Índice de Capítulo

    1

                A música alta tocada por acordões regada a conversas animadas e paralelas preenchiam o ambiente aconchegante. As tabuas de madeira que constituíam as paredes de tamanho e formatos desiguais tocadas pela ação do tempo junto dos candelabros mágicos com cristais luminosos agregavam de grande maneira à atmosfera que regava a taverna naquele momento.

                — Mais uma manhã entediante nessa taverna… — Ayasaka indagou com a mão no queixo e um leve bocejo.

                — Precisamos de informações mestre. Tavernas normalmente são lugares propícios para isso. Aprenda isso pois pode ser útil para você no futuro.

                Ayasaka ficou remexendo o líquido quente servido em uma xicara de madeira que tinha o gosto semelhante a uma boa dose de café recém moído. O tempo parecia passar devagar enquanto Tuphi ficava atenta em seus arredores nas conversas paralelas com suas grandes orelhas felpudas.

                Diferente de Ayasaka que só escutava barulhos embaralhados, Tuphi conseguia distinguir os ruídos do ambiente de conversas importantes e comentários ao vento.

                As conversas variavam, desde trabalhadores suados vestidos com roupas amarrotadas contando sobre algo inusitado que aconteceu com eles no dia anterior, à homens levemente bem-vestidos cortejando mulheres sorridentes de vestidos rodados, levemente embriagados.

                — Não acho que vamos ter muito sucesso por aqui não.

                — Silêncio Mestre

                Ayasaka levantou a sobrancelha surpresa com a resposta de Tuphi com um sorriso irônico no rosto.

                — Tá abusadinha hein cachorro… — Ayasaka olhou para Tuphi de maneira convidativa enquanto apoiava o queixo na mão.

                — Ali atrás na mesa dois… O cara com aquele cachecol de pele animal no pescoço… Ele está falando umas coisas diferentes… — Tuphi comentou com Ayasaka com uma expressão neutra em seu rosto. Ayasaka olhou na direção do homem de maneira despretensiosa.

                O homem era grande e possuía costas largas, tinha pouco cabelo em sua cabeça somando das rugas em seu rosto ressecado havia algumas cicatrizes profundas também, boa parte em resultado do que parecia ser anos em distantes jornadas que Ayasaka nem conseguia imaginar.

                Ayasaka estava processando o que Tuphi disse quando inesperadamente o homem encarou Ayasaka na mesma de volta, fazendo ela desviar o olhar.

                — Puta que pariu ele olhou para mim eu vou morrer, foi sem querer Tuphi — Ayasaka olhou para baixo intuitivamente para desviar o olhar.

                — Ué… ele sumiu?

                Tuphi procurou o homem com seus grandes olhos heterocromáticos, porém não conseguiu encontrá-lo em lugar algum. Era como se o homem tivesse desaparecido sem deixar rastro no meio da multidão do bar, enquanto as garotas conversavam. Isso deixava Tuphi de certa forma assustada.

                O que a perturbava ainda mais era que, enquanto estava concentrada na presença da assinatura do Raxy do homem, ela foi enganada por um rastro vestigial que foi deixado de propósito na cadeira onde ele estava sentado segundos atrás.

                — Cadê ele…?

                — Eu não o vi desaparecendo também. Ué…

                Ayasaka olhou em volta junto de Tuphi, sem entender a onde o grande homem misterioso poderia ter ido, para ela o fato de um homem daquele porte desaparecer de forma tão brusca sem que elas percebessem parecia algo paranormal que não entrava em sua mente.

                Era um mistério ainda maior o homem sumir na mente de Ayasaka do que na de Tuphi, que tinha conhecimentos básicos sobre Raxy e relacionados.

                — A mulher que ele estava conversando continua ali… ela não parece daqui também. Uma informante talvez?

                Tuphi continuou a observar a mulher que permanecia sozinha na mesa em que o homem estava momentos atrás. Ela parecia esconder grandes orelhas de trás de longos cabelos pretos.

                — Xodik…? Tem coisa importante aí… será que é relacionado com o paradeiro do colar?

                — Duas pessoas que andam suspeita, falam suspeitas e respiram suspeitas provavelmente estarão relacionadas a um dos maiores dramas da cidade, eu acho né? — Ayasaka disse ao apoiar a cabeça com as mãos e suspirar.

