Aviso: Contém cenas explícitas! — Alguns conteúdos podem estar marcados como sensíveis. Você pode ocultar o conteúdo sensível marcado ou com a alternância no menu de formatação . Se fornecido, o conteúdo alternativo será exibido no lugar.

    O frio noturno mordia a pele, mas Glartak permanecia imóvel como uma estátua, encostado no tronco rugoso de uma árvore anciã. Fora da caverna, o ar carregado de morte dava lugar ao cheiro úmido da floresta noturna – terra, musgo e uma tensão elétrica que precede a tempestade. Para seus olhos dourados de goblin evoluído, a escuridão era apenas um véu translúcido; ele enxergava cada raiz saliente, cada folha tremulando no vento.

    A fúria do massacre ainda latejava em suas veias, um tambor surdo sob a pele. Três… O número ecoava em seu crânio. Sobraram apenas três contra um mundo que vai caçar monstros inteligentes. Os dedos se contraíram involuntariamente, como se sentissem o peso ausente do machado cravado na entrada da caverna – um monumento a uma era morta. O plano era fugir ao amanhecer, mergulhar mais fundo na floresta, encontrar um refúgio onde pudesse forjar algo que não fosse nem arrogância humana nem bestialidade estúpida. Mas o caminho parecia desesperançoso, estreito demais para seus sonhos de um reino digno.

    Foi então que seus ouvidos capturaram o som. Leve, quase imperceptível: folhas amassadas sob passos cautelosos. Não era Primal. Aquele andar tinha uma cadência diferente, uma fluência feral que roçava o solo sem perturbar. Glartak virou a cabeça, lentamente, como um predador sondando a penumbra.

    Shivana emergiu das sombras. Seus pés descalços não faziam ruído sobre a serapilheira, seu corpo esguio movia-se com a sinuosidade de uma pantera. Parou a três passos de distância, no limite do espaço pessoal do rei a quem jurara lealdade absoluta. A luz prateada da lua deslizou sobre sua pele verde-oliva, dando-lhe um brilho úmido e bonito. Seus olhos âmbar, fixos nele, queimavam como brasas vivas sob as sombras de seu rosto anguloso. Os ossos entrançados em seus cabelos negros como breu tilintavam suavemente. Seu peito subia e descia com uma cadência acelerada – não de medo, mas de tensão.

    Glartak ergueu uma sobrancelha, uma centelha de surpresa cruzando seu olhar impassível. Antes que pudesse articular uma pergunta, uma palavra de comando, ela agiu.

    As mãos ágeis de Shivana moveram-se com decisão feroz. Os nós que seguravam as túnicas rasgadas da maga caíram. A peça de tecido fino deslizou de seus ombros, revelando a nudez completa sob o luar. Não havia hesitação, nem falsa modéstia. Ela estava ali, diante de seu rei e criador, despida como uma oferenda viva, uma afirmação de sua existência. Seu corpo era um paradoxo de força e sensualidade selvagem: músculos delineados sob a pele suave, curvas poderosas que falavam de agilidade mortal, quadris largos feitos para gerar vida e dominar território. Seus seios firmes e pequenos erguiam-se com orgulho, as pontas escuras contrastando com o verde da pele. A linha que descia do umbigo até a junção das coxas era uma promessa obscura, um convite tão perigoso quanto suas presas elegantes, que reluziam brevemente quando seus lábios escuros e carnudos se separaram.

    Deu um passo à frente, reduzindo a distância para dois passos. O ar entre eles ficou carregado, denso com o cheiro dela – terra, suor feroz e algo floral e selvagem, como uma orquídea negra da floresta.

    — Me use, meu rei. Sua voz era um rosnado baixo, gutural, carregado de uma oferta que era tanto submissão quanto desafio. Os olhos âmbar não desviavam, mantendo contato com seus dourados. — Se o senhor quiser… podemos aumentar nossa raça. Mas agora diferente. Conscientes desde o nascimento. Fortes desde o primeiro suspiro. Leais… desde o útero.

