

    Num instante, uma aura azul envolveu seu corpo, imbuindo-o com uma energia protetora. A espada também brilhou suavemente, refletindo a força da aura, preparando Takeshi para o próximo movimento, mais cauteloso e mais estratégico.

    — Melhor a gente atacar ele juntos, Mark — Takeshi falou com um tom sério, os olhos fixos no mascarado à frente.

    Mark assentiu com a cabeça, confirmando a estratégia. Com um sinal silencioso, Takeshi se moveu para a direita, enquanto Mark foi para a esquerda, criando um flanco.

    Takeshi segurou a espada com ambas as mãos, a lâmina brilhando sob a luz da aura azul que o envolvia. O mascarado, no entanto, permanecia imóvel, como se soubesse exatamente o que aconteceria a seguir, uma calma perturbadora em seu olhar.

    Mark foi o primeiro a agir, sua velocidade imbatível o fazendo avançar em um flash. Ele saltou em direção à corrente roxa, desferindo um golpe poderoso com sua adaga. O impacto fez as flores ao redor voarem e a água começar a se agitar com violência. O ar ao redor parecia pesar com a força do ataque.

    Enquanto Mark atraía a atenção do mascarado, Takeshi viu sua chance e correu para a direita, movendo-se rápido o suficiente para tentar atingir a costa do inimigo. Com um movimento rápido, ele levantou a espada e desferiu um corte brutal na barriga do mascarado.

    O som da lâmina cortando o ar foi abafado pelo impacto da espada contra a resistência do mascarado, mas o corte foi profundo. O ar ao redor deles pareceu se distorcer por um momento, afastando-se com força devido à brutalidade do ataque.

    O mascarado, agora com uma cicatriz visível, não se moveu. No entanto, um brilho estranho surgiu atrás da máscara, e a tensão no ambiente se intensificou.

    O som de ossos se contorcendo ecoou alto, vindo do mascarado. A figura estendeu a mão esquerda em direção a Takeshi, e o ar ao redor deles se tornou carregado de tensão.

    De repente, uma força imensa arremessou Takeshi contra a parede. O impacto foi brutal, fazendo com que o ar parecesse desaparecer ao redor dele, como se fosse engolido pela própria pressão da força.

    Takeshi bateu contra a superfície, quase perdendo os sentidos com a dor e a falta de oxigênio. O mundo ao seu redor se tornou turvo, e por um momento, ele teve a sensação de que sua consciência estava prestes a desaparecer.

    Apesar do sofrimento e da dor, a espada em sua mão quase escapou, mas, com um esforço desesperado, Takeshi conseguiu segurá-la, os dedos ainda firmemente apertando o cabo, mesmo sem conseguir respirar direito.

    Mark sentiu o sangue ferver ao ver Takeshi sendo jogado contra a parede. Seu corpo tremia de raiva, as veias saltando em seus braços.

    — Seu merda! — ele rosnou, os olhos brilhando em fúria.

    Sem hesitar, Mark desferiu uma sequência brutal de golpes contra a corrente roxa. Cada impacto fazia o ar vibrar, as flores ao redor se espalhando e a água tremendo com a força dos ataques. O mascarado, impassível, girou a corrente em um movimento certeiro, e ela atravessou o corpo de Mark de ponta a ponta.

    Por um instante, tudo ficou em silêncio.
    O mascarado estreitou os olhos, mas antes que pudesse processar o que aconteceu, sentiu uma dor aguda em sua perna direita. Ele olhou para baixo e viu um corte profundo rasgando sua carne—mais intenso e doloroso do que o golpe que Takeshi havia desferido antes.

    Então, do meio da escuridão, uma partícula de névoa negra começou a se expandir.
    Mark emergiu da névoa com um olhar feroz, sua aura pulsando como uma sombra viva ao seu redor.

    — Você vai pagar por isso… — sua voz carregava um peso ameaçador.

    Takeshi, ainda encostado na parede, tossiu um pouco, recuperando o fôlego.

    — Calma aí… eu ainda não morri, não — sua voz saiu rouca, mas carregada de determinação.

    O mascarado ficou surpreso, seus olhos se estreitaram por trás da máscara rachada. Então, em um tom rouco e profundo, ele murmurou:

    — Você evoluiu muito desde aquele momento na floresta… — sua mão direita tocou o queixo, como se estivesse analisando Takeshi com um novo interesse.

    Takeshi endireitou a postura, ajeitando as costas, e encarou o mascarado com um olhar afiado.

    — Você também está diferente. Não esperava encontrar você aqui… — ele estreitou os olhos e abriu um sorriso debochado. — E pelo jeito, não está com os outros mascarados.