                — Ou talvez isso seja apenas preconceito — Tuphi riu ao levantar-se e arrumar suas vestimentas que estavam abarrotadas.

                — Sem chance! Não sou preconceituosa… sou?

                Tuphi encarou Ayasaka perplexa com as mãos na cintura por alguns instantes ao lado de sua cadeira.

                — Que foi?!

                — Imagina se as pessoas soubessem que isso é quem vai salvar Ataraxia. Tsc.

                — Ofendeu, tá?!

                Tuphi olhou na direção da mulher misteriosa que tomava uma caneca de cerveja em silêncio olhando para o vazio.

                — Vou chegar nela, talvez consiga algumas pistas.

                — Pede o e-mail dela, muito bonita…

                — Hã…?

                — Nada, vai lá.

                — Por que você é assim…?

                Ayasaka escondeu a expressão travessa dentro de uma grande caneca que estava em sua frente. Tuphi se dirigiu até a mesa da misteriosa mulher.

                Enquanto atravessava a multidão, Tuphi olhava na direção dos longos e sedosos cabelos da mulher de vestido preto. A mulher tinha um ar destoante com o ambiente alcoólico da taverna.

                No meio do mar de moribundos felizes com socializações rasas regadas a conversas entrelaçadas pelas bebidas fermentadas que as atendentes serviam com sorrisos largos estampados em seu rosto estava a mulher de aparência esbelta e vampiresca sentada sozinha na mesa de madeira observando todos com um olhar que possuía um toque de desprezo em seus grandes olhos carmesins. Seu rosto também marcava uma expressão de superioridade notável junto de um sorriso acinzentado enquanto ela se mantinha em silêncio apenas com movimentos finos.

                Os olhos da mulher notaram Tuphi se aproximando enquanto ela saudava a garota lobo com um olhar provocativo. 

                — Pois não…?

                A mulher estendeu uma caneca na direção de Tuphi que ela acabara de pegar da bandeja da garçonete.

                — Obrigada. — Tuphi balançou levemente a cabeça em um sinal positivo e se sentou de frente para a mulher.

                De frente para a mulher, Tuphi reparou nos detalhes de seu rosto. Ela possuía dois caninos levemente alongados, junto de uma pele esbranquiçada e marca de olheiras em seus olhos. Em seu dedo indicador da mão esquerda possuía uma dedeira preta de metal, que parecia ter um cristal raro na ponta de onde ficaria a unha.

                — Eu notei que você estava prestando atenção em minhas conversas faz um tempo não é mesmo, jovenzinha?

                — Bom, vocês eram uma dupla que chama atenção, você não concorda? Não é sempre que uma Xodik caminha em um ambiente tão sociável.

                O sorriso da mulher misteriosa foi aberto de ponta a ponta a medida em que a palavra Xodik saiu da boca de Tuphi.

                — Observadora, eu diria… Esperado de uma princesa — ela disse com uma risada maliciosa.

                Tuphi demonstrou certo desconforto com o tom de voz da mulher, era intimidador. Intimidador o suficiente para que ela desviasse o olhar.

                — Enfim… Por que veio até mim, garotinha? — Seu olhar era interessado e sua expressão convidativa. Ela parecia disposta a conversar com Tuphi.

                — Quem era aquele cara com você? A presença dele desapareceu, eu não consegui achar ele mais depois disso… — Tuphi olhou para os lados, procurando-o. Ela estava de costas para Ayasaka.

                — Falta de educação perguntar com quem uma dama está conversando, não acha?

                — Eu acho que não estamos em um lugar muito educado de qualquer forma

                — Realmente… me sinto suja de compartilhar um lugar com estes moribundos.

                Tuphi levantou as sobrancelhas com a frase da mulher.

                — Qual seu nome?

                — Se você soubesse meu nome eu seria obrigada a te matar aqui mesmo… ainda tem interesse nessa informação? Acredito que tenha coisas mais urgentes que você deseja saber, não?

                Tuphi engoliu seco. A mulher claramente não estava blefando. Tuphi tinha uma certa experiência de combate. Diante de suas vivências, era notável na atmosfera a diferença de poder entre elas. Ela estava na desvantagem.

                Os olhos carmesins da mulher interromperam Tuphi antes que ela pudesse responder.

