Capítulo 5- O Nascimento do Tirano
Glartak acordou com a primeira luz da manhã cortando a floresta por entre as copas das árvores. O som abafado de folhas sendo pisadas chamou sua atenção. Se levantou rápido, o coração já acelerando. Se esgueirou devagar até uma abertura entre as raízes que usava como abrigo.
Silêncio.
Então, um movimento. Algo pequeno, ágil. Um esquilo, talvez. Respirou fundo e voltou a se encostar.
“Estou ficando paranoico… mas não dá pra relaxar aqui”, pensou.
Decidiu conferir a armadilha. Caminhou até o local com cuidado, atento a qualquer som fora do comum. O cadáver do javali ainda estava ali, parcialmente devorado. Marcas de garras e dentes cobriam o que restava da carne. Sangue seco grudava nas folhas.
Mas o buraco ao lado… vazio.
Nenhum lobo tinha caído na armadilha.
— Merda… — rosnou, frustrado. — Foram mais espertos dessa vez.
Se agachou, examinando as marcas no chão. Pegadas. Pelo menos dois deles haviam circulado o buraco. Um dos galhos de cobertura tinha sido empurrado para o lado.
“Eles perceberam.”
A frustração queimava, mas também também trazia informação de que não eram simples bestas. Tinham inteligência. O que tornava tudo ainda mais perigoso.
Voltou para a clareira, onde havia mais espaço para pensar e se mover, seu pensamento voltava para os lobos. Principalmente o maior, o das cicatrizes e a orelha faltando. Um predador nato. Aquela coisa estava liderando os outros, analisando o território, caçando com estratégia.
“Se eu conseguir matar esse lobo… com certeza ganho pontos suficientes para subir de nível.”
Mas não podia se precipitar. Não era nem a hora ainda, não tinha força, para isso precisava ficar mais forte rápido.
Levantou-se e começou a voltarem direção as armadilhas, uma delas ainda tinha resto de cadáver, mas a outra ainda estava intacta e daria pra atrair outro. A fome já começava a incomodar, então novamente fui com cuidado em direção ao pântano e vi um javali solitário “bom pelo menos não são dois e tenho que passar um tempo destruindo o outro” pensei.
Eu estava usando essa tática a uns dias já estava experiente. Me fiz se isca para atrai-lo, assim que me notou veio correndo e o sentimento foi o mesmo dos outros dias, desespero.
Habilmente corri em direção a armadilha já sabendo onde pisar no caminho, mas dessa vez tive que dar circular a armadilha com o cadáver e direcionar para a armadilha que estava ao lado.
Então, saltei.
Novamente aquele som pesado do javali se chocando com as estacas foi ouvido por mim.
Peguei algumas pedras já preparadas com antecedência ao lado de uma árvore próxima, e atirei. Sangue escorria pelos lados da fera e ele tentada escapar a todo momento. Eu não sentia dó, remorso ou coisa do tipo. Aqui era a lei do mais forte, se você é forte e esperto você vive se não você morre, mesmo sendo caçador você pode se tornar a caça rapidamente aqui. Foi o que aprendi nesses poucos dias desde que cheguei.
Depois de atirar mais algumas pedras o javali cedeu e deu seu último suspiro. Não fui olhar meu status e sim corri em direção a ele e comecei e a comer e de repente a voz do sistema anunciou o que eu tanto estava ansiando:
< Você alcançou os requisitos para evolução >
Rapidamente tomado pela ansiedade e animado abri o sistema:
< Evolução disponível >
Goblin Tirano
Característica: A força que cala a dúvida. Não aceita ordem, nasceu para comandar.
Habilidades:
Domínio Cruel: ao derrotar um inimigo, todos os subordinados próximos têm sua moral aumentada e seus status temporariamente aumentados um 5%
Sangue Impiedoso: quanto mais inimigos mortos, maior o efeito psicológico nos vivos
Regeneração Bruta: cura levemente após vencer uma batalha, comendo ou descansando
A primeira coisa que notou foi que o sistema não me deu mais de uma opção como da primeira vez. ” Não sei como o sistema analisa e disponibiliza a evolução, talvez seja como um manual com as evoluções seguindo uma linha pré programada ou pode ser de acordo com as minhas escolhas e levando em consideração a forma como eu penso. O goblin é uma criatura burra em sua forma simples quase perco minha mente se não evoluo, mas tenho uma mente forte, da terra com todo meu conhecimento intacto, pode até ser que talvez devido a minha inteligência alta posso até ter contato com a magia futuramente” refletiu
Muitos pensamentos passaram por minha cabeça tentando entender as coisas de acordo com as informações disponíveis. ” outra coisa que notei foi que essa evolução é voltada para o comando ou liderança, mas eu não encontrei nenhum outro goblin ainda, mas o sistema não me daria essa opção de evolução se não existisse outros goblins por aí. Eu também não explorei a floresta só fiquei no entorno, creio que depois dessa evolução eu posso finalmente irmãos longe” pensei.
— Bom não adianta ficar pensando muito nisso!
Sem pensar muito tocou na única opção disponível.
Glartak sentiu seu corpo pulsar. O sangue fervia, os músculos vibravam como se estivessem sendo rasgados e reconstruídos a cada segundo. Ele mal conseguia pensar, apenas sentir. Uma dor tão profunda que fazia seus ossos rangerem e sua pele arder como se estivesse pegando fogo por dentro.
Mas ele queria aquilo. Precisava evoluir.
Ali mesmo, ao lado da armadilha onde capturou o javali, ele se jogou de joelhos e aceitou a transformaço.
Então tudo escureceu.
A consciência de Glartak afundou em um abismo sem som, sem cheiro, sem dor. Apenas o vazio.
Quando os olhos se abriram novamente, o céu já estava completamente negro. A névoa rasteira se arrastava pelo chão como serpentes translúcidas e o vento assobiava entre as árvores secas.
Ele se levantou num pulo, ofegante, os músculos tensos, os olhos arregalados. Olhou em volta com desespero.
— Quanto tempo eu…? — sua voz soou mais grossa. Mais firme. Diferente.
O corpo estava mais largo, os braços mais pesados, a pele com manchas novas, rugosa, como couro calejado. Ele havia evoluído. O poder era palpável, latejando sob a carne. Ele era agora um Goblin Tirano.
Mas não havia tempo para se deslumbrar.
Uivos.
Seu sangue congelou.
— Merda… os lobos voltaram — rosnou, rangendo os dentes.
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