    A provocação surtiu efeito. A aura ao redor do mascarado ficou mais densa, um tom vermelho pulsante emanando de seu corpo, como se estivesse prestes a explodir.

    — Não pense que vou morrer para vocês, seus animais sem dono! — sua voz carregava ódio e fanatismo.

    Ele ergueu ambas as mãos até o rosto, segurando a máscara rachada, e sussurrou em um tom fervoroso:

    — Claro, claro, claro… tudo isso em nome do nosso Deus. Viva o Complexo de Energia…

    A voz dele ressoou no ar como um rugido ensurdecedor. Takeshi sentiu um impacto profundo em sua mente, como se sua cabeça estivesse sendo esmagada. No mesmo instante, a voz suave de sua mãe ecoou em sua mente mais uma vez.

    — Proteja seu amigo caindo. E pule.

    Um arrepio percorreu seu corpo. Seu instinto gritou antes mesmo de sua mente processar.

    — Mark! Pegue o Layos, rápido! — sua voz carregava urgência.

    Mark não hesitou. Em um movimento ágil, correu até Layos e o segurou antes que ele desabasse no chão. No mesmo instante, o solo começou a tremer violentamente. Rachaduras se espalharam como teias de aranha, e um rugido de destruição preencheu o ambiente.

    Sem pensar duas vezes, Takeshi flexionou os joelhos e saltou com toda a força.

    Uma corrente roxa cortou o ar com velocidade assustadora, rasgando o espaço onde ele estava um segundo antes. O impacto foi tão intenso que até Mark, acostumado com o perigo, sentiu um calafrio subir pela espinha.

    — Tsc… — Mark cerrou os dentes. — Esse cara é um monstro…

    O corpo de Layos se contraiu levemente, pequenos raios brancos estalando ao seu redor. Algo estava mudando nele.

    O mascarado inclinou a cabeça, sua máscara rachada refletindo a luz fraca ao redor.

    — Como? Como? Como você conseguiu desviar?! — sua voz estava repleta de incredulidade e fúria.

    Takeshi sentiu o suor frio escorrer pela nuca, mas manteve o olhar firme. Seus olhos se fixaram no mascarado, analisando cada movimento. Em seguida, virou-se para Mark.

    — Continue com Layos. Eu cuido dele.

    Sem esperar resposta, Takeshi disparou em direção ao inimigo.

    O mascarado ergueu a mão em um movimento rápido. Atrás dele, dez correntes gigantes roxas surgiram do nada, envoltas em uma aura negra pulsante. Num instante, elas avançaram com uma velocidade absurda, distorcendo o ar ao redor.

    O impacto era tão intenso que a água do chão foi arremessada para cima, criando uma cortina de chuva artificial. As flores ao redor foram despedaçadas ou arrancadas pela força devastadora.

    Takeshi sorriu de canto, mas seu coração estava acelerado. Ele sabia que um único erro significaria o fim.

    A primeira corrente veio como um relâmpago. Ele girou para a direita, sentindo o vento cortante passar rente ao seu rosto.

    Outra corrente desceu como uma lança. Takeshi se abaixou no último segundo, sentindo o chão tremer com o impacto.

    Mais correntes dispararam ao mesmo tempo. Ele saltou, girando no ar para evitar o ataque. Uma delas passou tão perto que rasgou um fio de seu uniforme.

    Ao pousar, sentiu o caos ao seu redor. As paredes estavam repletas de buracos, algumas pedras quebradas rolavam pelo chão. O local que antes tinha uma atmosfera serena agora era uma zona de destruição.

    Takeshi respirou fundo. Cada desvio, cada passo, estava no limite da perfeição.

    Takeshi não hesitou. Seus pés se moviam sem pausa, avançando como se nada pudesse detê-lo.

    O mascarado começou a demonstrar algo raro: desespero. Seu corpo tremia levemente, seus olhos ocultos por trás da máscara vacilavam. Ele não entendia como Takeshi continuava avançando, indiferente ao perigo.

    Takeshi percebeu isso. Uma fraqueza.

    Uma corrente disparou contra ele, rasgando o ar como uma lança mortal. Mas, ao invés de desviar como antes, Takeshi golpeou com força.

    O impacto foi brutal. Sua espada colidiu com a corrente, arremessando-a para cima com tanta violência que parte do teto explodiu em pedaços. Detritos caíram em cascata, espalhando poeira e pequenas pedras pelo chão.

    O mascarado arregalou os olhos por trás da máscara. Seu corpo vacilou, e ele instintivamente deu um passo para trás.

    Takeshi viu isso e sorriu de canto. O medo.
    Agora ele tinha a vantagem.