                — Mas eu lhe pergunto, sua graça seria…?

                — Altaris… Altaris Tuphi

                A mulher deu um fino gole na caneca indelicada que repousava sobre seus delicados dedos.

                — É uma honra. Nunca pensei que teria a graça de ver uma sobrevivente da família Altaris, você realmente tem traços lindos.

                — A única sobrevivente. E obrigada. Não sei se devo agradecer por receber elogios de olhos sanguinários iguais estes.

                — Junko Yuna.

                —…?

                — Meu nome… prazer em conhecê-la.

                — E devo morrer agora que me disse seu nome?

                — Acredito que não será necessário. — A mulher respondeu enquanto encarava Tuphi nos olhos. Seus olhos possuíam uma melancolia profunda. Eram vermelhos como o batom que repousava em uma fina camada em seus lábios finos, e entravam em contraste com sua pele branca e maquiagem escura. Eram olhos que eram vivos, mas ao mesmo tempo, possuíam um cativante tom mórbido.

                Tuphi ficou alguns segundos sem conseguir criar uma respostas, observando a mulher em silêncio enquanto ela degustava de mais um toque de sua bebida cevada.

                — Quem é você afinal…?

                Ela suspirou.

                — Eu…? Eu sou uma cadelinha… — ela respondeu com um tom sugestivo.

                — Uma cadelinha?

                — Exatamente.

                A mulher remexeu a cevada da caneca enquanto a balançava e voltou a olhar para Tuphi.

                — Sou uma cadelinha, de pessoas que são mais fortes que eu.

                — Acho que entendi. Mas por quê?

                — É apenas meu objetivo de vida, servir pessoas que são mais fortes que eu… — ela olhou para o chão enquanto disse. — Mas nunca foi uma tarefa fácil achar alguém que seja mais forte que eu.

                Tuphi não respondeu. Ela resolveu deixar os segundos passarem para digerir a informação direito, porém, a mulher continuou logo em seguida.

                — Passei minha vida enfrentando e matando todos que cruzavam meu caminho em busca de alguém que eu pudesse seguir. Mas nem anjos conseguiam se comparar a minha força… era tão solitário.

                Tuphi arregalou os olhos por alguns instantes enquanto a saliva descia de maneira seca em sua traqueia diante da afirmação de Yuna.

                Anjos…? Essa mulher… é mais forte que um anjo?!

                — Até que encontrei cavaleiros que tinham o potencial para ser mais forte que eu: A Ordem dos Cavaleiros de Dragões.

                — …inclusive, sabe qual meu?

                Tuphi balançou a cabeça negativamente em resposta a mulher que sorria com um olhar vulgo penetrante.

                — Me chamam de Assassina da Ordem.

                — Assassina da Ordem…?

                — Sim, Assassina de Cavaleiros de Dragões, se você não entendeu… ou, A Terceira Mensageira da Harmonia.

                Tuphi ficou imóvel com uma expressão perplexa por alguns instantes, ela estava diante de uma pessoa extremamente poderosa e havia subestimado sua força que estava oculta em mistérios. Ela ameaçou virar o corpo na direção de Ayasaka mediante a uma preocupação imediata que assolou seu corpo todo.

                — Eu não me viraria se fosse você mocinha… a conversa está aqui, não?

                A mulher se debruçou por cima da mesa e apoiou o rosto em suas mãos enquanto olhava para Tuphi em uma posição mais próxima. Seus grandes olhos encaravam a garota lobo de forma intimidadora.

                — Ela é uma Cavaleira de Dragão né…? — A mulher disse enquanto encarava Ayasaka. — Consigo sentir o cheiro fétido de um dragão impregnado nela…

                Tuphi não teve resposta. Mesmo com seu olfato aguçado de Lobian, ela não conseguia sentir rastros do cheiro de Fos, o que a mulher aparentava conseguir.

                — Eu fui uma Cavaleira de Dragão também… há muito tempo.

                A mulher notou que chamou a atenção de Tuphi mesmo diante do momento tenso e continuou.

                — Muitos acham que Yult foi o primeiro Cavaleiro de Dragão dos Xodiks, mas isso nunca foi verdade… a verdadeira primeira Cavaleira de Dragão dos Xodiks, membra original dos Quatro Maiores, era eu.