    Glartak não respondeu com palavras. A visão dela, nua sob o luar, a audácia crua da oferta, a solução pragmática que ela apresentava para o abismo de sua solidão estratégica… Tudo convergiu numa onda de desejo primário que não era apenas instinto, mas uma fusão de reconhecimento, poder e necessidade urgente. Era o chamado da carne e do sangue, do futuro e do domínio.

    Ele avançou. Não como um animal descontrolado, mas como um rei reclamando o que era seu por direito e por promessa. Seu movimento foi rápido, decisivo, um bote de predador. Suas mãos grandes, ainda marcadas pelo sangue seco do massacre, agarram seus quadris com uma força que faria um humano gritar. Shivana não recuou. Um guincho baixo, quase um ronronar de satisfação feral, escapou de sua garganta quando ele a puxou contra si. A pele dela era quente, viva, pulsando sob seu toque. Seu cheiro selvagem inundou suas narinas.

    Não houve prelúdio, nem carícias suaves. O que se seguiu foi uma colisão de corpos, uma luta feroz e silenciosa sob as árvores antigas. Glartak a empurrou contra o tronco do carvalho, a casca rugosa marcando sua pele nas costas. Seus lábios encontraram os dela num beijo que era mais mordida do que carinho, um confronto de línguas e presas. Suas mãos exploraram seu corpo com possessividade brutal – apertando os seios, marcando a carne suave das coxas com seus dedos fortes, agarrando suas nádegas para erguê-la. Shivana respondeu com igual ferocidade, suas unhas afiadas arranhando as costas escamosas dele, suas pernas envolvendo sua cintura com força de constritora, puxando-o para dentro com um gemido rouco que ecoou na noite silenciosa.

    O acoplamento foi rápido, intenso, uma tempestade de carne e necessidade. Glartak a penetrou com uma força que a fez arquejar, seus quadris batendo contra os dela com um ritmo primordial, ditado pelo calor do sangue e pela urgência do momento. Não era amor, nem ternura. Era posse. Era afirmação. Era a semeadura violenta e necessária de um futuro diferente. Shivana mordeu o ombro dele, abafando gritos que se transformavam em ganidos de prazer feroz. Seu corpo contorcia-se contra o tronco, recebendo cada investida com uma entrega que era também um domínio. Ela não era passiva; era uma parceira naquele ritual antigo, arquejando, arranhando, guiando seus quadris com os calcanhares cravados em suas costas. A lua testemunhou a união brutal de dois predadores, banhando seus corpos suados e entrelaçados em luz fantasmagórica, enquanto o som de corpos se chocando, respiração ofegante e gemidos roucos quebravam o silêncio sagrado da floresta.

    A culminação foi tão abrupta quanto o início. Um rugido abafado escapou do peito de Glartak, um tremor percorrendo seu corpo poderoso enquanto ele a pressionava contra a árvore. Shivana arqueou as costas, um guincho agudo e triunfante rasgando sua garganta, suas unhas cravando-se profundamente em sua carne. Por um instante eterno, permaneceram assim, fundidos, ofegantes, o suor escorrendo por suas peles, o calor do ato dissipando o frio da noite.

    Glartak soltou-a, recuando um passo. O ar frio da noite atingiu sua pele quente, causando um arrepio fugaz. Ele não olhou para ela imediatamente, seus olhos dourados perdendo-se por um momento na escuridão além, enquanto recuperava o fôlego. A fúria que o consumira antes parecia ter se transmutado, canalizada naquele ato brutal. Restava uma calma estranha, quase vazia, e uma pergunta prática queimando em sua mente.

