Capítulo 104
Cayena voltou a tirar suas luvas.
Logo, os olhos de Rezef correram sobre seus braços e pulsos suaves.
Escutei que no primeiro sequestro, a parte superior do corpo e pulso estavam presas e arranhadas. De fato, também usou bandagem ao redor de seus pulsos por um tempo.
Rezef estendeu a mão e passou por seu braço.
— Seu machucado sarou rapidamente.
Ela olhou sua mão e respondeu indiferente:
— Sim. Melhorei rapidamente por usar um bom remédio.
Tudo era graças ao elixir.
Depois de terminar o contrato pela rosa negra, todas as suas feridas desapareceram pelo uso do elixir de Bayel.
Cayena não o ocultou e o tornou público propositalmente.
Suas feridas foram avaliadas pelo médico todas às vezes e havia a troca de bandagens. Entretanto, se usasse uma bandagem sem ter uma ferida, pareceria suspeito.
Se revelar o que será uma fraqueza, então deixaria de ser uma fraqueza. De fato, ninguém estranhou vê-lo abertamente.
Rezef murmurou de acordo, inclinou a cabeça e disse:
— É um alivio.
Não significava que se alegrava pela cura das feridas.
“Me alegro de que as feridas deixadas por insetos desapareceram sem deixar rastros.”
Toc, Toc.
Os assistentes de Rezef entraram cuidadosamente.
— Vossa Alteza, tenho algo que dizer…
Sussurrou algo para Rezef.
— … está bem, saia daqui.
O homem assentiu e ordenou a seus subordinados, tudo dentro do vestiário e sem pedir licença a Cayena.
— Todos permaneçam fora até que eu os chame.
Seus assistentes partiram imediatamente, mas Susan se virou para olhar a Princesa. A mesma assentiu levemente, com a intenção de que saísse agora.
Quando apenas ficaram ambos, Rezef tocou as decorações de seu vestido e disse:
— Escutei que ofereceu a Lady Catherine o posto de acompanhante durante sua maioridade.
Nesse posto, se supõe que deveria estar sua babá, Rebeca Dottie.
Mas ela havia perdido seu posto por culpa de Cayena.
Cayena disse:
— Agora é um adulto na família de sua mãe e parece que você e o Conde Hamel têm uma relação estável.
O fato de que Rezef convertesse Catherine em filha adotiva do Conde Hamel já havia se estendido por todo o círculo social.
Enquanto a Cayena, se a aceitasse como madrinha, seria considerado conspiração.
— Está bem mostrar ao Grão Duque que seu poder não será afetado por isso.
Suas palavras não eram equivocadas.
Claramente, sua irmã e ele eram pessoas que recorriam ao mesmo caminho. Ele acreditava nisso. Tinha de fazê-lo.
Do contrário, não poderia deixá-la viva.
Mas, estranhamente, para ele persistia a sensação de que estava deixando algo passar.
— Sei que está dando o melhor por mim.
Ela não respondeu, ele continuou enquanto olhava-a, mas não conseguia ler suas expressões.
— Preciso de você irmã. Posso?
Cayena engoliu um suspiro e, em lugar de parecer cansada, sorriu.
Os entornos de Rezef estavam cheios de aduladores.
Ninguém lhe aconselhou a ter mais cuidado e sorrir ao que era contrário.
Ele se sentiu aliviado por seu sorriso, sem poder reconhecer o veneno no mesmo.
— Já havia dito: Prefiro viver em paz em um lugar tranquilo que viver aqui e lutar.
— Quer dizer que vale mais que ser irmã do Imperador e ser a chanceler?¹ Posso lhe dar qualquer coisa, minha irmã. Posso fazer de você mais poderosa que a Imperatriz.
— Obrigada pela opinião, Rezef.
Cayena girou e olhou para ele. Não mentia sobre por mel em seus lábios, mas expressar sinceramente seu coração:
— Mas quero viver como desejo.
Rezef distorceu sua expressão.
— Acha que será possível se casar? Será apenas outro membro da família.
— Rezef.
— Irmã, é inteligente. O casamento só servirá para ser esposa e mãe de alguém. Então fique comigo.
“E viver como sua irmã?”
Cayena aplaudiu e elogiou suas palavras.
— Mesmo que me case e vá a outro lugar, seguiria sendo sua irmã.
Rezef estava furioso.
— Então me abandonará? Estou dizendo que fique aqui! — Responder sem hesitar é como interromper. Havia uma estranha ansiedade desconhecida.
Era terrível o pensamento de que Cayena pudesse abandoná-lo em qualquer momento.