                — E por que eu acreditaria em você? Isso vai contra todos os livros e relatórios históricos. Não existe nada sobre uma Cavaleira de Dragão antes de Yult.

                — Yult é meu irmão mais novo. Ele sempre foi um prodígio nato. Tinha talento para tudo desde criança…, mas nunca se comparou com meu poder bruto… Eu estava em um nível superior a ele, e os superiores perceberam isso quando éramos crianças.  

                As pessoas alheias a situação conversavam em volta delas como se nada estivesse acontecendo. Ninguém fazia ideia que um ser com tamanho poder pudesse estar entre eles.

                — Fui separada da minha família ainda quando criança. Tive o que chamam de “Treinamento da Sala Branca”. Um treinamento experimental para Cavaleiros de Dragões dos Xodiks, onde se consistia em isolar a futura criança destinada a ser cavaleiro em uma sala sem nada por anos… talvez seja isso o começo de minha insanidade, ou não, não faz diferença… nunca mais fui a mesma de qualquer maneira.

                — Que hediondo…

                — …eu me tornei Cavaleira de Dragão. Fui aceita pela Ordem, e ganhei meu próprio pacto com um Dragão leal. Acredito que eu era a mais forte entre os Quatro Maiores, não? — Ela levou o dedo a boca em questionamento consigo mesma com uma pequena dúvida irônica.

                Mais forte que os Quatro Maiores…? Essa mulher é problema.

                — Só que, desde cedo essa vontade de querer encontrar alguém mais forte do que eu para seguir me fez cometer inúmeros sacrifícios… com o tempo, os três dos Quatro Maiores além de mim, começaram a reportar para a Ordem que, eu era uma pessoa instável com motivações sádicas. Disseram que minhas atitudes se tornaram violentas, e que com o tempo, perdi o controle de minha sanidade. Talvez tenha sido aí que matei o primeiro Cavaleiro de Dragão, não foi? Ah… foi, lembro do moleque.

                Ela sorriu.

                — Ele era fraco, magrelo, não tinha aptidão atlética alguma. Seu dragão era jovem, como ele. Nem se comparava a nós, dos Quatro Maiores, foi um alvo fácil. Aí me tornei uma Cavaleira renegada, diante de um pedido de Emiko, Varret e Akumu… depois disso comecei uma onda de caça a Cavaleiros de Dragões da Ordem.

                — Eu nunca ouvi falar de nada disso…

                Ela deu um sincero suspiro.

                — Assim como nunca ouviu falar das Irmãs da Lua de Hanayo, correto?

                Tuphi balançou a cabeça negativamente.

                — Pois é, tem coisas que o sistema oculta não é mesmo?

                — E como… como você se tornou Mensageira da Harmonia?

                — Hum? Que pergunta interessante — ela olhou para Ayasaka ao fundo. — Eu o conheci.

                — A quem você se refere?

                — O moleque amaldiçoado — ela olhou de volta para Tuphi. — Eu encontrei alguém mais forte que eu. Na verdade, ele é alguém que é capaz de rivalizar todas as Divindades ao mesmo tempo, assim como já fez antes, e saiu vitorioso.

                — Então foi assim a queda das Divindades?

                — Correto. Depois que eu destruí o que mais importava em minha vida e ter minha maior decepção, ele apareceu. Foi a minha única derrota até hoje, assim conheci como é o gosto amargo de estar à beira da morte, desde então, sou sua cadelinha por decisão própria.

                — …como é possível alguém tão forte?

                — Simples. Porque ele nasceu como uma calamidade. É um desastre natural, isso é o ciclo das coisas. O objetivo dele neste plano é a devastação.

                Yuna parou para pensar em como colocaria as palavras a seguir.

                 — O universo é algo engraçado… existem planos além da nossa compreensão. E o Mundo Translúcido é o principal deles.

                — O Mundo Translúcido? A origem de tudo?

                — Correto novamente. O Translúcido, de onde se originou o céu e a terra, e todos os seres vivos que habitam aqui. De onde Pryia veio.

                Ela levantou a mão direita na frente de Tuphi. Sua pele branca pálida contrastava diante da fina camada da manga longa de seda de seu vestido preto.

                — Pense comigo. O universo originado do Mundo Translúcido, que criou Ataraxia como conhecemos.

                Ela levantou a mão esquerda.