    Mark observava a luta de longe, seus olhos brilhando em choque e admiração. Como alguém que nunca havia empunhado uma espada antes conseguia lutar com tanta precisão?

    Takeshi exalou devagar, seu corpo já se acostumando ao peso da lâmina. Com passos firmes, ele caminhou diretamente para o mascarado.

    O mascarado, agora tomado pelo medo, convocou suas correntes. Elas se enroscaram em suas mãos como serpentes, prontas para esmagar Takeshi de uma vez por todas.

    Com um rugido, ele lançou as correntes.
    Takeshi, porém, não hesitou. Seus olhos brilharam com determinação enquanto girava o corpo por completo, canalizando toda sua força no golpe.

    A espada cortou o ar com um silvo mortal.

    O impacto foi devastador. As correntes explodiram em pedaços, estilhaços voando pelo campo de batalha.

    O mascarado congelou. Seus músculos tremeram involuntariamente.

    O garoto que ele havia enfrentado na floresta… não era mais o mesmo.

    Antes que pudesse reagir, uma segunda corrente disparou direta para a cabeça de Takeshi.
    Mas Takeshi já previa isso.

    Em um movimento fluido e calculado, ele abaixou o corpo por completo.

    A corrente passou zunindo por cima de sua cabeça, errando por milímetros.

    E então, com uma precisão cirúrgica, Takeshi girou a espada e desferiu um corte limpo.

    A lâmina deslizou pela máscara do inimigo.
    O som do metal se partindo ecoou pelo ambiente.
    A máscara rachou.

    Crack.

    O primeiro pedaço da máscara deslizou de seu rosto, caindo no chão com um ruído fraco.

    A aura opressora que envolvia o inimigo começou a vacilar. Mark observava, seus olhos arregalados, o coração martelando contra o peito.

    Crack. Crack.

    Mais fragmentos se desprenderam.
    Takeshi manteve a espada erguida, pronto para qualquer movimento repentino.

    Então, sob a luz fraca, um rosto começou a surgir.

    O rosto do mascarado era um vazio perturbador.
    Sem nariz. Sem orelhas. Sem olhos. Apenas uma boca, esticada de maneira antinatural.

    A pele branca e lisa parecia cerâmica fria e sem vida, como se ele nunca tivesse tido feições humanas. Uma máscara de carne deformada.

    Takeshi sentiu um arrepio rastejar por sua espinha. O choque o fez prender a respiração. Seu corpo congelou por um instante.

    Antes que pudesse reagir, um turbilhão de vento se formou ao redor do mascarado.

    Então, uma rajada violenta o atingiu.
    O impacto foi brutal.

    O ar foi arrancado de seus pulmões enquanto seu corpo era lançado para trás.

    CRACK!

    Takeshi colidiu contra uma pedra, o impacto ressoando pelo campo de batalha.

    Uma dor aguda explodiu em suas costas. O mundo girou por um momento. Ele sentiu gosto de sangue na boca.

    A espada escorregou um pouco de sua mão, mas ele forçou os dedos a se fecharem ao redor do cabo. Não podia soltar. Não agora.

    Mark, que ainda segurava Layos, arregalou os olhos ao ver Takeshi ser jogado como um boneco de pano.

    O mascarado ficou imóvel, sua presença agora ainda mais opressora.

    Sem rosto. Sem olhos. Sem alma. Apenas uma boca, distorcida em algo que não era um sorriso… nem um suspiro.

    O corpo de Takeshi protestou com a dor, mas ele se forçou a ficar de pé.

    Seu peito subia e descia de maneira irregular, e um gosto metálico de sangue ainda persistia em sua boca. Ele sentiu as costas pulsarem de dor pelo impacto, mas não tinha tempo para fraquejar.

    Ele levantou a cabeça e olhou diretamente para o mascarado.

    Foi então que ele percebeu. Algo estava diferente.

    O vazio aterrorizante daquele rosto sem feições não era mais a única coisa grotesca ali.
    Duas esferas começaram a surgir ao redor do mascarado, flutuando no ar como satélites macabros.

    Cada uma delas… tinha um olho no centro.
    E esses olhos estavam vivos. Eles se mexiam. Giravam em todas as direções, observando tudo ao redor com um brilho doentio.

    As pupilas se contraíam e dilatavam, como se estivessem analisando cada movimento de Takeshi.

    O próprio ar ficou mais pesado.

    O mascarado inclinou levemente a cabeça. Então, a boca distorcida se abriu de forma anormal, como se não houvesse limites para o quão larga ela poderia ficar.

    E de dentro daquele abismo sem fim, a voz dele rugiu pelo campo de batalha.

    — EU VOU MATAR VOCÊ, SEU ANIMAL!

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