— Disse que o faria Imperador. Preocupa-te que não cumpra a minha promessa?
Ele negou com o cenho franzido.
— Isso não é ao que me refiro. Me refiro a deixar de fazer coisas inúteis, como se casar.
— Então, poderia me deixar ir?
— O quê…?
Indiferente ela perguntou:
— Se digo que não me casarei, mas que ainda assim partirei, me deixaria ir?
Rezef tinha um olhar frio em seu rosto.
— Falaremos sobre isso mais tarde.
Abriu a porta do vestiário bruscamente e se foi sem dizer nada mais.
Como ele partira, os serventes retornaram ao local olhando ao redor.
Cayena falou com um rosto pálido:
— Agora irei me trocar.
Logo Vera entrou também e comunicou Cayena:
— Vossa Alteza, Rebeca Dottie acaba de entrar no Palácio.
Cayena pôde adivinhar que era o mesmo sussurro ao qual o servente de Rezef havia dito antes, deve ter-lhe anunciado a chegada da Sra. Dottie.
O Palácio voltará a ser barulhento.
“Minha irmã me deixará no Palácio Imperial?”
Após sair, Rezef agarrou um jarro do corredor e o tacou na parede.
Crash!
Era difícil controlar a violência quando sentia que se agarrava a Cayena.
“Se sou o Imperador, minha irmã deveria esperar. Deverá estar aqui como um adulto da Família Imperial!”
Pam, Pam, Pam!
Um caco de vidro cortou sua mão e ele a agarrou com força.
Quando voltou a olhar para frente viu uma mulher vestida tão modestamente que era difícil vê-la como uma dama de honra.
— Saúdo Vossa Alteza o Príncipe Herdeiro.
Era Olivia.
Rezef tentou passar por ela sem dizer que se levantasse com um rosto frio. Olivia disse:
— É perigoso que deixe como está.
Ele parou.
Olhou para trás e ainda a viu sob um joelho.
— Levante-se…
Só então ele a permitiu levantar,
Olivia se levantou e deu a volta. Seus olhos se encontraram.
— Devemos cuidar da ferida e voltar ao Palácio.
Rezef sorriu com suas palavras.
— Quem é você?
Quando a viu já estava de mau humor e ela ainda se atreveu a dizer o que fazer, seu estômago se retorceu.
Queria sacar os olhos que o viam como se fosse um objeto inanimado.
Rezef se aproximou e agarrou o queixo de Olivia com sua mão ensanguentada.
Estava magra e vulnerável, se apertasse seu pescoço, morreria.
Olivia seguia tranquila apesar de que ele olhou para baixo com frieza.
— Não se sente mal?
— …
Não sabia se ela tinha coragem ou se tornaria louca. Rezef seguia sangrando e soltou o rosto de Olivia.
— Só suma.
Olivia, sabiamente, fingiu que não tinha escutado o som vulgar e vergonhoso que Rezef fez.
— É dever de um servente garantir sua segurança.
Originalmente, ela pretendia fingir não ver sua mão.
Entretanto, era incômodo deixar só o confuso homem que não sabia se era um cachorro abandonado ou um ouriço com espinhos.
Talvez por seu rosto ser estranho e diferente do de Cayena.
— O tratarei imediatamente.
Rezef suspirou de irritação.
— Faça o que quiser.
— Obrigada pela permissão.
O levou a um salão vazio.
Ela segurava um lenço em sua mão.
— Agarre forte até que pare de sangrar.
Ela trouxe desinfetante, algodão, unguento, tesouras e bandagens.
— O que estou fazendo são apenas primeiros socorros, então se lembre de mostrar ao médico.
Rezef seguiu olhando-a para dizer algo com olhos estupefatos.
— Perdeu o medo.
Ela não se irritou em lhe responder. Ambos não disseram nada. O silêncio seguiu naturalmente.
Rezef se irritou lentamente.
Olivia limpou o sangue e desinfetou a ferida.
Quando Rezef abriu os olhos, ela não levantou a cabeça e seguiu o tratamento.
Os primeiros socorros só estavam completos após envolver e prender corretamente a bandagem.
— Escutei que está a ponto de ser tratada.
— Sinto muito.
Rezef foi mais além da ira e agora era assustador. Chutou a mesa com o cenho franzido.
Pam!
A mesa rodou de forma barulhenta.
— Coisa descarada.
Ele se levantou.
Olivia olhou suas costas ao sair do salão e levantou a mesa.
Depois saiu com um pequeno suspiro.
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