                — Segundo a ordem natural das coisas, o universo se viu no dever de criar uma contrapartida para o Translúcido, feito da mesma essência da vida, o raxy. Com a necessidade de criar algo que equilibrasse o peso do universo, das energias essenciais da vida só que nutridas de maneira diferente do translúcido, com o princípio básico de ódio e desastres, surgiu o Vazio Corruptor. Uma entidade que ganhou uma personificação por aqui devido a manipulação excessiva do raxy. E esse é o objetivo do moleque no mundo. Ele é a calamidade que o Vazio Corruptor vai se beneficiar. Corpo e alma do garoto pertencem a ele. A sua existência é uma ofensa a qualquer milagre.

                —  E qual o nome dele?

                —  Nenhum, ele não tem nome. É a Majestade.

                — Ok… e sobre o colar? O que você sabe? —  Tuphi mudou de expressão para um tom mais sério e interrogativo com seus olhos heterocromáticos.

                — Eu respondo tudo que você quiser saber sobre o paradeiro do artefato, com uma condição?

                — Que condição?

                — Quem é a Cavaleira de Dragão que te acompanha…?

                Tuphi notou um sorriso maléfico no rosto da mulher enquanto ela fez a pergunta que a deixou desconcertada e suspirou um pouco antes de responder.

                — Mio Ayasaka.

                — …Mio? Ela é uma dos Quatro Maiores atuais, não?

                — …sim.

                — Essa garota é forte para caramba. Sua presença é esmagadora. Ela parece ser tão forte quanto o moleque, exatamente por ser o contrário dele… enquanto ele é um desastre natural, ela é um milagre que pisou sobre esta terra.

                Ela encarou Ayasaka distraída debruçada na mesa.

                — Assim ela vai perceber que você está encarando

                — Pena que ela ainda não despertou seu potencial… Ela tem o poder da pirralha daquela esfera né…?

                A mulher olhou para Tuphi esperando uma resposta conexa.

                — Eu não sei do que você está falando no momento.

                — Que seja… Já estou decidida. Eu vou seguir a Ayasaka e o Principe, mesmo que seja das sombras. Quero ver o seu potencial exponencial, e um dia, enfrentá-la. Ou eu a mato, ou ela morre.

                Tuphi rosnou para Yuna e mostrou suas presas com os punhos fechados.

                — Eu nunca vou deixar você chegar perto da minha mestre.

                Yuna sorriu enquanto levou sua magra mão pálida por cima da mão de Tuphi.

                — Ora, um Beou…?

                A risada de Yuna era calma enquanto ela acariciava a mão de Tuphi que estava claramente se alterando.

                — Eu reconheço que você é forte, Princesa…, porém você nunca iria conseguir me parar, nem se a purificação desta cidade fosse hoje, garotinha.

                — Tire suas mãos de mim

                — Como desejar.

                Yuna se levantou arrumou seu vestido depois de um sinal do homem que estava sentado com ela, o mesmo cujo estava sentado com Ayasaka o tempo todo enquanto elas conversavam e se despedia de Ayasaka, sem que Tuphi percebesse.

                — Obrigada pela conversa, pequenina. A conta já está paga, como minha gratidão.

                — Não preciso de sua gratidão. Apenas quero que responda minhas perguntas e me dê as informações sobre o que eu busco com você.

                — Vamos fazer melhor, em nome da minha nova luz, Mio Ayasaka, eu irei lhe informar o paradeiro exato do colar, temos um trato…? Se você conseguir engolir esse ego e aceitar que Ayasaka também será minha

                Tuphi fechou os olhos e bufou de braços cruzados.

                — Diga.

                — Que gracinha. — Yuna disse com um olhar de superioridade. — O colar está no coração da floresta de Uevyat. Se eu fosse vocês, eu iria logo, pois é uma bomba relógio que vai acabar com a cidade inteira. A purificação já começou… e eu não tenho intenção de ir atrás de Ayasaka agora, fique em paz. Esperarei ela desenvolver seu real potencial para matá-la, e irei contribuir com sua evolução, tenha certeza disso.

                Tuphi observou a mulher se reencontrar com o homem na porta da taverna com uma reação de indignação inesperada.

                — …?! Ele estava aqui dentro? Eu não o senti! Foi tudo uma armadilha…?

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