    Sentou-se pesadamente no chão coberto de folhas secas, as costas contra outra árvore menor. Shivana escorregou pelo tronco da árvore até o chão, sentando-se de frente para ele, a apenas um braço de distância. Não havia vestígios de vergonha ou modéstia em seu rosto ou postura. Ela estava nua, ofegante, o suor brilhando em sua pele como orvalho noturno, seus seios subindo e descendo rapidamente. Seus olhos âmbar, no entanto, mantinham uma lucidez aguçada, fixos nele, aguardando.

    Glartak limpou mecanicamente uma mancha de sangue seco de sua garra com um punhado de folhas. Quando falou, sua voz estava rouca, mas controlada, voltando ao tom de comando.

    — Sua evolução, ele começou, os olhos finalmente encontrando os dela. Quais habilidades ela te deu? Além da força, da inteligência… o que mais?

    Shivana inclinou a cabeça para um lado, como um pássaro observando sua presa. Um leve sorriso tocou seus lábios escuros.

    — Minha fertilidade aumenta, meu rei, ela respondeu, sua voz um sussurro rouco que carregava o eco da intensidade recente. — Minhas crias… nascem mais fortes. Mais resistentes. Mais rápidas do que goblins comuns. Melhor… muito melhor. Seus olhos brilharam com um orgulho feroz. E elas herdam… parte da minha mente. Não são bestas. Acordam… sabendo. Sabem obedecer. Sabem servir. Sabem… que o senhor é o rei. A lealdade… já está no sangue. No primeiro sopro.

    Glartak ficou imóvel. A surpresa, nítida e rara, abriu caminho em seu rosto impassível. Seus olhos dourados se arregalaram por uma fração de segundo, fixos nos dela. “Fertilidade aumentada… Criaturas superiores desde o nascimento… Lealdade inata…” As palavras ecoaram em sua mente como sinos. Metade dos seus problemas – a escassez de números, a fraqueza dos recrutas, a deslealdade inerente da bestialidade – evaporavam-se diante daquela revelação. Shivana não era apenas uma guerreira ou uma líder. Ela era a fonte. A matriz de um novo exército, de uma nova raça. O instrumento perfeito para o que ele almejava construir nas profundezas da floresta.

    — Como? A pergunta escapou-lhe, mais áspera do que pretendia. Como você sabe disso? O sistema… ele te disse?

    Shivana franziu a testa, parecendo genuinamente confusa pela primeira vez.

    — Sistema? Ela repetiu a palavra estranha, como se provasse seu sabor. Não… meu rei. Quando a evolução veio… foi como acordar. Como… lembrar algo que sempre soube. As habilidades… estão aqui. Ela tocou a própria têmpora com um dedo afiado. Impressas. É Como saber respirar. Como saber caçar. Eu só sei.

    Glartak observou-a, a revelação se aprofundando como uma faca fria. “Impressas… Acordar sabendo…” Isso explicava Primal, explicava a própria Shivana. Eles não tinham telas flutuantes. Suas evoluções eram orgânicas, instintivas, impressas em sua biologia e psique no momento da transformação. Somente ele, o estranho neste mundo, o intruso renascido, tinha o “sistema”. Era uma vantagem única…

    Ele não perguntou mais nada. As implicações eram vastas demais para serem exploradas ali, na fria noite, nus e marcados pelo cheiro do sexo e da morte. Bastava saber. Shivana era a chave. E ela estava aqui, oferecendo-se.

    Um silêncio pesado caiu entre eles, quebrado apenas pelo farfalhar das folhas e o distante uivar de uma criatura noturna. Glartak olhou para Shivana, realmente olhou para ela, não mais como uma ferramenta, mas como o pilar fundamental de seu futuro império nas sombras. Seu corpo, agora relaxado mas ainda poderoso sob o luar, era um templo da sobrevivência e da reprodução.

    Glartak observava a silhueta nua de Shivana enquanto ela recolhia suas túnicas rasgadas. O amanhecer se aproximava, tingindo o horizonte de um cinza frio. Era hora de chamar Primal. Era hora de deixar o covil de memórias podres para trás e mergulhar na floresta.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (7 votos)

    Nota